Spin-off da U.Porto recebe certificação inédita do Gabinete Nacional de Segurança

  A plataforma de comunicação segura Adyta.Phone, desenvolvida pela Adyta, uma empresa spin-off da Universidade do Porto e atualmente incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, recebeu, no passado dia 16 de junho, a certificação de segurança atribuída pelo Gabinete Nacional de Segurança (GNS). A solução desenvolvida pela empresa portuense, que atua na área da segurança, passa, assim, a constar do restrito grupo de soluções tecnológicas certificadas pela entidade governativa, sendo a única solução de origem portuguesa com certificação ativa do GNS, podendo por isso lidar com Informação Classificada (IC) de Marca e Grau Nacional Reservado. A Adyta.Phone Federation é uma aplicação de comunicação encriptada, disponível para dispositivos Android e iOS, totalmente desenvolvida pela Adyta, em Portugal, e que se diferencia das demais soluções de comunicação disponíveis no mercado graças ao seu modelo de negócio transparente. Na prática, o cliente paga pela assinatura do serviço de comunicações, mas não necessita de disponibilizar os dados pessoais ou empresariais. A distinção foi entregue na 9.ª edição da conferência C-DAYS ao CEO da Adyta, Carlos Carvalho, que enalteceu o que considera ser a concretização de um passo fundamental para o futuro da aplicação. “Esta certificação é um dos objetivos que há muito tínhamos definido para o nosso produto de comunicação segura. Significa que a solução tem as condições necessárias para ser utilizada em cenários que envolvam informação classificada, mas significa também que a solução disponibiliza, a todos os seus utilizadores, capacidades de proteção da informação devidamente comprovadas”, realça o responsável. “É um momento de enorme felicidade para todos nós na Adyta, e que se deve, por inteiro, ao trabalho que esta equipa tem dedicado ao desenvolvimento deste produto. É muito satisfatório termos trazido até aqui um projeto de inovação e vamos continuar a melhorar a aplicação, introduzindo novas funcionalidades e melhorias”, adianta CEO da Adyta. Uma solução para todos Para Carlos Carvalho, a Adyta.Phone é uma solução para utilização de toda a comunidade, uma vez que “está disponível para todos os utilizadores de dispositivos Android e iOS à escala mundial, com exatamente as mesmas características de robustez e fiabilidade validadas por esta certificação atribuída pelo Gabinete Nacional de Segurança”. “O que colocámos à prova, nesta certificação, foi a nossa aplicação na sua versão comercial. Nos dias de hoje, em que a segurança da informação é tão essencial, quer do ponto de vista pessoal, empresarial ou governamental, é importante que as pessoas tenham mais certezas de que as ferramentas que utilizam para comunicar protegem as informações comunicadas. Esta certificação também significa isso. Se a Adyta.Phone está certificada para ser utilizada em cenários que envolvem Informação Classificada, então está apta a proteger a informação de todos os seus utilizadores que, mesmo que não estejam a transmitir Informação Classificada, querem proteger devidamente o que comunicam”, refere o CEO da Adyta. Esta distinção decorre do Decreto-Lei n.º 3/2012, de 16 de janeiro, na sua atual redação, no qual o Gabinete Nacional de Segurança tem como uma das suas atribuições, avaliar, acreditar e certificar a segurança de produtos e sistemas de comunicações, de informática e de tecnologias de informação que sirvam de suporte ao tratamento, arquivo e transmissão de Informação Classificada. Note-se ainda que o processo de certificação, conduzido pelo GNS, contou com a avaliação técnica independente de uma equipa do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Inovação (INOV) que realizou intensivos testes e verificações à solução de acordo com um perfil de proteção, proporcionando a confiança necessária para assegurar a gestão de IC, dentro de um conjunto de condições pré-estabelecidas. Adyta: um caminho de ascensão no setor da segurança Criada por docentes e antigos estudantes da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP), a Adyta visa promover soluções tecnológicas especializadas, adaptadas às necessidades de órgãos de soberania, grupos empresariais e outras organizações que, pela natureza da sua atividade, tratam informação sensível ou classificada. Esta spin-off da U.Porto e startup da UPTEC centra a sua atividade na área da segurança da informação e tem também desenvolvido trabalhos relevantes na área da avaliação criptográfica e funcional de sistemas e plataformas. A empresa disponibiliza ainda Serviços de Cibersegurança, colocando no mercado um conjunto alargado de soluções e serviços que vão desde a consultoria de segurança, avaliações de conformidade, auditorias e testes e formação em cibersegurança. A Adyta participa também em consórcios nacionais e internacionais em projetos que envolvem comunicações quânticas para a defesa europeia, como o DISCRETION ou o PTQCI.   Notícia escrita em parceria com o Serviço de Comunicação da UPTEC (Nuno Teixeira).

Comtemp recebe U.Porto no Entroncamento

Foi no passado dia 2 de junho que uma comitiva da Universidade do Porto viajou até ao Entroncamento para visitar as instalações da empresa Comtemp – Companhia dos Temperos, Lda. A visita foi organizada pela U.Porto Inovação e incluiu investigadores das Faculdades de Ciências, Ciências da Nutrição e Alimentação, Farmácia e também do Laboratório Associado REQUIMTE. Esta foi mais uma sessão A2B – Academia to Business, cujo objetivo é aproximar o meio académico do meio empresarial para facilitar o surgimento de sinergias vantajosas para ambos. Assim, durante o dia houve espaço não só para apresentações dos participantes da U.Porto, e das suas áreas de investigação, como também da empresa, que falou dos seus atuais desafios de inovação e de como poderão ser criadas sinergias.  A Comtemp® tem uma experiência acumulada de 125 anos de atividade e é considerada uma referência no setor de produtos de consumo baseados e derivados de vinagre. Assim, durante a manhã da visita teve lugar uma sessão de degustação de diversos tipos de vinagres, com origens em diferentes frutas e cereais, e também de um espumante.  A parte final da sessão A2B incluiu uma visita à fábrica da Comtemp, onde é produzida uma gama de produtos muito abrangente que inclui vinagres, molhos e condimentos, vinhos frisantes, espumantes, e até desinfetantes naturais para superfícies. A empresa está orientada para sistemas alimentares de futuro e bem-estar.   Este evento acontece no âmbito do UI-Transfer, um projeto cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) do Portugal 2020. 

UI-CAN distingue tratamento inovador para cancros agressivos

  Depois da vitória no iUP25k 2023 e de ter ficado em 2.º lugar no BIP Acceleration (ambas as iniciativas organizadas no âmbito do projeto UI-CAN), a BEAT Therapeutics somou novo sucesso ao vencer o concurso nacional que colocou frente a frente projetos inovadores “nascidos” nas sete universidades parceiras do UI-CAN Universidades como Interface para o Empreendedorismo, o consórcio que junta a Universidade do Porto e as universidades de Aveiro, Beira Interior, Coimbra, Évora, Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro. Fruto da colaboração entre investigadores da Faculdade de Farmácia (FFUP), do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), do REQUIMTE e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL), o projeto BEAT Therapeutics consiste num composto promissor para o tratamento de cancros agressivos, principalmente em casos em que os pacientes não têm nenhuma alternativa terapêutica além da quimioterapia convencional. O composto – descoberto e testado com sucesso pela equipa – é inovador devido tanto às suas origens como aos seus efeitos. Tem vindo a mostrar resultados promissores e pode ser quatro vezes mais eficaz do que a quimioterapia na redução de tumores. Como referem os investigadores, o objetivo é que este seja o “o tratamento de excelência para cancros agressivos”, constituindo por isso uma nova esperança para os mais de 1.5 milhões de pacientes que sofrem de cancros agressivos do ovário, pâncreas e mama. Além da constituição da startup BEAT-Therapeutics, a equipa está agora à procura de financiamento para avançar com estudos que permitirão definir as doses de referência para os primeiros ensaios clínicos. Desta equipa fazem parte Lucília Saraiva e Ana Catarina Matos (FFUP e REQUIMTE), Ângela Carvalho, Hugo Prazeres e José Luís Costa (i3s), Maria José Umbelino Ferreira (FFUL) e ainda Silva Mulhovo, da Universidade de Pedagógica de Moçambique, local onde existe a planta de onde o composto foi extraído. Em Moçambique as nativas, doentes com cancro da mama, colocam essa planta diretamente nos seios como forma de tratamento. Área da saúde também conquista segundo e terceiro lugares Para além da BEAT-Therapeutics, este 2.º concurso nacional do UCAN distinguiu ainda mais dois projetos na área da saúde: o projeto PAPILOMA, da Universidade da Beira Interior (2.º lugar) e o projeto Screen4Health, da Universidade do Minho (3.º lugar). O primeiro consiste numa solução inovadora que simplifica e acelera o tratamento de lesões provocadas pelo HPV (Human Papiloma Virus), que de outra forma poderiam facilmente evoluir para cancro do colo de útero nas mulheres. O projeto está, neste momento, em fase de validação do protótipo: um gel vaginal de fácil aplicação e alta eficácia, com propriedades anticancerígenas e antivirais. O objetivo final é chegar à indústria farmacêutica. Já o projeto Screen4Health, da Universidade do Minho. A tecnologia pretende oferecer a empresas farmacêuticas a possibilidade de screening de compostos usando modelos de C. elegans de doenças raras. O processo de desenvolvimento de fármacos é moroso e dispendioso: dos milhares de moléculas que são criadas, apenas uma virá a ser um medicamento, após 15 anos de investimento. Nos estudos farmacológicos recorre-se, tipicamente, aos ratinhos, capazes de mimetizar a doença humana e permitindo testes de compostos. No entanto, sendo este processo lento e dispendioso, é fundamental a existência de modelos de fácil manutenção e rápida testagem.  O Caenorhabditis elegans (C. elegans) é um pequeno nematode capaz de mimetizar a doença humana, com um ciclo de vida curto e que permite medições comportamentais com alta automatização. Utilizando o C. elegans como modelo é possível o screening de vários compostos, simultaneamente e a baixo custo, o que acelera a descoberta de fármacos e diminui o investimento das empresas farmacêuticas. Dois anos de projeto UI-CAN O concurso nacional aconteceu durante o evento de encerramento do projeto UI-CAN. Depois de mais de dois anos a dinamizar ações de sensibilização e capacitação para o empreendedorismo, foi tempo de fazer um balanço entre os parceiros, apresentar alguns dos resultados alcançados e conhecer as ideias acompanhadas no decorrer do projeto. O evento teve lugar no dia 6 de junho, na Universidade de Aveiro. O projeto UI-CAN Universidades como Interface para o Empreendedorismo teve início em abril de 2021 e tem como propósito promover o espírito empreendedor, mobilizando o conhecimento universitário para a criação de novas empresas que respondam aos desafios sociais e societais, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O consórcio incluiu sete universidades, lideradas pela Universidade de Aveiro, que dinamizaram diversas iniciativas de ignição, aceleração, ligação e transformação. É um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, União Europeia.   O concurso nacional foi organizado no âmbito do UI-CAN - Universidades como Interface para o Empreendedorismo, um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, União Europeia.  

A U.Porto no ecossistema empreendedor de Dublin

  Duas comitivas da Universidade do Porto partiram em missão para Dublin no final do mês de maio.  Nesta jornada de trabalho participaram dois grupos, cada um deles enquadrado num projeto do qual a Universidade do Porto é parceira. Do primeiro grupo faziam parte André Fernandes, da U.Porto Inovação, Francisca Eiriz, da UPTEC, e também quatro empresas spin-off da U.Porto nas pessoas de Carlos Carvalho (Adyta), Eduardo Oliveira (i-sensis perfume design), Alexandre Mendes (ikuteam) e Alejandro Turpin (i-LoF). Esta comitiva viajou para a Irlanda no âmbito do projeto Atlantic Digital Startups Academy (ADSA) e as empresas tiveram oportunidade de fazer softlanding. Já o segundo grupo era composto por Rafaela Pinto, da U.Porto Inovação, acompanhada por Catarina Matos, do projeto BEAT Therapeutics, Joana Oliveira, do projeto NEVADA, Maria Inês Magalhães do projeto BiOM, e João Carlos Matos, do projeto ReCup. Estas empreendedoras viajaram para Dublin no seguimento da sua premiação no iUP25k 2023 – concurso de ideias de negócio da U.Porto- , que incluía a viagem e visita ao ecossistema. A jornada, bem como o concurso, foram realizados no âmbito do projeto UI-CAN – Universidades como Interface para o Empreendedorismo.  Após a aterragem na Irlanda houve tempo para um jantar de convívio e reconhecimento das equipas, seguido do merecido descanso para os dois dias que se avizinhavam. O “cabeça de cartaz” desta jornada foi o evento Dublin Tech Summit e os participantes tiveram a oportunidade de assistir aos dois dias completos do evento.  No terceiro dia da missão houve também tempo para uma visita à Dogpatch Labs, uma incubadora irlandesa cuja missão é acelerar o desenvolvimento do ecossistema de startups da Irlanda, fornecendo uma comunidade valiosa e rica em conhecimento e potenciais conexões.  Foram quase três dias preenchidos com visitas, troca de experiências e conhecimento e, claro, muito networking. Por um lado a comitiva da U.Porto teve a oportunidade de conhecer o que de melhor se faz na Irlanda ao nível do empreendedorismo e, por outro, conseguiu ainda apresentar alguns dos seus atuais projetos e empresas mais inovadoras.   Esta viagem de trabalho aconteceu no âmbito do projeto Atlantic Digital Startups Academy (ADSA), financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) do programa Interreg Espaço Atlântico     E também no âmbito do UI-CAN - Universidades como Interface para o Empreendedorismo, um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, União Europeia.  

Tecnologias da U.Porto vencem Prémios InnoStars 2023 do EIT Health

  A BEAT Therapeutics promete um composto inovador para tratar cancros agressivos. Já a Orgavalue é uma tecnologia inovadora para criar novos órgãos humanos. Os dois projetos nasceram nos laboratórios da Universidade do Porto e estão entre os 18 vencedores da 8.ª edição dos Prémios InnoStars, uma iniciativa do EIT Health – European Institute of Innovation and Technology que visa apoiar startups inovadoras na área da Saúde. Fruto da colaboração entre investigadores da Faculdade de Farmácia (FFUP), do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), do REQUIMTE e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, a BEAT Therapeutics trata-se de uma tecnologia inovadora que pode trazer uma nova esperança para pacientes que sofrem com cancros agressivos, nomeadamente mama, ovário e pâncreas. Ao todo, são mais de 1.5 milhões de pacientes a sofrer com este tipo de patologias e que não tem opção de tratamento além da quimioterapia convencional. Como refere Ângela Carvalho, do i3S, a BEAT Therapeutics pretende ser o “tratamento de excelência para cancros agressivos”. O composto (BBIT20), descoberto e testado pelo grupo de investigadores, é promissor devido tanto às suas origens (a partir de uma planta utilizada na medicina tradicional em Moçambique) como aos seus efeitos. Testes mostram que  pode ser quatro vezes mais eficaz do que a quimioterapia na redução de tumores. Lucília Saraiva, investigadora da FFUP e uma das responsáveis pelo projeto, refere que a ajuda monetária recebida nos Innostars Awards (25.000 euros) será muito bem-vinda, uma vez que existe ainda um grande investimento a fazer ao nível da investigação para “valorizar o composto como potencial candidato a fármaco”, refere. O montante atribuído à BEAT Therapeutics será aplicado em estudos relacionados com a caracterização do perfil de segurança e biodisponibilidade que, como refere Lucília Saraiva, “são muito relevantes para a potencial entrada do composto em ensaios clínicos”. Além disso, a equipa encara este prémio como um importante “reconhecimento internacional da qualidade científica e inovadora do projeto, numa dimensão muito mais competitiva”, diz a investigadora, acrescentando que, com ele, são abertas portas a uma rede internacional de contactos com investigadores e empresas que será “muito relevante principalmente na fase inicial da startup que está a ser criada”, conclui. A próxima etapa da equipa (que foi a vencedora da edição de 2023 do iUP25k) passa por avançar na procura de parceiros e investidores para apoiar na realização dos ensaios clínicos de fase I. Uma revolução nos transplantes de órgãos A Orgavalue trata-se  por sua vez de um projeto na área da bioengenharia que propõe uma tecnologia inovadora para criar fígados humanos. A inovação tem potencial de aplicação tanto no tratamento como no diagnóstico de doenças. Criada no i3S pelos investigadores Cristina Ribeiro, Hugo Prazeres e Rodrigo Val d’Oleiros, o OrgaValue tem como principal objetivo melhorar a eficácia nos transplantes de fígado. As mortes de pacientes, enquanto esperam por um transplante, são frequentes, e “54% rejeitam o novo órgão, sendo que o problema não é a falta de órgãos, mas a qualidade dos mesmos”, explicam os investigadores. Assim, para dar resposta a este problema, a equipa sediada na U.Porto desenvolveu uma tecnologia que permite reabilitar órgãos humanos e torná-los totalmente transplantáveis. E como? “Através de uma solução líquida de limpeza que remove as células, deixando uma matriz não celular com a matriz orgânica apropriada. Então, novas células humanas saudáveis são introduzidas na matriz para bioengenharia de um novo órgão”, contam os cientistas. A equipa espera começar os primeiros ensaios clínicos do projeto em 2025. Recorde-se que o projeto Orgavalue venceu a 1.ª edição do BIP Acceleration, o programa de aceleração de projetos de valorização de resultados de investigação da Universidade do Porto. Também em 2022, o investigador Rodrigo Val d’Oleiros, rosto principal do projeto, conquistou o Prémio Jovem Empreendedor 2022, atribuído pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). Sobre os Prémios InnoStars Atribuídos pelo IET desde 2016, os Prémios InnoStars destinam-se a empresas em fase de arranque no setor da saúde das regiões central, oriental e meridional da Europa. A esta oitava edição dos galardões candidataram-se 107 projetos provenientes de 18 países europeus. Destes, foram selecionados 18 – quatro de Portugal, três de Espanha, dois de Itália, Lituânia e Polónia e um da Hungria, Eslováquia, Grécia, Roménia e Letónia – que irão receber um prémio de 25 mil euros em financiamento, formação, mentoria.  As startups premiadas também vão ter acesso a encontros com potenciais clientes, investidores e parceiros ao mais alto nível. Após este programa de aceleração, serão escolhidos 10 finalistas, que terão a oportunidade de participar na grande final dos Prémios InnoStars, a decorrer no final do ano. Neste evento, os projetos vencedores podem receber um financiamento adicional de 25 mil, 15 mil ou 10 mil euros.   Notícia escrita em parceria com a Comunicação & Imagem da U.Porto (Tiago Reis).

BIP Acceleration premeia tecnologia para regenerar músculos

Perto de um terço dos cavalos de corrida termina a sua jornada com uma lesão grave que, na maior parte dos casos, nem a cirurgia consegue resolver. Um problema que pode ter os dias contados graças ao projeto REGENERA, o grande vencedor da 2.ª edição do BIP Acceleration, o programa de aceleração de projetos de valorização de resultados de investigação da Universidade Porto. Fruto de trabalho de um grupo de investigação do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) em terapias celulares, o projeto premiado partiu de uma colaboração conjunta com o CECA-ICETA, no quadro do Laboratório Associado AL4AnimaLs. A equipa multidisciplinar, a que se juntariam posteriormente investigadores e professores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, começava, então, a testar o uso de células estaminais e terapias celulares para promover a regeneração dos tecidos danificados, de modo a possibilitar uma cura mais rápida e eficiente, permitindo que o cavalo voltasse a correr. “Pretendemos devolver novas terapias com elevado potencial regenerativo para patologias graves do aparelho locomotor em cavalos e cães, numa perspetiva de uma Só Saúde e com potencial translacional para a Saúde Humana. Sejam cavalos ou atletas de alta performance cuja vida útil termina muito cedo com lesões ortopédicas irreversíveis; sejam cães, companheiros, terapeutas e cães de trabalho que desenvolvem lesões osteoarticulares crónicas e extremamente dolorosas”, refere Ana Colette Maurício, é Professora Catedrática do Departamento de Clínicas Veterinária do ICBAS. A terapêutica já foi testada em cavalos mas também em cães com resultados muito promissores quer na regeneração de tendões e ligamentos quer no alívio da dor dos animais. No caso dos cavalos de corrida, por exemplo, conseguiram que um animal lesionado pudesse voltar a competir passados apenas 30 dias. “A formulação combinada com um potencial regenerativo superior validado in vitro e em modelos animais em ensaios pré-clínicos foi alvo de um pedido de patente internacional em 2019. Realizámos ensaios in vivo em casos clínicos reais de cavalos com lesões ortopédicas, como tratamento compassivo e também em cães com lesões ortopédicas como tratamento compassivo. Tanto para os cavalos como para os cães os resultados foram excelentes, com total regeneração do tecido, quer em termos funcionais quer estruturalmente”, diz Ana Colette Maurício. O Regenera ambiciona, assim, marcar a diferença na medicina veterinária, mas o objetivo final é que possa ser utilizado também em humanos: “Tentaremos que o REGENERA possa ser replicado a outras espécies incluindo o Homem, e a outras patologias como o cancro”, conclui a docente e investigadora do ICBAS Já este ano, a equipa constituída por Ana Colette Maurício, Ana Rita Santos e Inês Reis (ICBAS) e Miguel Santos (CECA/ICETA) concorreu ao iUP25k, tendo ficado em 3.º lugar. Com o prémio agora conquistado no BIP Acceleration 2023 , no valor de 5 mil euros, a equipa de investigação pretende “dinamizar a divulgação desta tecnologia disruptiva e conseguir arrancar com uma startup com carimbo U.Porto e ICBAS”.   Tratar cancros agressivos e melhorar a vida de pacientes com Alzheimer No segundo e terceiro lugares da competição ficaram, respetivamente, os projetos BEAT Therapeutics e NEVADA. BEAT Therapeutics é um composto promissor para o tratamento de cancros agressivos como o da mama, ovário e pâncreas, principalmente em casos em que os pacientes não têm nenhuma alternativa terapêutica além da quimioterapia convencional. Resultado de uma investigação conjunta da Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP), REQUIMTE, Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, este composto inovador pretende, como referem os investigadores, ser o “tratamento de excelência para cancros agressivos”. O composto – descoberto e testado pela equipa – mostra já resultados promissores e pode ser quatro vezes mais eficaz do que a quimioterapia na redução de tumores. Já o projeto NEVADA, da autoria das investigadoras da Débora Nunes, Joana Loureiro, Maria do Carmo Pereira, Maria João Ramalho e Stéphanie Andrade, da Faculdade de Engenharia (FEUP), consiste numa abordagem que aproveita os benefícios de um conhecido medicamento para a doença de Alzheimer. Este é complementado com a ideia inovadora de usar um dispositivo biocompatível e biodegradável para libertar o medicamento ao longo do tempo. Como referiram as investigadoras durante o seu pitch, “curar a doença ainda está longe de ser uma realidade para todos os pacientes”. Como tal, o projeto NEVADA promete, “pelo menos melhorar a qualidade de vida” dos mesmos. "Temos este princípio de valorizar a investigação feita na U.Porto"   Foram as palavras proferidas por Pedro Rodrigues, Vice-Reitor da U.Porto para a Investigação e Inovação, no momento que antecedeu o anúncio dos vencedores do BIP Acceleration 2023. Um momento aproveitado para agradecer o trabalho de todos os participantes, bem como ao júri constituído por José Vasconcelos (BTEN), Raquel Gaião Silva (Faber) e Susana Pinheiro (UPTEC) Esta foi a segunda edição do BIP Acceleration, iniciativa organizada pela U.Porto Inovação para equipas que queiram testar e validar o modelo de negócio da sua ideia. Para esta edição do programa foram selecionadas nove equipas que, ao longo de quatro sessões, receberam formação e mentoria para ajudar a alavancar os seus projetos, todos eles com génese na investigação da Universidade do Porto. O evento Pitch Final da competição decorreu no passado dia 25 de maio, nas instalações da UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto.   O BIP Acceleration é organizado no âmbito do UI-CAN - Universidades como Interface para o Empreendedorismo, um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, União Europeia. Esta edição conta também com o apoio da BTEN, Fundação Santander, Faber e UPTEC como parceiros.  

U.Porto lidera ranking internacional de patenteamento de invenções

  É o segundo ano consecutivo em que a Universidade do Porto se destaca no primeiro lugar do Indicador Gastão Cunha Ferreira (IGCF) no que diz respeito a patentes internacionais com origem em Portugal. Entre 2017 e 2021, a U.Porto só não liderou a lista em 2020. No cômputo geral destes cinco anos, no entanto, a posição de relevo da U.Porto mantém-se, consolidando-se este ano, mais uma vez, no topo da lista. O IGCF destaca tanto as empresas como as universidades portuguesas mais inovadoras, com o objetivo de lhes dar visibilidade e reconhecimento ao trabalho de Investigação & Desenvolvimento que fazem. Mais diretamente, o ranking refere-se a patenteamento internacional de invenções com origem em Portugal.  Em 2022, o ranking identifica 57 pedidos internacionais de invenção da Universidade do Porto com origem em Portugal. A maior parte destes pedidos provêm de invenções das Faculdades de Ciências (FCUP), Engenharia (FEUP) e Farmácia (FFUP) e incluem territórios como Europa, Estados Unidos, China e Índia. “A posição da Universidade do Porto no indicador Gastão Cunha Ferreira é reflexo da liderança da Universidade na produção científica portuguesa, assim como no investimento na proteção e internacionalização do nosso conhecimento científico e tecnológico” refere André Fernandes, Diretor da U.Porto Inovação (Unidade da U.Porto responsável por gerir o portfolio de patentes da universidade). Os segundos e terceiros lugares do ranking foram ocupados, respetivamente, pelas Universidades do Minho e Coimbra. Já no que diz respeito às empresas, a Novadelta liderou a tabela em 2022, tendo ocupado o lugar da Bosch que já há alguns anos figurava em primeiro lugar. Em terceiro lugar aparece a Hovione e e quarto a Bial. Sobre o indicador Gastão Cunha Ferreira Criado em homenagem ao empresário Gastão Cunha Feireira que, em 1938, concretizou o objetivo de criar o seu próprio gabinete de consultoria em propriedade industrial, o IGCF foi publicado pela primeira vez em 2014. “Este indicador surgiu numa época de crise como uma estatística motivadora sobre a inovação criada em Portugal protegida por patenteamento internacional (logo com enorme potencial económico e gerador de riqueza), mas hoje é um contributo de relevo para se conhecer as empresas e universidades mais inovadoras em Portugal e que protegem a inovação além fronteiras, espalhando um pouco da nossa criatividade pelo mundo”, diz a Gastão Cunha Ferreira. O estudo analisa a inovação gerada em empresas e universidades nacionais, que é considerada fundamental para potenciar o desenvolvimento científico-tecnológico e económico do país.

Centro de Genética Médica recebe comitiva da U.Porto Inovação

  A equipa da U.Porto Inovação visitou, no início do mês de maio, o Centro de Genética Médica Jacinto de Magalhães do Centro Hospitalar de Santo António (CGM). A jornada partiu da iniciativa da U.Porto Inovação e da investigadora Paula Jorge, que além de docente no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) faz parte também do Centro de Genética. Estiveram presentes investigadores de várias unidades dedicadas à saúde na U.Porto, como a Faculdade de Medicina (FMUP), i3S e Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica do ICBAS (UMIB). Além da exposição dos serviços que a U.Porto Inovação pode disponibilizar, houve também lugar para uma breve apresentação de todos os participantes e das diversas áreas de investigação a que se têm vindo a dedicar. O CGM tem como missão não só o diagnóstico e a investigação no âmbito das doenças raras de causa genética como também o ensino. Disponibiliza várias valências laboratoriais nas áreas da citogenética, genética molecular e também bioquímica genética. Tem sido um centro de referência no tema, principalmente no contributo que fornece para a melhoria da saúde a nível nacional e para a prevenção da deficiência. O CGM tem projeção nacional e internacional e é reconhecido pela sua qualidade científica e técnica. O objetivo da junção dos intervenientes foi, principalmente, saber como pode a U.Porto Inovação ajudar não só na proteção como na valorização do conhecimento gerado no Centro de Genética Médica. Assim, espera-se que desta jornada de trabalho, que incluiu uma criteriosa visita aos vários laboratórios do Centro, resulte em colaborações futuras, frutíferas para ambos os lados.   Esta visita foi organizada no âmbito do UI-Transfer, um projeto cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) do Portugal 2020. 

Universidade do Porto em visita ao Fundão

  Uma comitiva de empreendedores, acompanhada pela equipa da U.Porto Inovação, visitou a zona do Fundão no mês de maio. A jornada contou com o apoio do projeto UI-CAN – Universidades como Interface para o Empreendedorismo. A parte da manhã foi preenchida com visitas aos Campos Experimentais do Seminário do Fundão e à Quinta Ciência Viva. Seguiu-se o período de almoço e depois duas outras visitas, desta vez ao Centro de Negócios e Serviços e ao Espaço Empresa do Fundão, bem como à incubadora “A Praça” e ao Fab Lab Aldeias do Xisto. Este laboratório está sob a responsabilidade da Câmara Municipal do Fundão e foi o primeiro a nascer na região, apostando numa estratégia de inovação e empreendedorismo. Os seus serviços incluem prototipagem, fabricação digital, circuitos impressos, impressão 3D, entre outros. Tendo em conta o empreendedorismo como pano de fundo para esta deslocação, cinco projetos com o selo da Universidade do Porto quiseram marcar presença. Assim, OncoMets, Nevada, Recorridos, Senses4Food e Simbiose acompanharam os representantes da U.Porto Inovação ao Fundão para conhecer o que de melhor se faz na zona.  OncoMets é uma inovadora ferramenta de diagnóstico oncológico metastático in vitro (IVD) para prever o risco e o local de metástases em pacientes com cancro. Foi representado pelas empreendedoras Ana Ribeiro e Rita Carvalho, do i3S. Nevada consiste numa abordagem que aproveita os benefícios de um conhecido medicamento para a doença de Alzheimer. Este é complementado com a ideia inovadora de usar um dispositivo biocompatível e biodegradável para libertar o medicamento ao longo do tempo. Joana Loureiro, da Faculdade de Engenharia da U.Porto, apresentou o seu projeto nesta visita ao Fundão. Já Senses4Food, representado por Júlio Machado, do REQUIMTE, é uma ferramenta de inteligência artificial de análise preditiva para as características sensoriais dos alimentos. Adiciona a receita (ingredientes e processo) e obtém uma previsão do perfil de sabores. Estes três projetos estão, atualmente, a participar no programa BIP Acceleration, cujos vencedores serão conhecidos no próximo dia 25 de maio. Já projeto Recorridos, representado pela empreendedora Sandra Hernandez (estudante da Faculdade de Desporto da U.Porto), procura criar uma empresa com foco em turismo que tenha três pontos de trabalho: em primeiro lugar, percursos em áreas naturais para empresas, escolas ou grupos que queiram trazer valor às suas equipas. Depois, uma escola outdoor para desporto de aventura. E, em terceiro lugar, “criar um turismo consciente para todo tipo de público onde se gerem experiências e reflexões diferentes sobre o lugar que se visita”, refere a empreendedora. Por fim, mas não por último, o projeto Simbiose tem como intuito educar a população e levar a cabo ações que promovam um modo de vida mais sustentável e amigo do ambiente. Maria Marques, responsável pelo Simbiose, é estudante da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. A comitiva regressou ao Porto no final do dia, depois de uma enriquecedora troca de experiências.   Esta visita foi organizada no âmbito do UI-CAN - Universidades como Interface para o Empreendedorismo, um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, União Europeia.  

ITAU está de volta às sessões A2B

  No seguimento da colaboração já antiga entre a Universidade do Porto e o Instituto Técnico de Alimentação Humana (ITAU), a empresa recebeu, no passado dia 5 de maio, uma comitiva da U.Porto nas suas instalações, na Maia. O objetivo da sessão A2B – Academia to Business/Oficina de Inovação foi partilhar os mais recentes desafios de I&D do ITAU, na esperança que dessa partilha possam surgir sinergias que deem origem a colaborações entre as duas instituições. Além da equipa da U.Porto Inovação, responsável por organizar as sessões A2B na Universidade, participaram ainda seis investigadores de diferentes unidades orgânicas. Duarte Torres, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP), Rebeca Cruz, do REQUIMTE, Regina Lencastre, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Rui Garganta, da Faculdade de Desporto, Susana Soares do REQUIMTE e Faculdade de Ciências, e Viviana Marcial, também do REQUIMTE. Os presentes tiveram oportunidade de apresentar um pouco das suas áreas de investigação, na expectativa de que elas possam, de alguma forma, ir ao encontro dos desafios propostos pelo ITAU em diferentes áreas. O evento terminou com a apresentação do programa IJUP-Empresas e uma breve discussão sobre o mesmo. “Nesta iniciativa conjunta lançamos aos investigadores seniores da Universidade do Porto o desafio de virem aprofundar conhecimentos naqueles que são os desafios e necessidades do ITAU e partilhar aquilo que são os seus principais projetos de investigação, desenvolvimento e inovação para que, no futuro, melhor pudessem propor desenvolvimentos ajustados à nossa área de atividade e à nossa realidade atual.”, referiram os representantes do ITAU. Mais informações sobre a nova edição do IJUP Empresas serão anunciadas em breve. “A inovação e o desenvolvimento são o que nos distinguem enquanto empresa pioneira que somos!”, foram as palavras da empresa no final da sessão. A Universidade do Porto partilha da mesma visão, sendo agora altura de colocar mãos à obra para que a sessão A2B dê frutos proveitosos tanto para a empresa como para os investigadores da Universidade.   Esta Oficina de Inovação realiza-se no âmbito do projeto Skills for a Next Generation U.Porto, que tem como um dos seus objetivos formar uma nova geração de cientistas disponíveis para criar novas formas de diálogo com a sociedade, nomeadamente o tecido económico.   

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