Material “made in U.Porto” vence prémio de inovação
Submitted by U.Porto Inovação on 19/09/18
A tecnologia Rheinforce, desenvolvida pelos investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Francisco Galindo Rosales e Laura Campo Deaño, conquistou recentemente o Prémio de Inovação na ‘AuxDefense 2018’, a primeira e mais importante conferência internacional de materiais avançados para a defesa.
O Rheinforce é um compósito que permite modificar as propriedades amortecedoras de diferentes materiais, como a cortiça, o silicone ou a borracha, ajudando assim a diminuir o impacto e o efeito nefasto dos mesmos. Falando mais diretamente do contexto da AuxDefense, pense-dr, por exemplo, em capacetes, que são objetos muitas vezes sujeitos a impactos fortes. Ao utilizar o fluido Rheinforce e incorporando-o numa rede de canais muito pequenos, impressos a laser na cortiça (fotografia à esquerda), e colocando depois dentro do capacete, é possível customizar as propriedades mecânicas do material. Ou seja, consegue-se uma diminuição do impacto e garantem-se “propriedades amortecedoras personalizadas e otimizadas para cada situação em questão”, explica Francisco Rosales.
A chave da tecnologia está na combinação do comportamento mecânico do material sólido e do fluido e da rede de microcanais que o confina. O compósito também pode ser usado em caneleiras de jogadores de futebol ou pranchas de surf, e até ser usado em situações de vibração ou de ruído excessivo.
Para os investigadores este “reconhecimento por parte da comunidade científica do potencial desta tecnologia” é muito importante. Além disso, consideram que o reconhecimento nos Innovation Prizes da conferência lhes deu visibilidade “tanto dentro do universo académico como fora dele”.
A conferência AuxDefense 2018 decorreu entre 3 e 4 de setembro, na Universidade do Minho.
U.Porto quer conhecer melhor os seus empreendedores
Submitted by U.Porto Inovação on 17/09/18
Considera-se um empreendedor? Já esteve ou está envolvido em alguma iniciativa empreendedora? Conhece algum empreendedor ou participou em alguma atividade relacionada com o tema? Se respondeu que sim a qualquer uma destas questões, a Universidade do Porto quer saber a sua opinião.
Direcionado maioritariamente a empreendedores, mas também a todos os que contactam ou já contactaram com o tema dentro da sua Universidade (via projetos ou iniciativas na área), o projeto NOE (Noroeste Empreendedor) lança um inquérito que tem como objetivo conhecer melhor o ecossistema empreendedor das três universidades parceiras do projeto (U.Aveiro, U.Minho e U.Porto). Os resultados do inquérito vão ajudar formar as bases do Observatório do Empreendedorismo – uma das maiores bandeiras do projeto NOE, que pretende ajudar a caracterizar os três ecossistemas empreendedores em profundidade.
Além de mapear as iniciativas de apoio ao empreendedorismo, dinamizadas pelos beneficiários, ao longo dos últimos anos, o Observatório tem também como objetivo aferir o impacto da Terceira Missão nas universidades participantes no estudo. Através da identificação de casos de sucesso e boas práticas que beneficiem o ecossistema empreendedor, tanto das universidades em geral como das startups em particular, esta recolha de informação vai permitir melhorar as ações de apoio ao empreendedor bem como ajudar a definir novas estratégias de desenvolvimento de negócios.
O inquérito encontra-se disponível online e está aberto a toda a comunidade da U.Porto até ao dia 31 de outubro de 2018. O tempo aproximado de resposta é 15 minutos.
Os dados pessoais recolhidos no inquérito são confidenciais e serão conservados durante o prazo necessário ao cumprimento de todas as obrigações legais que recaem sobre o consórcio constituído pela Universidade de Aveiro, Universidade do Minho e Universidade do Porto. Serão tratados e, posteriormente, divulgados sempre de forma agregada e nunca individual.
Mais informações através do e-mail empreendedorismo@up.pt.
O NOE é um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e União Europeia. Os parceiros são as universidades de Aveiro, Minho e Porto.
"Patentear é um selo de inovação muito gratificante"
Submitted by U.Porto Inovação on 24/07/18
Com uma licenciatura e um doutoramento em Farmácia, e cumprindo o sonho que tinha desde criança – ser professora – Fernanda Borges escolheu a casa e família Universidade do Porto já há 35 anos. Tendo passado pelas Faculdades de Farmácia e de Ciências, onde está agora a fazer investigação e também a dar aulas, recentemente deu início a um novo desafio: ser empresária. Mesmo não estando nos seus planos, uma vez que o que mais a atraía era a investigação fundamental, juntamente com a sua equipa científica e com três colegas da Universidade de Coimbra, Fernanda Borges ajudou a fazer nascer a startup MitoTAG.
De certa forma podemos dizer que tudo começou não só com a sua “vontade de descobrir novos medicamentos e soluções terapêuticas”, diz a investigadora, mas também com aquele que é o grande sonho da sua carreira: “descobrir um medicamento eficaz para doenças degenerativas como Parkinson, Alzheimer e Esclerose Lateral Amiotrófica”. E a verdade é que esse objetivo já esteve muito mais longe de ser alcançado. O segredo? Está nas células e no seu envelhecimento.
Comecemos por olhar mais aprofundadamente para as células do nosso corpo, mais especificamente para a mitocôndria, isto é, a parte da célula responsável por produzir a energia da mesma. O problema começa quando, devido ao envelhecimento, a mitocôndria começa a ficar mais vulnerável ao stress oxidativo. Para piorar o cenário, este processo é ainda exacerbado pela exposição à poluição e à radiação UV. Esse cenário do envelhecimento poderia ser resolvido com recurso a antioxidantes mas os atualmente usados não são capazes de alcançar a mitocôndria e, por isso, não são efetivos. A equipa da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que Fernanda Borges lidera, quis encontrar uma solução para esse problema. Além disso, os investigadores pretendem que, a longo prazo, a sua invenção possa ter aplicações também na área da saúde e não só na cosmética.
E como funciona a invenção? Podemos dizer que é uma espécie de GPS do antioxidante, explica Fernanda Borges: “Ligámos um antioxidante natural a um grupo químico que funciona como um auxiliar de navegação. Isto permite que os antioxidantes consigam localizar a mitocôndria e ter uma acumulação 5000 vezes maior quando comparados com os antioxidantes tradicionais”. Assim, os antioxidantes desenvolvidos fazem com que as células da pele consigam aumentar as suas defesas antioxidantes.
A invenção está já patenteada em Portugal e tem submetidos pedidos de patente a nível internacional, processo esse que Fernanda Borges considera, apesar de difícil para um investigador das ciências exatas, muito gratificante: “É um selo de inovação que garante que fomos os únicos no mundo a ter a ideia”, diz. Ter um aspeto “eternamente jovem”, por assim dizer, já seria um elemento agregador de valor à invenção da equipa da FCUP, mas Fernanda Borges e a equipa MitoTAG querem ir mais longe. Com resultados promissores, recentemente receberam um investimento de 20.000€ no âmbito do programa BIP PROOF, promovido pela U.Porto Inovação. Esse financiamento vai ajudar a obter novas provas de conceito em modelos mais próximos de utilização final da tecnologia. O objetivo principal é fazer com que seja possível, no futuro, usar a mesma tecnologia como um princípio ativo para o tratamento de doenças do fígado e doenças neuro degenerativas, para as quais não existe tratamento eficaz.
U.Porto reforça liderança na inovação
Submitted by U.Porto Inovação on 19/04/18
O ano de 2017 foi mais um ciclo de consolidação da missão da Universidade do Porto de proteger e valorizar o conhecimento produzido dentro da instituição. As patentes ativas, cujo portfolio é gerido pela U.Porto Inovação, chegaram a 242, tendo sido feitos, só em 2017, 11 novos pedidos de prioridade de patente em território nacional e 5 em território internacional. Somando a esses números, foram efetuados 40 pedidos de extensão de patente para territórios como Europa, Estados Unidos, Japão, China, Singapura, entre outros.
Estes números contribuíram para que a Universidade do Porto fosse a instituição portuguesa com mais pedidos de patente em 2017, segundo o European Patent Office, com um total de 12 pedidos de patente em território europeu . Essas submissões dizem respeito ao perímetro consolidado da U.Porto, incluindo institutos associados, contando 6 submissões de patente por parte de Faculdades da Universidade e 6 do INESC TEC.
De ressalvar também são as patentes concedidas durante o ano passado, que totalizam 29 entre nacionais e internacionais. Atualmente, a U.Porto conta já com 17 patentes concedidas nos Estados Unidos, 51 em território Europeu, 4 em Singapura, 2 no Japão, entre outras em diferentes territórios espalhados pelo mundo. Foi também em 2017 que se alcançou a 50ª concessão de patente portuguesa para a Universidade do Porto.
Continuar a impulsionar o empreendedorismo na comunidade
Outra das apostas fortes da U.Porto Inovação, desde a sua criação em 2004, tem vindo a ser o apoio ao empreendedorismo. E isso pode acontecer ao nível do apoio pessoal e direcionado, ou da colaboração com novas ideias de negócio e empresas nascidas no seio da Universidade do Porto. Em 2017 houve um significativo aumento do número de empresas com a chancela Spin-off U.Porto (47 novas empresas durante o ano), o que fez com que o número de empresas do grupo exclusivo The Circle ascendesse a 58 no final do ano passado.
A par disso, 2017 foi o ano de regresso do Business Ignition Programme (BIP), um programa de iteração de modelos de negócio imersivo. No ano passado a U.Porto Inovação, em parceria com o CIIMAR e o INESC TEC, organizou duas edições do BIP que envolveram 22 ideias e mais de 80 participantes. Das 22, cinco foram premiadas.
A 3ª missão da Universidade do Porto, que consiste numa maior aproximação da mesma à indústria, bem como por uma mais eficaz valorização económica e social do conhecimento gerado na Universidade, foi outro dos focos da U.Porto Inovação. As sessões A2B, que já são um habitué na atividade do gabinete, deram as boas vindas a empresas como EFACEC, Cooprofar-Medlog, CTT, JTC Corporation, Grupo OENEO, Sogrape Vinhos e Zoetis. Durante 2017 foram organizadas 8 sessões, nas quais participaram mais de 200 pessoas, entre investigadores e membros de grandes empresas e startups. Ainda dentro do esforço de aproximação à indústria, foi criado o conceito ideA2B, que consiste em aprofundar um pouco mais a relação com as empresas, potenciando de igual forma encontros entre investigadores e empresários, mas incluindo também, nessas reuniões, a presença de especialistas em inovação para ajudar a alavancar o processo de colaboração. A primeira ideA2B teve lugar nas instalações da Cooprofar-MedLog e o balanço foi bastante positivo.
Já perto de encerrar o ano, a U.Porto Inovação organizou a 3ª edição da Gala da Inovação da Universidade do Porto. O Museu do Carro Elétrico foi o palco escolhido para acolher os mais de 300 convidados e celebrar o que de melhor se faz ao nível de inovação na Universidade. Sob o mote “O engenho humano”, foram homenageadas 3 figuras da U.Porto: Constança Paúl, na área da Inovação Social, Jorge Lira, na Inovação Artística, e Adélio Mendes, o primeiro vencedor do Prémio Inovação Tecnológica – iniciativa da U.Porto Inovação apoiada pelo Santander Universidades.
Como refere Maria Oliveira, coordenadora da U.Porto Inovação, em jeito de balanço do que foi o último ano, “é um privilégio a equipa continuar a ajudar a fazer da inovação um dos principais pilares da Universidade do Porto, promovendo o conhecimento e as competências aqui desenvolvidas”.
A brochura da U.Porto Inovação em números, referente ao ano de 2017, está disponível para consulta aqui.