UniVerse: Academia Empreendedora: onde nasce a inovação

Dirigida a participantes da Web Summit, entidades públicas e privadas do ecossistema de inovação, investidores, empresas, startups e empreendedores, a “UniVerse – Academia Empreendedora” tem como objetivo afirmar o papel estratégico da academia no desenvolvimento económico e tecnológico do país.  É uma iniciativa dedicada ao impacto da academia no ecossistema de empreendedorismo português, construída colaborativamente com as Universidades do Porto, Coimbra, Aveiro, Algarve, Évora, Madeira e NOVA FCT, e que conta com o apoio da Agência Nacional de Inovação, da Startup Portugal e do EIT Community Hub Portugal. Terá lugar no dia 11 de novembro, das 17h00 às 20h00, no Pavilhão de Portugal, em Lisboa, transformado num verdadeiro ponto de encontro entre o conhecimento e a inovação.  O que esperar? Um espaço de diálogo entre universidades, empresas, investidores e start-ups; Uma pitch competition que dá palco ao talento empreendedor vindo das universidades portuguesas; Networking, inspiração e novas oportunidades de colaboração. Juntem-se a nós no Pavilhão de Portugal e descubram como a academia está a transformar ideias em inovação. Para mais informação e inscrição (disponível brevemente) consultem a página da Universidade de Lisboa aqui.

Soja de Portugal regressa às sessões A2B

  Conhecida como sendo de referência no setor da indústria agroalimentar, a Soja de Portugal participou, este mês de outubro, numa sessão A2B com investigadores da Universidade do Porto. O objetivo foi apresentar as áreas de interesse da empresa e anunciar os desafios para a próxima edição (2025/2026) do programa IJUP-Empresas, no qual a Soja de Portugal, enquanto parceira da iniciativa, pretende financiar um projeto de investigação exploratória. Os desafios estão, naturalmente, enquadrados nas áreas de atuação da empresa: nutrição animal, transformação e valorização de coprodutos de origem animal. Neste âmbito, os representantes da Soja de Portugal elencaram três desafios principais para os quais gostariam de ver nascer soluções – e futuras parcerias – na Universidade do Porto: oxidação lipídica e da palatabilidade de rações de petfood; substituição de ingredientes de alto valor; tratamento de óleos e gorduras de origem animal. A sessão foi organizada pela U.Porto Inovação e contou com a presença, além de membros da empresa, de dois investigadores da Universidade do Porto. Joana Maia, do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia/Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (LEPABE/FEUP) partilhou que no seu grupo investigam soluções de valorização energética de resíduos, nomeadamente biogás, e que identificou possibilidades de parceria em soluções para regulação de acidez dos produtos da Soja de Portugal. Já o investigador Ricardo Páscoa – do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV@REQUIMTE) desenvolve trabalho na área da espectroscopia e análise multivariável de dados tendo identificado oportunidade de colaboração com a Soja de Portugal na investigação de métodos analíticos e de sistemas de controlo das propriedades dos produtos da empresa. Uma aposta contínua em apoiar o esforço de inovação da indústria As sessões A2B começaram em 2011 e, desde então, já se realizaram mais de 70 encontros. O objetivo é apoiar o esforço de inovação da indústria, promovendo o encontro entre grupos de investigação e empresas com o intuito de formar parcerias que assegurem uma maior eficácia da transferência e valorização de conhecimento. Pode conhecer mais um pouco sobre a história destes encontros aqui. Estas sessões, que podem ter lugar tanto na Universidade como nas empresas, proporcionam o reforço dos laços entre os investigadores e os membros da indústria, criando assim as condições ideais para uma investigação aplicada aos desafios que as empresas enfrentam num mundo cada vez mais competitivo.  A Soja de Portugal já havia participado de uma sessão A2B em 2024, também ela enquadrada no IJUP Empresas. Dez anos antes o grupo empresarial foi anfitrião de uma comitiva de vinte pessoas da U.Porto, providenciando visitas às empresas Savinor e Sorgal. Nascida em 1943, a Soja de Portugal opera nas áreas de nutrição animal, carne de aves e recolha, tratamento e valorização de coprodutos. À data engloba algumas das mais relevantes empresas do setor agroindustrial português e conta com nove sites industriais de norte a sul de Portugal. Sendo a inovação um dos seus motores, e Soja de Portugal tem vindo a associar-se à Universidade do Porto já há alguns anos, apoiando diferentes iniciativas. Se acha que a sua empresa pode beneficiar de uma sessão A2B contacte-nos! Esta sessão contou com o apoio do UI-Transfer 2.0, um projeto cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2030) do Portugal 2030.

Projetos escolhidos no BIP PROOF mostram resultados

  BioECOchar, DM4DPD, PEPILSKIN, PepTRAP, SIMIC e UPWIND. Foram estes os nomes dos projetos escolhidos para receber financiamento na edição 2024/2025 do BIP PROOF. São trabalhos de diferentes áreas de investigação, provenientes de diferentes entidades ligadas à Universidade do Porto, com as mais diversas preocupações em mente. Cada projeto recebeu 10 mil euros de financiamento na iniciativa da U.Porto Inovação, com o apoio da Fundação Amadeu Dias (FAD) e da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Passado perto de um ano desde a atribuição do financiamento, chegou a altura de os cientistas apresentarem os resultados dos seus projetos ao público. A sessão ocorreu no passado dia 8 de outubro de 2025, nas instalações da UPTEC. Marcaram presença todas as equipas, bem como representantes dos parceiros que tornaram esta edição da iniciativa possível e algumas empresas interessadas no que de melhor se faz na investigação da U.Porto. Pedro Rodrigues, Vice-Reitor da Universidade para a Investigação e Inovação, abriu a sessão. Como já tem vindo a referir em outros eventos associados ao BIP PROOF Pedro Rodrigues agradeceu às equipas o esforço e trabalho, nesta que continua a ser uma iniciativa “muito acarinhada porque permite fazer chegar a investigação da U.Porto a níveis de aplicabilidade concretos”, referiu.  André Fernandes, Diretor da U.Porto Inovação, salientou ainda a importância de sessões de apresentação pública de resultados como esta, para que a U.Porto consiga continuar a trazer e atrair recursos para estas linhas de investigação e para estes projetos que, eventualmente, serão transferidos para a sociedade através de novas empresas ou através de produtos, serviços, e soluções licenciadas ou vendidas a empresas que já estejam em atividade”. Como refere o Diretor, o BIP PROOF é uma iniciativa cuja “procura supera em muito a oferta” [a sétima e oitava edições combinadas, por exemplo, receberam mais de 70 candidaturas e, por isso, a organização espera “atrair cada vez mais fontes de financiamento, mecenas e outras entidades que estejam disponíveis para trabalhar com a U.Porto na maturação e valorização dos resultados de investigação gerados no nosso ecossistema”, referiu. Desse leque de parceiros já fazem parte a Fundação Amadeu Dias (FAD), que está com o BIP PROOF desde a sua primeira edição, e a Caixa Geral de Depósitos (CGD). João Gonçalves, da FAD, esteve presente, reforçando o apoio aos cientistas: “Este é, sobretudo, o vosso trabalho, que permite levar a investigação em frente”. Joaquim Brandão (CGD), por sua vez, referiu que é para a instituição um “privilégio estar junto de quem produz conhecimento” ao mesmo tempo que alargam a atividade da CGD “para áreas de reconhecimento e valorização pessoal e profissional”. Perto de um ano depois, como estão os projetos?  Num ponto quase todas as equipas estavam de acordo: o tempo passado desde a atribuição do financiamento é curto, pois quase tudo o que acontece em ciência leva tempo. No entanto, todas as seis equipas conseguiram apresentar resultados concretos, levados a cabo (também) graças aos 10 mil euros que cada um dos projetos recebeu no BIP PROOF. DM4DPD e PepTrap, dois grupos de cientistas dedicados à doença de Parkinson, conseguiram, por exemplo, começar testes. A equipa da DM4DPD começou os ensaios em in vitro – agora em fase de conclusão  e nos próximos três anos esperam passar para os ensaios in vivo, já com os ensaios pré-clínicos em mente. A tecnologia PepTrap conseguiu aumentar a maturidade no que diz respeito ao Technology Readiness Level (TRL) e apresentaram resultados farmacológicos “bastante promissores” dos seus ensaios. A tecnologia Pepilskin surpreendeu a audiência com uma amostra real do seu produto para tratar feridas crónicas. O financiamento obtido permitiu-lhes fazer outsourcing e contratar duas empresas para levar o projeto avante: uma delas fez o teste de irritabilidade em pele humana, que permitiu constatar a ausência de toxicidade do produto. Na área da energia, os projetos BioEcoChar e UPWIND também mostraram evolução nos últimos meses. No primeiro, uma solução para tratar águas residuais, a equipa conseguiu alcançar um marco importante de remoção dos poluentes em apenas duas horas. Graças a uma parceria com uma fábrica produtora de manjericão, a BioEcoChar conseguiu fazer os testes necessários, revelando que, numa fábrica deste tamanho, os aumentos de faturação aplicando a tecnologia podem chegar a centenas de milhares de euros. A equipa da UPWIND, além de resultados, levantou um pouco o véu do seu ambicioso plano a curto-médio prazo. Este inclui terminar o Minimum Viable Product (MVP) já no próximo ano, chegando a um “nível de public utility para gerar energia”, referiram. No caso desta tecnologia, cujo objetivo é alargar o acesso a energia acessível, os dez mil euros foram usados essencialmente na construção do protótipo, o que lhes permitiu utilizar outro tipo de recursos disponíveis na comunicação do projeto, nomeadamente na criação de identidade gráfica: logotipo e vídeo. O projeto SIMIC - monitorização inteligente para comboios – está a desenvolver dispositivos sensorizados e a avançar com testes dos seus protótipos, nos quais vão continuar a investir. O financiamento foi crucial para a submissão de um pedido de patente. Sobre o BIP PROOF Criado pela U.Porto Inovação em 2018, o programa BIP PROOF tem como objetivo é criar um sistema de provas de conceito. Essas podem traduzir-se em construção de protótipos de viabilidade técnica, realização de ensaios in vitro/in vivo, estudos de viabilidade ou de mercado, entre outras, para que possam contribuir para a maturação da tecnologia e aproximação ao mercado. Ao todo o BIP PROOF já distinguiu um total de 55 ideias inovadoras com mais de 600 mil euros. Nas suas várias edições, a inciativa tem demonstrado grande impacto em áreas como colaborações com entidades externas (seja academia, indústria ou instituições públicas), publicações e nova investigação e também aspetos socioeconómicos, destacando-se os mais de 2 milhões de euros em financiamento arrecadados pelas equipas ao longo do tempo.   Esta edição do BIP PROOF (2024-2025) contou com o apoio da Fundação Amadeu Dias e da Caixa Geral de Depósitos.

U.Porto atrai mais de 150 mil euros para inovar o setor energético

  A Universidade do Porto, através da U.Porto Inovação, viu recentemente aprovadas quatro candidaturas ao concurso MPr-2024-8 do Portugal 2030. Os projetos aprovados, todos eles em curso na Faculdade de Engenharia (FEUP), trarão recursos para a Universidade proteger quatro invenções durante três anos, financiando-as num total de 164 mil euros, isto é, 85% do investimento da U.Porto nessas tecnologias. Os projetos são financiados pelos programas Portugal 2030, Compete 2030 e Norte 2030. As invenções beneficiárias deste financiamento são de equipas de cientistas lideradas por Alexandra Pinto e Fernando Fontes, ambos docentes e investigadores da FEUP. O projeto GENESIS, liderado por Alexandra Pinto, tem associada uma invenção já com pedidos de patente em Portugal, Europa e Estados Unidos. As outras três tecnologias compõem o projeto UPWIND, liderado por Fernando Fontes, e contam já com pedidos de patente internacional.  Soluções energéticas sustentáveis “made in” U.Porto As quatro tecnologias selecionadas têm um fator em comum: a preocupação com o meio ambiente e com uma produção de energia sustentável. Posicionando-se como uma “solução limpa, segura e eficiente”, o GENESIS produz hidrogénio e eletricidade diretamente em pequenas embarcações, sem emissões. Para isso utiliza “cartuchos recarregáveis e subprodutos valorizáveis contribuindo ativamente para a transição energética e descarbonização do setor marítimo. A invenção ficou em 2º lugar na primeira edição do BIP Acceleration e foi uma das selecionadas para receber financiamento na mais recente edição do BIP PROOF. “Este financiamento é crucial para apoiar de forma significativa os custos associados à proteção da propriedade intelectual, permitindo à equipa canalizar mais recursos para o desenvolvimento e validação da tecnologia”, refere Alexandra Pinto, docente e investigadora da FEUP. A líder do projeto acrescenta ainda que este apoio vai permitir acelerar “o caminho para a comercialização e fortalecer a posição competitiva do projeto no setor da energia limpa.” Já o projeto UPWIND consiste mum gerador portátil e de rápida instalação para produção de eletricidade com base em energia renovável eólica. Foi desenvolvido por quatro investigadores do SYSTEC – Centro de Sistemas e Tecnologias da FEUP: Fernando Fontes, Luís Tiago Paiva, Manuel C.R.M. Fernandes e Sérgio Vinha. Para a equipa, este financiamento é “essencial” uma vez que permite a proteção via patente em vários territórios de uma “tecnologia com impacto global, resultante de vários anos de investigação”, refere Fernando Fontes. Este é, assim, um passo estratégico que “reforça a credibilidade do projeto, torna-o mais atrativo para futuros investidores e garante condições para transformar conhecimento académico em valor económico e social”. O UPWIND conquistou o 3º lugar na edição de 2024 do iUP25k e o 2º lugar no BIP Acceleration. Também foram selecionados para financiamento no BIP PROOF, edição 2024/2025, garantindo um financiamento de 10 mil euros. Todas estas iniciativas são da responsabilidade da U.Porto Inovação, com o apoio de parceiros. De olhos postos na transição energética e no meio ambiente Para a equipa por detrás do GENESIS, é urgente desenvolver soluções alternativas sustentáveis no setor marítimo face ao “aumento exponencial do consumo de energia elétrica e à elevada dependência, principalmente no caso de pequenas embarcações, de combustíveis fósseis e poluentes”. Alexandra Pinto revela avanços significativos na área de investigação a que se dedica, algo que, explica, tem possibilitado novos estudos e análises mais detalhadas dentro do laboratório, mas também contactos e visitas técnicas a locais de aplicação real da tecnologia, “com vista à realização das primeiras provas de conceito em embarcações de pesca e recreio”. Além disso, a curto/médio prazo pretendem também testar a tecnologia em barcos maiores. Já Fernando Fontes e a sua equipa têm parte do foco em alargar o acesso a energia acessível como é o caso de comunidades remotas ou sítios com necessidades temporárias de eletricidade (construções, minas, eventos). “Os geradores a combustível que, por norma, se utilizam nestas situações, são muito poluentes e têm elevados custos de operação”. O UPWIND pode vir a ser a solução para esse problema, sendo um projeto que “desenvolve soluções para o aproveitamento de uma fonte de energia renovável – a energia eólica de alta altitude – que, neste momento, não está a ser explorada”. Como tal, é uma alternativa que pode contribuir muito para a tão importante transição energética e “para a criação de soluções de energia limpa em comunidades isoladas”, concluem.    

Estão escolhidos os finalistas do BIP Acceleration 2025

Já estão escolhidos os 10 projetos que vão participar no programa BIP Acceleration. Parabéns às equipas: AI4BirthCare AlloPharma Research ALVA EcoWires HoneyID HydroClean NewTissue REACH VANTAGE4MB   O BIP Acceleration desenrolar-se-á ao longo de 7 workshops imersivos de 4 horas, a cargo da Porto Business School. Haverá muito trabalho de equipa para acelerar a interação e o desenvolvimento de negócios com base em conhecimento científico, tecnológico e criativo nascido na Universidade do Porto. O programa culmina numa sessão aberta ao público, a ter lugar na PBS no dia 4 de novembro, onde os finalistas terão oportunidade de apresentar o pitch do projeto a agentes de inovação e empreendedorismo do ecossistema. No final, serão distinguidos três vencedores, e os prémios incluem valor monetário e acesso ao programa School of Startups: Foundations da UPTEC.   O BIP Acceleration 2025 tem o apoio da Caixa de Geral de Depósitos e a parceria da Porto Business School e da UPTEC.

Primeiro programa da U.Porto para promover liderança feminina!

  Já se encontram abertas as candidaturas para o primeiro programa de liderança feminina para o empreendedorismo da Universidade do Porto. Pensado pela U.Porto Inovação em parceria com várias entidades parceiras, o SheLeads Ventures  pretende capacitar e impulsionar o potencial de mulheres líderes. O empreendedorismo feminino é um inequívoco motor de inovação, diversidade e impacto socioeconómico. Apoiando-se nesta visão, o objetivo é que as equipas criem, desenvolvam e validam as suas ideias transformando-as em negócios sustentáveis e com potencial de crescimento. É um programa totalmente gratuito para os projetos selecionados. Ao longo do programa, as equipas selecionadas - lideradas obrigatoriamente por mulheres - vão participar num conjunto de módulos de formação levados a cabo pelos oito parceiros da iniciativa: Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Astrolábio, Caixa Geral de Depósitos, IES-Social Business School, Porto Business School (PBS), Rollercoaster e UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. O programa tem como referência conceitos de inovação e empreendedorismo de base científica e tecnológica. Os módulos do programa SheLeads Ventures são desenhados para a validação e estruturação de modelos de negócio, recorrendo a ferramentas de design thinking e técnicas de preparação para o pitch day final. Além dos módulos de formação levados a cabo pelos parceiros do programa, em jogo estão 4 mil euros em prémios (2 mil para a 1ª classificada, 1500 para a segunda e mil para a terceira) bem como acesso gratuito ao programa School of Startups: Foundations, da UPTEC. A primeira classificada terá ainda direito a uma consulta de empreendedorismo com a IES. Como participar As candidaturas à 1.ª edição do SheLeads Ventures abrem no dia 7 de outubro de 2025 e encerram no dia 30 do mesmo mês, às 18h00 (hora de Portugal continental). Todas as mulheres – não só pessoas afiliadas à U.Porto, mas também - atualmente a liderar projetos inovadores nas áreas da ciência, tecnologia ou criatividade são convidadas a participar, desde que tenham 18 anos e cumpram os requisitos mencionados nas linhas orientadoras do programa. É possível concorrer individualmente ou em equipa, com um máximo de cinco elementos. A candidatura tem que ser liderada por uma mulher, ainda que a inclusão de homens nas equipas seja bem vinda e valorizada. Para mais informações, consultar a página do programa.

SheLeads Ventures: candidaturas abertas até 30 de outubro

De: 
07/10/2025
Até: 
30/10/2025

 

Estão abertas entre 7 e 30 de outubro de 2025 (às 18h, hora Portugal continental) as candidaturas ao SheLeads Ventures.

Este é primeiro programa da Universidade do Porto para a promoção da liderança feminina no empreendedorismo, e foi pensado pela U.Porto Inovação em conjunto com oito parceiros: Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Astrolábio, Caixa Geral de Depósitos, IES-Social Business School, Porto Business School (PBS), Rollercoaster e UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.

O empreendedorismo feminino é um inequívoco motor de inovação, diversidade e impacto socioeconómico. Apoiando-se nesta visão, o objetivo é que as equipas criem, desenvolvam e validam as suas ideias transformando-as em negócios sustentáveis e com potencial de crescimento. 

Além dos módulos de formação levados a cabo pelos parceiros do programa, em jogo estão 4 mil euros em prémios (2 mil para a 1ª classificada, 1500 para a segunda e mil para a terceira) bem como acesso gratuito ao programa School of Startups: Foundations, da UPTEC. A primeira classificada terá ainda direito a uma consulta de empreendedorismo com a IES.

Informação importante

  • É obrigatória a presença de mulheres nos projetos candidatos;
  • É possível concorrer individualmente ou em equipa, com um máximo de cinco elementos;
  • Mesmo que a candidatura seja em nome de uma equipa, a líder da mesma tem, obrigatoriamente, de ser uma mulher;
  • A inclusão de homens nas equipas é bem-vinda e valorizada;
  • Qualquer pessoa, dentro ou fora da U.Porto, pode participar no SheLeads Ventures, desde que tenha mais de 18 anos e cumpra os requisitos mencionados nas linhas orientadoras;
  • O programa é totalmente gratuito para os projetos selecionados;

 

Toda a informação e candidaturas aqui.

Spin-off U.Porto angaria mais de 10 milhões de euros

  A MobyFly, uma empresa spin-off da Universidade do Porto atualmente incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, angariou 10,8 milhões de euros (10,1 milhões de francos suíços), numa ronda de financiamento Série A, para acelerar a comercialização de barcos elétricos. Fundada em 2020, na Suíça, por Sue Putallaz, Anders Bringdal e pelo português Ricardo Bencatel (à direita, na foto), a MobyFly está a desenvolver embarcações elétricas de alta performance com uma tecnologia baseada em hidrofoils – estruturas em formato de asa, capazes de levantar um barco acima da água –, que conseguem transportar centenas de passageiros a velocidades superiores a 70 km/h. Estes barcos consomem até 80% menos energia do que as embarcações a diesel e permitem reduzir em cerca de 60% os custos operacionais, enquanto eliminam ondas, ruído e emissões poluentes. Para Ricardo Bencatel, Chief Technology Officer (CTO) da spin-off U.Porto, o mais recente financiamento representa um marco decisivo: “Este investimento permitirá à MobyFly escalar as suas operações, expandir as capacidades de engenharia e I&D, acelerar a comercialização da sua tecnologia de hidrofoils com emissões zero e reforçar o compromisso com um transporte marítimo sustentável e rentável”, diz. Os planos imediatos para o montante arrecadado passam por “industrializar e certificar a tecnologia, continuar a evoluir os sistemas de hidrofoil e impulsionar a entrada da empresa em novos mercados internacionais”, explica Bencatel. A MobyFly traçou metas ambiciosas para os próximos dois anos: ainda em 2025, a empresa pretende lançar a produção da pré-série do modelo MBFY-S, capaz de transportar até 20 passageiros. Já em 2026, esperam concretizar o seu maior objetivo: “lançar o primeiro modelo de produção no verão e vender várias unidades destinadas ao transporte de passageiros até ao final do ano”, revela o cofundador português. O investimento agora anunciado foi liderado pelo fundo Fonds Révolution Environnementale et Solidaire, financiado pelo dividendo social do Crédit Mutuel Alliance Fédérale e gerido pela Crédit Mutuel Impact, contando ainda com a participação de investidores privados e parceiros institucionais.

BIP PROOF investe mais de 100 mil euros em 11 projetos da U.Porto

  Já são conhecidos os projetos vencedores da 8.ª edição do BIP PROOF, o programa promovido pela U.Porto Inovação com o objetivo de financiar projetos inovadores desenvolvidos no ecossistema de investigação da Universidade do Porto, apoiando-os na execução de provas de conceito. Nesta edição 2025/2026 serão, ao todo, 11 os projetos financiados e cada um vai receber até 10 mil euros. Foram selecionadas oito inovações da área da Saúde e três da área da Energia. A saber, na área da Saúde: AI4BirthCare: decisões médicas mais seguras, partos mais tranquilos Fatores como a idade materna avançada ou limitações dos serviços de obstetrícia podem tornar o momento do parto desafiante. Urge, assim, ter ferramentas de apoio à tomada de decisões médicas, como é o caso do AI4BirthCare, desenvolvido por uma equipa multidisciplinar da .Porto. “É um sistema baseado em dados, criado para prever e prevenir lesões maternas relacionadas com o parto”, explica a equipa liderada pela investigadora Dulce Oliveira, do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), e da qual fazem parte também Rita Moura, Nilza Remião e Daniel Fidalgo, do mesmo centro de investigação. Ao grupo juntam-se também Marina Moucho, da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP) e João Ferreira, da Faculdade de Engenharia (FEUP) e da spin-off U.Porto DIGESTAID. O sistema proposto utiliza informação específica de cada grávida – medições anatómicas, ecografias, dados pessoais, etc – para fornecer “quase de imediato, avaliações de risco durante as consultas de rotina no final da gravidez”. O principal objetivo é informar os médicos sobre os riscos de lesão de cada grávida, identificar as áreas pélvicas mais suscetíveis a lesão e prever a probabilidade de um parto bem-sucedido. Além de tornar as decisões médicas mais seguras e eficazes, o AI4BirthCare também reduz os custos associados às complicações maternas e aumenta a qualidade de vida da mulher a longo prazo. “Esta abordagem pode ser aplicada em diferentes contextos, desde maternidades públicas a hospitais privados ou clínicas especializadas”, refere a equipa, acrescentando ainda que uma das vantagens da solução é a sua “arquitetura flexível”, permitindo chegar a regiões com menos recursos através de soluções de telemedicina. “Deste modo, o AI4BirthCare contribui não só para melhorar os cuidados de saúde materna e proteger a qualidade de vida das famílias, mas também para impulsionar a inovação tecnológica e científica em saúde, criando valor para profissionais, instituições e sociedade no seu conjunto”, referem. O facto de esta inovação colmatar, na opinião dos cientistas, uma “lacuna importante nos cuidados de saúde materna”, chamou à atenção dos avaliadores do BIP PROOF. O valor angariado será para garantir a concretização da prova de conceito e também investir em recursos humanos. A equipa também prevê continuar a desenvolver a interface e o software “com a implementação das funcionalidades principais e a criação de relatórios de apoio à decisão médica”. “Com o apoio do BIP PROOF vamos avançar para o desenvolvimento de um MVP (minimum viable product), que será crucial para demonstrar de forma prática e convincente o valor da nossa solução”, explicam as cientistas. Pretendem, assim, captar o interesse de potenciais parceiros, investidores e programas de apoio. DiaGUTis: reutilizar medicamentos para cuidar do intestino na diabetes.   A diabetes é uma doença crónica e progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. A ela estão associadas complicações gastrointestinais, que podem atingir “até 75% dos pacientes e comprometer de forma significativa a sua qualidade de vida”. No entanto, as opções terapêuticas disponíveis para tratar essas complicações “continuam limitadas, representando uma lacuna nos cuidados de saúde prestados a pacientes com diabetes”. As palavras são da equipa responsável por criar o DiaGUTis, uma proposta inovadora que “explora a reutilização de medicamentos já conhecidos e aprovados para outras indicações terapêuticas, mas que demonstram ter a capacidade de prevenir a remodelação gastrointestinal que surge na diabetes”. Margarida Duarte Araújo, investigadora do Laboratório Associado de Química Verde da Rede de Química e Tecnologia (LAQV@REQUIMTE) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) é a responsável pela ideia, acompanhada por Marisa Esteves Monteiro, também do LAQV@REQUIMTE, Manuela Morato, do LAQV@REQUIMTE e da Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP), e Vera Costa, da FFUP, do Instituto para a Saúde e Bioeconomia (i4HB) e do UCIBIO. Os dados preliminares obtidos no último ano são promissores: “num modelo animal de diabetes, um antagonista do recetor AT1 da angiotensina II (ARA) foi capaz de prevenir a remodelação gastrointestinal”. Até porque a diabetes não afeta apenas os seres humanos: “cerca de 1 em cada 230 gatos e 1 em cada 300 cães podem desenvolver diabetes”, explicam as cientistas. Estas semelhanças entre humanos e animais tornam os estudos em cães e gatos muito valiosos para a investigação de novos tratamentos, “ajudando no desenvolvimento de medicamentos para uso humano e abrindo caminho para um novo paradigma no tratamento das complicações gastrointestinais da diabetes”. Com o valor angariado no BIP PROOF, a equipa pretende concluir os ensaios pré-clínicos e comprovar o potencial terapêutico da inovação. As cientistas acreditam que o DiaGUTis pode ter impacto a vários níveis. Além de poder melhorar a vida de pessoas com diabetes, “também pode ter benefícios reais para animais de companhia”. Além disso, o facto de reutilizar medicamentos que já existem – só não são usados para tratar esta condição em concreto – é uma solução mais económica, rápida e eficiente de mitigar o problema. “Trata-se de uma abordagem ponderada, que tem vindo a atrair o interesse da indústria farmacêutica, elevando a expetativa de reduzir o tempo necessário para que a terapêutica chegue aos pacientes”, concluem. DISCARE: apostar na regressão espontânea da hérnia discal     A principal preocupação do DISCARE, um projeto desenvolvido por cientistas do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da U.Porto (i3S) e do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), é a hérnia discal. A invenção pretende garantir “uma terapia minimamente invasiva, fisiológica e individualizada, com o objetivo de revolucionar o tratamento da hérnia e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”. A hérnia discal é atualmente reconhecida como “a causa principal de cirurgia à coluna”, explicam os cientistas Carla Cunha, Bárbara Macedo, Rui Pereira, Helena Azevedo (todos do i3S) e Paulo Pereira (CHUSJ). “Por estar diretamente associada a forte morbilidade, tem consequências socioeconómicas muito relevantes”, prosseguem. A maior parte das hérnias discais acaba por regredir naturalmente, “total ou parcialmente, sem cirurgia, tendo a resposta inflamatória um papel central no processo de regressão espontânea da hérnia”. No entanto, os tratamentos atuais incluem medidas conservadoras e cirurgias invasivas, faltando, na opinião da equipa, “terapias eficientes”. Falamos, assim, de uma terapia “imunomudoladora clinicamente relevante, que visa impulsionar os mecanismos fisiológicos de regressão espontânea da hérnia, o que pode resultar num avanço significativo no tratamento da coluna e na qualidade de vida dos pacientes”, explicam. Com o financiamento obtido no BIP PROOF, a equipa vai desenvolver e validar in vivo um modelo de entrega de células humanas que visa impulsionar os mecanismos fisiológicos de regressão espontânea. Vão investir ainda num plano de exploração, incluindo análise de mercado.   E-MERGIR: apoio digital que fortalece a saúde emocional e sexual após cancro da próstata   O projeto E-MERGIR saiu da mente de duas investigadoras da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP): a docente Ana Luísa Gomes e a doutoranda Sonia Pieramico. Este é o primeiro projeto da FPCEUP apoiado no BIP PROOF. Trata-se de um programa de intervenção psicológica digital para sobreviventes de cancro de próstata. “Este tipo de cancro é o segundo mais diagnosticado em todo o mundo e os tratamentos associados colocam inúmeros desafios físicos, emocionais e sexuais que contribuem para níveis elevados de sofrimento psicológico nos utentes”, explicam as investigadoras. O E-MERGIR foi desenvolvido tendo por base as necessidades identificadas pelos próprios utentes, e oferece “apoio psicológico estruturado e personalizado” promovendo a saúda mental e sexual dos sobreviventes”. Aumenta, assim, a acessibilidade a cuidados de saúde especializados ao longo do período da doença. As investigadoras descrevem o E-MERGIR como uma “solução atrativa, robusta e escalável, com implicações sociais, tecnológicas, científicas e clínicas de relevo e colmatando uma lacuna crítica nos cuidados de saúde oncológicos”. Os resultados obtidos no estudo piloto já demonstraram o potencial do projeto, representando uma resposta adequada a necessidades não atendidas em saúde mental e sexual “e ultrapassando barreiras convencionais associadas à procura de tratamento como estigma, tempos de espera e/ou custos”, explicam. Os 10 mil euros agora conquistados contribuirão para refinar a solução e implementar o estudo par avaliação da eficácia terapêutica do E-MERGIR: “Partindo do protótipo já existente vamos avançar com a integração das sugestões de melhoria provenientes de utilizadores durante o estudo piloto, de forma a tornar o E-MERGIR mais apelativo e, assim, otimizar a experiência de utilização”. Vão avançar também com um ensaio clínico para estudar a eficácia terapêutica e reforçar a estratégia de transferência de conhecimento da Universidade para o mercado. As investigadoras preveem que o E-MERGIR permita uma “redução de sobrecarga nos sistemas de saúde, revestindo-se de um forte impacto económico e social” uma vez que tem “grande potencial para exploração no mercado”. . INFLAMEGUT: antecipar respostas terapêuticas e personalizar tratamentos gastrointestinais   INFLAMEGUT é um “modelo inovador que reproduz de forma realista a inflamação intestinal humana, permitindo testar terapias de forma mais preditiva e personalizada”. A invenção foi criada no i3S, por quatro investigadores: Bruno Sarmento, Sofia Barros, Bárbara Ribeiro e Catarina Leite Pereira. A tecnologia pretende criar um “modelo tridimensional inovador para reproduzir a inflamação intestinal humana”, explica o grupo. Oferecerá, desta forma, uma “alternativa mais preditiva, ética e económica aos modelos animais e culturas celulares em monocamada mais tradicionais”. O INFLAMEGUT é capaz de mimetizar as principais camadas do intestino, nem como o ambiente inflamatório, “permitindo avaliar a resposta inflamatória e a integridade das diferentes camadas do intestino”, referem. A tecnologia proposta pode acelerar o desenvolvimento de novos fármacos e reuzir a dependência de modelos animais, representando uma grande mais-valia para o mercado. Ao mesmo tempo, abre caminho para tratamentos mais eficazes e adaptados a cada doente, podendo vir a ser aplicado em várias doenças gastrointestinais. “Integrando diferentes tipos de células humanas e também organoides obtidos a partir de biópsias de pacientes, o INFLAMEGUT ambiciona tornar-se uma ferramenta de referência no estudo de doenças inflamatórias intestinais e no desenvolvimento de terapias mais eficazes e personalizadas”, referem os cientistas. Para a equipa, o apoio dado agora no BIP PROOF é “fundamental para fazer avançar o desenvolvimento do modelo 3D de inflamação intestinal, permitindo a sua otimização e validação, bem como a tentativa de tornar este modelo específico para cada paciente”. Os investigadores explicam: “Numa primeira fase, o modelo será construído tendo como base procedimentos de isolamento de células de pacientes associado a meios de manutenção de células e consumíveis de suporte físico dos modelos para preparar estruturas em 3D que imitam o ambiente intestinal. Numa segunda fase, o modelo será validado em testes com fármacos que possuem eficácia demonstrada contra inflamação para mostrar como o modelo pode ser útil na previsão de resultados e como uma ferramenta preditiva para avaliar novos possíveis tratamentos.” Além da criação do um protótipo para demonstração junto de parceiros e investidores, está também previsto o desenvolvimento da estratégia de proteção da propriedade intelectual para aproximar a tecnologia do mercado. LitCure: utilizar derivados do ácido litocólico para combater o cancro da mama triplo-negativo   Lithocholic Acid Derivatives for Application in Triple-Negative Breast Cancer Therapy. Ou LitCure, como lhe chama a equipa por trás deste projeto focado no cancro da mama triplo-negativo, um dos subtipos mais agressivos e com opções terapêuticas muito limitadas. Ivo Dias, investigador do LAQV-REQUIMTE na Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) é o responsável pelo projeto. Da equipa fazem ainda parte Maria Cardoso, José Borges e Xavier Correia, todos do LAQV-REQUIMTE, e também Román Fernández (CiMUS), Natacha Rochel (IGBMC) e Nuno Vale, do RISE-Health e da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP). Em conjunto, desenvolveram uma “tecnologia farmacológica baseada em derivados do ácido litocólico, um composto natural presente na bílis, capaz de ativar o recetor de vitamina D, despoletando efeitos antitumorais com potencial para tratar este tipo de tumor”, explicam. Estas novas moléculas apresentam uma atividade antitumoral “particularmente notável, superando de forma significativa o efeito de fármacos convencionais usados no tratamento deste cancro”, acrescentam. A maioria das terapias dirigidas para o recetor de vitamina D provocam, frequentemente, efeitos adversos graves, como é o caso de níveis excessivos de cálcio no sangue que podem ser fatais. As moléculas do LitCure, em contrapartida, foram “concebidas para evitar este risco e manter a elevada eficácia”. Uma abordagem inovadora que integra desenho computacional, síntese química e ensaios biológicos rigorosos para “desenvolver candidatos terapêuticos de alta eficácia e seletividade, abrindo caminho para a descoberta de tratamentos para o cancro de mama triplo-negativo mais eficientes, bem tolerados e seguros”. Para a equipa, o financiamento do BIP PROOF é uma confirmação da “qualidade do projeto” e representa um “incentivo decisivo para acelerar a investigação”. Com os 10 mil euros vão apostar na otimização estrutural e biológica da tecnologia, na obtenção de dados robustos sore o mecanismo de ação e segurança, no reforço da propriedade intelectual e na captação de parceiros industriais estratégicos. A equipa considera que esta é uma solução escalável e competitiva, com possível aplicação em outras patologias associadas ao recetor de vitamina D – outros tipos de tumor, doenças autoimunes, doenças degenerativas – fazendo do LitCure “uma tecnologia altamente atrativa e com grande potencial de aplicação e internacionalização no mercado”.   NeoAlert: identificar precocemente lesões cerebrais em recém-nascidos, decorrentes de sépsis   “Verificam-se entre 1,3 a 3 milhões de casos anuais de sépsis neonatal em todo o mundo. Entre os sobreviventes, um número relevante de recém-nascidos desenvolve encefalopatia, que pode associar-se a défices neurológicos permanentes”. Os dados são preocupantes e alarmaram uma equipa de cientistas liderada por Laura Oliveira (ICBAS). Em conjunto com três colegas da mesma instituição – Paula Ferreira, Sales Fialho e Pedro Oliveira e com Carmen Carvalho, Liliana Pinho e Liliana Teixeira, do Centro Materno Infantil do Norte (CMIN), desenvolveu o NeoAlert. Falamos de um projeto alicerçado em resultados pré-clínicos que “apontam para o potencial de um biomarcador inovador na encefalopatia associada à sépsis neonatal”, explicam as cientistas. E responde a uma necessidade emergente: na prática clínica, os neonatologistas não têm ferramentas que permitam identificar precocemente estas lesões cerebrais, o que limita a intervenção atempada e eficaz. O NeoAlert “valida pela primeira vez em recém-nascidos a utilidade clínica deste biomarcador para apoiar um diagnóstico mais precoce”. “O apoio do BIP PROOF é um passo determinante”, refere a equipa, uma vez que vai permitir realizar a primeira validação clínica do biomarcador. Esta etapa é essencial para “transformar uma hipótese científica numa solução com impacto real nos cuidados intensivos neonatais”. Ao permitir um diagnóstico mais precoce, o NeoAlert procura reduzir complicações e apoiar decisões medicas no momento certo. A longo prazo, a “visão é disponibilizar à prática clínica uma ferramenta que possa, a partir de uma única análise, fornecer informação crítica sobre a presença de sépsis e sobre a existência de lesão cerebral associada”, referem. Criado como uma tecnologia escalável, poderá ser aplicada em hospitais altamente equipados, mas também em contextos com recursos limitados, “promovendo maior equidade em saúde neonatal”. Além do impacto clínico óbvio e direto, o NeoAlert tem potencial para “diminuir os custos sociais e económicos associados à incapacidade neurológica a longo prazo, traduzindo-se em benefícios concretos para os doentes, as famílias e para os sistemas de saúde”, concluem. WeFetal: monitorizar o bebé em tempo real, no conforto de casa A gravidez é um período em que a pessoa tem der ser constantemente monitorizada, de forma a prevenir complicações. E se isso pudesse ser feito no conforto da casa? Foi o que pensaram os investigadores Duarte Dias, Francisco Vieira e João Paulo Cunha, do INESC TEC ao criar o WeFetal. O seu desenvolvimento contou ainda com a colaboração de Maria do Carmo Fernandes e Catarina Moreira, do mesmo centro de investigação. Uma cinta inovadora e confortável que permite monitorizar movimentos fetais em casa. Através de sensores colocados na cinta e de uma aplicação digital, o WeFetal tem como objetivo “detetar, quantificar e localizar em tempo real os movimentos do bebé”. Desta forma, oferece tanto às mães como aos profissionais de saúde uma “forma simples, objetiva e contínua de acompanhar o bem-estar do feto, reduzindo riscos associados a complicações que podem levar a partos de risco ou mesmo a perdas gestacionais”, explicam os investigadores. Graças ao BIP PROOF, a equipa vai agora avançar para testes clínicos com grávidas num hospital parceiro. Vão investir também em melhorar o desempenho do sistema e validar a sua utilização em cenários reais de forma a “consolidar os resultados necessários para avançar para uma fase de maior maturidade tecnológica”. O WeFetal aparece como uma solução com potencial para “transformar o acompanhamento pré-natal” fornecendo uma solução que é ao mesmo tempo acessível, cómoda e fiável. “Isto traduz-se em maior tranquilidade para as mães e em informação mais robusta para os médicos”, concluem.   E na área da Energia: DigiCrete 2.0: argamassa inovadora para impressão 3D que reduz o impacto ambiental e potencia o design. “Uma forma mais sustentável, criativa e circular de construir” – é desta forma que os investigadores Ana Mafalda Matos, Mário Pimentel, Paula Milheiro, Bárbara Rangel e Humberto Varum, todos do CONSTRUCT – Instituto de I&D em Estruturas e Construção da FEUP, descrevem o DigiCrete 2.0. Esta argamassa inovadora para fabrico digital (impressão 3D) é uma solução sustentável e versátil e permite “criar peças ou componentes com menor impacto ambiental e maior liberdade de design”, explicam os investigadores. Ao substituir cimento por matérias alternativas e permitir o fabrico digital de peças únicas, o “DigiCrete 2.0 reduz o impacto ambiental e estimula a inovação no setor”, acrescentam. O produto “alia desempenho técnico a uma estética diferenciadora, promovendo uma construção mais circular, criativa e eficiente”. Estas características fizeram com que o painel de avaliadores do BIP PROOF decidisse atribuir uma das tranches de 10 mil euros ao DigiCrete 2.0. Visto como “decisivo para validar a tecnologia em condições próximas da realidade industrial”, o financiamento será utilizado para demonstrar o desempenho da argamassa em aplicações reais e de maior dimensão, depois de já ter “sido testada com sucesso em pequena escala”, dizem. A equipa vai apostar na construção de protótipos funcionais à escala real, bem como reforçar a proteção da propriedade industrial. Para os investigadores, esta fase de demonstração semi-industrial é “essencial para comprovar a viabilidade da tecnologia em contexto relevante”, bem como para reduzir o risco tecnológico e atrair eventuais parceiros interessados na invenção. “O DigiCrete 2.0 é escalável por diferentes vias e pode posicionar Portugal como referência nesta nova cadeia de valor”, conclui a equipa.   GENESIS 2.0: produção segura e sustentável de hidrogénio e eletricidade para pequenos barcos Para a equipa por detrás do GENESIS 2.0 é urgente desenvolver soluções alternativas sustentáveis no setor marítimo face ao “aumento exponencial do consumo de energia elétrica e à elevada dependência, principalmente no caso de pequenas embarcações, de combustíveis fósseis e poluentes. Foi com isso em mente que Alexandra Pinto, Diogo Silva, Josefina Ferreira e Liliana Carneiro, investigadores do Laboratório Associado em Engenharia Química (ALiCE) e do CEFT – Centro de Estudos de Fenómenos de Transporte da FEUP, puseram mãos à obra. Posicionando-se como uma “solução limpa, segura e eficiente”, o GENEIS 2.o produz hidrogénio e eletricidade diretamente no barco, sem emissões. Para isso utiliza “cartuchos recarregáveis e subprodutos valorizáveis contribuindo ativamente para a transição energética e descarbonização do setor marítimo”, explica a equipa. O projeto foi concebido para aplicações de consumo energético moderado e “com especial foco em pequenas embarcações marítimas de recreio e pesca”. Neste contexto hidrogénio do inovador sistema modular é “gerado em minutos através da reação de um sal com água, sem necessidade de ligação à rede elétrica, operando a temperaturas e pressões moderadas, e é convertido de imediato em eletricidade a bordo”. O valor angariado no BIP PROOF será aplicado na “construção de um protótipo-piloto com cerca de 3 kW de potência, incluindo a aquisição de materiais e componentes críticos, realização de testes de segurança e validação em embarcações de recreio e de pesca”, referem. A equipa acredita que estes 10 mil euros serão determinantes “para a validação do sistema em ambiente real, permitindo a a passagem de um nível de prontidão tecnológica (TRL) de 4-5 para 6, fundamental para a aproximação ao mercado”. Serão também iniciados acordos com operadores do setor.   HydroClean: garantir água limpa e segura sem recorrer a químicos nocivos. A HydroClen surge como resposta ao desafio de controlar os microrganismos nos sistemas de água sem recorrer à libertação de químicos nocivos. Ao mesmo tempo, “contribui também para a mitigação da resistência antimicrobiana”. Quem o explica são os seus criadores: Ana Alexandra Pereira, Luís Melo, Marta Redondo e Ana Rosa Silva, investigadores do ALiCE e do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia (LEPABE), da FEUP. A principal mais-valia deste projeto é oferecer uma “alternativa segura, sustentável e sem consumo de energia aos métodos de desinfeção atuais, que muitas vezes libertam químicos nocivos na água”, explicam. Usando a HydroClean é possível não só reduzir custos como “prolongar a vida útil dos equipamentos e, sobretudo, garantir uma água de melhor qualidade microbiológica para aplicações industriais críticas e para a sociedade”. No fundo, e como acrescenta a equipa: “contribuir para um uso mais eficiente e responsável deste recurso tão escasso: a água.” Para a equipa, o apoio do BIP PROOF será “fundamental” a dois níveis: por um lado, no desenvolvimento de uma unidade piloto para “otimização das condições de operação da tecnologia e para a realização dos testes em ambientes reais, promovendo o contacto com indústrias da área”; por outro, no avanço do estudo dos mecanismos de ação da tecnologia e consolidação dos resultados experimentais, “numa perspetiva de segurança na aplicação da solução” A HydroClean destina-se a sistemas onde a qualidade de água é crítica: produção de energia, semicondutores, indústria farmacêutica. Aqui, os investigadores esperam alcançar um impacto significativo na melhoria da qualidade microbiológica da água disponibilizando, em última análise, uma “água mais segura, ao mesmo tempo que se promove a inovação sustentável”, concluem.   Sobre o BIP PROOF Criado pela U.Porto Inovação em 2018, o programa BIP PROOF  já distinguiu um total de 55 ideias inovadoras com mais de 600 mil euros. Ao longo das suas várias edições, a inciativa tem demonstrado grande impacto em áreas como colaborações com entidades externas (seja academia, indústria ou instituições públicas), publicações e nova investigação e também aspetos socioeconómicos, destacando-se os mais de 2 milhões de euros em financiamento arrecadados pelas equipas ao longo do tempo. Já foram vários os parceiros do BIP PROOF. A Fundação Amadeu Dias (FAD) aliou-se ao programa logo na primeira edição, mantendo-se até ao presente. No ano de 2024, juntou-se a Caixa Geral de Depósitos que também se manteve neste edição 2025/2026, que contou também com o apoio do UI-TRANSFER 2.0, um projeto cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2030) do Portugal 2030. O principal objetivo do BIP PROOF é criar um sistema de provas de conceito. Essas podem traduzir-se em construção de protótipos de viabilidade técnica, realização de ensaios in vitro/in vivo, estudos de viabilidade ou de mercado, entre outras, para que possam contribuir para a maturação da tecnologia e aproximação ao mercado. “O BIP PROOF é uma iniciativa que demonstra o que nós, na Universidade do Porto, queremos fazer: trazer a investigação para a sociedade em geral”. São palavras de Pedro Rodrigues, Vice-Reitor para a Investigação e Inovação na U.Porto, quando questionado sobre a importância de uma “iniciativa a manter no futuro”.  

BIP PROOF 2024/2025: Apresentação de resultados

De: 
15/09/2025
Até: 
08/10/2025

 

Terá lugar no próximo dia 8 de outubro, quinta-feira, pelas 14h30, a apresentação pública dos projetos vencedores da última edição do BIP PROOF. Esta edição aconteceu com o apoio da Fundação Amadeu Dias (FAD) e da Caixa Geral de Depósitos.

Podem conhecer mais sobre as tecnologias escolhidas aqui.

Quando? 8 de outubro de 2025
A que horas? 14h30
Onde? UPTEC Asprela I

A entrada é livre mas está sujeita a inscrição aqui. Pode consultar também o programa do evento.

O principal objetivo do programa BIP PROOF é o apoio a projetos de provas de conceito (proof of concept) e de maturação dos resultados de investigação mais promissores da Universidade do Porto e entidades participadas, visando a sua transferência para o tecido económico e sociedade..

 

Esta edição do BIP PROOF contou com o apoio da Fundação Amadeu Dias e da Caixa Geral de Depósitos.

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