Spin-offs U.Porto com fundadores na lista dos jovens mais promissores da Forbes
Submitted by U.Porto Inovação on 18/03/20
Bruno Azevedo e Rodrigo Pires, fundadores da Addvolt, e António Rocha, Gilberto Loureiro e Paulo Ribeiro, fundadores da Smartex foram eleitos pela Forbes para o ranking dos 30 melhores talentos europeus com 30 anos ou menos.
Anualmente, a Forbes distingue os jovens europeus mais promissores e voltou a selecionar empreendedores da UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, sendo que ambas as empresas possuem o selo spin-off U.Porto. Na lista, a Addvolt e Smartex foram distinguidas nas categorias de Manufacturing & Industry e Social Entrepreneurs, respetivamente.
A Addvolt desenvolveu uma tecnologia que permite utilizar a energia produzida pelo camião para alimentar a unidade frigorífica. A energia gerada pela travagem ou desaceleração do camião é utilizada para o sistema de refrigeração em modo elétrico, o que permite reduzir substancialmente as emissões de CO2, o consumo de combustível e a emissão de ruído.
Com atividade em Portugal, Espanha e Alemanha, a spin-off da U.Porto – fundada por quatro alumni da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – também recebeu, no final de 2019, um investimento de 1,68 milhões de euros do Conselho Europeu de Inovação.
A Smartex, empresa também incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, criou uma tecnologia de visão computacional que deteta defeitos em têxteis em fase de produção. Fundada por três alumni da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, a startup criou uma solução que reduz os defeitos de produção para perto de 0%, diminuiu o desperdício e a produção têxtil defeituosa, assim como, aumenta a competitividade e qualidade da indústria.
A spin-off da U.Porto já passou por programas de aceleração em Shenzhen (China) – onde angariou 220 mil euros de investimento – , Sillicon Valley (EUA) e Amesterdão (Países Baixos). No final do ano passado, o Conselho Europeu de Inovação atribuiu-lhe uma subvenção ligeiramente superior a um milhão de euros e um investimento em capital próprio de 1,37 milhões de euros.
Este ano, Portugal tem a maior representação de sempre no ranking dos jovens europeus mais promissores com 30 anos ou menos, com 10 portugueses listados.
U.Porto Inovação “abraça” novo projeto internacional
Submitted by U.Porto Inovação on 09/03/20
“Com o projeto Embrace abrimos a oportunidade de colocar o social no centro da economia”, refere Filipe Castro, da U.Porto Inovação, no lançamento de um novo projeto. O European Corporate Social Entrepreneurship (EMBRACE) arrancou no final de fevereiro de 2020 em Budapeste (Hungria) e a Universidade do Porto é um dos parceiros selecionados (através da U.Porto Inovação e do Instituo de Sociologia da U.Porto (IS-UP)).
O principal objetivo do EMBRACE é promover o empreendedorismo social nos programas educacionais das instituições de ensino superior, ao mesmo tempo que sugere maneiras de melhorar as competências, a empregabilidade e as atitudes dos alunos, contribuindo para a criação de novos negócios e oportunidades. As organizações que pensam hoje o seu futuro já não conseguem evitar a procura de um equilíbrio entre competitividade e sustentabilidade económica, social e ambiental e o maior desafio que essas organizações – incluindo universidades – enfrentam é social, pois é a partir deste domínio que todos os outros se desenvolvem.
Ana Isabel Couto, docente da Faculdade de Economia da U.Porto e investigadora no IS-UP, relembra que este assunto já tem vindo a ser falado há bastante tempo, nomeadamente pelo antigo secretário-geral da ONU, Kofi Annan: “‘Não estamos a pedir às empresas para fazerem algo diferente da sua atividade normal; estamos a pedir-lhes que façam a sua atividade normal de forma diferente’, disse ele em 2002”.
Assim, numa economia global orientada para o conhecimento, é fundamental que se tenha acesso a produtos e serviços mais sustentáveis, dando também mais ênfase às questões da inclusão e igualdade social, bem como um maior envolvimento na pesquisa de processos de inovação que respondam às necessidades da sociedade. O EMBRACE “pretende fazer um levantamento das melhores práticas a este nível, oferecendo um retrato atualizado sobre corporate social entrepreneurship, que se pretende útil para um leque alargado de atores-chave”, refere Ana Isabel Couto.
“Para criarmos um futuro sustentável, que equacione o domínio do social como ponto de partida para as ações e as decisões, sugerimos também algumas ferramentas”, refere Filipe Castro. Entre elas estão, por exemplo, estudos, manuais e ofertas formativas e pedagógicas, que vão permitir desenhar um curriculum que sirva os propósitos das instituições que desejam formar novos empreendedores sociais que, no futuro, vão operar em diversos contextos empresariais e corporativos.
Dois anos a construir um "futuro social"
Bill O’Gorman, coordenador do EMBRACE, diz que o projeto tem um enorme potencial para transformar as entidades de cada região a voltarem-se mais para o futuro, ajudando-as a “desenvolver as competências do seu staff para que se criem produtos, serviços e processos mais sustentáveis que atendam às necessidades prementes da sociedade”, refere.
“Não temos dúvidas de que o futuro é social”, conclui Filipe Castro, e as aspirações descritas só poderão ser alcançadas se houver um compromisso aberto de colaboração e cooperação entre e hélice quádrupla de atores em qualquer sociedade (Universidades, Empresas, Governo e Sociedade). A base do desenvolvimento de uma sociedade empreendedora inclusiva, colaborativa e socialmente consciente é a Educação.
E é esse o compromisso que assumem os 10 parceiros do EMBRACE. São eles: Waterford Institute of Technology (Irlanda), Vilnius Gediminas Technical University (Lituânia), DRAMBLYS (Espanha), Budapest University of Technology and Economics - BME (Hungria), National School of Political Studies and Public Administration (Roménia), Domhan Vision (Alemanha), Hellenic Management Association (Grécia), Digital Technology Skills Limited (Irlanda), e Hanze University of Applied Sciences Groningen (Países Baixos).
O EMBRACE é um projeto co-financiado pelo programa Erasmus+ da União Europeia. A Universidade do Porto é um dos parceiros, através da U.Porto Inovação e do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP).
Codavel capta investimento de 1,3 milhões de euros
Submitted by U.Porto Inovação on 06/03/20
Seja qual for a rede – 3G, 4G, 5G ou Wi-fi – o objetivo da Codavel é um: tornar as apps mais rápidas. E foi com esse propósito que esta spin-off da Universidade do Porto conquistou um lugar entre as empresas escolhidas pelo fundo de transferência de tecnologia de 60 milhões de euros que a Armilar Venture Partners anunciou em fevereiro de 2019.
A fatia garantida pela startup portuense é de 1,3 milhões de euros e será aplicada na contratação de mais colaboradores e também na expansão para os mercados asiático e norte-americano.
“Não temos por hábito celebrar rondas de financiamento como ‘vitórias finais’ mas esta é uma verdadeira oportunidade para concretizarmos a nossa missão: ajudar as apps a providenciar uma experiência fora de série aos seus utilizadores, quer eles estejam conectados através de WiFi ou de uma rede 3G, que é por norma mais lenta”, refere Rui Costa, CEO da Codavel.
Solução capaz de reduzir até 80% o tempo de carregamento das aplicações
A empresa, fundada com base em tecnologia da Universidade do Porto e do MIT, desenvolveu uma solução que promete ajudar qualquer empresa a melhorar significativamente a experiência dos seus utilizadores móveis. E porquê esta missão? Rui Costa explica: “A capacidade de resposta de uma app é fundamental para uma boa experiência de utilizador. Se demorar mais de três segundos a disponibilizar o conteúdo procurado, 72% dos utilizadores tendem a abandonar a aplicação”. É por isso que, atualmente, as empresas despendem tanto tempo e esforço na experiência do utilizador.
Mas, como explica Rui Costa, isso não é suficiente: “Mesmo que construamos a app perfeita, a experiência final do utilizador está sempre dependente da cobertura de rede. É completamente diferente usarmos uma app na ligação WiFi, em casa, ou através do 4G numa multidão, por exemplo. Portanto, a conversão, retenção e até a receita gerada pelas apps são tudo métricas que dependem que algo que as empresas não controlam: as redes sem fios”.
Com tudo isso em mente, a Codavel criou um software (SDK) que é capaz de reduzir entre 20% e 80% o tempo que as aplicações demoram a carregar conteúdo como imagens ou vídeos, tornando as mais robustas à inerente instabilidade das redes wireless e de factores como a localização do utilizador.
“O nosso software consegue fazer isto através do Bolina, um protocolo de comunicação revolucionário e desenhado especialmente para fazer face à instabilidade das redes wireless”, refere Rui Costa.
Com o Codavel SDK, a experiência do utilizador da app é semelhante em qualquer conexão de rede utilizada e, ao mesmo tempo, a inovação ainda permite a redução de infraestrutura necessária e, consequentemente, uma redução nos custos de gestão: “Tudo o que as empresas têm de fazer é ‘arrastar e soltar’ o SDK na app”, explica o CEO.
"Uma equipa talentosa e madura"
O caráter inovador da solução chamou a atenção do fundo de transferência de tecnologia da Armilar, no qual também participaram a Portugal Ventures (o operador de capital de risco público nacional) e a Ideias Glaciares (business angels). Rui Costa afirma que a empresa se encontra num fase de maturidade em que o apoio deste tipo de parceiros é fundamental para levar o Bolina SDK “da fase beta, em que se encontra atualmente, até ao ponto em que será a tecnologia de referência para melhorar a experiência do utilizador”, diz.
Para José Guerreiro de Sousa, da Armilar Portugal Ventures, “a Codavel enquadra-se perfeitamente neste fundo de investimento pois surgiu na sequência de trabalhos de doutoramento na U.Porto e no MIT e tem direitos exclusivos de propriedade intelectual muito relevantes para a execução da sua estratégia”. Além disso, acrescenta, “é composta por uma equipa talentosa e madura”.
A Codavel é uma startup portuguesa com residência na Founders Founders e base operacional nos Estados Unidos. Foi uma das primeiras empresas a receber o selo spin-off U.Porto. Neste momento estão à procura de novos developers para integrar a equipa e Rui Costa deixa o mote: “If you happen to be such a crazy developer, do reach out!”
Inovação "made in U.Porto" quer revolucionar a indústria petroquímica
Submitted by U.Porto Inovação on 03/03/20
Diminuir o consumo de energia na indústria de produção de derivados do petróleo? Sim, é possível. E diminuir, ao mesmo tempo, os custos operacionais dessa mesma indústria com um processo fácil de implementar? É possível também, e existe um grupo de investigadores da Universidade do Porto, liderados por Alírio Rodrigues a trabalhar nisso mesmo.
A tecnologia, desenvolvida numa parceria da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) com a empresa TOTAL Petrochemicals France e com o KRICT, um instituto de investigação da Coreia do Sul foi a primeira invenção made in U.Porto a alcançar uma concessão de patente nesse mesmo país asiático.
Por um menor consumo de energia e custos operacionais mais baixos
A indústria petroquímica é uma das que mais consome energia. Nela existem muitos processos que originam correntes de mistura de nitrogénio e monómeros, como é o caso do propileno. Esse monómero é o que dá origem ao polipropileno, um polímero termoplástico muito resistente, por exemplo, ao calor, e por isso usado no fabrico de rótulos e de algumas embalagens (fotografia, à direita)
A corrente de mistura do nitrogénio com o propileno (o monómero) surge na etapa do processo que corresponde à limpeza do polipropileno (o polímero), uma vez que o nitrogénio é usado para purificar o propileno que não reagiu durante a polimerização. Ana Mafalda Ribeiro, uma das investigadoras responsáveis pela invenção, explica: “De forma simplificada, a polimerização é uma reação na qual unidades base, como é o caso do propileno, vão reagindo e formando uma cadeia – o polipropileno. No final deste processo, para além do polipropileno obtido, “sobram” ainda outros monómeros que não foram consumidos durante a reação… e é necessário limpar os polímeros desses monómeros para que possam ser utilizados novamente.
Além da questão ambiental, sempre tida em conta pelos investigadores, a verdade é que monómeros como o propileno são materiais caros, pelo que as unidades industriais têm sempre todo o interesse em recuperá-los”. E a limpeza, essa, é feita com nitrogénio. O problema é que essas misturas de nitrogénio e propileno não podem ser recicladas sem um tratamento de separação adequado, o que faz com que sejam frequentemente ou incineradas ou descarregadas para a atmosfera. O impacto ambiental é grande, e o económico também uma vez que acaba por se desperdiçar o propileno não reagido, uma matéria prima bastante dispendiosa como já havia sido dito acima. Como explica a investigadora “para se reutilizar o monómero este tem que estar numa pureza muito elevada”.
E é aí que surge a intervenção de Alírio Rodrigues, Ana Mafalda Ribeiro e João Carlos Santos, investigadores do LSRE-LCM, DEQ, FEUP, trabalhando sempre em estrita parceria com a Total e o KRICT.
Invenção revolucionária está patenteada internacionalmente
Chama-se “Adsorção por modulação de pressão” e utiliza o adsorvente (um material sólido) durante o processo industrial de separação. Este adsorvente foi preparado pelo KRICT, o instituto de investigação sul-coreano que tem vindo a trabalhar com a FEUP nesta tecnologia. A vantagem do uso desse material é que ele "possui diferentes afinidades para com os diferentes compostos usados no processo. E isto é muito importante porque enquanto que os monómeros – como o propileno, mencionado acima – apresentam maiores afinidades para o adsorvente em questão, já o nitrogénio apresenta uma afinidade baixa. E essas diferenças de afinidades, é que permitem a separação", explica o grupo de investigadores.
Assim, o sucesso deste processo e o que o faz ser capaz de competir com algumas alternativas já existentes no mercado, mas de forma mais ecológica e com menos consumo energético, deve-se às características do próprio adsorvente, muito favoráveis ao desempenho: “Este adsorvente apresenta isotérmicas de equilíbrio de adsorção com uma forma quase em linha reta (quase linear) para os compostos envolvidos neste sistema”, explica a investigadora. “Isto faz com que seja possível desenhar processos de separação onde se obtenham produtos de pureza elevada, com recuperações também elevadas”, refere Ana Mafalda Ribeiro.
De referir ainda que esta é uma solução atrativa para a indústria da petroquímica pois não recorre à utilização de solventes químicos ou à destilação, processos que, como refere a equipa, “exigem unidades industriais maiores, bem como também implicam elevadas despesas operacionais”. Ou seja, na altura de somar tudo temos menor consumo energético, custos de operação inferiores, vantagens ambientais, viabilidade/facilidade de implementação em unidades industriais e poupança nos custos finais.
O caráter inovador desta invenção que envolve 10 investigadores, de três instituições e três países diferentes, já foi reconhecido internacionalmente e a patente está concedida na Europa, Estados Unidos e Coreia do Sul. A sua exploração está a cargo da empresa Total Petrochemicals France.
Chegaram os snacks saudáveis da U.Porto!
Submitted by U.Porto Inovação on 21/02/20
Saudáveis, nutritivos e amigos do planeta? Sim a todas as perguntas! Os Bean’Go são snacks feitos a partir de leguminosas, 100% naturais, feitos no forno e… nasceram na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP). Comercializados pela Snood Foods – uma spin-off da Universidade – os snacks já podem ser encontrados nas prateleiras de alguns supermercados.
Feijão com manga e pimentão, ervilha com chili e alecrim para os mais aventureiros. Ou feijão, grão de bico e ervilha crocantes com sal, para os mais clássicos e tradicionais: estes snacks são uma alternativa saudável e nutritiva para todos os gostos. São feitos no forno – garantindo que têm metade da gordura que outras alternativas alimentares do género – e têm menos 40% de sal e 2,5 vezes mais proteína e fibra.
Práticos e fáceis de consumir em qualquer momento e local, os Bean’Go são uma forma de incluir mais leguminosas na alimentação dos portugueses. O consumo de feijão, ervilha, grão de bico e outros é fundamental para a prevenção de doenças como diabetes ou cancro do cólon, mas o seu consumo em Portugal é “geralmente muito menor que as recomendações alimentares”, explica Duarte Torres, da FCNAUP, um dos criadores do produto.
Tendo como base essa premissa, a equipa de investigação arregaçou as mangas e criou estes chips saudáveis, nos quais as leguminosas são a estrela principal (60% do produto). A receita também não tem glúten, corantes nem conservantes e recorre apenas a aromas naturais, permitindo uma maior preservação dos nutrientes e riqueza nutricional.
Além de serem 100% naturais, os snacks Bean’Go constituem uma alternativa sustentável numa altura em que a atenção dada ao planeta é fundamental. As leguminosas são um excelente substituto da proteína animal, com a vantagem de que a produção dessa proteína vegetal tem impacto ambiental “significativamente inferior ao que se verifica para a produção da proteína de origem animal”, explica Duarte Torres.
Ao mesmo tempo, o cultivo das leguminosas “promove fixação de azoto e aumento de biomassa e atividade microbiana nos solos”, tendo um impacto ambiental positivo: “Os nossos snacks são, ao mesmo tempo benéficos para a saúde humana e para a sustentabilidade dos recursos alimentares”, conclui o investigador. O projeto, que “contou com a preciosa participação de estudantes da FCNAUP [Márcia Gonçalves, Gonçalo Barreto dos Santos, Débora Teixeira, na foto]”, consegue assim ser “benéfico para a saúde humana e para a sustentabilidade dos recursos alimentares”, conclui o investigador.
Da Faculdade para o mercado
Os Bean’Go já estão à venda em alguns supermercados Pingo Doce. O caminho da academia até à prateleira foi feito pela Snood Foods, empresa spin-off da U.Porto que produz e comercializa o produto.
Este projeto empresarial partiu da investigação na FCNAUP e a missão da startup é “desenvolver produtos com elevado teor nutricional, saborosos e convenientes, usando ingredientes de baixo impacto ambiental e normalmente esquecidos pelos consumidores”, refere Alexandre Santos, CEO da Snood Foods.
Numa primeira fase, o financiamento angariado foi utilizado para construir a unidade industrial e arrancar a produção. Posteriormente, o produto foi dado a conhecer aos retalhistas que mostraram bastante interesse e recetividade.
A Snood Foods pretende agora fazer da marca Bean’Go uma “referência de snacks saudáveis e saborosos”, estando por isso a planear um “alargamento da distribuição do produto bem como a capacidade de produção e comercial”, refere Alexandre Santos.
Saborosos, crocantes e convenientes, os snacks saudáveis da U.Porto chegaram para ficar. Como diz a marca: “Atrevem-se a trincar?”
U.Porto está a formar os empreendedores do futuro
Submitted by U.Porto Inovação on 11/02/20
“Deu-me competências que eu pensava que já tinha, mas não tinha e iniciou em mim um ‘bichinho’ que me vai dar motivação para saber mais coisas nesta área do empreendedorismo e startups”. As palavras são de Diogo Clemente, estudante da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) e um dos participantes da primeira edição do CREATOR Lab, um evento organizado pela U.Porto Inovação e Porto Business School, com o alto patrocínio do Santander Universidades.
Apostando numa grande componente prática e de experimentação, o objetivo da iniciativa passa por fornecer aos participantes – estudantes do Ensino Superior de todas as áreas – um conjunto de ferramentas para que se tornem verdadeiros empreendedores.
Foi isso mesmo que mais de uma dezena de estudantes, das mais diversas áreas, pôde experimentar nos passados dias 6, 7 e 8 de fevereiro, na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, durante a primeira desta série de eventos de formação. Três dias em que aprenderam, ao longo de quatro módulos: o que é uma startup e quais as fases de desenvolvimento (Overview); como gerar ideias e como facilitar a criação de uma equipa (Formation); será que a equipa e o produto funcionam? (Validation); e como escalar o negócio e a empresa (Scale).
Os formadores da Porto Business School aliaram tudo isto a uma forte componente prática de trabalho em equipa, prototipagem e atividades de design thinking em equipas multidisciplinares.
Como participar no CREATOR Lab?
Para participar no CREATOR Lab não é necessário ter já uma ideia de negócio. O propósito é, também, pôr os estudantes a pensar em situações irreverentes e eficazes para problemas hipotéticos. Nesse sentido, Cláudia Fernandes, da Faculdade de Desporto da U.Porto, refere que o CREATOR Lab foi uma experiência muito positiva e que “faria novamente para renovar as competências”.
As próximas edições do CREATOR Lab já estão a aceitar candidaturas. Terão lugar na Galeria da Biodiversidade, Pólo Zero e Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação.
“Numa altura em que se respira o melhor momento do ecossistema empreendedor mas sabendo, ao mesmo tempo, que ele precisa de ser cuidado e renovado… que melhor maneira de o fazer que não inspirando os jovens estudantes?”, refere Cláudio Santos, da U.Porto Inovação.
Interessados em participar? Podem saber mais aqui.
Spin-off da U.Porto "leva" luz a Escola da Boavista
Submitted by U.Porto Inovação on 29/01/20
Quando foi inaugurada, em 1958, a Escola do Bom Sucesso (Rua Barbosa du Bocage, Porto) ainda não “desaparecia” no meio dos prédios, das árvores e do Centro Comercial entretanto erguido na zona circundante. Nessa altura, a escola ficou escondida numa espécie de clareira cinzenta, que não permitia a entrada de luz natural. E foi precisamente a pensar nisso que CREA, uma spin-off da Universidade Porto incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, quis dar um novo espaço às centenas de alunos que frequentam o espaço.
Apesar de a intervenção ter abrangido diferentes áreas da escola, é o recreio ocre, quase dourado, que salta à vista como ex-líbris do projeto. Injetado de cor, o novo espaço exterior da Escola do Bom Sucesso foi pensado para que os alunos tivessem uma maior sensação de luz e amplitude, numa zona onde dominam as sombras das árvores e prédios em volta.
Segundo André Camelo, fundador da CREA e antigo estudante da da Faculdade de Arquitetura da U.Porto (FAUP) o enfoque foi totalmente posto nos alunos, a quem se pretendeu dar um “espaço desafogado da escola”. Para dar o toque final, foi pintado no meio do recreio um “quadrado azul para jogos” que “pontua o pavimento ocre sombreado pelas árvores” .
Um "feedback muito positivo"
Iniciada em 2018, a remodelação da escola terminou em outubro do ano passado. Além da requalificação dos espaços interiores e do recreio, a CREA também coordenou a demolição dos pré-fabricados onde funcionavam o jardim de infância da escola e o polivalente. Sempre tendo em consideração o espaço envolvente.
“Foi importante ordenar a relação com a rua e a introdução de dois volumes novos permitiu disciplinar os vários momentos da escola, redefinindo e protegendo o recreio, assumindo-o como o espaço agregador e estruturante do conjunto”, explica. André Camelo.
Depois de um longo período em que estiveram deslocados, em outubro de 2019 os alunos puderam finalmente conhecer a escola “nova”. A obra só foi possível graças a uma estreita conversação com a Cêmara Municipal do Porto (que investiu 1,1 milhões de euros no projeto), com a associação de pais, professores e a direção da escola. André Camelo refere que o feedback tem sido “globalmente muito positivo”, e que isso é o maior motivo de satisfação da jovem empresa.
Sobre a CREA
É um gabinete de arquitetura sediado no Porto e nasceu da experiência de colegas com caminhos profissionais diferentes. A empresa iniciou a atividade em 2014 com enfoque em reabilitação, trabalhando para clientes privados e institucionais. Recebeu a chancela de spin-off U.Porto em 2019.
"A química é fundamental para assegurar a gestão sustentável de recursos"
Submitted by U.Porto Inovação on 12/12/19
Escolher uma área científica onde passar grande parte da sua vida profissional foi, para Clara Pereira, uma tarefa nada fácil. Desde sempre boa aluna, dividia o seu interesse por áreas muito diversas como a Arqueologia, a Astronomia, a Psicologia ou a Química. Apesar de não ter considerado nunca uma carreira como investigadora, a paixão pela Química foi a que acabou por falar mais alto: “Foi pela curiosidade em compreender os fenómenos que me rodeiam e pela possibilidade que a Química oferece de criar novos produtos que façam a diferença na vida das pessoas”, refere a investigadora do Laboratório Associado para a Química Verde REQUIMTE/LAQV, no Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).
Apesar da obrigatoriedade de escolher um caminho na altura do 12º ano, Clara não deixou todas as suas outras paixões de lado. Uma delas, relacionada com a Indústria Têxtil, renasceu há alguns anos, ainda enquanto estudante de doutoramento. Nessa altura, Clara começou a estar envolvida em projetos de I&DT - em colaboração com os centros tecnológicos CeNTI e CITEVE e com o Laboratório Associado LSRE-LCM (DEQ, FEUP) - de aplicação da Nanotecnologia a substratos e fibras têxteis de modo a conferir-lhes novas funcionalidades, como elevada repelência à água e ao óleo, propriedades termocrómicas e fotocrómicas.
Anos mais tarde, já como investigadora doutorada, em colaboração com o centro de investigação IFIMUP (DFA, FCUP), desenvolveu um nanomaterial que, quando incorporado em tecidos, faz com que os mesmos acumulem energia suficiente para carregar dispositivos eletrónicos, tais como sensores de monitorização de sinais vitais, e sistemas de iluminação LED, funcionando como baterias. “Comecei a trabalhar na área de têxteis para armazenamento de energia em 2014. Na altura tínhamos identificado uma necessidade na nossa sociedade relacionada com o fornecimento de energia em vestuário e acessórios eletrónicos portáteis, como é o caso de sensores de monitorização de sinais vitais”, refere a investigadora. Era o início da WeStoreOnTEX.
A solução desenvolvida por Clara Pereira, André Pereira (IFIMUP, DFA-FCUP) e Rui Costa pretende alavancar o mercado da roupa inteligente. Uma vez que o material por eles desenvolvido pode ser incorporado diretamente no tecido, não compromete nem a leveza nem a flexibilidade do mesmo. Além disso não usa plásticos, não usa cabos e não necessita de lítio. A ideia já valeu diversos prémios aos investigadores, nomeadamente o 3º lugar no iUP25k – Concurso de Ideias de Negócio da U.Porto, o 1º lugar no Pitch Day da Escola de Startups da UPTEC e também o Prémio Inovação da Exame Informática “Os Melhores do Portugal Tecnológico”.
Mas o sonho, admite Clara Pereira, é para continuar. E por isso concorreram à iniciativa BIP PROOF (com o apoio da U.Porto e da Fundação Amadeu Dias), onde arrecadaram um financiamento de 10 mil euros. “Mais recentemente foi-nos concedido apoio financeiro no âmbito do BIP PROOF, o que nos permitiu realizar a prova de conceito”, refere a investigadora, para quem o maior objetivo é levar, efetivamente “o produto ao mercado e que ele faça a diferença na vida das pessoas”. Ter escolhido esta área de intervenção foi também um ato de muita consciência ecológica, sabendo que a Química tem uma importância fulcral na sociedade: “E na era em que vivemos, com a emergência do paradigma da economia circular, a Química é um dos pilares fundamentais para assegurar a gestão sustentável de recursos”, refere.
Neste momento os investigadores da WeStoreOnTEX estão já a trabalhar numa tecnologia híbrida mais avançada “que produz energia através da recuperação de calor do corpo humano e, simultaneamente, armazena-a no mesmo dispositivo”, contam. O objetivo é chegar a um produto leve, flexível e totalmente autónomo (self-powered) com alargadas hipóteses de aplicação desde a Saúde e o Bem-Estar ao Desporto, Proteção e à Moda. Além disso, a equipa está também a aprofundar a viabilidade técnica e de mercado.
E equipa é mesmo a palavra chave. Para Clara Pereira, “as invenções são fruto da interação entre investigadores e estudantes de várias áreas científicas” e a investigadora considera-se uma privilegiada por estar, dentro da instituição a que chama casa – a Universidade do Porto – rodeada de pessoas altamente motivadas. Apesar de reconhecer alguma instabilidade relacionada com a profissão de investigadora, aliada a uma constante necessidade de “conseguir autofinanciamento”, Clara Pereira considera que a U.Porto é uma casa onde vigora o “ensino e a investigação de excelência em todas as áreas do conhecimento”. E é nesse ambiente de criatividade, inovação e empreendedorismo que grandes projetos, como a WeStoreOnTEX, continuam a aparecer e florescer.
O “ginásio” da musculatura pélvica
Submitted by U.Porto Inovação on 12/12/19
O enfraquecimento da musculatura pélvica é um problema que afeta um elevado número de mulheres de diferentes idades, sobretudo depois de uma gravidez ou com a prática regular de desportos de alto impacto. Entre outras consequências, isso pode levar a quadros não só de incontinência urinária e incontinência anal, mas também de disfunção sexual. Neste tipo de condições, a fisioterapia é a primeira abordagem para aliviar os sintomas e reverter o problema, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. A abordagem em fisioterapia engloba a região abdomino-pélvica no seu todo, utilizando diferentes modalidades de intervenção, como é o caso da palpação manual bidigital. Esta é uma das técnicas utilizadas para fortalecer a musculatura do pavimento pélvico, sendo a mais dirigida para os músculos do períneo.
Apesar dos bons resultados que essa linha de tratamento pode trazer, Alice Carvalhais, investigadora da Universidade do Porto/INEGI, descobriu uma maneira de tornar esta terapêutica mais eficaz e mais confortável para o paciente e para o fisioterapeuta. Com a colaboração de Renato Natal Jorge, da Faculdade de Engenharia da U.Porto/INEGI, começou a desenhar as primeiras linhas de um sistema que atua internamente mas é acessível externamente, fazendo com que tanto o fisioterapeuta como o doente consigam monitorizar o exercício.
Feedback visual imediato permite exercício em casa
A ideia surgiu quando Alice Carvalhais, também docente no Instituto Politécnico de Saúde do Norte (Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa) estava numa sessão com uma paciente: “Dei por mim a pensar que ter um dispositivo que me permitisse aplicar uma resistência externa à contração da musculatura pélvica, onde pudesse ir adicionando ou removendo peso conforme a necessidade, objetivamente quantificado, e que ainda me permitisse monitorizar a qualidade da contração, me facilitaria e melhoraria o trabalho”, refere. A utilização do dispositivo, conta a investigadora, é “muito fácil e intuitiva”, e permite fazer ajustes adequados, e em tempo real, para que a intervenção seja o mais orientada possível às necessidades individuais de cada paciente, como um “fato feito à medida”. Uma das principais vantagens é a obtenção de feedback visual imediato, fazendo com que paciente e fisioterapeuta consigam perceber, no momento, se é necessário ajustar a carga utilizada, adaptando de imediato a terapia ao objetivo da intervenção
Esta é uma questão importante, até porque este tipo de condições relacionadas com a região pélvica ainda podem levantar constrangimentos em algumas mulheres. O dispositivo desenvolvido na U.Porto/INEGI pode ser utilizado autonomamente pelas pacientes, em casa, sem que isso prejudique a eficácia da terapia, pois é imediatamente percebido se o exercício está a ser realizado corretamente ou não. E não é preciso removê-lo para efetuar as mudanças de carga necessárias à evolução da terapia. Os investigadores acreditam que esta autonomia será um passo importante para encorajar cada vez mais mulheres a procurar uma solução para o seu problema.
O dispositivo está orientado para tratamento e prevenção da incontinência urinária, mas também da disfunção sexual – dois problemas que as alterações da musculatura pélvica podem provocar. Além das vantagens enumeradas acima, este aparelho permite que se “alcancem os objetivos pretendidos num espaço de tempo mais curto, pois temos num só dispositivo a possibilidade de monitorizar vários parâmetros da função dos músculos do pavimento pélvico e treinar diferentes tipos de força com diferentes tipos de contração”, refere Alice Carvalhais.
Atualmente, os investigadores estão focados em construir um novo protótipo e, para tal, encontram-se em busca de financiamento. Segundo Alice Carvalhais, é importante que esse protótipo seja “visualmente mais apelativo e que inclua tecnologia simples, permitindo chegar a pacientes cujo perfil esteja mais familiarizado com dispositivos tecnológicos”. O objetivo final é a entrada no mercado para que o dispositivo chegue rapidamente às pacientes que sofram com estas condições. Rematando, Alice Carvalhais refere que o seu sonho é “ver o produto disponível no mercado nacional e internacional e conseguir que o modelo básico do dispositivo, que é puramente mecânico, fique disponível em países em vias de desenvolvimento”, onde o acesso a terapias deste género é muito escasso.
À conversa com as empresas: Elisabete Matos, da Soja de Portugal
Submitted by U.Porto Inovação on 12/12/19
Nesta edição da rubrica "À conversa com as empresas" fomos conversar com Elisabete Matos, Diretora de Inovação da Soja de Portugal. Faz este ano 30 anos que a empresa celebrou o seu primeiro protocolo de colaboração com a Universidade do Porto e Elisabete Matos é da opinião que a relação entre as duas instituições tem vindo a "fortificar-se ao longo dos anos"
P: Qual a importância da relação da Soja de Portugal com o meio cientifico e tecnológico?
R: Um dos principais vetores estratégicos da Soja de Portugal é a inovação, reconhecendo-a como uma dimensão fundamental para ser líder no mercado nacional e adquirir uma posição de destaque no mercado internacional. É com base no diálogo constante com os nossos clientes que procuramos criar soluções feitas à medida de cada situação e de acordo com as necessidades de cada um. Acreditamos também numa metodologia de inovação aberta, através da nossa rede de clientes, fornecedores, institutos científicos e restantes parceiros.
O meio científico e tecnológico é essencial para garantir que as soluções que apresentamos aos nossos clientes são desenvolvidas de forma sustentada e guiada pelos mais exigentes padrões de I&D. A relação com este meio permite-nos ter acesso às melhores competências disponíveis, de uma forma que seria muito difícil de obter, caso optássemos por internalizar o nosso processo de inovação. Desta forma, temos vindo a consolidar ao longo dos anos o nosso ecossistema de inovação com base na construção de uma relação simbiótica com Universidades e Institutos de Investigação de renome, tanto nacionais como internacionais.
P: Como é que Soja de Portugal tem vindo a interagir com a U.Porto?
R: Faz este ano 30 anos que a Soja de Portugal celebrou o seu primeiro protocolo de colaboração com a Universidade do Porto, mais especificamente com o ICBAS. O protocolo visava o desenvolvimento e o fabrico de alimentos compostos para aquacultura e foi a base de uma das nossas áreas de negócio, a Aquasoja, que hoje em dia representa a maior parte das exportações do grupo. A nossa interação com a Universidade do Porto tem-se fortificado ao longo dos anos. Atualmente temos em curso vários projetos de I&D conjuntos, nas áreas de aquacultura e de pet food, financiados pelo Portugal 2020, mas também desenvolvemos em conjunto projetos mais pequenos, com financiamento próprio. É comum recebermos visitas de alunos nas nossas instalações, para que conheçam melhor os processos industriais das nossas áreas de negócio. Aliás, desde 1999 que os alunos do mestrado integrado em medicina veterinária do ICBAS têm regularmente aulas nas nossas instalações na Avicasal.
Além disso, desde 2012 que financiamos projetos do Programa IJUP-Empresas, o que nos permite reforçar a relação com diferentes equipas de investigação da Universidade do Porto, de forma a compreender se temos objetivos comuns para trabalhos futuros. Não posso deixar de referir a nossa participação no programa doutoral em nutrição animal SANFEED, que está agora na sua última edição e no qual financiámos parcialmente 5 bolsas de doutoramento em ambiente empresarial nas nossas áreas de atuação.
P: Quais os principais desafios que os dois agentes têm pela frente?
R: Julgo que o principal desafio que enfrentamos é manter a relevância num mundo em evolução constante e exponencial. A investigação, mesmo a aplicada, demora tempo e consome recursos. Torna-se cada vez mais difícil definir estratégias conjuntas de I&D a médio e longo prazo, que permitam iniciar hoje o trabalho que nos vai dar soluções para os desafios de amanhã, quando surgem constantemente novos caminhos e novos desafios. Hoje a nossa relação com a Universidade do Porto torna-nos mais ágeis na mudança, mas muito facilmente se poderá inverter esta tendência, pelo que teremos que nos manter vigilantes. No entanto, estou certa que quaisquer desafios que enfrentemos em conjunto serão superados com sucesso.