Spin-off da U.Porto premiada nos Portugal Digital Awards

  Falamos de um sistema, o IFishCan, que oferece às PMEs do setor alimentar uma oportunidade de testarem temporariamente ferramentas digitais avançadas, reduzindo o desperdício e o impacto ambiental das suas operações de produção.  O projeto, cofinanciado pela União Europeia e organizado pelos EIT Digital, EIT Foods e EIT Manufacturing, valeu à Flow – também conhecida como Foodintech – a conquista do prémio de “Best Startup” na 8.ª edição dos Portugal Digital Awards. “O produto consistiu na implementação de um ecossistema tecnológico integrando IOT (integração de equipamentos; máquinas e sensores); sistema MES – Manufacturing Execution System (software de controlo integral da produção Industrial)  e AI (Processamento de dados com base em Inteligência Artificial) que fosse facilmente adaptável, escalável, com um alto grau de personalização para diferentes tipos de indústria e produtos”, explica Miguel Fernandes, diretor geral da empresa spin-off da Universidade do Porto que desenvolveu o projeto. A solução tem grande adaptabilidade a diferentes ecossistemas industriais e tem ainda a vantagem de oferecer “poder preditivo, através de Inteligência Artificial, no processo de tomada de decisão em questões como otimização da água e uso de energia”. Foi desenvolvida para ser completa, integrando produção, qualidade e logística e, assim, permitir “simplificar a estrutura tecnológica de uma indústria”, detalha Miguel Fernandes. Além disso, foi desenvolvida para ter um custo alinhado com as PMEs. Para a empresa spin-off U.Porto – atualmente incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto – o prémio de Best Startup nos Portugal Digital Awards é um importante reconhecimento de um projeto no qual têm vindo a trabalhar há mais de dez anos. “Foi um caminho longo e complexo, cheio de desafios, mas sempre sem perder o foco no valor que levamos às indústrias portuguesas”, refere Miguel Fernandes. A empresa pretende continuar a sua missão de “apoiar a digitalização da indústria via integração de um ecossistema de tecnologias, dentro daquilo que é a Indústria 4.0”, conclui o responsável da Flow. Sobre os Portugal Digital Awards Uma iniciativa conjunta da Axians e da IDC, os Portugal Digital Awards têm como objetivo destacar o que de melhor se faz em Portugal na área da transformação digital. Os prémios dividem-se em três categorias: Digital Transformation Awards, Digital Industry Awards e Digital Grand Awards. A edição de 2023 recebeu 300 candidaturas. Os prémios foram entregues numa cerimónia realizada no passado dia 29 de novembro, no Casino Estoril.

IJUP Empresas premeia seis projetos que ligam a U.Porto ao meio empresarial

Depois de uma criteriosa avaliação das 16 candidaturas recebidas, já são conhecidos os seis projetos vencedores da edição 2023 do IJUP Empresas, o programa da Universidade do Porto que desafia cientistas, estudantes e empresas nacionais a colaborar em projetos de investigação exploratória com caráter pluridisciplinar. Entre as empresas parceiras do programa, coube à Galp selecionar três ideias inovadoras, todas elas assinadas por investigadores da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP). O projeto Captura e recuperação de CO2 diretamente do ar procura responder à necessidade urgente de implementar processos capazes de mitigar os efeitos nefastos que o aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera tem no equilíbrio dos ecossistemas terrestres e, nomeadamente, no aquecimento global. Este foi o ponto de partida para uma equipa liderada  pelo investigador Adélio Mendes começar a pensar, e trabalhar, numa solução. “O principal objetivo é desenvolver uma tecnologia de captura de CO2 diretamente do ar com sustentabilidade económica, social e ambiental”, referem os investigadores. Isso será feito usando uma “solução alcalina de KOH e a recuperação eletroquímica do CO2 dos carbonatos formados”, explica a equipa, da fazem também parte Bernardo Soares, Felipe Afonso e Cátia Azenha, todos da FEUP. Além das vantagens óbvias da remoção sustentável do dióxido de carbono atmosférico, o projeto garantirá uma “muito mais fácil implementação e de geração de emprego e de riqueza nacionais”. Esta solução cativou o interesse da Galp, que vai financiar o projeto com 5.000 euros. Esse montante vai permitir a “antecipação da investigação e execução experimental”. A expectativa de colaboração com a Galp é grande, uma vez que “é a empresa de referência em Portugal de combustíveis fósseis”, antecipam os cientistas envolvidos. Descarbonizar o setor marítimo Também da FEUP, e também selecionado pela Galp, foi o projeto S.O.S. Hydro Mar – Scale-up of a NaBH4-H2 off-grid system for maritime applications: design and experimental studies, dinamizado pelos investigadores Alexandra Pinto, Héctor Giménez, Sahar Abdolbaghi, Diogo Silva e Hélder Nunes. O foco deste projeto, à semelhança do anterior, está nos combustíveis fósseis e em criar alternativas mais sustentáveis. Neste caso, mais voltado para o setor marítimo, um dos mais difíceis de eletrificar e descarbonizar: “Num mundo onde existe urgência em substituir o uso excessivo de combustíveis fósseis para a produção de energia, a falta de soluções viáveis no setor marítimo tem atrasado o processo de descarbonização”, referem os investigadores. Apesar de o hidrogénio ser visto como um vetor energético facilitador neste processo, a sua produção e armazenamento em tanques não é prática. O S.O.S. Hydro Mar pretende desenvolver um sistema de produção e armazenamento simultâneo de hidrogénio, para “fornecimento a células de combustível PEM, uma tecnologia “off-grid” capaz de providenciar energia sustentável em aplicações marítimas”, explicam. O sistema permite a produção de H2 “off-grid” e “on-board” e de utilização sob demanda imediata de hidrogénio, o que o torna ideal para aplicações marítimas, em particular as embarcações de pesca e recreativas. Com a ajuda dos 5.000 euros investidos pela Galp, a equipa de investigação espera “fazer o aumento da escala do sistema de produção e armazenamento de hidrogénio, ou seja, aproximar o sistema a um primeiro protótipo e experimentação em escala real”. A equipa acredita que o apoio da empresa é um “passo essencial na transição energética”. Gerar energia sem fios A Galp escolheu ainda o projeto “Electrifying the future with wireless technologies: electrodeless enabled by ferroelectrics”, cujo principal objetivo é aproveitar todo o potencial do lítio, nomeadamente para gerar energia sem fios. Os investigadores, todos da FEUP, explicam que isso será feito “desenvolvendo as propriedades eletrostáticas de eletrólitos ferroeletricos à base the ião Li+, para recolha e armazenamento de energia sem fios ou “wireless”. Ou seja, o projeto visa criar baterias de estado sólido, tendo por base o conceito de baterias “electrodeless”, o que alinha as expectativas da investigação com os das “agendas globais para um futuro descarbonizado”, explicam os cientistas. Quanto ao valor atribuído – 5.000 euros -,, a equipa espera que daqui surja uma “sinergia que permita continuar com o estudo de novos materiais para o armazenamento de energias verdes”, uma vez que a empresa tem vindo a apostar na descarbonização da sua indústria. Assim, o grupo de cientistas acredita que pode trazer uma linha de investigação verdadeiramente “disruptiva para wireless-harvesting/storage para o futuro do nosso país”, concluem. Do grupo de cientistas fazem parte Helena Braga, os estudantes  Ilídio Costa e António Vale e a investigadora Beatriz Arouca Mais, candidata a doutoramento na FEUP. João Ribeiro, da Galp, afirma que todos os projetos concorrentes eram “de alta qualidade” e a vê o apoio aos três escolhidos como o “início de uma relação continuada tanto com os jovens investigadores como com os investigadores mais experientes que, generosamente, irão acompanhar os mais novos nestes temas relevantes para a Galp”, conclui. Inovar a indústria alimentar O grupo ITAU (Instituto Técnico de Alimentação Humana, S.A), que se aliou pela segunda vez ao IJUP Empresas, escolheu financiar o “Desenvolvimento de refeições de textura modificada, moldadas, para aplicação na indústria alimentar”, um projeto com origem  na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da U.Porto (FCNAUP) e cuja equipa integra os investigadores Duarte Torres, Diogo Freitas e Ana Micaela Ferreira, todos da FCNAUP, e  Raquel Rodrigues, estudante na Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP). Nos dias que correm, as refeições moldadas podem desempenhar um papel importante na indústria de serviços alimentares, com o objetivo de “reduzir os elevados níveis de baixa satisfação, o desperdício alimentar e a subnutrição associados às refeições servidas”, explicam os investigadores. Assim, o objetivo da equipa é “desenvolver receitas de textura modificada (TMR) que, quando combinadas, resultam em refeições de textura modificada (TMM), e estudar o efeito da congelação nas suas propriedades físicas e de textura”. Preferencialmente, e para melhorar o aspeto visual das refeições, serão desenvolvidas receitas com características que possibilitem o seu molde”, contam. Estas refeições também “serão testadas para serem congeladas e regeneradas mantendo as suas qualidades texturais, físicas, sensoriais e nutricionais”, contam os investigadores. O financiamento atribuído pelo ITAU possibilitará a aquisição de equipamentos, necessários para atingir os objetivos do trabalho. Além disso, a equipa espera ter “acesso às unidades de produção para realização de visitas, identificação de necessidades específicas da empresa e também acompanhamento do projeto”. “Esperamos que este projeto nos ajude a melhorar o serviço por nós prestado numa área tão sensível como é a das refeições de textura modificada”, refere Carmen Costa, do grupo ITAU. Esta não é a primeira vez que colaboram com investigadores da FCNAUP e a empresa espera que se “continuem a reforçar laços de um trabalho em equipa que se quer cada vez mais forte entre as empresas e as entidades dos sistemas científico e tecnológico”, acrescenta. Avançar na alimentação de animais de companhia idosos Ainda na área da alimentação, desta vez de animais, surge o projeto “Nanotech supplementation natural compounds-based to improve the well-being of elderly pets”, que vai ser apoiado pela SOJA DE PORTUGAL. Uma vez que os animais de estimação, hoje em dia, vivem mais anos, vão desenvolvendo mais problemas de saúde como por exemplo demência, algo bastante difícil de lidar para os donos, tornando o cuidado aos animais mais desafiante. Assim, a equipa de investigadores composta por Joana Loureiro, Maria do Carmo Pereira, João Pedro Cerqueira Pereira e Ângela Raquel Brandão Ferreira, todos da FEUP, começou a trabalhar em complementar as atuais rações com compostos naturais que contribuam para melhorias cognitivas nos animais de companhia idosos. “Uma vez que estes compostos apresentam baixa atividade biológica, serão encapsulados em nanopartículas biocompatíveis”. Além da relação com a parte cognitiva do animal, os compostos também podem prevenir outras “doenças relacionadas com a idade, incluindo cancro e hipertensão”, contam os investigadores. Esta será uma abordagem de “baixo custo, uma vez que o material utilizado na produção das nanopartículas será barato”. Ou seja, uma das principais mais valias do projeto é possibilitar que a maioria dos donos de animais de companhia tenham acesso a este “alimento hi-tech”, referem. Os cientistas acreditam que a SOJA DE PORTUGAL é o “parceiro ideal para o desenvolvimento desta nova matéria prima”. Já Maria João Mota, representante da empresa, acrescenta que esta será uma parceria recíproca, permitindo que a SOJA DE PORTUGAL “aumente o seu conhecimento no que respeita à aplicação da nanotecnologia ao setor de nutrição de animais de estimação”. A responsável da empresa nota ainda que esta abordagem permitirá proteger os ingredientes durante o processo de fabrico das dietas e durante o processo digestivo, potenciando os benefícios para os animais”. Melhorar a alimentação na primeira infância A MC SONAE também se aliou ao IJUP Empresas 2023 e escolheu o "BABY-SCORE: Inovação Nutricional e Sustentável para Alimentação Infantil", um projeto multidisciplinar que junta os investigadores Zita Martins e Samuel Aguillar Tomaz (FCNAUP) a Susana Casal, Isabel Ferreira, Eulália Mendes, Ana Beatriz Novais, Raquel Santos, Ana Catarina da Rocha Santos, Ana Clara Pacheco Oliveira (FFUP). A ideia surge com o objetivo de responder a um problema concreto: “ausência de orientações nutricionais adequadas para a primeira infância, particularmente na classificação de alimentos de forma a ser inequivocamente interpretada pelos consumidores”, apresentam os cientistas. “Os atuais sistemas de pontuação não abordam de forma eficaz as necessidades nutricionais das crianças nessa faixa etária (em constante evolução), nem consideram as porções adequadas”, referem. Assim, o grupo vai apostar em rever as diretrizes nutricionais e criar um sistema de classificação nutricional “inovador e altamente personalizado para produtos de alimentação infantil”. Este projeto vai abordar as necessidades nutricionais específicas das crianças até 1 ano de idade, tendo em conta as porções adequadas a cada fase como também as orientações pediátricas. A equipa acredita que o BABY SCORE trará benefícios não só para o mercado, mas também para a sociedade, “contribuindo para a promoção de hábitos alimentares mais saudáveis desde a infância e prevenindo problemas de saúde futuros”. A equipa acrescenta ainda que isto é “especialmente importante num contexto em que a nutrição adequada e a sustentabilidade são desafios crescentes”. As expectativas em relação à colaboração com a Sonae MC são “claras e específicas”, dizem. O grupo espera contacto próximo entre meio académico e meio empresarial, fornecendo todas as informações necessárias para “a criação e validação do algoritmo”, incluindo aqui dados sobre os seus produtos de alimentação infantil. Em suma, espera-se que a empresa “valorize e adote o BABY SCORE como uma ferramenta de diferenciação, consolidando a sua imagem como líder e responsabilidade corporativa e atraindo consumidores preocupados com saúde e sustentabilidade”, concluem. IJUP Empresas: uma iniciativa para continuar Os vencedores desta edição do IJUP Empresas foram revelados no passado dia 27 de outubro, durante o Encontro de Investigação e Inovação Abertas na U.Porto, organizado pela U.Porto Inovação no âmbito do Skills for a Next Generation U.Porto. Durante a manhã, os participantes tiveram a oportunidade de assistir à intervenção de Elisa Keating, professora da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), que foi a primeira e principal responsável pelo IJUP Empresas nos primeiros anos da iniciativa lançada em 2011. Ao longo das sete edições já realizadas, dezenas de projetos foram apoiados, tendo sido envolvidos centenas de estudantes, de 10 diferentes faculdades da Universidade do Porto e, por isso, diferentes áreas de investigação. “Tudo isto mostra que o IJUP Empresas mexe com a ciência, e é essa a intenção”, referiu Elisa Keating. “Esta é uma iniciativa emblemática da Universidade do Porto. Estes projetos são, muitas vezes, o primeiro passo da relação da investigação com as empresas, que é um dos nossos objetivos. Por isso, esta é uma iniciativa que queremos continuar a acarinhar”, referiu por sua vez Pedro Rodrigues, Vice-Reitor da Universidade do Porto para a Inovação e Investigação, no momento do anúncio dos vencedores. As empresas envolvidas nesta edição, à semelhança dos anos anteriores, reconhecem muito valor à iniciativa. “Vemos no IJUP Empresas a possibilidade de podermos “afinar” aquilo que é produzido pelos estudantes e investigadores para o que são as reais necessidades, de momento ou de futuro, das empresas contribuindo assim para que cada vez mais o que é produzido possa gerar valor no mercado”, salienta Carmen Costa, do ITAU, empresa que é parceira do IJUP Empresas pela segunda vez. Os representantes da Galp são da mesma opinião, referindo-se ao IJUP Empresas como um “excelente programa pois conecta os investigadores em temas relevantes para as empresas, aproximando a academia e a indústria de forma multidisciplinar”, refere João Ribeiro. “A aposta contínua da SOJA de Portugal em I&D+i inclui participação em programas como o IJUP Empresas, que nos têm permitido investigar temas relevantes para as várias áreas de negócio do grupo e, simultaneamente, reforçar a colaboração com a academia”, acrescenta Maria João Costa, da SOJA de Portugal. A representante da empresa afirma que iniciativas como esta têm “um papel relevante na formação de jovens talentos, pois proporcionam uma primeira interação com a indústria”. E, com isso, facilita também a “futura integração dos jovens nas empresas”.   O IJUP Empresas aconteceu no âmbito do projeto Skills for a Next Generation U.Porto, que tem como um dos seus objetivos formar uma nova geração de cientistas disponíveis para criar novas formas de diálogo com a sociedade, nomeadamente o tecido económico. 

Tecnologias da U.Porto vencem final do EIT Health InnoStars 2023

  OrgaValue é uma tecnologia inovadora para criar órgãos humanos. Já a BEAT Therapeutics promete um composto inovador para tratar cancros agressivos. Os dois projetos, ambos nascidos na Universidade do Porto, conquistaram o primeiro e segundo lugares, respetivamente, da 8.ª edição dos Prémios EIT Health InnoStars, uma iniciativa do EIT Health – European Institute of Innovation and Technology que visa apoiar startups inovadoras na área da Saúde. Criada por um grupo de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da U.Porto (i3S), a OrgaValue propõe uma tecnologia inovadora para criar fígados humanos. A inovação tem potencial de aplicação tanto em tratamento como em diagnóstico de doenças. As mortes de pacientes, durante o tempo em que esperam por um transplante, são frequentes. Então, a equipa composta por Cristina Ribeiro, João Rocha Gomes e Rodrigo Val d’Oleiros, quis encontrar uma solução. “O problema não é só a falta de órgãos, mas a qualidade dos mesmos: 54% dos pacientes rejeitam o novo órgão”, explicam. A tecnologia desenvolvida permite reabilitar órgãos humanos e torna-los totalmente transplantáveis. Isso é feito “através de uma solução líquida de limpeza que remove as células, deixando uma matriz não celular com a matriz orgânica apropriada. Então, novas células humanas saudáveis são introduzidas na matriz para bioengenharia de um novo órgão”, contam os cientistas. A equipa espera começar os primeiros ensaios clínicos do projeto em 2025. Recorde-se que o projeto Orgavalue venceu a 1.ª edição do BIP Acceleration, o programa de aceleração de projetos de valorização de resultados de investigação da Universidade do Porto. Também em 2022, o investigador Rodrigo Val d’Oleiros, rosto principal do projeto, conquistou o Prémio Jovem Empreendedor 2022, atribuído pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). A BEAT Therapeutics também tem no tratamento de doenças o seu foco, nomeadamente os cancros agressivos do ovário, pâncreas e mama triplo-negativo e próstata resistente à castração. Falamos de um composto – descoberto e testado com sucesso pela equipa – inovador devido tanto às suas origens como aos seus efeitos. Tem vindo a mostrar resultados promissores e pode ser quatro vezes mais eficaz do que a quimioterapia na redução de tumores. Como referem os investigadores, o objetivo é que este seja o “o tratamento de excelência para cancros agressivos”, constituindo por isso uma nova esperança para os mais de 1.7 milhões de pacientes diagnosticados todos os anos com cancros deste tipo. A equipa por trás do inovador projeto é composta pelas/os investigadoras/es Lucília Saraiva e Ana Catarina Matos (FFUP e REQUIMTE), Ângela Carvalho, Hugo Prazeres e José Luís Costa (i3s), Maria José Umbelino Ferreira (FFUL) e ainda Silva Mulhovo, da Universidade de Pedagógica de Moçambique, numa colaboração frutífera ente várias instituições. O projeto é, assim, uma opção eficaz em casos em que os pacientes não têm nenhuma alternativa terapêutica além da quimioterapia convencional. O segundo lugar na competição da EIT Health atribuiu à equipa 15.000€. Ângela Carvalho, uma das investigadoras, refere que este é um importante reconhecimento do trabalho que têm vindo a desenvolver: “Nesta competição europeia participaram start-ups que estão a desenvolver projetos excelentes na área da saúde e, por isso, foi com grande entusiasmo que recebemos esta distinção”. Além disso, acrescenta, foi também fundamental para reforçar a confiança da equipa, que agora já é, também, uma empresa. O ano de 2023 foi repleto de conquistas para a BEAT Therapeutics, ano em que também formaram a empresa. Em abril e maio deste ano, conquistaram o primeiro lugar no iUP25k – concurso de ideias de negócio da Universidade do Porto – e o segundo lugar no BIP Acceleration. Ambas as iniciativas foram organizadas pela U.Porto Inovação no âmbito do projeto UI-CAN – Universidades como Interface para o Empreendedorismo. Já em junho, além de terem sido selecionados para a final da EIT Health, a equipa venceu o concurso nacional que colocou frente a frente projetos inovadores nascidos nas sete universidades parceiras do UI-CAN (Aveiro, Beira Interior, Coimbra, Évora, Minho, Porto e Trás-os-Montes e Alto Douro). Mais recentemente, viram o seu trabalho reconhecido na competição espanhola Startup Olé e também pelo Programa Gilead GÉNESE, que atribuiu um financiamento de 15 mil euros à equipa. Sobre os Prémios InnoStars Atribuídos pelo IET desde 2016, os Prémios InnoStars destinam-se a empresas em fase de arranque no setor da saúde das regiões central, oriental e meridional da Europa. A esta oitava edição dos galardões candidataram-se 107 projetos provenientes de 18 países europeus, dos quais foram selecionados 18. Destes, dez tiveram a oportunidade de se apresentarem na grande final, realizada nos dias 8 e 9 de novembro, em Milão. A OrgaValue foi distinguida com um prémio de 25 mil euros, ao passo que a BEAT Therapeutics conquistou um financiamento de 15 mil euros. O pódio foi preenchido pelo projeto D-Sight S.L., que levou para Espanha um prémio de 10 mil euros.

BIP PROOF volta a investir 60 mil euros em projetos inovadores da U.Porto

  É a sexta vez que o programa BIP PROOF, iniciativa da U.Porto Inovação, disponibiliza verba para financiar projetos inovadores na execução de provas de conceito. Serão, ao todo, seis os projetos financiados nesta edição de 2023/2024, e cada um vai receber até 10 mil euros. O anúncio dos projetos vencedores (ver descrição abaixo) teve lugar no passado dia 27 de outubro, durante o Encontro de Investigação e Inovação Abertas na U.Porto, realizado na Faculdade de Economia (FEP). “O BIP PROOF é uma iniciativa que demonstra o que nós, na Universidade do Porto, queremos fazer: trazer a investigação para a sociedade em geral, seja em vacinas, dispositivos médicos ou tintas. Ao longo de todas as edições temos tido um pouco de tudo, e esse é, precisamente, o objetivo”, destaca Pedro Rodrigues Vice-Reitor para a Investigação e Inovação na U.Porto. Olhando já para edições futuras, o responsável não tem dúvidas que “o BIP PROOF é uma iniciativa a manter, com hipótese de aumentar o número de projetos apoiados numa próxima edição”. AquaBakillus: combater doenças em peixes de aquacultura A procura por peixe para alimentação tem vindo a aumentar, o que faz da aquacultura uma atividade essencial. No entanto, a indústria está sujeita a surtos bacterianos nos peixes, o que provoca grandes perdas económicas anuais sendo, por isso, “um grande obstáculo à expansão e desenvolvimento de uma indústria sustentável”, contam os investigadores responsáveis pelo AquaBakillus. E é nesse problema que começa a nascer esta solução. “O nosso projeto consiste no desenvolvimento de uma estratégia inovadora e sustentável para combater essas doenças nos peixes. Baseamo-nos, para isso, em microrganismos probióticos com elevada capacidade antimicrobiana: os Bacillus spp.”, explica a equipa composta por Aires Oliva Teles, Cláudia Serra, Gabriela Gonçalves, Mariana Reis, Paula Enes e Rafaela Santos, todos eles cientistas da Faculdade de Ciências (FCUP) e do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da U.Porto. Esses microrganismos sintetizam múltiplas moléculas bioativas capazes de inibir os principais agentes patogénicos de peixes, atualmente responsáveis por 6 biliões de euros em perdas económicas e o AquaBakillus “vai isolar estas moléculas bioativas e testar a sua eficácia em proteger os peixes contra infeções bacterianas em peixes”, referem os cientistas. Esta é uma tecnologia de fácil produção e aplicação, e que pode ser utilizada em diferentes espécies e contra diferentes agentes patogénicos. Os 10 mil euros conquistados no programa BIP PROOF vão permitir estabelecer a prova de conceito do “uso de moléculas bioativas como moléculas promotoras de saúde animal em aquacultura”. Vai permitir também a aquisição de consumíveis, reagentes e serviços essenciais para o aperfeiçoamento da tecnologia. É, como refere a equipa, um importante “reconhecimento e incentivo para continuar”. O principal objetivo da equipa é contribuir para o “crescimento sustentável da aquacultura e consequente segurança alimentar”. ECOlive: tratamento e valorização de águas ruças As soluções propostas nas últimas décadas para tratar as águas ruças/águas residuais não são economicamente viáveis, o que, em muitos casos “conduz a descargas diretas no ambiente com consequências graves, como a contaminação do solo ou águas naturais”. São palavras dos investigadores Cristina Calheiros (CIIMAR), Verónica Nogueira (CIIMAR e FCUP) e Ruth Pereira (FCUP e Centro de Investigação GreenUPorto/INOV4Agro) ao falarem do seu projeto ECOlive, também ele financiado no âmbito do BIP PROOF. O ECOlive é, então, uma tecnologia de tratamento e valorização de águas ruças com foco na redução do impacto ambiental numa perspetiva de economia circular, ou seja, para “promover a recuperação do substrato enriquecido para posterior utilização como possível fertilizante de solo em olivais ou outras culturas”, explicam os investigadores. Apesar do grande investimento em investigação nesta questão nas últimas décadas, a verdade é que as principais abordagens propostas ainda estão longe de serem viáveis de forma realista, principalmente devido à eficácia e a restrições financeiras. Assim, o ECOlive chega carregado de vantagens: “as principais mais valias da utilização de soluções como esta, baseadas na natureza, são a facilidade em implementar, o baixo investimento inicial e também os reduzidos custos operacionais”, explica a equipa. O ECOlive assume-se como um sistema ecológico com potencial para tratar vários tipos de efluentes, transformando a sua carga orgânica em subprodutos ou nutrientes menos prejudiciais. A equipa de investigação já conseguiu desenvolver uma fito-ETAR de fluxo vertical em escala laboratorial, com plantas características de zonas húmidas para tratar as águas residuais resultantes da extração de azeite. Os resultados foram muito promissores, revelando um aumento da qualidade do efluente final e redução da toxicidade para organismos aquáticos. Agora, com o financiamento obtido no BIP PROOF, a equipa pretende “fazer a validação da prova de conceito em ambiente relevante, em colaboração com uma empresa do setor do azeite, o que permitirá implementar um sistema Fito-ETAR junto a um lagar”, concluem. HydroAzeite: valorizar águas residuais dos lagares de azeite Alinhado com as diretrizes e necessidades emergentes da agenda 2030 da União Europeia, o projeto HydroAzeite nasceu na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) com o objetivo de valorizar águas residuais (águas ruças) provenientes de lagares de azeite. “As águas ruças são efluentes poluentes derivados da produção de azeite, compostas maioritariamente por água, polifenóis, ácidos gordos e outros”, explicam os investigadores. E essas espécies, orgânicas e inorgânicas, podem ter impactos ambientais. As soluções atuais para esta questão não são, na opinião da equipa da FEUP, ideais no que diz respeito a esse impacto. Assim, o que é proposto com o HydroAzeite é a valorização de resíduos através da reformação a vapor das águas ruças. Esta tecnologia permitirá não só remover os componentes altamente poluentes presentes nestas águas residuais, como também permitir a produção simultânea de H2, um biocombustível ambientalmente atrativo por ser renovável e por reduzir as emissões de CO2 para a atmosfera”, referem. O maior objetivo deste projeto é “otimizar e aplicar um reator híbrido multifuncional que combine a reação de reformação das AR e a remoção simultânea de CO2 (produto da reação) num único dispositivo através de um adsorvente seletivo a CO2”, algo nunca antes feito a nível industrial. Na opinião dos investigadores, utilizar este método trará inúmeras vantagens ás empresas, além de poder ainda gerar uma nova fonte de lucro devido à produção do biocombustível H2. O valor angariado agora no BIP PROOF vai permitir a “aquisição de equipamentos para modificar uma instalação já existente, tornando-a maior, e também testar efluentes reais por longos períodos”, explicam os investigadores. O objetivo é aproximar cada vez mais a tecnologia ao mercado, uma vez que, como acrescenta a equipa, “as empresas de produção de azeite, já interessadas nesta solução, poderão verificar que este método é adequado”. Assim, com os 10 mil euros do BIP PROOF, os investigadores esperam aumentar a maturidade da tecnologia, aproximando-se da comercialização. Da equipa, por parte da U.Porto, fazem parte os investigadores Cláudio Rocha, Luís Miguel Madeira, Miguel Angel Soria e Pedro Cerqueira, todos da FEUP. A colaboração é com a Adventech, nas pessoas de Anabela Nogueira e Sérgio Castro-Silva. NIRWall: uma solução sustentável para edifícios escuros ​ “A necessidade de soluções eficientes e sustentáveis é cada vez mais urgente” – é uma frase que, ultimamente, nos toca a todos, e não é exceção na equipa que desenvolveu a tecnologia NIRWall. Neste caso, falamos especificamente de revestimentos escuros para edifícios e do seu impacto no consumo energético. Os revestimentos de cor escura em edifícios, embora sejam esteticamente atraentes, implicam uma elevada absorção da radiação solar, resultando num aumento da temperatura superficial. Isso não só degrada os materiais e reduz a sua vida útil como também se traduz num “aumento do consumo energético necessário para o arrefecimento do interior dos edifícios”, explicam os cientistas responsáveis. Assim, o NIRWall consiste numa “estratégia de redução da absorção de radiação infravermelha, que assenta na inclusão de um nanocompósito polimérico vocacionado para colorantes escuros (usado na formulação de revestimento de acabamento), sem alterar de forma sensível o aspeto visual da superfície tratada”, referem. O objetivo principal do NIRWall é redesenhar os sistemas construtivos de fachada, procurando contribuir para um maior conforto térmico e uma menor degradação, ambos derivados da exposição natural. A tecnologia está vocacionada para aplicação em revestimentos do setor da construção, mas também pode ser expandida para outras indústrias. Além disso, a evolução das partículas também permitirá uma expansão do tipo de cores onde é aplicável e do tipo de revestimentos compatíveis com a sua incorporação”, concluem. Os 10 mil euros conquistados agora no BIP PROOF vão permitir a construção de um protótipo à escapa real para implementar a tecnologia, avaliar o desempenho do mesmo, definir correlações entre os possíveis efeitos da temperatura e o aumento da refletância e também apresentar a tecnologia a potenciais parceiros industriais. A equipa por trás do NIRWall é composta por Andrea Souza (FEUP), Joana Maia (FEUP), João Ventura (IFIMUP e FCUP), Nuno Ramos (FEUP) e Rita Carvalho Veloso (IFIMUP e FEUP). SKD: maximizar a indústria mineira (e não só) Desenvolvido por uma equipa multidisciplinar do INESC TEC, da FCUP e da FEUP, o projeto SKD visa o desenvolvimento de soluções de espectroscopia para identificação de minerais em contexto de exploração. Isso será feito utilizando “uma arquitetura multimodal e o conceito de knowledge distillation para a obtenção de altos desempenhos”, explicam os investigadores. O objetivo principal do SKD é a maximização da eficiência no desenvolvimento de soluções mais confiáveis para desempenho em ambiente industrial podendo, até, estender-se para aplicações de outras indústrias além da mineira. O financiamento obtido no BIP PROOF será aplicado na “fase final de desenvolvimento do protótipo” e na “realização de testes de campo, permitindo a validação da tecnologia em ambiente relevante”, referem os cientistas. O objetivo principal é uma aproximação significativa do produto ao mercado. A equipa por trás do SKD é composta por Alexandre Lima (FCUP), Diana Guimarães (INESC TEC), Nuno Azevedo Silva (INESC TEC), Pedro Jorge (FCUP e INESC TEC) e Tomás Lopes (INESC TEC e FEUP). SmartInsulation: isolamento térmico dinâmico e inteligente É fundamental apostar na redução do consumo energético dos edifícios, de forma a melhorar as condições de conforto térmico – um dos principais responsáveis pela fatura energética nos países desenvolvidos. É nesse pressuposto que nasce o projeto SmartInsulation, composto por três investigadores da FEUP: Eva Barreira, Joaquim Gabriel Mendes e Ricardo Almeida. “Pretendemos desenvolver um sistema de parede dinâmico e inteligente, que será capaz de ajustar o seu desempenho em resposta a diferentes estímulos exteriores”, explicam os investigadores. O sistema vai garantir uma elevada resistência à transferência de calor no inverno e uma elevada capacidade de dissipação de calor no verão e está a ser projetado não só para construção nova, mas também para aplicação no “mercado de reabilitação de edifícios, alargando assim o seu potencial económico e, consequentemente, o impacto no mercado/sociedade”, explicam. A verba angariada no BIP PROOF será aplicada para desenvolver o algoritmo de funcionamento do sistema, garantindo a sua gestão inteligente sem ser preciso que o utilizador intervenha. A equipa vai também aplicar parte dos 10 mil euros na construção da prova de conceito, de modo a “comprovar a real eficácia do projeto em condições mais próximas das reais”. Sobre o BIP PROOF O programa foi criado pela U. Porto Inovação em 2018 e, nas seis edições já realizadas, distinguiu um total de 38 ideias inovadoras com 440 mil euros. No arranque, e contando com o apoio do projeto U. Norte Inova, o BIP PROOF financiou seis projetos com 20.000 euros. Foi já nesse ano que a Fundação Amadeu Dias (FAD) se juntou ao BIP PROOF, permitindo financiar mais cinco projetos com 10.000 euros para cada. A ligação da FAD ao programa manteve-se em todas as edições. Nos ano seguintes repetiu-se a receita de sucesso: em 2019 foram distinguidos quatro projetos, cada um com 10 mil euros. Em 2020 o Santander Universidades juntou-se à iniciativa como patrocinador e foram eleitos seis vencedores, também com 10 mil euros. As edições seguintes (2021 e 2022) distinguiram 10 ideias inovadoras nascidas na U.Porto, contando com o apoio de projetos financiados (Spin-UP em 2021 e UI-TRANSFER em 2022) e também com o patrocínio da J.Pereira da Cruz em ambas as edições. O valor investido nessas duas edições ultrapassa os 100 mil euros. O principal objetivo do BIP PROOF é criar um sistema de provas de conceito. Essas podem traduzir-se em construção de protótipos de viabilidade técnica, realização de ensaios in vitro/in vivo, estudos de viabilidade ou de mercado, entre outras, para que possam contribuir para a maturação da tecnologia e aproximação ao mercado. Esta edição contou com o apoio da Fundação Amadeu Dias e do Santander Universidades.

Escolhidos os vencedores do IJUP Empresas 2023!

  Depois de uma criteriosa seleção das 16 candidaturas recebidas e elegíveis, estão finalmente escolhidas as equipas vencedoras do IJUP Empresas, edição 2023. A avaliação foi levada a cabo por um júri, composto por pessoas da U.Porto e também por representantes das empresas parceiras do programa.  Foram selecionados 3 projetos em resposta a desafios propostos pela GALP um para os desafios do ITAU, um para os da Soja de Portugal e um para os da Sonae MC. As equipas dos projetos selecionados serão contactadas em breve para formalização dos apoios. Parabéns! O IJUP Empresas aconteceu no âmbito do projeto Skills for a Next Generation U.Porto, que tem como um dos seus objetivos formar uma nova geração de cientistas disponíveis para criar novas formas de diálogo com a sociedade, nomeadamente o tecido económico. 

Escolhidos os vencedores do BIP PROOF 2023/2024

Depois de uma criteriosa seleção das 35 candidaturas recebidas e elegíveis, estão finalmente escolhidas as equipas vencedoras do BIP PROOF, edição 2023/2024. A avaliação, coordenada pela U.Porto Inovação, foi levada a cabo por avaliadores/as com funções na área da propriedade industrial, do investimento de capital de risco e também por empreendedores. As equipas dos projetos selecionados serão contactadas em breve para formalização dos apoios. Parabéns!   Esta edição do BIP PROOF foi organizada pela U.Porto Inovação e contou com o apoio do Santander Universidades e da Fundação Amadeu Dias.

BEAT Therapeutics distinguida a nível nacional e internacional

  A investigação liderada por Lucília Saraiva, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, não para de ser reconhecida, desta vez a nível internacional. A inovadora terapia contra o cancro, trabalhada por uma equipa multidisciplinar, foi distinguida pelo Programa Gilead GÉNESE, que atribuiu um financiamento de 15 mil euros à equipa. O valor será “aplicado em estudos que validem o potencial terapêutico do composto no tratamento do cancro da mama triplo negativo”, refere Lucília Saraiva. A equipa por trás do composto é composta pelas/os investigadoras/es Lucília Saraiva e Ana Catarina Matos (FFUP e REQUIMTE), Ângela Carvalho, Hugo Prazeres e José Luís Costa (i3s), Maria José Umbelino Ferreira (FFUL) e ainda Silva Mulhovo, da Universidade de Pedagógica de Moçambique, numa colaboração frutífera ente várias instituições. O projeto consiste num composto promissor para o tratamento de cancros agressivos, principalmente em casos em que os pacientes não têm nenhuma alternativa terapêutica além da quimioterapia convencional. O composto – descoberto e testado com sucesso pela equipa – é inovador devido tanto às suas origens como aos seus efeitos. Tem vindo a mostrar resultados promissores e pode ser quatro vezes mais eficaz do que a quimioterapia na redução de tumores. Como referem os investigadores, o objetivo é que este seja o “o tratamento de excelência para cancros agressivos”, constituindo por isso uma nova esperança para os mais de 1.7 milhões de pacientes diagnosticados todos os anos com cancros agressivos do ovário, pâncreas e mama triplo-negativo e próstata resistente à castração. O grupo pretende, agora, concluir os estudos mais relevantes para uma entrada do composto em ensaios clínicos de fase I. Adicionalmente, com o estabelecimento da uma empresa startup chamada BEAT Therapeutics, vão trabalhar para angariar o financiamento necessário para a realização desses mesmos estudos. Esta foi a 9ª edição do Programa Gilead GÉNESE, que se assume como uma referência na área da Responsabilidade Social Corporativa em saúde. Em 2023 foram distinguidos três projetos de investigação em oncologia em curso na Universidade do Porto.  Desde a sua criação, em 2013, a iniciativa já apoiou 114 projetos, num total de mais de 2.5 milhões de euros. A entrega de prémios aconteceu no dia 17 de outubro, em Paço de Arcos. Vitória em terra de "nuestros hermanos" Em setembro a equipa BEAT Therapeutics sagrou-se vencedora nos pitches da categoria Bio/Pharma Tech da edição deste ano do programa de aceleração espanhol "Startup Olé".  Esta foi a 10ª edição do programa de aceleração espanhol, no qual a BEAT Therapeutics participou na sequência da sua vitória nos prémios InnoStars, do EIT Health. A grande missão do Instituto europeu é apoiar startups inovadoras na área da saúde.  “Quando soubemos que estaríamos na final, ficamos muito nervosos e entusiasmados. (…) O EIT Health permitiu-nos alcançar este destaque e talvez isso nos coloque um pouco mais perto dos nossos objetivos”, refere Hugo Prazeres, cofundador da BEAT Therapeutics. A edição deste ano do Startup OLÉ decorreu de 4 a 7 de setembro, na cidade espanhola de Salamanca. Ao longo da última década, este programa reuniu mais de 40 mil participantes de mais de 120 países, mais de 1.500 startups, scaleups e spin-offs, mais de 1.200 palestrantes, e mais de 300 empresas e investidores com carteira de investimentos superior a 100 mil milhões de euros. Caminho recheado de conquistas Apesar de só recentemente se ter começado a falar mais desta equipa, a verdade é que a investigação já tem muitos anos. O ano de 2023 fica marcado pela conjugação do mundo do laboratório com o mundo empreendedor, com a criação da startup BEAT Therapeutics. Duas das primeiras distinções públicas para o projeto de investigação foram em abril e maio deste ano, com o primeiro lugar no iUP25k – concurso de ideias de negócio da Universidade do Porto e o segundo lugar no BIP Acceleration. Ambas as iniciativas foram organizadas pela U.Porto Inovação no âmbito do projeto UI-CAN – Universidades como Interface para o Empreendedorismo. Já em junho, a equipa foi premiada pela EIT Health nos  Prémios InnoStars e participou ainda no concurso nacional que colocou frente a frente projetos inovadores nascidos nas sete universidades parceiras do UI-CAN (Aveiro, Beira Interior, Coimbra, Évora, Minho, Porto e Trás-os-Montes e Alto Douro), onde ficou em primeiro lugar. Todos estes reconhecimentos, prémios e oportunidades de financiamento são fundamentais para o contributo que a equipa tem vindo a dar na luta contra o cancro. Valorizar o composto como potencial candidato a fármaco, e chegar aos doentes, é o próximo, e principal, objetivo.

Quatro novos UPinTech reforçam equipa

António Miguel Martins, Francisca Cardoso, Joana Marques e José Pedro Ligeiro são os novos colaboradores da U.Porto Inovação, uma colaboração em part-time ao abrigo do programa UPinTech. No final do mês de outubro a equipa da U.Porto Inovação reuniu-se para dar as boas-vindas aos quatro novos membros da família, que tiveram também oportunidade de receber formação acerca dos trabalhos que passarão a desempenhar. As áreas de formação anunciadas para esta edição do programa UPinTech – que acontece com o apoio do projeto europeu DEEP INVENTHEI – foram Health e Manufacturing. Francisca Cardoso é licenciada e mestre em Bioengenhharia pela Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) e trabalha, atualmente, como investigadora no LEPABE (Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia), nessa mesma faculdade. O seu foco é a utilização de materiais de carbono para minimizar a adesão bacteriana e formação de biofilmes em dispositivos médicos, nomeadamente cateteres urinários. Também da FEUP vêm António Miguel Martins, com uma licenciatura em Engenharia Mecânica, e José Pedro Ligeiro, licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. José encontra-se, atualmente, no segundo ano do Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico, na mesma instituição, assumindo-se como “altamente curioso e fascinado pela área”. Tem como grande objetivo, ao juntar-se à equipa UPinTech, “ganhar experiência no mundo da transferência de tecnologia”. Já António está também a frequentar um Mestrado da FEUP, este em Engenharia Mecânica no ramo Projeto de Máquinas. O estudante tem experiência anterior como investigador no CEiiA, onde esteve a cargo do projeto: "Desenvolvimento e Avaliação de um banco de ensaio para um guiador de bicicleta. Passando agora para a área da saúde, Joana Marques é mestre em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP). Atualmente, encontra-se a frequentar o doutoramento em Ciências Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP) realizando, em simultâneo, trabalho de investigação no i3S. A experiência de Joana inclui, entre outras coisas, quase 2 anos na empresa Bluepharma.   Sobre o programa UPinTech Já lá vão mais de dez anos desde que a U.Porto Inovação lançou o programa UPinTech. Desde então, mais de 50 pessoas colaboraram e receberam hands on training na unidade de transferência de conhecimento e empreendedorismo da U.Porto. O principal objetivo do programa UPinTech é providenciar à comunidade estudantil e científica da U.Porto um contacto direto com as atividades de proteção e comercialização de tecnologias da U.Porto. A U.Porto Inovação beneficia do trabalho de uma equipa altamente qualificada em proteção, transferência de tecnologia e empreendedorismo. Para saber mais sobre a oportunidade e as competências necessárias clique aqui. Esta edição do programa UPinTech conta com o apoio do DEEP NVENTHEI, projeto europeu financiado pelo Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia.

2045 – Digital Health Solutions recebe comitiva da U.Porto

Foi no passado dia 11 de outubro que a empresa 2045 - Digital Health Solutions recebeu uma comitiva da Universidade do Porto nas suas instalações da UPTEC. O objetivo da sessão A2B – Academia to Business/Oficina de Inovação foi partilhar os mais recentes desafios de Investigação & Desenvolvimento (I&D+i), com o objetivo que dessa partilha possam surgir sinergias do desenvolvimento e implementação de soluções na área da saúde digital e online training, que deem origem a colaborações entre a empresa e o meio académico. A 2045 Digital Health Solutions Lda surgiu em 2015, no seio da UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. É uma spin-off do Grupo Impacting e dedica-se ao desenvolvimento e implementação de soluções na área da saúde digital, tendo já desenvolvido tecnologias de RPM (Remote Patient Monitoring) e uma plataforma de online training. Além da equipa da U.Porto Inovação, responsável por organizar as sessões A2B na Universidade do Porto, participaram ainda investigadores da Faculdades de Desporto e Letras da Universidade do Porto. Os presentes tiveram oportunidade de ouvir a apresentação da empresa e, de seguida, apresentar um pouco dos seus principais projetos e áreas de investigação, na expectativa de que elas possam, de alguma forma, ir ao encontro dos desafios propostos pela 2045 - Digital Health Solutions em vertentes relacionados com os novos desenvolvimentos que a empresa gostaria de implementar para melhorar o seu serviço de treinos online personalizados.  Durante esta sessão A2B a empresa apresentou aos presentes o projeto PAPAYYA - online personal training, projeto no qual se enquadram os atuais desafios de inovação atuais da empresa, uma das motivações para esta sessão A2B. Trata-se de serviço online de “personal training” em que personal trainers (PTs) humanos aumentam as suas capacidades dos utilizadores e, em consequência, a rentabilidade da atividade. Isso é feito através de uma plataforma tecnológica (da qual a empresa é proprietária) que faz uso de Inteligência Artificial (AI) para aumentar a qualidade e produtividade dos PTs, permitindo-lhes realizar, de forma simultânea, mais do que uma sessão de treino personalizado, mantendo a qualidade dos treinos dos clientes. A plataforma encontra-se atualmente em utilização comercial na Europa e a 2045 Digital Health Solutions está a preparar a entrada no mercado americano ainda este ano. .   Esta Oficina de Inovação realiza-se no âmbito do projeto Skills for a Next Generation U.Porto, que tem como um dos seus objetivos formar uma nova geração de cientistas disponíveis para criar novas formas de diálogo com a sociedade, nomeadamente o tecido económico. 

U.Porto Inovação: nova liderança para continuar a transformar investigação em inovação

  Começando, aos poucos, a normalizar depois de mais de dois anos de pandemia, a Universidade do Porto iniciou, em 2022, um novo ciclo governativo. Agora, a U.Porto Inovação está sob a alçada do Vice-Reitor para a Investigação e Inovação, Pedro Rodrigues. “Esta mudança vem reforçar o papel e a visibilidade da U.Porto Inovação no nosso ecossistema de investigação e inovação, e visa facilitar o acesso e a utilização dos nossos serviços para as comunidades de investigação e inovação”, refere o Vice-Reitor. Assim, o compromisso que a U.Porto Inovação vem assumindo há quase 20 anos mantém-se firme, como refere André Fernandes: “Em 2022, a U.Porto Inovação manteve o foco em três eixos de atuação: proteção e valorização dos resultados da investigação; geração de empresas spin-off; interface com a indústria visando parcerias de pesquisa”. Alguns objetivos importantes foram alcançados no ano passado. Entre eles, está o “acordo chapéu” assinado entre o INESC TEC e a Universidade do Porto relativamente a propriedade intelectual conjunta que, como refere André Fernandes, “alavancará a transferência de resultados científicos e tecnológicos de ambas as instituições, contribuindo para uma economia inovadora”. Além disso, de realçar também o começo de projetos financiados, e a continuidade de outros (UI-TRANSFER, Skills for a Next Generation U.Porto, fase 2 do projeto ADSA, etc) que, como já tem sido recorrente ao longo da vida da U.Porto Inovação, são um apoio fundamental para que a unidade continue o seu compromisso para com a comunidade, fomentando a saúde de um ecossistema inovador e empreendedor. Proteger e valorizar o conhecimento produzido na U.Porto No que toca à propriedade intelectual, em 2022 chegaram às mãos da equipa da U.Porto Inovação 32 comunicações de invenção. Englobando todas as áreas de investigação (Saúde; Biotecnologia e tecnologia agroalimentar; Tecnologias de informação, comunicação e eletrónica; Energia, ambiente e construção e Transportes, segurança e processos industriais) as comunicações de invenção que a unidade recebeu desde a sua fundação totalizavam, no final do ano de 2022, perto de 500 (491). Na sequência das comunicações de invenção recebidas neste e em anos anteriores, foram submetidos neste ano 29 pedidos de prioridade nacional junto do Instituto de Propriedade Industrial (INPI), 14 pedidos de extensão internacional (PCT) e 59 pedidos internacionais em territórios como Europa, Estados Unidos, China, Índia e Japão. Já no que toca a concessões, foram 9 as patentes concedidas em Portugal e 45 a nível internacional. De destacar que houve, pela primeira vez, uma patente concedida para uma invenção da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto e uma para a Faculdade de Medicina Dentária. No final de 2022, o portfolio de patentes da U.Porto concedidas ultrapassava as 400 (410), sendo 85 nacionais e 325 internacionais. Tendo em conta todas as novas patentes submetidas, mas também as que foram caindo ao longo do ano, a U.Porto terminou 2022 com 501 patentes ativas no seu portfolio. Além de proteger, importa valorizar a investigação e fazer o possível para a transferir para o mercado de forma a beneficiar o tecido económico e social. Em 2022 foram assinados dois novos contratos de exploração comercial de tecnologias com empresas. Ambos são da área da saúde, e as empresas são a Hogrefe Portugal e a italiana Spes Medica. Regresso do iUP25k e BIP reforçam apoio da U.Porto Inovação à criação de empresas spin-off O ano de 2022 fica também marcado pelo regresso do iUP25k – concurso de ideias de negócio da Universidade do Porto. Depois de sete edições bem sucedidas, tendo a última acontecido em 2016, a U.Porto Inovação retomou a iniciativa. Mais de 20 equipas decidiram candidatar-se a esta nova edição e, à semelhança do que aconteceu nas edições anteriores, três vencedores levaram para casa um total de 25.000€ em prémios e em dinheiro, depois de uma apresentação pública das suas ideias ao júri.  Os programas BIP Acceleration e BIP Ignition foram outra das apostas da unidade em 2022. As iniciativas – que se complementam entre si – têm como objetivo ajudar os cientistas a alavancaram as suas ideias de negócio. Por um lado, temos o programa de ideação (BIP Ignition) desenhado para explorar o potencial do conhecimento científico existente na U.Porto, dando início à validação e ao desenvolvimento de ideias inovadoras. Depois, o BIP Acceleration trabalha, como o próprio nome indica, em acelerar projetos que criam valor agregado aos resultados de investigação gerados na Universidade. Ainda no tema do empreendedorismo de base científica e tecnológica, 2022 foi o ano em que a U.Porto Inovação alcançou o tão desejado número 100 no que diz respeito às empresas detentoras da chancela spin-off U.Porto, com a chegada da DigestAID. Juntas, as empresas do The Circle geriam, no final de 2022, mais de 240 patentes, geraram mais de 95 milhões de euros de volume de negócios e já contribuíram para a criação de mais de 1700 postos de trabalho. Informação mais detalhada sobre a rede de empresas spin-off U.Porto pode ser encontrada na brochura anual do The Circle, aqui. No que diz respeito à atividade de interface, organizaram-se duas sessões A2B (Academia to Business) em 2022, uma com a empresa E-goi e outra com a TMG Automotive. As sessões A2B já se realizam há dez anos e totalizam 55 encontros, com mais de 1570 participantes entre académicos e membros de empresas, sejam elas grandes indústrias nacionais, startups ou spin-offs da U.Porto. O objetivo principal da iniciativa é uma aproximação do meio académico às empresas para parcerias de investigação, e assim uma mais eficaz valorização da ciência gerada pela U.Porto. Equipa forte, consolidada e com os olhos no futuro “No final de 2022 a U.Porto Inovação contava com uma equipa de 11 pessoas dedicadas a trabalhar numa melhor ligação entre a liderança da nossa Universidade na produção científica e o seu impacto no desenvolvimento económico regional, nacional e europeu.”, refere Pedro Rodrigues. Apesar de os últimos dois anos terem representado tempos difíceis, em que o trabalho à distância imperou, a equipa cresceu de forma mais especializada, reforçando a aposta da U.Porto Inovação nos seus eixos de referência. “A U.Porto Inovação deve grande parte da sua maturidade ao apoio institucional da Universidade, ao sentido de compromisso da equipa e à vitalidade do ambiente que a rodeia”, acrescenta André Fernandes. Para o futuro, espera-se que a dedicação e compromisso se mantenha, assim como o trabalho e a ambição de ingressar em novos desafios que beneficiem, em primeira instância, a comunidade científica da Universidade e, depois, o panorama nacional (e internacional) em geral. A brochura da U.Porto Inovação em números, referente ao ano de 2022, pode ser consultada aqui.    

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