BIP PROOF está de volta para financiar projetos inovadores!

O BIP PROOF- programa que tem se dedica a atribuir apoios para provas de conceito no ecossistema de investigação da Universidade do Porto - está de volta e tem 60 mil euros para distribuir. A iniciativa é da U.Porto Inovação e, à semelhança de anos anteriores, conta com o apoio da Fundação Amadeu Dias e da Caixa Geral de Depósitos. O principal objetivo do BIP PROOF é premiar projetos de provas de conceito (proof of concept) que visam estimular a concretização de etapas de valor conducentes à valorização socioeconómica de resultados de investigação promissores.  Para tal, os projetos a apoiar procederão à realização de protótipos de viabilidade técnica, ensaios in-vitro/in-vivo, estudos de viabilidade e de mercado ou outras atividades que acrescentem valor a estes resultados e aumentem a sua atratividade para poderem vir a ser transferidos para empresas já existentes ou empresas spin-off que venham a ser constituídas para exploração socioeconómica desses resultados.  Nesta edição o programa está organizado em dois grandes domínios de aplicação científico-tecnológica. Por um lado, o domínio que engloba Saúde; Biotecnologia, Tecnologia Alimentar e Agricultura. Por outro, o domínio que engloba Tecnologia da Informação, Eletrónica e Comunicação; Energia, Meio Ambiente e Construção; Transporte, Segurança e Processos Industriais. Assim, a presente edição apoiará os 3 projetos mais bem classificados em cada um dos dois domínios e, portanto, seis projetos vão receber até 10 mil euros para financiar as provas de conceito. O período de candidaturas decorre entre 17 de junho a 29 de julho. Os interessados deverão preencher o formulário que está disponível nesta plataforma. Os interessados terão também que anexar à candidatura uma declaração de apoio da unidade orgânica ou entidade participada na qual o promotor principal da candidatura é afiliado. São elegíveis projetos que, cumulativamente: resultem de I&D desenvolvida no ecossistema de investigação da Universidade do Porto, incluindo as unidades orgânicas e entidades participadas;  cuja eventual propriedade intelectual anterior ou propriedade intelectual futura pertença à Universidade do Porto ou entidades participadas; apresentem um objetivo claro com resultados bem definidos (prova de conceito experimental, protótipos a validar laboratorialmente ou em ambiente industrial);  conduzam ao desenvolvimento ou clarifiquem a viabilidade de novos produtos, processos ou serviços, com aplicação bem definida;  evidenciem que o apoio obtido no âmbito do BIP PROOF tem um impacto significativo na sua aproximação ao mercado;  evidenciem o compromisso da equipa envolvida em apoiar a transferência e uma eventual exploração comercial dos resultados após o término do BIP PROOF.  Com base nas candidaturas apresentadas, a U.Porto Inovação irá proceder à análise das propostas e seriar os projetos mediante avaliação da documentação entregue. Para esclarecimento de eventuais dúvidas deverá ser enviado um email para: bip@reit.up.pt As linhas orientadoras do BIP PROOF estão disponíveis através deste link. SOBRE O BIP PROOF O programa foi criado pela U. Porto Inovação em 2018 e, ao todo, já distinguiu um total de 38 ideias inovadoras com 440 mil euros. Esta é a 7ª edição do programa. No arranque, e contando com o apoio do projeto U. Norte Inova, o BIP PROOF financiou seis projetos com 20.000 euros. Foi já nesse ano que a Fundação Amadeu Dias (FAD) se juntou ao BIP PROOF, permitindo financiar mais quatro projetos com 10.000 euros para cada. A ligação da FAD ao programa manteve-se em todas as edições. Nos ano seguintes repetiu-se a receita de sucesso: em 2019 foram distinguidos quatro projetos, cada um com 10 mil euros. Em 2020 o Santander Universidades juntou-se à iniciativa como patrocinador e foram eleitos seis vencedores, também com 10 mil euros. As edições seguintes (2021 e 2022) distinguiram 10 ideias inovadoras nascidas na U.Porto, contando com o apoio de projetos financiados (Spin-UP em 2021 e UI-TRANSFER em 2022) e também com o patrocínio da J.Pereira da Cruz em ambas as edições. O valor investido nessas duas edições ultrapassa os 100 mil euros. A última edição aconteceu em 2023 e contou com o apoio da Fundação Amadeu Dias e do Santander Universidades. Seis projetos receberam 10 mil euros cada. O principal objetivo do BIP PROOF é criar um sistema de provas de conceito. Essas podem traduzir-se em construção de protótipos de viabilidade técnica, realização de ensaios in vitro/in vivo, estudos de viabilidade ou de mercado, entre outras, para que possam contribuir para a maturação da tecnologia e aproximação ao mercado. Esta edição conta com o apoio da Fundação Amadeu Dias e da Caixa Geral de Depósitos.

Tecnologia da U.Porto vence Prémio Inovação Bluepharma - Universidade de Coimbra 2023

  Em todo o mundo, estima-se que haja mais de 1.5 milhões de pacientes a sofrer de cancros agressivos como o do ovário, pâncreas e mama que não têm outra opção terapêutica além da quimioterapia convencional. Na Universidade do Porto, numa investigação conjunta da Faculdade de Farmácia (FFUP), REQUIMTE e do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), nasceu uma tecnologia inovadora que pode trazer uma nova esperança para estes doentes. Este composto anticancerígeno é o grande vencedor do Prémio Inovação Bluepharma Universidade de Coimbra 2023 e foi o projeto escolhido entre as 19 propostas concorrentes. “Trata-se de um prémio nacional muito prestigiado que tem reconhecido os melhores trabalhos na área da inovação aplicada à saúde. Desta forma, é um reconhecimento da qualidade do nosso trabalho, um incentivo para toda a equipa e um estímulo para um ainda longo e duro caminho que temos pela frente.”, refere Lucília Saraiva, líder da equipa. Os investigadores vão receber um prémio monetário de 20 mil euros que, no futuro, pode traduzir-se num investimento suplementar de 30 mil euros (quando confirmada a viabilidade de mercado do projeto). O valor vai ser aplicado “em estudos de validação da atividade anticancerígena do composto nos quatro tipos de cancro” que estão a estudar, referem. A equipa formou, entretanto, uma empresa chamada BEAT Therapeutics, focada no desenvolvimento de soluções para o tratamento de doenças como cancros agressivos do ovário, pâncreas e mama triplo-negativo e próstata resistente à castração. Falamos de um composto – descoberto e testado com sucesso pela equipa – inovador devido tanto às suas origens como aos seus efeitos. Tem vindo a mostrar resultados promissores e pode ser quatro vezes mais eficaz do que a quimioterapia na redução de tumores. Neste momento, estão concentrados na fase pré-clinica avançada da tecnologia, com resultados obtidos de modelos de doentes, in vitro e in vivo. A equipa por trás do inovador projeto é composta pelas/os investigadoras/es Lucília Saraiva e Ana Catarina Matos (FFUP e REQUIMTE), Ângela Carvalho, Hugo Prazeres e José Luís Costa (i3s), Maria José Umbelino Ferreira (FFUL) e ainda Silva Mulhovo, da Universidade de Pedagógica de Moçambique, numa colaboração frutífera ente várias instituições. A somar distinções desde 2023 Em abril e maio de 2023 a equipa da BEAT Therapeutics conquistou o primeiro lugar no iUP25k – concurso de ideias de negócio da Universidade do Porto – e o segundo lugar no BIP Acceleration. Ambas as iniciativas foram organizadas pela U.Porto Inovação no âmbito do projeto UI-CAN – Universidades como Interface para o Empreendedorismo. Depois, em junho, além de terem sido selecionados para a final da EIT Health InnoStars (iniciativa na qual acabaram por ficar em segundo lugar, em novembro de 2023), a equipa venceu o concurso nacional que colocou frente a frente projetos inovadores nascidos nas sete universidades parceiras do UI-CAN (Aveiro, Beira Interior, Coimbra, Évora, Minho, Porto e Trás-os-Montes e Alto Douro). Já perto do final do ano, a BEAT Therapeutics foi distinguida pelo Programa Gilead GÉNESE, que atribuiu um financiamento de 15 mil euros à equipa, e sagrou-se vencedora nos pitches da categoria Bio/Pharma Tech da edição 2023 do programa de aceleração espanhol "Startup Olé". Já enquanto empresa venceram o Prémio Jovem Empreendedor 2023 (iniciativa da ANJE). Sobre o Prémio Inovação Bluepharma - Universidade de Coimbra 2023 O Prémio Inovação Bluepharma Universidade de Coimbra tem como objetivo distinguir projetos científicos de excelência, a nível internacional, na área das ciências da saúde, que apresentem elevado potencial de transformação em produtos ou serviços, com interesse para a sociedade. Tem periodicidade bienal. Nesta edição as candidaturas foram analisadas pelo júri composto por Luís Pereira de Almeida (Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC), Luís Almeida (BlueClinical), Miguel Botto (Portugal Ventures), Sérgio Simões (Faculdade de Farmácia da UC e Bluepharma) e presidido por Fernando Seabra Santos (Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC).   Foto: Bluepharma/Universidade de Coimbra

" A U.Porto Inovação é essencial para que a Universidade continue na vanguarda da ciência e tecnologia.”

Ana Casaca trabalhou na Reitoria da Universidade do Porto entre 2003 e 2006, tendo contribuído para o lançamento da U.Porto Inovação em 2004. Na altura, faziam parte da equipa também António Teixeira e Sofia Varge. Ana Casaca chegou a assumir parte da coordenação desta primeira equipa. Na sua opinião, a importância de uma estrutura como a U.Porto Inovação mantém-se até aos dias de hoje. “A U.Porto Inovação é mais do que nunca uma pedra angular na estratégia de desenvolvimento e inovação da Universidade do Porto. Desempenhando um papel crucial na promoção da inovação, este gabinete é instrumental na transformação do conhecimento académico em valor económico e social, servindo de ponte entre as áreas de investigação de ponta realizadas dentro dos muros da universidade e o mundo empresarial.”, refere.   1. Porque se sentiu a necessidade de criar a U.Porto Inovação? A necessidade de criar um gabinete como a U.Porto Inovação surgiu do desejo de fortalecer as conexões entre a indústria e os centros de investigação da universidade. O nosso objetivo primordial era formar parcerias estratégicas e fomentar processos de cocriação que resultassem na produção de conhecimento com um impacto tangível e benéfico para a sociedade. A U.Porto Inovação foi concebida para atuar como catalisadora na transferência de tecnologias inovadoras para o mercado e promover a integração da cultura académica com o ecossistema externo mais amplo. Esta iniciativa pretendia não apenas facilitar a aplicação prática do conhecimento científico, mas também abrir novos caminhos para a colaboração entre a universidade e o setor empresarial. Dada a reconhecida excelência da Universidade do Porto na produção científica, era fundamental que a U.Porto Inovação desempenhasse um papel duplo: servir como um farol para a valorização do conhecimento gerado dentro da universidade e como um motor de capacitação empreendedora para professores e estudantes. Este esforço visava diretamente contribuir para o rejuvenescimento e fortalecimento das capacidades industriais da região Norte, além de promover a criação de empregos altamente qualificados. Adicionalmente, reconheceu-se que a U.Porto Inovação deveria posicionar-se no centro dos novos ecossistemas de inovação, facilitando a interação e complementaridade entre as diversas competências académicas e industriais. Este papel central é fundamental para maximizar o potencial inovador e produtivo do país, particularmente na região norte, criando sinergias que impulsionam o desenvolvimento tecnológico e socioeconómico.   2. Foi fácil o processo? Como se desenrolou? A criação de um gabinete de transferência de tecnologia é um processo complexo. Há um duplo desafio de adequação: por um lado, às especificidades de cada instituição de ensino e investigação; por outro, às necessidades do mercado onde a Universidade atua. Iniciamos o processo com uma análise de benchmarking sobre o funcionamento e a estrutura de gabinetes de transferência de tecnologia noutras universidades. Este passo permitiu identificar melhores práticas e foi crucial para entender como outras instituições equilibraram a proteção intelectual com a comercialização eficaz das inovações. Definimos os Macro Objetivos com base nas lições aprendidas durante a fase de benchmarking, o que nos permitiu delinear claramente o scope de atuação que incluía a gestão de propriedade intelectual, a promoção de parcerias entre a universidade e a indústria, e o apoio ao empreendedorismo académico. O alinhamento institucional e interdepartamental foi naturalmente o passo seguinte. Foi necessário trabalhar de forma colaborativa para assegurar que a U.Porto Inovação complementasse e reforçasse os objetivos da Universidade e de pesquisa, sem duplicar esforços ou criar conflitos internos. Em termos de operacionalização, começamos com o Desenvolvimento de Políticas e Procedimentos com uma abordagem holística, desde a identificação e proteção de invenções até à negociação de acordos de licenciamento e parcerias com a indústria. Mas a formação da equipa foi o passo mais importante em todo o processo. Desde especialistas em propriedade intelectual a profissionais de desenvolvimento de negócio, a diversidade de competências foi decisiva para cobrir todos os ângulos da transferência de tecnologia. Isto foi fundamental para abranger as várias facetas da transferência de tecnologia.   3. Como era constituída a equipa e por que tarefas/projetos começaram? A equipa inicial era composta por três profissionais com experiências variadas, desde a proteção de ativos intangíveis até à gestão de candidaturas a fundos comunitários, passando pela criação de empresas. Adicionalmente, priorizou-se a formação de uma rede de parceiros internos e externos para evitar redundâncias e colmatar as competências que não existiam na equipa. Entre os primeiros projetos, destaco: o desenvolvimento e aprovação do primeiro regulamento de Propriedade Intelectual da U.Porto; a criação do primeiro curso de empreendedorismo com o apoio do Professor Daniel Bessa na Porto Business School, focado em alunos de Doutoramento e Mestrado; e, por último, a implementação do processo de transferência de tecnologia em parceria com o Instituto Fraunhofer.   4. Quais as maiores dificuldades? Diria que o maior desafio foi identificar o valor potencial que a U.Porto Inovação poderia agregar à Universidade. Foi necessário assegurar o alinhamento e aprovação com as direções das 14 faculdades e definir os objetivos, indicadores de desempenho e principais linhas de atuação para os primeiros anos, além de garantir financiamento para o arranque do processo.   5. Como vê a importância da U.Porto Inovação nos dias que correm? Além de fomentar o empreendedorismo tecnológico entre estudantes, docentes e investigadores, a U.Porto Inovação é fundamental na criação de um ambiente propício à criação de startups e spin-off, contribuindo significativamente para o ecossistema inovador da região e do país. Ao facilitar o acesso a recursos, mentoria, redes de contactos e financiamento, apoia a comunidade académica a dar o salto em direção ao mercado global. Numa altura em que a rapidez da evolução tecnológica e a intensidade da competição global não têm precedentes, a U.Porto Inovação não só eleva o perfil internacional da Universidade como também desempenha um papel vital na economia, contribuindo para a criação de emprego qualificado, para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e para a solução de desafios sociais complexos. Assim, a U.Porto Inovação é essencial para que a universidade continue na vanguarda da ciência e tecnologia, reforçando a sua missão de servir a sociedade através da inovação e do conhecimento.   6. Na sua opinião, por onde passa o futuro da inovação na Universidade do Porto? O que falta fazer? O futuro da inovação na Universidade do Porto deve assentar na continuação e intensificação do envolvimento sistemático entre a indústria e o meio académico. A chave está em estabelecer parcerias estratégicas que não só realcem a geração de conhecimento, mas que também promovam a aplicação prática desse conhecimento em benefício da sociedade. A Universidade, mais do que nunca, deve ser vista não só como uma fonte geradora de conhecimento, mas também como um catalisador para a integração de esforços entre diferentes sectores industriais e disciplinas académicas. Esta abordagem multidisciplinar e intersectorial é fundamental para enfrentar os desafios complexos da atualidade. Para além disso, é crucial expandir os esforços no sentido de garantir que a investigação produzida tenha um impacto social tangível e reconhecível. A Universidade do Porto tem o potencial de liderar neste domínio, assumindo um papel central no desenvolvimento de um ecossistema inovador que não apenas alimente a economia com novas tecnologias e soluções, mas que também contribua significativamente para o bem-estar da comunidade. Um aspeto que ainda requer atenção é a necessidade de reforçar a infraestrutura de suporte à inovação dentro da Universidade. Isso inclui desde o aperfeiçoamento dos processos de transferência de tecnologia até ao desenvolvimento de programas que incentivem o empreendedorismo entre estudantes e investigadores. Promover uma cultura que valorize a inovação e o risco calculado pode acelerar significativamente o ritmo da inovação. Em suma, para que a Universidade do Porto se mantenha na vanguarda da inovação, é imperativo que continue a fortalecer as ligações entre a academia e a indústria, desenvolva parcerias intersectoriais e transdisciplinares cada vez mais sólidas, e trabalhe ativamente para garantir que a investigação produza benefícios reais e mensuráveis para a sociedade.

BIP PROOF 2024/2025: Candidaturas abertas!

De: 
17/06/2024
Até: 
29/07/2024

O BIP PROOF - programa de apoio ao desenvolvimento de provas de conceito da Universidade do Porto - está de volta e tem 60 mil euros para distribuir!

Estão abertas as candidaturas ao BIP PROOF 2024/2025, programa que vai atribuir apoios para provas de conceito no ecossistema de investigação da Universidade do Porto. Com o apoio da Fundação Amadeu Dias e da Caixa Geral de Depósitos, seis projetos vão receber até 10 mil euros para financiar provas de conceito. Os interessados podem candidatar-se até ao dia 29 de julho de 2024.

O principal objetivo do BIP PROOF é premiar projetos de provas de conceito (proof of concept) que visam estimular a concretização de etapas de valor conducentes à valorização socioeconómica de resultados de investigação promissores. Para tal, os projetos a apoiar procederão à realização de protótipos de viabilidade técnica, ensaios in-vitro/in-vivo, estudos de viabilidade e de mercado ou outras atividades que acrescentem valor a estes resultados e aumentem a sua atratividade para poderem vir a ser transferidos para empresas já existentes ou empresas spin-off que venham a ser constituídas para exploração socioeconómica desses resultados.

Nesta edição o programa está organizado em dois grandes domínios de aplicação científico-tecnológica. Por um lado, o domínio que engloba Saúde; Biotecnologia, Tecnologia Alimentar e Agricultura. Por outro, o domínio que engloba Tecnologia da Informação, Eletrónica e Comunicação; Energia, Meio Ambiente e Construção; Transporte, Segurança e Processos Industriais. Assim, a presente edição apoiará os 3 projetos mais bem classificados em cada um dos dois domínios e, portanto, seis projetos vão receber até 10 mil euros para financiar as provas de conceito.

São elegíveis projetos que, cumulativamente:

  1. resultem de I&D desenvolvida no ecossistema de investigação da Universidade do Porto, incluindo as unidades orgânicas e entidades participadas; 
  2. cuja eventual propriedade intelectual anterior ou propriedade intelectual futura pertença à Universidade do Porto ou entidades participadas;
  3. apresentem um objetivo claro com resultados bem definidos (prova de conceito experimental, protótipos a validar laboratorialmente ou em ambiente industrial); 
  4. conduzam ao desenvolvimento ou clarifiquem a viabilidade de novos produtos, processos ou serviços, com aplicação bem definida; 
  5. evidenciem que o apoio obtido no âmbito do BIP PROOF tem um impacto significativo na sua aproximação ao mercado; 
  6. evidenciem o compromisso da equipa envolvida em apoiar a transferência e uma eventual exploração comercial dos resultados após o término do BIP PROOF. 

 

Consulte as linhas orientadoras do BIP PROOF através deste link.

Os interessados deverão preencher o formulário que está disponível nesta plataforma. Os interessados terão também que anexar à candidatura uma declaração de apoio da unidade orgânica ou entidade participada na qual o promotor principal da candidatura é afiliado.

Com base nas candidaturas apresentadas, a U.Porto Inovação irá proceder à análise das propostas e seriar os projetos mediante avaliação da documentação entregue. Para esclarecimento de eventuais dúvidas deverá ser enviado um email para: bip@reit.up.pt

 

Esta edição conta com o apoio da Fundação Amadeu Dias e da Caixa Geral de Depósitos.

iUP25k premeia “farinha funcional” que vai mudar a vida dos diabéticos

  São mais de 530 milhões de pessoas que vivem com diabetes em todo o mundo. Esse número é particularmente preocupante se visto na perspetiva de “em 2045, um em cada oito adultos sofrerá de diabetes”. Um cenário que inspirou a equipa FarFun, vencedora da 10ª edição do iUP25k – Concurso de Ideias de Negócio da Universidade do Porto. Regra geral, quem sofre de diabetes deve seguir uma alimentação mais restrita e tem de evitar ou reduzir o consumo de muitos alimentos que apreciam. Apesar de o pão ser um dos alimentos mais consumidos em todo o mundo, quem sofre de diabetes tem a recomendação de reduzir a sua ingestão devido à ocorrência de picos de açúcar no sangue que o pão provoca. E isso “tem um impacto negativo na qualidade de vida e na autoestima”, referem as mentes por trás do FarFun, até porque as opções alimentares atualmente disponíveis para diabéticos ainda são escassas e a maioria delas consiste “apenas numa redução dos açucares adicionados ou na sua substituição por adoçantes naturais ou sintéticos”. Ou seja, não são ideais e não resolvem o problema de forma plena. E é com base nessa premissa que surge o projeto FarFun, resultado de uma colaboração multidisciplinar entre várias entidades. “É uma combinação de cereais (trigo, centeio, milho) com um ingrediente bioativo obtido em algas marinhas, que resultará numa farinha funcional para a produção de pão adaptado às restrições alimentares dos diabéticos”, explica a equipa constituída pelos investigadores Fátima Fernandes, da Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP) e do LAQV@REQUIMTE, Graciliana Lopes (CIIMAR), Mariana Barbosa (UCIBIO/NOVA Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa), Ricardo Cardoso (FEUP) e Patrícia Valentão (FFUP/LAQV@REQUIMTE). Os cientistas acrescentam ainda que este ingrediente não é exclusivo para alimentação de quem sofre com esta patologia, sendo também indicado para “quem evita o consumo de pão por questões de peso corporal”. A mais valia desta inovadora farinha funcional é a sua capacidade de “inibir a absorção de açúcares, evitando a ocorrência de picos de glucose que acontecem com o consumo do pão tradicional”, referem. A equipa encara o primeiro prémio no iUP25k – que inclui um valor monetário de 3.000 euros, um período de pré incubação na UPTEC e consultoria de empreendedorismo – como o reconhecimento do potencial da ideia para a criação do seu negócio. “Os prémios serão fundamentais para nascermos enquanto empreendedores”, referem. Os próximos passos da FarFun, a curto prazo, são “consolidar parcerias já existentes, procurar investidores e concorrer a programas de financiamento”. Prevenir lesões musculares em profissionais de saúde e gerar energia limpa No segundo e terceiro lugares da competição ficaram, respetivamente, os projetos BodyBoost e UPWIND. Nascida da mente das investigadoras Marta Campos Ferreira (FEUP e INESC TEC), Ana Sofia Teixeira (FEUP) e Carla Sílvia Fernandes (Escola Superior de Enfermagem do Porto), BodyBoost procura não só corrigir, mas também prevenir lesões musculoesqueléticas em profissionais de saúde. “É uma solução única e proativa, baseada na recolha de dados em tempo real e equipada com algoritmos de aprendizagem automática”, explicam. O principal objetivo é, em primeiro lugar, promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, mas também reduzir significativamente os períodos de baixa médica dos profissionais por motivo de lesões. O BodyBoost monitoriza e analisa riscos em tempo real, oferecendo feedback imediato para correção de postura através de uma aplicação móvel. Envia também relatórios detalhados para práticas de trabalho mais seguras. “Consiste num dispositivo wearable, combinado com software de análise biomecânica avançada, que monitoriza continuamente o utilizador”, refere a equipa multidisciplinar. A tecnologia é, assim, diferente das soluções existentes, mais reativas e focadas no tratamento das lesões após a sua ocorrência. “O BodyBoost atua preventivamente, e de forma não intrusiva, com especial enfoque na região lombar”, acrescentam as investigadoras. Para a equipa, o 2.º prémio conquistado no iUP25k – que inclui um valor monetário de 2.000 euros, um período de pré incubação na UPTEC e consultoria de empreendedorismo – vai ajudar a alavancar a ideia de negócio. Garantidos um mínimo produto viável, um pedido de patente e uma prova de conceito, as investigadoras pretendam agora “melhorar a ergonomia do dispositivo, avaliar o algoritmo e produzir 100 placas otimizadas para depois conduzir um teste piloto em larga escala e em ambiente clínico”, referem. Os resultados deste teste permitirão, depois, angariar clientes para o BodyBoost. Em terceiro lugar ficou a solução UPWIND, desenvolvida por quatro investigadores do SYSTEC – Centro de Sistemas e Tecnologias da FEUP: Fernando Fontes, Luís Tiago Paiva, Manuel C.R.M. Fernandes e Sérgio Vinha. “Falamos de um gerador portátil e de rápida instalação para produção de eletricidade com base em energia renovável eólica”, apresentam. Segundo os investigadores, “as necessidades de energia elétrica atuais não estão adequadamente satisfeitas em muitos locais onde a rede elétrica não está disponível ou é insuficiente”. Falamos, por exemplo, de comunidades remotas ou sítios com necessidades temporárias de eletricidade como construções, minas, ou locais de eventos. Os geradores a combustível que, por norma, são utilizados nestas situações, além de muito poluentes têm elevados custos de operação. E foi esta a motivação principal para a criação do UPWIND, que proporcionará energia elétrica de forma limpa, com portabilidade, baixo custo operacional e sem necessidade de reabastecimento de combustível. Para os cientistas, o 3.º prémio do iUP25k – que inclui um valor monetário de 1.000 euros, um período de pré incubação na UPTEC e consultoria de empreendedorismo – representa  “uma validação da ideia de negócio por um painel de peritos”. Tendo vindo já a validar a vertente científica e tecnológica da invenção ao longo dos anos, consideram muito importante ver a questão do negócio também reconhecida: “É para nós um motivo de grande orgulho”, referem, e é na vertente empresarial que irão aplicar os prémios recebidos. A equipa tem já protótipos a funcionar “em ambiente controlado” e os próximos passos são “desenvolver ainda mais a ideia para chegarem a um mínimo produto viável que terá de ser validado e certificado”, refere. Assim, estão neste momento à procura de estabelecer uma parceria estratégica para um projeto piloto que lhes permita monitorizar o funcionamento do UPWIND durante longos períodos de tempo. "Trazer o conhecimento para mais perto das empresas, dos produtos em concreto e da sociedade em geral" Esta foi a 10ª edição do iUP25k - concurso de ideias de negócio da U.Porto. A iniciativa é já vista como um dos mais emblemáticos eventos de promoção do empreendedorismo na instituição e, este ano, contou com o apoio da Caixa Geral de Depósitos e da UPTEC. O júri desta edição foi constituído por André Silva (Astrolábio), Raquel Gaião Silva (Faber) e Raphael Stanzani (UPTEC). A decisão sobre os vencedores do iUP25k 2024 foi demorada, havendo consenso sobre a elevada qualidade dos 12 projetos finalistas. “O nível de participação este ano foi fantástico, e o júri teve dificuldade em chegar aos três vencedores", referiu Pedro Rodrigues, Vice-Reitor da U.Porto para a Investigação e Inovação, no momento em que anunciou os vencedores. Recorde-se que, durante três dias, as equipas participaram no BIP Ignition, que lhes permitiu não só obter consultoria especializada e aconselhamento sobre como melhorar os seus projetos, mas também acompanhamento dos pitchs para a sessão final. Esta tarefa esteve a cargo da Astrolábio. “Hoje já são todos vencedores, com melhorias implementadas no vosso modelo de negócio durante o BIP Ignition. Por isso, mesmo que não tenham chegado ao «top 3», acreditem no vosso projeto que vale sempre a pena acreditar em projetos tão bons como estes que apareceram aqui”, referiu André Silva, da Astrolábio, entidade responsável por conduzir o BIP Ignition. Organizado pela U.Porto Inovação desde 2010, o iUP25k tem como grande objetivo o de promover o surgimento de novas iniciativas empreendedoras na U.Porto e assegurar vantagens àqueles que querem valorizar o conhecimento gerado na instituição. "Este concurso é o que nós, desde sempre, queremos fazer na Universidade do Porto: trazer o conhecimento e a investigação para mais perto das empresas, dos produtos em concreto e da sociedade em geral", concluiu Pedro Rodrigues.   Esta edição do iUP25k conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos e da UPTEC.

"A U.Porto Inovação é uma estrutura chave na competitividade da U.Porto."

António Teixeira foi um dos principais arquitetos na fundação da U.Porto Inovação. Durante o seu período na U.Porto, ajudou a desenhar o que começou por ser, na altura, a UPIN. Esteve ligado à Universidade do Porto entre 2002 e 2005, começando, antes da existência da U.Porto Inovação, por liderar o Gabinete de Apoio à Propriedade Intelectual (GAPI). Este projeto nacional, financeiramente apoiado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), tinha a missão de “promover a propriedade intelectual por toda a comunidade universitária, bem como estabelecer boas práticas da gestão de propriedade intelectual (PI) e de transferência de tecnologia”, refere António Teixeira. Além disso, o projeto concentrava-se também em promover novos procedimentos para definir a nova política de PI em toda a Universidade do Porto e esse foi um dos motivos que impulsionou a criação da U.Porto Inovação. “Diria que fiz parte do “ano zero” e do “ano um” da U.Porto Inovação.”, diz.   1. Porque se sentiu a necessidade de criar a U.Porto Inovação? Em 2002 já existiam docentes e investigadores que conheciam os benefícios e vantagens da gestão da Propriedade Intelectual (PI) na academia, por via das suas experiências internacionais noutras universidades, mas uma grande parte da comunidade universitária não estava ainda desperta para estas questões. Talvez porque a própria U.Porto não sabia ainda bem como implementar esta componente no seu seio. Existiam dúvidas sobre a política de PI e algum desconhecimento, por isso penso que o contributo do Gabinete de Apoio à Propriedade Intelectual da Universidade do Porto (GAPI.UP), e mais tarde da U.Porto Inovação, terá sido muito importante para a U.Porto que conhecemos hoje.  Trabalhei primeiro com o Reitor Novais Barbosa e o Vice-Reitor Ferreira Gomes e quando o Prof. Marques dos Santos e a Vice-Reitora Isabel Azevedo foram eleitos para o seu primeiro mandato começaram a ser discutidos os resultados do GAPI que já tinha obtido uma elevada aceitação como estrutura na U.Porto. Foi nesta altura, em que o projeto GAPI tinha o financiamento do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a terminar, que tomei a iniciativa de sugerir o alargamento de funções do GAPI. O Reitor Marques dos Santos concordou e tivemos diversas reuniões onde ajustei o documento à visão que na altura era pretendida para a Universidade.  Como tinha tido acesso as formações no Reino Unido, providenciadas pela parceria Cambridge–MIT Institute a universidades britânicas, fui sempre muito inspirado em estruturas que conheci na altura (ISIS Innovation ou Oxford University Innovation e Cambridge Enterprise), sobretudo a primeira, e terá sido essa a razão pela qual sugeri o nome de Universidade do Porto Inovação ou UPIN.   2. Foi fácil o processo? Como se desenrolou? Na Academia nada é fácil, mas poderei dizer que também não foi muito difícil, pois existia na Universidade do Porto um conjunto significativo de docentes e investigadores, em conjunto com o Reitor Marques do Santos e a Vice-Reitora Isabel Azevedo, que apoiavam e consideravam este processo determinante para a valorização do conhecimento produzido na universidade e no incentivo à criação de spinoffs baseadas em projetos de investigação.  Recordo o apoio de vários investigadores da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), como por exemplo o Prof. Pedro Guedes de Oliveira. No entanto, na altura existiam outras prioridades, como as obras do ICBAS, a reformulação de currículos formativos, a transferência da Reitoria e a consolidação do Instituto de Recursos e Iniciativas Comuns da Universidade do Porto (IRICUP) que veio a ser a estrutura em que a U.Porto Inovação foi colocada, considerada naquela época a melhor opção de acordo com as políticas da U.Porto.   3. Como era constituída a equipa e por que tarefas/projetos começaram? A equipa da U.Porto Inovação, quando foi instalada no IRICUP, além da minha coordenação, tinha mais duas pessoas: a Ana Casaca e a Sofia Varge. As principais tarefas decorreram da continuação do que tinha sido implementado pelo GAPI. Recordo que, no nosso caso, o GAPI se destacava em algumas práticas, face à dinâmica e potencial da investigação científica realizada pela comunidade académica da U.Porto. As principais tarefas envolviam a análise a tecnologias e resultados da I&D, apoio a pedidos de patente, candidaturas de financiamento à PI (SIUPI), sensibilização da PI nas faculdades e unidades de investigação da U.Porto, seminários e workshops e também parcerias internacionais tendo em vista a valorização da PI da universidade. Por exemplo, conseguimos persuadir uma grande empresa britânica, a BTG-British Technology Group plc, que investia muito no licenciamento de tecnologias oriundas das universidades e em startups a vir ao Porto conhecer a U.Porto e alguns dos investigadores e tecnologias.  Recordo que na altura era a área das ciências da vida que apresentava mais dinâmica e os primeiros pedidos de patente da U.Porto que apoiámos foram nesta área. O primeiro, pensava-se que poderia vir a ser uma vacina contra a cárie, liderada pela Profª. Paula Ferreira do ICBAS, que uns anos mais tarde licenciou a tecnologia à empresa Immunethep. Diria que contribuí também um pouco para esta valorização, e já como Diretor Executivo do Biocant, apresentei a Prof. Paula e a sua tecnologia a outros grupos de investigação neste parque de biotecnologia, onde foi criada a Immunethep, que mais tarde a veio licenciar. É muito importante promover interações entre investigadores de diferentes entidades, gestores e financiadores.    4. Quais as maiores dificuldades? Na altura a principal dificuldade foi a incerteza na abrangência de funções, na dependência hierárquica na Reitoria, no financiamento e na sustentabilidade da estrutura U.Porto Inovação.  A outra dificuldade era ter poucos recursos humanos e financeiros para as funções a que nos propúnhamos. Acabei por não ficar muito tempo na U.Porto Inovação porque, na altura, além de ter sido pai pela primeira vez, fui convidado para um desafio também muito aliciante na Agência de Inovação. Apesar de ter mantido a colaboração com a U.Porto a meio tempo, acabei por decidir ficar na Agência em definitivo. Aprendi muito nesse desafio mas fiquei sempre a pensar que poderia ter feito muito mais pela U.Porto Inovação se lá tivesse permanecido.   5. Como vê a importância da U.Porto Inovação nos dias que correm? Muito importante e uma estrutura chave na competitividade da U.Porto.  Tem vindo a evoluir sustentadamente nestes 20 anos e ganhou o seu espaço por mérito próprio, conseguindo envolver uma das principais forças da U.Porto que, além dos investigadores, são também os estudantes, que são jovens empreendedores e inovadores de grande potencial.  A U.Porto Inovação é uma estrutura conhecida por toda a comunidade académica da U.Porto e apresenta uma equipa estável e competente. Na minha opinião, diria que atingiu a maioridade, como um estudante nos primeiros anos da licenciatura, com distinção, e que agora, como um estudante de Mestrado ou Doutoramento, deveria dar um novo salto evolutivo mais ambicioso.   6. Na sua opinião, por onde passa o futuro da inovação na Universidade do Porto? O que falta fazer? Quando ajudei a criar a U.Porto Inovação, na altura UPIN, acreditava neste modelo organizacional onde estas estruturas, e as pessoas que as formam, eram consideradas uma espécie de agentes de inovação na Universidade e que tudo se articulava à volta deste modelo. No entanto, o mundo mudou muito, como a própria universidade e até as tecnologias, e agora é tudo muito mais rápido, digital e “inteligente”. Por isso, atualmente tenho ideias diferentes do que tinha naqueles anos.  Por exemplo, acho que a U.Porto deveria criar uma “Agenda de Inovação” a longo prazo, que pudesse envolver três aspetos distintos, mas intimamente relacionados: a abordagem da universidade para estimular a inovação, o desenvolvimento de mentalidades empreendedoras e de inovação dos estudantes e a colaboração com parceiros no ecossistema de inovação. Num nível mais operacional e conhecendo outras realidades, penso que devem ser promovidas outro tipo de estruturas organizativas mais desconcentradas, mais abertas, mais ágeis, mais tecnológicas, mais internacionais, mais sustentáveis, com modelos próprios de transferência de tecnologia e valorização do conhecimento, mais perto da indústria e do território e com programas de incubação de ideias e empresas, viradas para um ecossistema de inovação e sustentabilidade com mais impacto na U.Porto, na região ou país.  Refiro como um exemplo interessante, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que está a percorrer o seu caminho com o TecLabs. Este exemplo, não significa que a U.Porto o deve mimetizar, mas antes analisar e definir o seu próprio caminho, pois tem recursos e pessoas muito capazes de conseguir dar um “salto” significativo e muito relevante. A bem da U.Porto Inovação, espero que este “salto” possa ser quântico!  

Já são conhecidos os finalistas do iUP25k 2024!|

  A 10ª edição do iUP25k - concurso de ideias de negócio da Universidade do Porto -  recebeu 38 candidaturas  Depois de uma criteriosa avaliação das 32 candidaturas elegíveis, estão, finalmente, escolhidas as 12 equipas finalistas do concurso. A avaliação, coordenada pela U.Porto Inovação, foi levada a cabo pela Astrolábio – Orientação e Estratégia S.A.  Durante os dias 17, 20 e 21 de maio as equipas vão participar do Bip Ignition, programa de capacitação a cargo da Astrolábio. A final, aberta ao público, será no dia 24 de maio no Auditório da UPTEC Asprela I, às 09h30. Agradecemos a participação da comunidade empreendedora da U.Porto e felicitamos as equipas finalistas! São elas: AlFunDia AUTSAI Backslash Code BodyBoost Braining Impacte Mentaly MiGloN ooVoo.Life Renal Value Care State of The Ark - SoTA UPWIND   Esta edição do iUP25k conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos e da UPTEC.    

U.Porto Inovação encerra ano de 2023 com renovado sentido de missão

  "Durante o ano de 2023 a U.Porto Inovação renovou a sua visão para melhor cumprir a sua missão no ecossistema de investigação e inovação da Universidade". São palavras de Pedro Rodrigues, Vice-Reitor para a Investigação e Inovação, fazendo uma retrospetiva do trabalho da estrutura no ano passado. Com uma equipa maior (13 pessoas) e focada em cumprir a missão designada, a U.Porto Inovação encerra o ano de 2023, à semelhança dos anteriores, com números fortes e consolidados, iniciativas novas, projetos a que dar continuidade mas, sobretudo, sentido de missão inalterado. Como refere André Fernandes, dirigente da U.Porto Inovação, os números e resultados "refletem a atitude proativa da equipa em 2023". Tendo comemorado, à data desta publicação, o seu vigésimo aniversário, a U.Porto Inovação, nas palavras dos seus responsáveis manterá um caminho firme e determinado, com foco na missão a que se propôs desde a sua criação, em 2004. Proteger e valorizar a ciência produzida na U.Porto No que toca à propriedade intelectual, em 2023 a U.Porto Inovação alcançou a importante marca das 500 comunicações de invenção recebidas. Foram, no total, 43, fazendo de 2023 um dos melhores anos no que a este aspeto diz respeito, superado apenas pelas 51 comunicações de invenção recebidas em 2021. Englobando todas as áreas de investigação (Saúde; Biotecnologia e tecnologia agroalimentar; Tecnologias de informação, comunicação e eletrónica; Energia, ambiente e construção e Transportes, segurança e processos industriais) as comunicações de invenção que a unidade recebeu desde a sua fundação totalizavam, no final do ano de 2023, 534. Na sequência das comunicações de invenção recebidas neste e em anos anteriores, foram submetidos neste ano 31 pedidos de prioridade nacional junto do Instituto de Propriedade Industrial (INPI), 18 pedidos de extensão internacional (PCT) e 110 pedidos de patente internacionais em territórios como Europa, Estados Unidos, China, Índia e Japão e uma grande variedade de países europeus. Já no que toca a concessões, foram 6 as patentes concedidas em Portugal e 67 a nível internacional. No final de 2023, o portfolio de patentes da U.Porto concedidas ultrapassava as 450 (483), sendo 91 nacionais e 392 internacionais. De salientar também que, pela primeira vez, a Universidade do Porto teve patentes concedidas na África do Sul e em Macau. A invenção “Panels with granulated rubber core and high pressure laminate faces and production method thereof”, liderada na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) por Fernão Magalhães, foi concedida na África do Sul em abril. No mês anterior, a tecnologia do grupo de investigação de Fernanda Borges, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, intitulada “Hydroxybenzoic acid derivatives, methods and uses thereof”, foi alvo de proteção via patente em Macau.  Tendo em conta todas as novas patentes submetidas, mas também as que foram caindo ao longo do ano, a U.Porto terminou 2023 com 592 processos ativos de patentes no seu portfolio. Além de proteger, outra das importantes missões da U.Porto Inovação é valorizar a investigação e fazer o possível para a transferir para o mercado de forma a beneficiar o tecido económico e social. Em 2023 foram assinados três novos contratos de exploração comercial de tecnologias com empresas. Dois deles são da área da saúde e as tecnologias em questão foram desenvolvidas por investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). As empresas a quem as invenções foram licenciadas são a Regenera e a Vetiqo. Houve ainda uma licença à empresa Dourogás, de uma tecnologia "made in" FEUP. Regresso do IJUP Empresas e continuidade dos programas de apoio à criação de spin-offs O ano de 2023 fica marcado pelo regresso do IJUP Empresas, iniciativa que a partir do ano passado está a cargo da equipa da U.Porto Inovação. Esta é uma iniciativa onde cientistas, estudantes e empresas são desafiados a colaborar em projetos de investigação exploratória com caráter pluridisciplinar. Neste regresso, foram selecionados seis projetos para colaboração com as empresas Galp, Grupo ITAU, Soja de Portugal e Sonae MC.  Ainda em 2023, teve lugar a 6ª edição do BIP PROOF, com um investimento total de 60 mil euros em ideias inovadoras nascidas na Universidade do Porto, e mantiveram-se também iniciativas como o iUP25k – concurso de ideias de negócio da Universidade do Porto, o BIP Acceleration e o BIP Ignition. O iUP25k atribuiu prémios a cinco equipas da Universidade do Porto, totalizando os já famosos 25.000€ em prémios que caracterizam a iniciativa.  Ainda no tema do empreendedorismo de base científica e tecnológica, não podemos deixar de falar do The Circle. Depois de, em 2022, se ter chegado às 100 spin-offs U.Porto, em 2023 a U.Porto Inovação acolheu mais 16 empresas com a chancela. Juntas, as empresas do The Circle geriam, no final de 2023, mais de 70 patentes, geraram mais de 80 milhões de euros de volume de negócios e já contribuíram para a criação de mais de 1800 postos de trabalho. Informação mais detalhada sobre a rede de empresas spin-off U.Porto pode ser encontrada na brochura anual do The Circle, aqui. Mais networking e aproximação ao meio empresarial Um dos destaques do ano de 2023 foi o Encontro de Investigação e Inovação Abertas. Esta iniciativa inédita reuniu na Universidade do Porto membros da academia, mas também responsáveis de empresas e outros stakeholders. Ao todo, mais de uma centena de participantes passaram pelo evento, onde puderam assistir ao European Symposium on Innovation in Global Health e conhecer também os vencedores das edições de 2023 do BIP PROOF e do IJUP Empresas, programas organizados pela U.Porto Inovação. No que diz respeito à atividade de interface, organizaram-se 14 sessões A2B (Academia to Business) em 2023, com empresas como a Galp, Grupo ITAU, Sportsmaster, Symington Family Estates, Contemp, E-goi, entre outras. As sessões A2B já se realizam há dez anos e totalizam 69 encontros, com mais de 1700 participantes entre académicos e membros de empresas, sejam elas grandes indústrias nacionais, startups ou spin-offs da U.Porto. O objetivo principal da iniciativa é uma aproximação do meio académico às empresas para parcerias de investigação, e assim uma mais eficaz valorização da ciência gerada pela U.Porto. Equipa maior, mais consolidada e com objetivos para um futuro forte "No ano de 2023 a U.Porto Inovação estava a funcionar em plena capacidade. A nossa equipa cresceu para 13 membros, algo que nunca tinha acontecido. Esta expansão traduziu-se numa maior capacidade de resposta no apoio ao ecossistema de investigação e inovação da Universidade do Porto", refere André Fernandes.  Para o futuro, o objetivo é aumentar dois elementos chave, elencados pelo Vice-Reitor: visibilidade e proximidade. "O objetivo é garantir que as atividades da U.Porto Inovação, focadas na valorização dos resultados da investigação e na inovação, sejam conhecidas e reconhecidas, chegando a todos os intervenientes do ecossistema de investigação da U.Porto", refere Pedro Rodrigues acerca da visibilidade. Já no campo da proximidade, a U.Porto Inovação vai avançar para os próximos anos com o objetivo de "trabalhar em estreita colaboração com a comunidade científica e sensibilizar para as questões abordadas pela U.Porto Inovação, nomeadamente, a proteção da propriedade intelectual, o desenvolvimento empresarial e a transferência de tecnologia", refere o Vice-Reitor. Na sua opinião,  "a maior adesão do ecossistema de investigação da U.Porto a estes assuntos terá um impacto positivo no nível de inovação gerado" na Universidade do Porto. A brochura da U.Porto Inovação em números, referente ao ano de 2023, pode ser consultada aqui.  

Empresas da U.Porto em destaque na SIM Conference

  Mais de 20 startups da Universidade do Porto marcaram presença na primeira edição da SIM Conference – Startups & Investment Matching, uma iniciativa organizada pela Startup Portugal, com o intuito de ligar empreendedores, startups e investidores nacionais e internacionais.  A SIM Conference decorreu de 2 a 4 de maio, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, e mostrou o melhor do ecossistema português em discussões sobre os temas mais pertinentes para fundadores e investidores de startups na Europa. Entre as empresas que marcaram presença no certame destacam-se várias spin-offs da Universidade, sediadas na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto. Foram elas: a AGIT, uma tecnologia que reconhece exercício físico em tempo real usando a câmara do telemóvel; a Corium Biotech que se dedica bioprodução de peles exóticas destinadas a abastecer a indústria da moda de luxo; a Portugal Bugs, pioneira em Portugal na comercialização de produtos alimentares à base de insetos; a Unilinkr, um marketplace onde estudantes universitários conseguem encontrar oportunidade de trabalho conciliáveis com os seus horários; VN Tech, uma plataforma de automatização que melhora as negociações de aquisição através da simplificação do processo; a ADYTA, que centra a sua atividade na defesa e proteção das comunicações através de soluções inovadoras e à medida de cada cliente; a Sphere Ultrafast Photonics, uma empresa dedicada ao desenho e fabrico de tecnologia laser ultrarrápida; e a Voxelmaps que pretende construir um modelo volumétrico 4D do mundo, combinando dados de visão com informação espacial associados a timestamps.  Além das spin-offs U.Porto, a comunidade UPTEC esteve também representada pela WiseWorld, uma plataforma baseada em IA que ajuda os funcionários a praticar, cometer erros e melhorar as suas competências interpessoais diariamente; a Hortee, uma plataforma que une produtores locais e consumidores conscientes; a Infinite Foundry é uma plataforma digital tridimensional para unidades industriais, que visa melhorar a eficiência de produção em qualquer setor industrial; a TakeCarbon, uma plataforma descentralizada projetada para revolucionar o modo como os créditos de carbono são «tokenizados», negociados e compensados à escala global; a AgroGrIN Tech, uma tecnologia que permite a extração de enzimas e/ ou vitaminas de resíduos de frutas e vegetais com elevado grau de purificação; a Nolita, que cria  produtos para pequenos-almoços e lanches sem adição de açúcares ou adoçantes, mas com sabor doce através de utilização de fibras naturais; e a HelpMeChoose que desenvolve produtos digitais com o objetivo de analisar serviços e ativos financeiros a nível internacional, como corretoras de valores, bancos digitais e ETFs, entre outros. De entre os quase 100 oradores do certame, há também a destacar vários líderes de startups da comunidade U.Porto. São os casos de Verónica Orvalho (Didimo), Humberto Ayres Pereira (Rows), André Jordão (Barkyn), Luís Vieira (B-Parts) ou de Miguel Santo Amaro (Coverflex). Maria Oliveira, Diretora de Negócio da UPTEC, participou no painel “EmpowerHer: Strategic Fundraising for Women Founders”, ao passo que André Forte, Coordenador de Desenvolvimento de Negócio – Artes, conduziu a talk sobre “Cross Innovation: Arts disrupting tech, tech enhancing creativity”. Já Francisca Eiriz, Coordenadora de Gestão de Projetos da UPTEC, participou no painel sobre “Women Led Ventures: act now to be invested later”. A primeira edição da SIM Conference teve lugar no Porto e teve como objetivo mostrar o melhor do ecossistema empreendedor português e discutir os temas mais pertinentes para fundadores e investidores de startups na Europa.   Notícia escrita em parceria com a equipa de Comunicação da UPTEC.

“A U.Porto Inovação tem uma importância vital para a Universidade e para o país”

Foi enquanto Vice-Reitor par a Inovação e Desenvolvimento na U.Porto que José Marques dos Santos lançou as primeiras pedras para o que viria a ser a U.Porto Inovação, e que começou por se chamar UPIN. Nesse período – de 2002 a 2006 - ocupou também o cargo de presidente Instituto para os Recursos e Iniciativas Comuns da Universidade do Porto (IRICUP), onde viria a estar sedeada a UPIN. Assim, José Marques dos Santos esteve, como refere, “intimamente ligado à criação da UPIN, em 2004” e acompanhou ativamente a sua evolução como estrutura central da U.Porto sedeada no IRICUP. Depois disso, nas eleições para a equipa reitoral de 2006, José Marques dos Santos assumiu o cargo de Reitor da Universidade do Porto, onde continuou a “acompanhar com muito interesse a evolução da UPIN”, tutelada, nesse período, pelo Vice-Reitor Jorge Gonçalves. 1. Porque se sentiu a necessidade de criar a U.Porto Inovação? No início do século XXI já se atribuía, generalizadamente, uma grande importância à valorização social dos resultados das atividades de investigação e desenvolvimento levadas a cabo pelas universidades e seus institutos ou centros de investigação. A Universidade do Porto considerou que tal valorização era um imperativo seu por várias razões. Em primeiro lugar, a valorização dos resultados de Investigação e Desenvolvimento (I&D), que podia ser um contributo importante para a transformação do tipo da produção nacional, libertando-a da imagem externa negativa, essencialmente conotada com uma natureza de baixa tecnologia e de mão de obra barata. Tal transformação seria essencial face ao contexto económico nacional da altura. Esta valorização constituiria, por certo, mais um incentivo e um fator acrescido de motivação para os docentes, investigadores e alunos realizarem atividades de I&D aplicada e com forte ligação ao tecido empresarial, já muito reclamadas pela sociedade. Ao mesmo tempo, a inovação e a criação de empresas de base tecnológica eram na altura prioridades, tanto do governo português como da Comissão Europeia. Havia, pois, uma oportunidade para utilizar iniciativas locais e europeias como meio de promover e catalisar a criação de unidades de apoio que pudessem avaliar e ajudar a utilizar tecnologias desenvolvidas na U.Porto. O sucesso alcançado na valorização dos resultados das atividades de I&D seria um forte contributo para o reforço da imagem interna e externa da U.Porto e para o seu reconhecimento como uma universidade inovadora e empreendedora, atributos esses considerados muito importantes para a concretização da internacionalização da U.Porto. Por outro lado, os docentes e investigadores da Universidade do Porto reclamavam, com insistência, apoio para a valorização dos resultados que obtinham nas suas atividades de I&D. Face a estas constatações, a equipa reitoral da altura, liderada pelo Prof. José Novais Barbosa, elegeu como uma das suas prioridades o fomento da inovação e a promoção de formas sustentadas de transferência de conhecimento e tecnologia a partir dos resultados das atividades de investigação e desenvolvimento efetuadas pelos membros da U.Porto. Para a consecução desta prioridade foi, então, criado o Gabinete UPIN – Universidade do Porto Inovação, tendo como finalidade: a procura ativa de resultados de atividades de I&D realizadas na U.Porto para apoiar a sua proteção, desenvolvimento e comercialização, tendo em vista incrementar a relevância social das mesmas; fomentar a inovação na U.Porto e no país; contribuir positivamente para a imagem da U.Porto; contribuir para a obtenção de receitas tanto para a U.Porto, como também para os seus membros, de maneira a premiar e incentivar a inovação. 2. Foi fácil o processo?  A U.Porto Inovação foi constituída por via da evolução do Gabinete de Apoio à Propriedade Intelectual da Universidade do Porto (GAPI.UP) no sentido de promover, simultaneamente, uma abrangência das suas competências e a profissionalização dos seus recursos.  António Teixeira, responsável pelo GAPI.UP, preparou um plano estratégico e de ação que serviu de base à criação da UPIN, tendo sido realizadas reuniões com os diretores das faculdades e os presidentes das instituições de interface para dar a conhecer a nova estrutura e promover a sua divulgação e utilização junto de cada uma das entidades que representavam. Procedeu-se também à contratação da equipa que arrancou com a atividade da UPIN. 3. Como era constituída a equipa e por que tarefas/projetos começaram? A equipa inicial que integrou a UPIN era coordenada por Teresa Mata. Dela faziam parte também Ana Casaca e Sofia Varge, do que me recordo. Creio que algumas das atividades iniciais foram a atualização do Manual de Propriedade Intelectual da U.Porto, a organização do curso de empreendedorismo da U.Porto, em colaboração com a EGP (102 horas) e a constituição de uma Oficina de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento (OTIC) na Universidade do Porto. 4. Quais as maiores dificuldades? Tanto quanto me recordo, a criação e desenvolvimento da UPIN não passou por dificuldades diferentes das normalmente sentidas por uma estrutura que se quer afirmar num domínio emergente numa instituição. São elas a formação dos seus membros, a afirmação na instituição no sentido de demonstrar a sua utilidade, a consolidação das suas atividades e a ligação externa às empresas e instituições de financiamento. 5. Como vê a importância da U.Porto Inovação nos dias que correm? Considero que a U.Porto Inovação continua a ter uma importância vital para a U.Porto e para o país.  De facto, é amplamente reconhecido que a indústria é crucial para a Europa e para Portugal. A Europa atravessou um longo período de desindustrialização, com início por volta do ano 2000, que levou à redução da contribuição da indústria para o PIB europeu e a elevadas perdas de emprego. No entanto, nos últimos anos, verificou-se uma inversão do declínio da indústria da UE, com taxas de crescimento significativas em termos da percentagem da indústria no valor acrescentado total, no emprego e na produtividade do trabalho. É hoje considerado necessário manter a recuperação da indústria na Europa. É geralmente aceite que a economia europeia perderá competitividade e não gerará novos empregos sem uma base industrial sólida e moderna, apoiada por novos conhecimentos e tecnologias e pela criação de startups e de novas PME, de acordo com uma nova abordagem da política pública de inovação. Em Portugal, as questões associadas à indústria assumem maior importância do que no resto da UE, dada a profunda desindustrialização que se verificou no país à medida que a globalização avançava e ao facto de o país estar menos preparado para proceder a uma recuperação da sua indústria. Esta situação resulta da ainda insuficiente/inadequada qualificação dos recursos humanos, do baixo valor acrescentado da maior parte da sua produção e do escasso investimento realizado (em particular no domínio da investigação e inovação), todos eles afetando negativamente o valor da produtividade. Assim, é fundamental repor o nível de industrialização do país para valores semelhantes, pelo menos, à média dos países da UE, apostando numa indústria de elevado valor acrescentado, resiliente e sustentável, em linha com as políticas públicas que têm vindo a ser desenvolvidas pela UE.  Para conseguir este desiderato, é fundamental uma reestruturação do tecido empresarial português, criando empresas com dimensão e escala europeia, capazes de investir fortemente na inovação organizativa e do produto/serviço, apostando decididamente na criação de marcas próprias e deixando de produzir quase só para outros, elevando significativamente os seus níveis de produtividade. O sistema científico e tecnológico nacional deve reforçar o apoio às empresas para que consigam realizar com êxito esta transformação e para que elejam definitivamente a inovação como prioridade.  Neste sentido, as entidades como a U.Porto Inovação terão um papel decisivo a desempenhar para que se consiga concretizar com êxito esta ingente tarefa nacional. Daqui resultará, por certo, uma produção nacional com muito maior valor acrescentado, permitindo uma maior criação de riqueza e, consequentemente, uma significativa subida dos salários.

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