U.Porto Inovação no painel de júri dos innovation days

Cláudio Santos e Joana Carrilho, membros da U.Porto Inovação, participaram, nos dias 13 e 14 de outubro, nos i-days, iniciativa da EIT Health. Este evento juntou estudantes de diferentes ciclos de estudos e instituições do ensino superior da região Norte de Portugal para pensar em soluções sobre o futuro da saúde. Com o tema “Levar os cuidados de saúde para casa”, os participantes criaram produtos e serviços que podem ajudar na transição do acesso a cuidados de saúde em hospitais e centros de saúde, para a casa das pessoas. Para além de formação em métodos de inovação e comunicação, os participantes tiveram ainda a oportunidade de entrevistar especialistas em saúde mental, cuidados paliativos e doenças crónicas. Entre as várias propostas sugeridas, a equipa vencedora (na foto), composta por António Bandeira, Kerolyn Garcia e Cindy Christensen, apresentou um dispensador de medicamentos com várias funcionalidades inovadoras, tais como um software de rastreio dos efeitos secundários da medicação. Os alunos tiveram acesso a várias ferramentas e formações, e houve também oportunidade para desenvolverem outras soft-skills. António Bandeira, da equipa vencedora, refere o desafio do trabalho de equipa com pessoas que não se conhecem previamente, a capacidade de gestão de tempo quando “nos apercebemos que houve coisas que devíamos ter feito de forma diferente e é necessário refazer e manter a calma” e resolução de problemas, não só no evento, mas como ferramenta para a vida pessoal e profissional. Para além disso, salienta ainda a competição saudável entre os participantes: “sentes que tiveste de te adaptar bastante à ideia e à equipa e ainda manter uma gestão emocional e de tempo. Para além disso, ao ouvir as outras apresentações apercebes-te que todas as equipas têm ideias impactantes e, por isso, quando os adversários são bons, como foi o caso, sabes que vais sair satisfeito independentemente do resultado.” Todos os participantes receberam um prémio no valor de 50€, e a equipa que venceu, para além de 100€ e acesso a recursos para desenvolver a sua ideia, recebeu ainda um convite para o Winners’ Event, no qual vão participar as equipas vencedoras dos 34 i-Days que houve em toda a Europa. A U.Porto Inovação marcou presença com dois elementos no painel do júri que avaliou as apresentações finais. Cláudio, gestor de projetos e tecnologias em inovação, sublinhou a importância deste evento para trazer os estudantes para o campo da inovação. “Os i-days têm sido uma iniciativa de já alguns anos no ecossistema da Universidade do Porto e as soluções surpreendem sempre pela positiva, revelando dinamismo e criatividade por estudantes a resolver problemas existentes” acrescentou. Parabenizou ainda as soluções apresentadas que “precisando de trabalho e de seguimento, demonstram um enorme potencial”. Este evento foi promovido pelo EIT Health Universidade do Porto, numa 2ª edição, desta vez em formato online, com o intuito de promover a inovação e o empreendedorismo na saúde na região Norte de Portugal.

EMBRACE project will use groundbreaking tool

One of Embrace’s main activities is the survey and analysis of corporate social entrepreneurship’s good practices. Therefore, the project’s partners are engaged in finding better and easier ways to help them perform this task. Having this in mind, the project will benefit - with the contribution of SNSPA - UNESCO Chair on Science and Innovation Policies – from a unique tool, the Horizon Search Mechanism (Radar, for short) to identify more information on Corporate Social Entrepreneurship (CSE). CSE is a relatively new concept, which covers a diverse set of real-life practices. Assuming that certain CSE practices are reflected in news media worldwide, going through those pieces and trying to find common trends regarding corporate social entrepreneurship can be a major help for Embrace’s goals. So, the Radar is meant to help partners achieve this, as it will be able to identify, in a corpus of more than 3 million innovation related news pieces from previous years, the ones that can be considered examples of CSE. The Radar scanning process creates a virtuous loop between a group of human evaluators of these news pieces and Natural Language Processing (NLP), the latter learning from the previous examples (both positive and negative) and preselecting the news to be evaluated. Going from there, it can scan any news database and select the pieces with similar content. At the same time, the tool can also cluster the corpus of examples by user defined criteria such as domain or geographic area. How does it work? The process includes the following steps: creating the learning corpus (in which a set of example texts are provided by all the consortium members); identifying the patterns in the learning corpus by means of Natural Language Processing (NLP); automatic extraction, from a large corpus of news, of those that fit the identified patterns – important to say that the corpus in which this search is made is composed by over 3 million news pieces, collected from various innovation based sites over the last years; human evaluation of the NLP results; clustering the examples of pieces by theme or topic (eg: ICT, Finance, Agriculture, etc); and, last but not least, clustering the CSE examples by country. To sum up, this groundbreaking tool will provide a broader coverage of CSE practices, while also providing a rough estimation of the current scale of the Corporate Social Entrepreneurship phenomena among the Embrace partners. At the same time, it will also help to better understand CSE’s boundaries, as it will be reflected in the consensus of the human evaluators when validating different news examples. Using the Radar output reports, the partners will go through an extensive analysis of the identified practices to identify additional good practices and to enlarge the corpus of knowledge on CSE. It is expected that this work’s outcome will significantly enhance the consortium debate on the dimension, diversity and boundaries of Corporate Social Entrepreneurship. EMBRACE project is co-funded by the Erasmus+ Programme of the European Union. University of Porto is one of the partners, through U.Porto Inovação and Instituto de Sociologia from the University of Porto. (IS-UP). The other partners are: Waterford Institute of Technology (Ireland), Vilnius Gediminas Technical University (Lithuania), DRAMBLYS (Spain), Budapest University of Technology and Economics - BME (Hungary), National School of Political Studies and Public Administration (Romania), Domhan Vision (Germany), Hellenic Management Association (Greece), Digital Technology Skills Limited (Ireland), and Hanze University of Applied Sciences, Groningen (Netherlands).

Projeto EMBRACE utiliza ferramenta inovadora

  Sendo uma das atividades do projeto Embrace o levantamento e análise de boas práticas em empreendedorismo social corporativo, os parceiros estão a apostar em formas de facilitar essa recolha. Assim sendo, o projeto irá beneficiar, com a contribuição da SNSPA – UNESCO Chair on Science and Innovation Policies – de uma ferramenta inovadora chamada Horizon Search Mechanism para identificar mais informação sobre Empreendedorismo Social Corporativo. Empreendedorismo Social Corporativo (ESC) é um conceito relativamente novo, que cobre um conjunto diversificado de práticas da vida real. Partindo do pressuposto que determinadas práticas de ESC se refletem nos media mundiais, é necessário fazer uma análise exaustiva desses relatos escritos para identificar o máximo de casos possível procurando, ao mesmo tempo, tendências e traços em comum a todos eles. Para auxiliar neste processo, e principalmente para detetar “padrões mais subtis” que possam sinalizar padrões emergentes que estejam a passar despercebidos numa análise comum, este radar pode ser uma ferramenta valiosa. Esta nova ferramenta utiliza inteligência artificial (Processamento de Linguagem Natural) para identificar padrões semânticos (palavras ou expressões) em textos de referência. A partir daí, é capaz de analisar qualquer base de dados de notícias e selecionar aquelas que dizem respeito a conteúdos semelhantes. O Horizon Search Mechanism permitirá identificar, num repositório de mais de 3 milhões de notícias relacionadas com inovação dos últimos anos, aquelas que podem ser consideradas bons exemplos. Além disso, é ainda capaz de categorizar e organizar essa biblioteca de informação selecionada com base em critérios definidos pelo utilizador, como por exemplo setor de atividade ou localização geográfica. Como funciona? O processo inclui as seguintes etapas: criação de repositório de aprendizagem (em que um conjunto de textos exemplo é fornecido por todos os membros do projeto Embrace); identificação dos padrões recorrendo a Processamento de Linguagem Natural (PLN); extração automática de uma biblioteca de mais de 3 milhões de notícias compiladas em sites de inovação; avaliação humana dos resultados obtidos através de PNL; agrupamento dos exemplos de ESC por domínio (novas tecnologias, finanças, agricultura, etc); e, finalmente, agrupamento desses mesmos exemplos por país. O Horizon Search Mechanism permite, então, obter uma cobertura mais ampla das práticas de ESC, ao mesmo tempo que dá uma estimativa da atual dimensão do fenómeno nos países parceiros do projeto Embrace. Ao mesmo tempo, contribui para uma melhor compreensão dos limites do conceito de empreendedorismo social nas empresas, uma vez que estará sujeito a avaliação humana, na pessoa dos diferentes parceiros, responsáveis por validar os diferentes exemplos das notícias. Utilizando os relatos escritos deste inovador radar, os parceiros irão depois fazer uma análise exaustiva, tentando identificar o máximo de boas práticas no que ao Empreendedorismo Social Corporativo dizem respeito, aumentando exponencialmente o conhecimento sobre o tema. O resultado dessa recolha e análise pode substanciar de forma significativa o debate do consórcio do projeto Embrace sobre a dimensão, diversidade e limites do conceito de ESC. O EMBRACE é um projeto co-financiado pelo programa Erasmus+ da União Europeia. A Universidade do Porto é um dos parceiros, através da U.Porto Inovação e do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP). Os restantes parceiros são: Waterford Institute of Technology (Irlanda), Vilnius Gediminas Technical University (Lituânia), DRAMBLYS (Espanha), Budapest University of Technology and Economics - BME (Hungria), National School of Political Studies and Public Administration (Roménia), Domhan Vision (Alemanha), Hellenic Management Association (Grécia), Digital Technology Skills Limited (Irlanda), e Hanze University of Applied Sciences, Groningen (Países Baixos).

SUMMARY vence “Arquiteto Emergente do Ano 2020”

  O estúdio SUMMARY foi eleito o “Emerging Architect of the Year” dos Dezeen Awards 2020, uma distinção atribuída por uma das revistas de design e arquitetura mais aclamadas do mundo, sediada no Reino Unido. A empresa graduada da UPTEC — Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, e spin-off da Universidade, distinguiu-se de entre milhares de candidaturas de 85 países diferentes. A seleção dos finalistas partiu de um painel de especialistas onde se incluem personalidades como Paola Antonelli (curadora no MoMA, Nova Iorque) ou Sir Norman Foster (prémio Pritzker). Antes da seleção final, os prémios contaram com uma votação pública que arrecadou mais de 62 000 participações. Esta é a segunda vez que o trabalho deste atelier é reconhecido internacionalmente neste ano.  Em setembro, o estúdio de arquitetura venceu o prémio AZ Award, com um edifício modular construído em Vale de Cambra. O galardão, atribuído em Toronto, destacou o projeto como o melhor edifício de habitação coletiva, pela “clareza demonstrada desde a ideia até à forma construída” e pela “pureza no uso dos materiais”, conforme refere Omar Gandhi, um dos elementos do júri deste prémio. Criado em 2015, o estúdio SUMMARY opera nos domínios da arquitetura e do urbanismo, onde se incluem projetos como a instalação que levaram à Bienal de Arquitetura de Veneza em 2016 e o protótipo modular Gomos#1. Atualmente o atelier tem em curso vários projetos, entre os quais se incluem edifícios de habitação coletiva pré-fabricados, um centro social ou a recuperação do Monte da Sra. da Mó, em Arouca, fustigado por um incêndio florestal de grandes dimensões em agosto de 2016. Notícia escrita pelo departamento de comunicação da UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto.

Já arrancou a 4ª edição do BIP!

Aconteceu no passado dia 28 de outubro, e de forma totalmente remota, a primeira sessão do Business Ignition Programme 2020. Este é já a 4ª edição do BIP, um programa organizado pela U.Porto Inovação para formar investigadores, estudantes e docentes da Universidade do Porto em competências de negócio. A edição do BIP 2020 funcionará totalmente online dado o contexto pandémico da COVID-19. À semelhança dos outros anos, o BIP vai decorrer ao longo de 8 semanas e são 14 os projetos a concurso, envolvendo perto de 40 pessoas. Entre as ideias participantes estão, por exemplo, uma plataforma para democratizar a educação e as explicações privadas (Atlas), um laboratório de simulação e de projetos urbanos para melhorar a qualidade de vida nas cidades (TechScape) ou até mesmo novos métodos e processos para ajudar a capacidade reprodutiva de animais domésticos de elevado valor (ScHIVA), entre outros. Os participantes garantem ao programa uma elevada amplitude de domínios científicos e know-how, bem como alguma diversidade no que toca às fases de desenvolvimento tecnológico e comercial. Assim, espera-se que seja uma edição rica em partilha de experiências, à semelhança do que tem vindo a ser feito nas anteriores. Prémios do BIP 2020 vão até 4000€ O objetivo final é que os participantes saiam do programa com a capacidade de elaborar um modelo e um plano de negócio, dominando ferramentas que os permitam abordar o mercado, seja pela criação de uma spin-off ou até mesmo com um foco renovado na transferência de tecnologia. Para isso, contarão com a ajuda de mentores especializados, prontos para ajudar as equipas nas tarefas. Do grupo fazem parte membros da U.Porto Inovação e UPTEC, mas também outros especialistas, entre eles: João Pereira (Head of Digital na Portugal Ventures), Paulo Cunha (CEO na MediData), Nuno Rocha e Bruno Rio (2Venture), e até um empreendedor de uma spin-off da U.Porto: Luís Valente (CEO da iLOF). Depois das oito semanas de formação e mentoria especializada, o BIP 2020 termina com o pitch day, com data a anunciar em 2021. Nesse dia serão coroadas as equipas vencedoras, e atribuídos os prémios que vão dos 1500€ aos 4000€ - um apoio do Santander Universidades. Além disso, os participantes terão aqui uma oportunidade para apresentar o seu negócio ao ecossistema universitário e empreendedor do Porto. Além do apoio do Santander Universidades, esta edição conta com o apoio estratégico de parceiros do ecossistema: i3S, INEGI, INESC TEC Porto, CIBIO-InBIO, ISPUP e CIIMAR. O BIP 2020 é enquadrado no SPIN UP, um projeto cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Programa de Cooperação Transfronteiriça INTERREG V A Espanha-Portugal 2014-2020 (POCTEP). O SPIN UP pretende aumentar a transferência de tecnologia para o mercado nas regiões do Norte de Portugal e Espanha.        Com o apoio de:

Spin-off da U.Porto na "corrida" das vacinas contra a COVID-19

Desde a sua fundação, em 2014, que a Immunethep se tem dedicado à criação de vacinas, principalmente contra infeções bacterianas multirresistentes. Este ano, e depois de se verem obrigados a parar toda a atividade devido à pandemia da COVID-19, a spin-off Universidade do Porto mobilizou-se para pensar numa solução para este problema que está a afetar o mundo inteiro. O vasto conhecimento da Immunethep na área permitiu-lhes avançar rapidamente. E além da experiência está, claro, a urgência: “A situação económica em que o país se encontra fez-nos perceber o quão importante será, para o nosso país, termos uma solução interna que nos permita vacinar as pessoas o quanto antes”, refere Bruno Santos, CEO da empresa. Assim sendo, a equipa arregaçou as mangas e começou a trabalhar numa solução que “irá promover uma forte e duradoura imunidade à COVID-19”, referem. “Esta vacina foi desenhada para potenciar a resposta imune ao vírus e tem uma dupla função: induzir a produção de anticorpos específicos para neutralizar este novo coronavírus, mas também aumentar a capacidade natural do ser humano de combater infeções virais”, diz Bruno Santos. Isto porque, segundo os especialistas, a vacinação dos pacientes poderá não gerar uma resposta em tempo útil. Assim, a Immunethep está a desenvolver dois produtos (um para prevenção e outro para tratamento) e a criar uma terapia mais abrangente para tratar o que chamam de “estas infeções bacterianas oportunistas”. Immunethep aposta na prevenção mas também no tratamento A vacina já está a ser testada em ratinhos e o objetivo será induzir uma imunidade contra o SARS COV-2. “Essa vacina é composta pelo vírus inativado, e será inalada para potenciar a imunidade pulmonar”, explica Bruno Santos. Ao mesmo tempo, a Immunethep está a trabalhar também num outro produto, os anticorpos monoclonais, que suportará a recuperação de pessoas já infetadas. A spin-off da U.Porto é conhecida pela sua experiência na criação de imunoterapias anti-bacterianas, desenvolvidas após terem descoberto que “diferentes bactérias usam exatamente o mesmo mecanismo para impedir a atuação correta do nosso sistema imune”, referem os cientistas. Assim, essas imunoterapias consistem numa outra vacina preventiva antibacteriana e de largo espectro e pelos anticorpos monoclonais, anteriormente referidos, que podem ser administrados como tratamento para essas mesmas infeções. Bruno Santos acrescenta ainda que se verificou que “mais de 50% dos casos fatais em pacientes com COVID-19 são precisamente causados por infeções bacterianas oportunistas.” Concluindo, a Immunethep está a apostar nas duas frentes: “Em pessoas que já estão com COVID-19 podemos administrar os anticorpos monoclonais e, assim, impedir o desenvolvimento das referidas infeções bacterianas oportunistas”, explica Bruno Santos. Ou seja: sses anticorpos não são direcionados especificamente para o vírus SARS COV-2 mas impedem um dos principais riscos em pacientes COVID-19: as infeções bacterianas. Produto final ainda pode demorar Se tudo correr como esperado, e se for aprovada, a vacina será produzida juntamente com uma empresa do Canadá, com a qual a Immunethep já trabalhou na produção da sua vacina bacteriana. No entanto, a spin-off U.Porto alerta para o tempo necessário para o desenvolvimento seguro de uma vacina, sendo a palavra “breve” sempre muito relativa. “Normalmente o processo de ensaios clínicos (admitindo que tudo corre bem) dura, em média, oito anos. Achamos que as primeiras vacinas podem estar disponíveis para distribuição em larga escala dentro de um ano, mas vivemos uma situação de informação atualizada quase ao minuto. Por isso, é muito difícil fazer previsões”, alerta Bruno Santos. Quando questionados sobre se este tipo de pandemias serão mais frequentes no futuro, o CEO da Immunethep não tem dúvidas em afirmar que sim. Segundo os cientistas, “os processos recentes de globalização aumentaram muito as vias de transmissão de novos agentes infeciosos” e sempre que um deles ganha a capacidade de causar doença em humanos, “o risco de pandemia é enorme, pois não se conhece a sua evolução”, refere Bruno Santos. Assim sendo, e independentemente de ser uma doença mais ou menos grave, a Immunethep acredita que “será de esperar que que pandemias deste género sejam cíclicas”. Sobre a Immunethep Criada em 2014 por Bruno Santos e por Pedro Madureira, antigos estudantes, respetivamente, da Porto Business School (o primeiro) e da Faculdade de Ciências (FCUP) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da U.Porto (o segundo), a Immunethep recebeu a chancela U.Porto Spin-off em 2017. Desde a sua fundação, a empresa tem-se dedicado a combater uma das principais causas de morte em todo o mundo: as infeções bacterianas. Para isso, desenvolve imunoterapias antibacterianas capazes de proteger uma ampla gama de segmentos populacionais que vão desde recém-nascidos até idosos. Em 2017, a Immunethep viu o seu trabalho reconhecido pela Fundação Bill & Melinda Gates (BMGF), que forneceu um grant para que a Immunethep pudesse testar um dos seus produtos. Um ano depois, a empresa fundada na U.Porto alcançou 1.º prémio – no valor de 25 mil euros – na competição internacional Emprendedor XXI.  

Innovation Support Programme finalists selected

EIT Health Hub U. Porto has already selected the final projects for de Innovation Support Programme (PAI). 20 applications were approved, with innovative ideas of products and services concerning healthcare, from software for an earlier and more effective breast cancer diagnosis, to vascular grafts. Amongst all the approved applications, eight are in an early stage of development and so, under this programme, they will be verified and validated through several aids, such as mentorship oh the specialist areas, prototype construction, market viability studies, and tests with end-users. These projects’ ideas encompass the creation of apps that allow the monitorization of multiple sclerosis patients, games to help the clinical support of anorexic teenagers, devices that manage the bipolar disease, the impact of apps on people with diabetes type 1, early diagnosis of breast cancer and melanoma, development of nanoparticles for dentistry, and apps that measure and prevent elderly fragility. Twelve other projects that are in a more advanced phase were also selected and will benefit from logistical and financial support, up to 4.000€, for the production of a product prototype of implementation of a pilot service, besides support on market validation. Those projects are: CyanoCare – cyanobacteria products for the protection and regeneration of skin; GoGraft – innovative vascular graft; Sense4Med – cellular therapy for joints injuries; TexTeLi – textile structure to fix tendons and ligaments; BioGadgets – microbial solutions library; MAMMO|3D – 3D mamographies images; BBIT20 – trials on a molecule that helps fighting breast and ovary cancer; EvolOva – new evaluation tool on women's reproductive function; GRIPWISE: FRÁGIL – device that evaluates elderly fragility; Otitest – thermometer that detects otitis; LIPOWISE: MÃES – adipometer for pregnant women; Games to Learn – a serious game about the rational usage of medicines. Work has begun on October 1st and the first results will arise by the end of 2020. Next year, PAI will open new applications opportunities to strengthen the regional entrepreneurial ecosystem, by providing tools that allow both individuals and companies to increase the success of innovative solutions implementation.

Programa de Apoio à Inovação já tem finalistas

O EIT Health Hub U. Porto já selecionou os projetos finalistas do Programa de Apoio à Inovação (PAI). Foram 20 as candidaturas aprovadas, com ideias de produtos e serviços inovadores, na área da saúde, desde software para um precoce e mais eficaz diagnóstico do cancro da mama, até enxertos vasculares. A maioria dos projetos é da Universidade do Porto. Entre todas as candidaturas aprovadas, oito são ideias embrionárias que, ao abrigo do PAI, vão poder ser verificadas e validadas através de vários apoios, tais como mentoria nas áreas de especialidade, construção de protótipos, estudos de viabilidade de mercado e teste junto dos utilizadores finais. Estes projetos envolvem ideias como a criação de aplicações que permitem a monitorização de pacientes com esclerose múltipla, jogos para apoio clínico de jovens com anorexia, dispositivo para gestão da doença bipolar, impacto da utilização de aplicações em pessoas com diabetes tipo 1, soluções para diagnóstico precoce de cancro da mama e do melanoma, desenvolvimento de nanopartículas para a medicina dentária e aplicações que meçam e previnam situações relacionadas com a fragilidade dos idosos. Houve ainda doze projetos que estão em fase mais avançada de desenvolvimento, e que vão beneficiar de apoio logístico e/ou financeiro, até um total de 4.000€, para a produção de um protótipo do produto ou implementação de um piloto do serviço a validar, além do apoio na validação de mercado. Os projetos selecionados são: CyanoCare – utilização de produtos provenientes de cianobactérias para a proteção e regeneração da pele; GoGraft – desenvolvimento de um enxerto vascular inovador; Sense4Med – terapia celular para lesões das articulações; TexTeLi – estrutura têxtil para reparar tendões e ligamentos; BioGadgets – biblioteca de soluções microbiais; MAMMO|3D – ferramenta de imagens mamográficas 3D; BBIT20 – ensaio de molécula que ajuda a combater o cancro da mama e dos ovários; EvolOva – método de avaliação da função reprodutiva feminina; GRIPWISE: FRÁGIL – dispositivo para avaliar fragilidade do idoso; Otitest – termómetro que permite avaliar a presença de otite; LIPOWISE: MÃES – adipómetro para mulheres grávidas; Games to Learn – jogo sério sobre o uso racional de medicamentos. O início dos trabalhos deu-se a 1 de outubro e os resultados preliminares deverão surgir até ao fim de 2020. No próximo ano, o PAI voltará a abrir candidaturas para continuar a fortalecer o ecossistema empreendedor regional, através de ferramentas que permitam aos indivíduos e empresas envolvidos aumentar o sucesso da entrada no mercado de soluções inovadoras.  

“A pandemia foi uma oportunidade única para produzir conhecimento”

Médico dentista, investigador, inventor, apaixonado pela vida e pelo trabalho que escolheu. Este é o retrato de Miguel Pais Clemente, um cientista da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). “Ser investigador é algo que nasce connosco no sentido de termos uma vertente crítica e inconformada que quer ir mais além, saber mais, questionar procedimentos e analisar resultados”, conta o docente e investigador em entrevista à U.Porto Inovação. Assim, e apesar de, como em tantas crianças, astronauta ter sido a primeira escolha no que dizia respeito à profissão, Miguel Pais Clemente descobriu cedo qual o caminho que queria seguir. Neto e filho de médicos, lembra-se de ter apenas 10 anos e andar pelos corredores do Hospital de São João no Porto, ao lado do pai, pensando que um dia também poderia ser médico ali. No entanto, as médias exigentes acabaram por impor um pequeno “desvio” no percurso, tendo acabado por se licenciar em Medicina Dentária: “Portanto, o meu desejo de ser médico ficou numa área anatómica anexa, como se de uma anastomose se tratasse”, refere. Terminada a licenciatura, o investigador começou o mestrado em 2004 “à moda antiga” na Faculdade de Medicina Dentária da U.Porto. Foi aí que teve contacto com metodologias inovadoras para a altura, nomeadamente a interpretação de amostras de tecido ósseo em microscópica eletrónica de varrimento”, explica. Seguiu-se o Doutoramento, com uma equipa de orientação constituída por pessoas das Faculdades de Medicina, Medicina Dentária e também Engenharia, começando a evidenciar-se a ligação multidisciplinar que, no futuro, não deixaria de estar presente no percurso académico do investigador. Graças à participação da Faculdade de Engenharia nesta parte do percurso, Miguel Pais Clemente teve a oportunidade de “utilizar diferentes tipos de sensores, como por exemplo termografia, em contexto de atividade clínica dentária”, refere o que em muito contribuiu para o que foi alcançando, enquanto cientista, até aos dias de hoje. Foi depois de concluir o Doutoramento que Miguel Pais Clemente sentiu “ter atingido o início da maturidade na investigação”. A área de trabalho que escolheu, e cujo caminho percorre até hoje, foi a Oclusão e dos Distúrbios temporomandibulares. Quando questionado sobre essa escolha, Miguel Pais Clemente refere que a considera fascinante do ponto a nível clínico, mas, sobretudo, muito importante no ponto de vista da investigação uma vez que “os distúrbios temporomandibulares são a causa mais frequente de visita ao profissional de saúde oral a seguir à dor de origem dentária”, explica. Então, juntando a curiosidade, a sede de informação e de respostas, a orientação de alunos e a paixão por esta área científica, Miguel Pais Clemente instalou-se definitivamente na FMUP dando seguimento, mesmo que de outra forma, ao imaginário do menino de 10 anos. “Gosto muito de ser inventor na Universidade do Porto onde existem exemplos firmes e sólidos que nos fazem ambicionar sempre mais. O que mais gosto é a questão relacionada com o relacionamento humano de ajuda e partilha de conhecimento entre os professores, bem como de poder trabalhar em equipas multidisciplinares”, conta o investigador. A ciência ao serviço da sociedade E foi a partir de uma dessas interações, mais precisamente com Joaquim Gabriel Mendes (docente e investigador da Faculdade de Engenharia da U.Porto) que Miguel Pais Clemente teve a oportunidade de participar na criação de uma inovação recente, que promete ser revolucionária nos tempos que vivemos. Falamos do escudo protetor de aerossóis para uso na área da Saúde Oral, que se propõe a resolver alguns dos desafios que a pandemia da COVID-19 colocou a essa área clínica. Na sua opinião, a altura da pandemia, em que o mundo parou, “foi também uma oportunidade única para produzir conhecimento”, conta. Assim, e seguindo os conselhos de quem o rodeava, juntou-se a Joaquim Gabriel Mendes nesta invenção revolucionária e desenvolvida em tempo record para dar resposta rápida aos desafios da pandemia. “O escudo protetor confere um grau de proteção adicional aos profissionais de medicina dentária, bastante expostos dada a proximidade com a cavidade oral, bem como com a facilidade de transmissão do coronavírus SARS-CoV2 pelas gotículas que se propagam no ar”, explica o investigador. Na sua opinião, existe uma “responsabilidade maior e há uma crença em que os resultados possam ser úteis para a academia e para a sociedade em geral”, e isso motivou-o a não baixar os braços durante uma altura em que todo o mundo precisa de soluções eficazes para começar a viver no “novo normal”. Para a dupla de investigadores era imperativo encontrar uma forma de proteger estes profissionais de saúde oral do risco elevado que corriam ao tratar os seus pacientes e, como diz Miguel Pais Clemente, “traduzir o conhecimento em algo útil para sociedade é um estímulo constante”, presente nas suas mentes durante todo o processo. Sonhos? Futuro?: "O ser humano é um ser insaciável" Ao falar em sonhos e planos futuros, Miguel Pais Clemente não hesita em citar o conhecido poema de Antonio Machado, dizendo “o caminho faz-se caminhando”. Neste momento, a sua realização profissional existe muito graças ao trabalho que executa na FMUP “onde ilustres académicos como Altamiro da Costa Pereira (diretor da FMUP), Adelino Leite Moreira (diretor do departamento) e José Manuel Amarante (Diretor do mestrado de Cirurgia Ortognática e Ortodontia) ilustram equipas de trabalho de excelência ao nível da investigação”, refere o investigador. No entanto, essa satisfação não é nunca sinónimo de parar ou conformar-se, e Miguel Pais Clemente sonha em poder dar continuidade ao seu trabalho no estudo, ensino e investigação na área das ciências dentárias, “potenciando a formação pós-graduada que existe na FMUP nas áreas da medicina dentária e estomatologia”, diz. No que diz respeito à sua invenção mais recente - o escudo protetor - está já a desenhar-se uma parceria com a empresa Laborial, que tem como principal objetivo melhorar o protótipo e, assim, passar para a implementação de facto no mercado. “Porque a vida recente ensinou-nos que há um vírus que pode parar o mundo, e quanto melhor nos prepararmos para o futuro mais estaremos a fazer em prol das nossas vidas e das gerações vindouras”, conclui.

SPRELIVE: azeite para barrar que nasce do bagaço da azeitona

  Sabia que são necessários 5kg de azeitonas para fazer um litro de azeite? E que o subproduto remanescente, chamado bagaço de azeitona, representa 80% da quantidade inicial de azeitonas, constituído pela polpa, caroço e pele? E ainda que esse bagaço de azeitona tem, na sua composição, compostos fitotóxicos, que apesar de terem um grande impacto a nível ambiental e económico, também podem ter efeitos positivos na saúde humana graças às suas propriedades antioxidantes? Então… como poderemos aproveitar o que sobra da produção de azeite, reduzindo o desperdício e a pegada ambiental, mas aproveitando os benefícios? Antes de tudo, é necessária uma gestão cuidada do bagaço de azeitona, desde a sua remoção, passando pelo transporte ao armazenamento. Sendo a indústria do processamento de azeite uma das mais relevantes na economia portuguesa, as quantidades de bagaço de azeitona geradas são muito significativas, podendo ser prejudiciais a nível ambiental (se o bagaço for colocado no solo, por exemplo, os compostos bioativos do bagaço de azeitona inibem o crescimento de plantas). Depois, é fundamental encontrar uma estratégia de valorização desse subproduto tão rico em possibilidades. Beatriz Oliveira, Maria Antónia Nunes e Rita Alves, investigadoras da Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP) e do REQUIMTE, têm vindo a estudar as potencialidades do bagaço de azeitona e a trabalhar no desenvolvimento de novos subprodutos. São elas as mentes por trás de uma opção possível para aproveitamento do bagaço de azeitona: o SPRELIVE, um creme vegetal, para barrar, à base de azeite. Este produto alimentar inovador conjuga as propriedades benéficas do azeite com as de um extrato funcional e natural, extraído do bagaço de azeitona de forma sustentável. “O SPRELIVE atende a uma necessidade emergente dos consumidores: a utilização de ingredientes naturais na formulação de alimentos, associada a alimentos mais saudáveis”, referem as investigadoras. Além disso, procura-se ainda que o produto final tenha efeitos moduladores em fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Princípios da "química verde" O modo de obtenção do extrato funcional, referem as investigadoras da FFUP/REQUIMTE, “não utiliza qualquer tipo de solventes químicos” seguindo, assim, os princípios da química verde para obter um extrato natural. “Esta estratégia baseia-se em princípios de bioeconomia e economia circular, sendo recomendada pelas políticas agroalimentares atuais a utilização de recursos e matérias-primas de forma sustentável. O nosso processo pretende encontrar o ponto de equilíbrio entre a recuperação dos compostos bioativos e a sustentabilidade ambiental e económica”, contam. Além disso, o facto de ser um “azeite barrável” faz do SPRELIVE um produto funcional e conveniente, o que permite expandir as aplicações do azeite na alimentação diária. O caráter inovador do produto – que já tem dois pedidos de patente internacional submetidos (Europa e Estados Unidos) -  foi recentemente reconhecido no concurso Food Valorization & New Food, criado para apoiar projetos de inovação na área dos produtos alimentares tradicionais. Levar o azeite barrável para as prateleiras do supermercado O sonho das investigadoras passa, naturalmente, por colocar o SPRELIVE no mercado, de modo a “proporcionar melhores escolhas alimentares e contribuir para adoção de hábitos saudáveis dos consumidores”. Para isso, a próxima etapa será aumentar a escala do processo e, possivelmente, gerar novos players no setor oleícola. Neste momento o SPRELIVE está numa ativa procura de parceiros comerciais para exploração e/ou comercialização da inovação. “As indústrias do processamento de azeite serão os principais “alvos”, uma vez que detêm as matérias-primas e os canais de distribuição tradicionais, podendo assim verticalizar a área de negócio, desenvolvendo e comercializando o SPRELIVE”, referem as investigadoras. No entanto, existe também a possibilidade de as empresas utilizarem apenas o processo de extração desenvolvido na FFUP/REQUIMTE e não o desenvolvimento do SPRELIVE o que, na opinião das cientistas, é “perfeitamente exequível uma vez que o extrato obtido pode ser disponibilizado para outras indústrias”. Na opinião de Beatriz Oliveira, Maria Antónia Nunes e Rita Alves “é de extrema importância encontrar e promover formas inovadoras de maximizar as oportunidades que a indústria do azeite gera”, porque a produção de azeite tem aumentado consideravelmente e a tendência é para continuar. “O SPRELIVE pretende posicionar-se, assim, como uma alternativa a outros produtos da mesma categoria, no segmento dos produtos funcionais e ecológicos, sendo também uma aplicação inovadora do azeite, um produto tradicional.”, concluem.

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