Lanzadera seleciona Bandora para programa de aceleração

Bandora Systems, uma spin-off da U.Porto atualmente incubada na UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da U. Porto, está na lista das 15 empresas portuguesas selecionadas para participar no programa da Lanzadera, uma incubadora e aceleradora de empresas da Marina de Empresa. A iniciativa — idealizada por Juan Roig, dono da cadeia supermercados Mercadona — pode trazer financiamento de até 500 mil euros, assim como a possibilidade de colaborar com grandes empresas. Para o programa foi selecionada também a byAR, startup também da UPTEC. As empresas vão participar numa das quatro partes que constituem o programa: a fase Scale Up, que se dirige a empresas maduras, com um modelo testado e rentável, mas que procuram apoio para os novos objetivos; a fase Growth, que impulsiona empresas, que procuram um crescimento rápido; a fase Traction, que se destina a startups numa fase inicial; e a fase Start, para empreendedores que ainda estão a idealizar o projeto. Márcia Pereira, CEO da Bandora Systems, (na foto, à direita) confessa que esta foi uma “oportunidade inesperada”. Tudo começou com um e-mail da própria incubadora, a partir de uma referenciação do AICEP depois de uma reunião que aconteceu na Web Summit. “A partir daí, passámos de imediato à terceira ronda de entrevista já na sede do Mercadona e com o próprio Javier Jimenez Maro, CEO da incubadora”, conta Márcia Pereira, acrescentando que o encontro foi “inusitado” e que nem quiseram ouvir o pitch: “Segundo o Javier Jimenez Maro o projeto da Bandora é muito interessante e tem forte potencial para ser implementado não só no Mercadona como no próprio edifício da incubadora”. A spin-off da U.Porto ainda não tem conhecimento do valor do financiamento em causa, que servirá para contratar recursos humanos na área de desenvolvimento de negócio e marketing na área de Valencia, onde decorrerá o programa de incubação.  Além disso, o valor a alocar à Bandora está dependente da prestação que terão no programa, que descrevem como “um dos mais exigentes” em que tiveram oportunidade de participar, obrigando a uma presença semanal. Apesar disso, Márcia Pereira acredita que o esforço compensará: “Entre a transmissão do modelo de crescimento do Mercadona aplicado a startups, e o apoio individualizado e personalizado por parte de staff altamente qualificado e de renome na área de gestão, marketing, investimento e tecnologia, acesso a provas de conceito financiadas com grandes empresas parceiras e investimento, tudo depende de nós para nos tornarmos rapidamente numa empresa que fatura 1 milhão de euros! Esse é, sem dúvida, o maior takeway do programa”, conclui. A Bandora é uma empresa spin-off da Universidade do Porto que está, atualmente, incubada na UPTEC. Tem vindo a ajudar os edifícios comerciais a operar com eficiência energética, a manter os espaços confortáveis, a detetar e notificar anomalias desde a sua criação. A empresa considera-se um Facility Manager Virtual, que, no fundo, faz a operação e manutenção dos edifícios. O objetivo principal desta startup é que os edifícios se tornem 100% autónomos — através do uso de inteligência artificial —, ou seja, que não necessitem de intervenção humana para a sua gestão.  Atualmente, encontram-se numa fase que Márcia Pereira chama de “bomba-relógio comercial (no bom sentido)”, o que significa que estão a estabelecer parcerias com integradores de Internet of Things (IoT) para edifícios não só a nível nacional mas também em mais duas geografias. Além disso têm continuado o trabalho direto com “clientes finais de elevado fator multiplicador e que possuem um alargado edificado” e a implementação da sua tecnologia no retalho e em edifícios de escritórios, conta a CEO. Depois de terem visto aprovado o projeto ILLIANCE, onde captaram um investimento de 1,7 milhões de euros (a executar até 2025), a Bandora prevê ter o seu “boom” ainda neste primeiro trimestre de 2022.   Notícia escrita em conjunto com o Departamento de Comunicação da UPTEC.

Spin-off U.Porto e a ecologização das PME azuis

A Flow Technology, uma spin-off da Universidade do Porto e empresa incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, vai marcar presença no evento Opportunities and challenges for Blue SMEs and Maritime, a decorrer no próximo dia 25 de janeiro, no Parlamento Europeu. Miguel Fernandes, General Manager da empresa portuguesa, foi convidado para fazer parte do painel de discussão da sessão “Digitalisation of SMEs: lessons learnt from the sector”. Organizado pela deputada europeia Josianne Cutajar, SEArica Vice-Chair for SMEs and Digitalization, com o apoio da Conference of Peripheral Maritime Regions, o evento vai abordar os desafios da digitalização enfrentados pelas PME azuis e para discutir as oportunidades e formas de desbloquear o potencial e apoiar o desenvolvimento destas empresas. “Embora a existência de financiamentos de apoio às PME e startups azuis da União Europeia seja positiva, e sinalize a importância do ecossistema das PME para a economia europeia, a fragmentação e complexidade dos fundos conduzem a dificuldades no seu acesso. Neste contexto, é importante fornecer respostas concretas sobre como as PME azuis podem superar as barreiras e aproveitar a digitalização e as oportunidades de ecologização”, destaca Miguel Fernandes. A Flowtech/Foodintech foi convidada a partilhar, neste evento, a sua experiência como partner do projeto SAFER, um projeto transnacional de inovaçãoque tem omo objetivo promover a transferência de tecnologia e métodos de colaboração no setor das Indústrias de Pescado, avaliando em conjunto a implementação de pilotos – Living Lab. “O sucesso deste projeto é evidente considerando que as implementações piloto na fase 1 do FLOW M, são nos dias de hoje, implementações estruturantes na gestão das operações destas unidades industriais. O FLOW M, neste momento, edifica a base da estratégia indústria 4.0 destas empresas”, refere Miguel Fernandes. Na prática, este projeto permitiu a implementação de cinco pilotos da tecnologia FLOW M, um software MES – Manufacturing Execution System, em cinco unidades industriais na área do Pescado: Fase 1- Mytilimer (França); Irish Fish Canners (Irlanda); Nortsea (Portugal); Fase 2 – Thaeron (França) e Consorcio Español Conservero (Espanha). O evento onde a Flowtech marcará presença decorre entre as 9h30 e as 11h30 do dia 25 de janeiro, no Parlamento Europeu (Room SPINELLI 3H1), em Bruxelas. A sessão também pode ser acompanhada online. Os registos devem ser feitos aqui.   Notícia escrita por Miguel Fonseca, do departamento de Comunicação da UPTEC.

Prémio ECOTROPHELIA: o futuro tem outro sabor

De: 
03/01/2023
Até: 
23/05/2023

 

 

Estão abertas as candidaturas ao Prémio ECOTROPHELIA Portugal, uma competição que desafia jovens universitários a desenvolverem um produto alimentar eco-inovador e sustentável.

O período de candidaturas decorre até 24 de maio. Até lá, as equipas multidisciplinares de estudantes universitários podem apresentar as suas propostas de projetos no website da competição.

Os produtos finalistas serão apresentados numa Competição Nacional e o vencedor representará Portugal no concurso europeu.

Organizado desde 2017 pela PortugalFoods, o Prémio ECOTROPHELIA Portugal decorre com o apoio de várias entidades do setor agroalimentar e com o Alto Patrocínio da Presidência da República. Pretende promover a inovação e o empreendedorismo no setor agroalimentar, ao desafiar equipas multidisciplinares de estudantes do ensino superior a desenvolver os produtos eco-inovadores do futuro.

Este prémio visa o desenvolvimento de um produto alimentar eco-inovador e sustentável, por uma equipa de alunos do ensino superior.

Com dimensão europeia desde 2008, esta competição já mobilizou mais de 4000 estudantes, 500 instituições de ensino e 2000 empresas. Resultando no desenvolvimento de mais de 860 produtos alimentares eco-inovadores, dos quais mais de 100 foram industrializados ou comercializados.

U.Porto volta a aplicar 60 mil euros em projetos inovadores

  Esta é a quinta vez que o programa BIP PROOF, iniciativa da U.Porto Inovação, disponibiliza verba para financiar projetos inovadores na execução de provas de conceito. Serão, ao todo, seis os projetos financiados nesta edição de 2022/2023, e cada um vai receber até 10 mil euros. GreenNanoVax: uma abordagem amiga do ambiente para vacinar peixes em aquacultura O projeto GreenNanoVax parte de resultados “muito promissores obtidos em peixes modelo”, conta Paulo Oliveira, do CIIMAR, em representação da equipa. Decidiram candidatar-se ao BIP PROOF para continuar testes in vivo, e a verba será aplicada, mais concretamente, “na aquisição de equipamento específico, bem como para cobrir despesas associadas a serviços por forma a aperfeiçoar a tecnologia em desenvolvimento”, contam. “O valor angariado permitirá estabelecer a prova de conceito da tecnologia em espécies de peixes com grande relevância em aquacultura, como é o caso do robalo europeu”, explica Paulo Oliveira. O projeto consiste numa abordagem inovadora, e amiga do ambiente, para a vacinação de peixes em aquacultura. Atualmente, como explicam os investigadores envolvidos, a pesca por captura já não consegue atender à demanda do mercado, traduzindo-se numa expansão da aquacultura. “No entanto, surtos de doenças podem gerar perdas económicas significativas e são um grande obstáculo ao desenvolvimento do setor”, explica Paulo Oliveira, acrescentando que “a vacinação é, de longe, a solução mais eficaz e ecológica”. Assim, oferecendo novas e práticas armas contra estas doenças, o GreenNanoVax irá determinar a capacidade de “imunização do robalo europeu quando vacinado com um antigénio repórter veiculado em nano-cápsulas naturais, produzidas por cianobactérias”, explicam. Esta é uma tecnologia baseada em microorganismos “verdes”, altamente sustentáveis, chamados cianobactérias: “Estas bactérias vão sintetizar o antigénio escolhido e irão empacotá-lo nas tais nano-cápsulas (vesículas extracelulares). Estas nano-estruturas serão recolhidas e testadas como veículos de entrega do antigénio no robalo”. O GreenNanoVax pretende, assim, contribuir para o desenvolvimento da “produção de pescado seguro, promovendo a sustentabilidade do setor”, concluem. Da equipa multidisciplinar fazem parte (por ordem na fotografia, à direita) os investigadores Jorge Matinha-Cardoso, Gabriela Gonçalves, Cláudia Serra e Paulo Oliveira. OceanCare: uma alternativa "verde" para impedir a formação da bio incrustação em embarcações Atualmente, para reduzir a bio incrustação, e o atrito que esta provoca, com consequências negativas, as embarcações são revestidas por polímeros à base de biocidas – que combinam cobre com pesticidas e herbicidas, substâncias bastante tóxicas para o meio ambiente. Isso pode traduzir-se em malformações, extinção de espécies e alterações hormonais, atingindo também a saúde humana devido à cadeia alimentar. Não existindo nenhuma alternativa “verde”, o uso dos biocidas não pode ser banido totalmente pois, ao reduzirem a bio incrustação, permitem diminuir o consumo de combustível das embarcações e a consequente libertação de gases poluentes.  Com esta preocupação em mente, foi nos laboratórios da Faculdade de Farmácia da U.Porto que uma equipa de investigadoras dessa faculdade, e também do CIIMAR, desenvolveu novas substâncias capazes de “inibir a formação da bio incrustação marinha em superfícies submersas, menos persistentes e menos tóxicas que o cobre, pesticidas e herbicidas, atualmente usados nas tintas marítimas e que estão a provocar efeitos nefastos nos oceanos”. A explicação é de Marta Correia da Silva, em representação da equipa. A OceanCare apresenta, assim, substâncias alternativas com capacidade de repelir ou inibir a fixação dos organismos, sem causar a sua morte, que não persistem no ambiente (são biodegradáveis), e que têm uma produção económica, pelo que poderão contribuir para a saúde dos oceanos, e consequentemente, da humana”, explicam as investigadoras. O apoio financeiro obtido agora no programa BIP PROOF vai permitir avançar com a montagem de um protótipo no mar para avaliar o “desempenho de tintas marítimas contendo as substâncias já patenteadas, preparadas com tecnologias sustentáveis e de fácil escalabilidade”, explica Marta Correia da Silva. Deste modo, a OceanCare pretende demonstrar que a sua solução é eficaz em ambiente real contra a formação da bio incrustação marinha, constituindo uma “vantagem competitiva na concretização de contratos de exploração”, explicam. O protótipo ficará no mar mesmo após o término do programa, permitindo assim obter informação sobre a duração do efeito a médio e longo prazo. Da equipa fazem parte Sara Godinho (estudante doutoramento FFUP/CIIMAR), Francisca Carvalhal (estudante doutoramento FFUP/CIIMAR), Emilia Sousa (docente FFUP, investigadora CIIMAR), Marta Correia da Silva (docente FFUP, investigadora CIIMAR, coordenadora da equipa OceanCare), Joana Reis de Almeida (investigadora CIIMAR), Ana Sara Gomes (pos-doc CIIMAR). PoSyX: radiografias ao joelho mais objetivas e sem exposição dos médicos a radiações Uma radiografia ao joelho, apesar de parecer simples, tem bastante que se lhe diga principalmente ao nível da precisão. Atualmente, como refere a equipa PoSyX, “muitas imagens de raios-X acabam por ser rejeitadas pelos médicos, devido ou ao posicionamento inadequado do paciente ou aos artefactos nas imagens”. E isso, num contexto de aumento da incidência de patologias do joelho – como osteoartrose e lesões de ligamentos – e do consequente aumento de radiografias a essa parte do corpo, pode trazer consequências negativas para diagnóstico e tratamento. Adélio Vilaça (ICBAS e Hospital Geral de Santo António), Artur Ribeiro (Hospital Geral de Santo António), Catarina Lopes (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – FEUP) e Joaquim Gabriel Mendes (FEUP), líder da equipa, são as mentes por trás do PoSyX – projeto que pretende ultrapassar este obstáculo. Sabendo que a radiografia sob stress físico é uma ferramenta médica muito utilizada, e com o objetivo de evitar, por um lado, a exposição do médico à radiação mas também, por outro lado, diminuir o número de raio-X rejeitados por qualquer motivo, desenvolveram “um protótipo de um dispositivo médico para o posicionamento do joelho do paciente durante a radiografia de stress”, explica Catarina Lopes, em representação da equipa. O PoSyX tem, então, como principal função, “a fixação da perna com aplicação de uma força controlada no joelho, sendo um dispositivo de utilização simples e radiotransparente”, explicam os investigadores. Proporciona, assim, um exame objetivo e detalhado, mais fiável e sem expor os médicos à radiação. Com o apoio do BIP PROOF a equipa pretende refinar o protótipo e torná-lo compatível com as restrições do ambiente hospitalar. O valor atribuído ao PoSyX será aplicado na “compra de novos materiais, hardware, sistemas de segurança, fabrico de componentes e contratação de recursos humanos”, refere Catarina Lopes. Posteriormente, a equipa pretende demonstrar a segurança do dispositivo com voluntários saudáveis, e depois realizar também testes clínicos em pacientes com instabilidade no joelho. “Temos o intuito de integrar o PoSyX no sistema de saúde nacional, tornando a realização destes testes de stress mais objetiva e reprodutível”, concluem. PelviCare: o "ginásio" da musculatura pélvica “Sendo que a incontinência urinária é uma condição que afeta mais de 300 milhões de mulheres de todas as idades, o nosso projeto apresenta-se como uma excelente oportunidade de mercado”. São palavras de Joana Cerqueira, em representação da equipa PelviCare, também selecionada para receber apoio financeiro no BIP PROOF.  Falamos de um dispositivo que permite diminuir os custos envolvidos no tratamento da incontinência urinária, bem como melhorar a “qualidade de vida e a autoestima das mulheres, uma vez que permite fortalecer os músculos do pavimento pélvico de forma eficaz e personalizada”, explicam os investigadores. Consiste num dispositivo para exercitar a musculatura através do canal vaginal, “aplicando sobrecarga progressiva e adequada até que sinais de fadiga sejam visíveis, garantindo um treino eficaz. O plano de exercícios é sempre definido por um profissional de saúde e estará disponível numa aplicação móvel que, “além de instruções para realizar o exercício, fornecerá feedback visual acerca da realização da contração em tempo real e emitirá avisos quando um novo máximo for alcançado ou quando a fadiga for atingida. A app terá ainda um registo de todos os treinos realizados, que permitirá monitorizar o desempenho e progresso da paciente através da amplitude do movimento e da dose de treino efetuada.”, conta Joana Cerqueira. A equipa por trás do PelviCare é constituída por um grupo de biomecânica da FEUP/INEGI, liderado por Alice Carvalhais e do qual fazem parte também Renato Natal, Joaquim Mendes e Joana Cerqueira. O valor recebido no BIP PROOF será aplicado no desenvolvimento de um sistema eletrónico para quantificar a amplitude do movimento do exercício, seu valor máximo e cadência, e também para o desenvolvimento da aplicação móvel. “Aplicaremos os 10 mil euros na aquisição dos componentes necessários para os protótipos para validação por um grupo de teste e, assim, conseguirmos desenvolver a solução final”, concluem. Myco4HP: diagnóstico (e tratamento) mais eficaz de pneumonite de hipersensibilidade “A pneumonite de hipersensibilidade (HP) é uma doença pulmonar que resulta de uma inflamação das vias respiratórias e que causa um impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes associado a uma elevada morbilidade e mortalidade.” – a explicação é de Rita Santos, investigadora principal do projeto Myco4HP, um dos selecionados para o apoio BIP PROOF. Olhando para os vários estudos que sugerem que a exposição prolongada a fungos ambientais é um dos fatores desencadeadores desta doença, mas também para o cenário português, onde têm verificado que "a percentagem de indivíduos afetados por HP é substancialmente superior a outros países”, a equipa constituída por Rita Santos (i3S), Helder Novais e Bastos (pneumologista do CHUSJ e investigador do i3S), Andreia Coelho (i3), Margarida Saraiva (i3S), Bárbara Macedo (i3S), João Cavaleiro Rufo (ISPUP), David Coelho (pneumologista do CHUSJ) e António Morais (pneumologista do CHUSJ). Baseando-se nestas evidências, a equipa colocou a hipótese de que o clima em Portugal, aliado à construção das nossas habitações, pode contribuir para uma exposição prolongada a fungos ambientais, “um fator crítico no desenvolvimento de HP", refere Rita Santos. Com o Myco4HP a equipa pretende, então, caracterizar os fungos aos quais os doentes estão expostos (recolhidos diretamente nas habitações) e, depois, “estimular as células do sangue periférico com extratos desses fungos recolhidos”, explicam. É essa estimulação que vai permitir avaliar “como é que os linfócitos de cada doente respondem: se positivamente, estaremos provavelmente na presença de um indivíduo com HP desencadeada por exposição fúngica”, refere Rita Santos. Para a equipa, este apoio do BIP PROOF é "extremamente importante para a validação da prova de conceito e para estabelecer qual o melhor cocktail fúngico para estimular as células dos pacientes”. Assim, o valor atribuído será utilizado na aquisição de reagentes laboratoriais e para custear o uso de equipamentos necessários para os testes. “Acreditamos que, conseguindo validar a hipótese e aplicá-la ao diagnóstico, conseguiremos fazer um diagnóstico de pneumonite de hipersensibilidade com maior confiança, evitando o recurso a métodos de diagnóstico invasivo como o caso da biópsia pulmonar”, conclui Rita Santos, acrescentando que o Myco4Hp será, também, valioso para o tratamento da doença: “Ao identificarmos o antigénio causador da doença, identificação essa que falha em cerca de 50% dos casos de HP, podemos propor a evicção da sua exposição, que é o “tratamento" mais eficaz para travar a progressão da doença e, possivelmente, evitar a necessidade de, a longo prazo, avançar para transplante pulmonar". ViNe2Fuel: o futuro dos biocombustíveis Por fim, mas não por último, ViNe2Fuel ou, como as investigadores descrevem, “a solução para uma indústria do biodiesel mais sustentável”. E isso será possível oferecendo extratos de resíduos da poda das vinhas, ricos em compostos fenólicos, como antioxidantes naturais aditivos para o biodiesel.  O controlo da estabilidade oxidativa do biodiesel é fundamental e as opções atualmente disponíveis no mercado são de origem sintética e derivadas de fontes fósseis, prejudiciais ao meio ambiente. A utilização de extratos de origem ambiental traz vantagens ambientais significativas em comparação com antioxidantes sintéticos, promovendo um “modelo de negócio alinhado com os objetivos para a sustentabilidade, vantajoso tanto para a indústria de produção de biodiesel mas também para uma melhoria de vida da sociedade em geral, a consumidora final desse combustível”. A explicação é de Andreia Peixoto, uma das investigadoras por trás do ViNe2Fuel. “Uma alternativa de origem natural é uma forte oportunidade de negócio”, acrescenta a investigadora. Para a equipa, o valor angariado no BIP PROOF é uma excelente oportunidade para escalar o processo e avaliar a viabilidade técnica dos extratos de poda de vinha (EPV). “Para acelerar a aproximação ao mercado pretendemos aumentar a escala de extração para 10x superior à obtida nos estudos laboratoriais, permitindo validar a escalabilidade do processo e sustentar a viabilidade técnica e económica da utilização das EPV como alternativa aos antioxidantes sintéticos na produção de biodiesel”, refere Andreia Peixoto. Com o apoio financeiro equipa vai ainda efetuar estudos de sustentabilidade, nomeadamente análise de ciclo de vida e análise de custos.  Na foto estão os membros da equipa ViNe2Fuel: Elena Surra, Olena Dorosh, Manuela Moreira (LAQV-REQUIMTE, Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico do Porto) e Andreia Peixoto (LAQV-REQUIMTE/LAQV, Departamento de Química e Bioquímica, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto). Do projeto fazem parte também Cristina Matos ((LAQV-REQUIMTE, Instituto Superior de Engenharia do Instituto Politécnico do Porto) e Luís Santos (CIQUP, Departamento de Química e Bioquímica, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto).   Sobre o BIP PROOF  O BIP PROOF arrancou em 2018 e, desde então, mais de 20 invenções receberam financiamento, partindo da avaliação de dezenas de candidaturas. Na primeira edição, que aconteceu no âmbito do projeto U.Norte Inova, seis projetos receberam, cada um, 20 mil euros para impulsionar provas de conceito. Ainda nesse ano, a Fundação Amadeu Dias (FAD) passou a ser o apoio principal da iniciativa, e outras quatro ideias inovadoras receberam 10 mil euros cada um. Já em 2019, e repetindo a fórmula de sucesso com a FAD, quatro projetos de investigação receberam financiamento. Já na edição de 2020, o programa passou a contar também com o apoio do Santander Universidades, financiando-se seis projetos, num investimento de 60 mil euros. A última edição recebeu perto de 40 candidaturas, e foram cinco os projetos financiados pelo programa. A J.Pereira da Cruz juntou-se aos parceiros do BIP PROOF, participando também da avaliação dos candidatos. Os vencedores desta edição 2021 serão apresentados numa sessão pública no próximo dia 3 de novembro, na UPTEC. Mais informações em breve. O BIP PROOF é, e tem sido, uma das maneiras de a U.Porto Inovação apoiar, e procurar valorizar, o que de melhor se faz na investigação da Universidade do Porto. A edição 2022/2023 tem o apoio do UI-Transfer, um projeto cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) do Portugal 2020. Conta também com o apoio da Fundação Amadeu Dias, do Santander Universidades e da J.Pereira da Cruz.  

ikuTeam angaria investimento para desenvolver novas tecnologias cloud

A ikuTeam, uma spin-off da Universidade do Porto incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, acaba de angariar investimento da multinacional norte-americana Atlassian Ventures. O investimento será usado para desenvolver novas tecnologias cloud, novas aplicações e para reforçar a presença da empresa portuguesa no Marketplace da Atlassian. A ikuTeam, através da app Team Files,  potencia a partilha de diferentes ficheiros e colaboração em documentos, facilitando o trabalho em equipa no espaço digital. A solução já se encontra disponível no marketplace da Atlassian. A startup da U.Porto junta-se, assim, ao leque de investidas da Atlassian Ventures, onde já constam mais de quarenta empresas, entre elas o Miro, Slack ou Zoom. “Este investimento permite uma aproximação maior à gigante multinacional Atlassian, enquanto nos possibilita reforçar parcerias e ganhar maior credibilidade no mercado americano para expandir o negócio.”, revela Nelson Pereira, cofundador da ikuTeam. A Atlassian Ventures, o braço de investimento da gigante multinacional com sede na Califórnia, é o primeiro investidor da ikuTeam, para além dos três sócios fundadores. “Este capital chega-nos num momento em que a empresa está a crescer o volume de vendas a um ritmo superior a 100% ao ano por dois anos consecutivos”, afirma o responsável da empresa. Fundada por Luís Gomes, Nelson Pereira – ambos alumni da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) – e Miguel Jesus, a ikuTeam já conta com mais de 3200 clientes empresariais em todo mundo. Na carteira de clientes da empresa – essencialmente dos Estados Unidos da América e da União Europeia – marcam presença marcas como Apple, NBC Universal, Paypal, DHL ou Siemens.   Notícia escrita por Isabel Silva (UPTEC).

"O sonho é conseguir contribuir para uma sociedade onde a privacidade é um direito fundamental"

Foi com seis anos de idade que Rolando Martins, agora investigador da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), recebeu o primeiro computador: o famoso ZX Spectrum. O fascínio que tal objeto lhe despertou na altura manteve-se firme ao longo dos anos e, desde então, manteve-se sempre ligado ao mundo da computação. “Sempre soube que queria ser cientista porque tive sempre um grande interesse pelos diversos ramos científicos e, sobretudo, porque sempre quis uma profissão onde estivesse constantemente a aprender”, conta Rolando Martins.  O percurso prosseguiu e conta já 14 anos ao serviço da investigação, 11 deles na Universidade do Porto e 3 na Carnegie Mellon University (CMU), como investigador doutorado. Rolando Martins é formado em ciência de computadores, área da sua licenciatura, mestrado e doutoramento, sendo todos os graus atribuídos pela Universidade do Porto, onde exerce atualmente.  Um dos seus trabalhos atuais é, como o próprio investigador a apelida, Iris, e “tem como objetivo melhorar as comunicações em ambientes com uma grande densidade de pessoas, como eventos desportivos ou concertos”, descreve. A invenção, cujo nome técnico é “Method and device for live-streaming with opportunistic mobile edge cloud offloading” foi uma das patentes da U.Porto concedidas em 2022, em Portugal.  A Iris surgiu da experiência de Rolando Martins enquanto post-doc na CMU e do seu envolvimento na Yinzcam, uma empresa spin-off dessa universidade. “Durante três anos tive contacto com o melhor que se fazia na área de cloud computing e streaming e com os vários problemas que surgem quando tentamos ter soluções deste tipo em grandes aglomerados de pessoas”, refere. A maior parte do seu trabalho acontece no C3P (Centro de Cibersegurança e Privacidade da Universidade do Porto), incluindo o desenvolvimento do Iris. Para ser possível melhorar este tipo de comunicações, a equipa de Rolando Martins criou um software capaz de gerir a carga entre servidores que, ao mesmo tempo, consegue também identificar qual o meio mais apropriado para distribuir conteúdos para cada utilizador presente nesses eventos/cenários. A grande inovação desta tecnologia, como refere o investigador, é a “utilização de recursos que até agora não eram explorados, mais concretamente tirar partido dos recursos dos telemóveis dos utilizadores que estão a usar o sistema e fazer com que eles participem no esforço de propagação da informação”, conta.. Isto em contraponto ao que acontece habitualmente, onde toda a informação reside em servidores, “o que obriga à presença de uma infraestrutura de comunicações sobredimensionada e cara para garantir o acesso à informação”, explica o investigador. A Iris torna então possível que os telemóveis comuniquem diretamente entre si e que partilhem informação, conseguindo reduzir a carga das infraestruturas de comunicação “até 12 vezes, mostrado em testes laboratoriais”, conclui Rolando Martins. "Tornar os sistemas informáticos mais seguros, garantindo o direito à privacidade" Além do percurso académico, Rolando Martins também passou 12 anos na indústria, mais precisamente na Investigação e Desenvolvimento da EFACEC. As diferentes áreas de trabalho – indústria e academia - permitiram-lhe acumular experiência, construir o percurso que tem hoje e, sobretudo, pensar no futuro das comunicações digitais, assunto que o preocupa. “Atualmente, fruto da crescente transição digital, os problemas societais relacionados com o uso indevido deste tipo de tecnologias têm vindo a crescer exponencialmente”, refere.  Têm sido vários os casos noticiados recentemente de ataques informáticos a grandes empresas, incluindo Portugal, mas também os de uso indevido de dados pessoais. E é aí que Rolando Martins encontra a sua grande motivação para trabalhar: “Pretendo continuar a explorar novas soluções para tornar os sistemas informáticos mais seguros. O sonho? Conseguir, através da transferência de conhecimento, contribuir para uma sociedade mais livre, igualitária, segura, e onde a privacidade é defendida como direito fundamental”, diz. E pretende continuar a fazê-lo… na Universidade do Porto. Na opinião de Rolando Martins, o espaço da U.Porto para inovação, na área da informática, é “comparável ao melhor que se faz lá fora”. Além disso, refere como grande mais-valia da instituição o ambiente de entreajuda entre as várias entidades como a Reitoria, a U.Porto Inovação, as Faculdades, e também a UPTEC ou Porto Business School, traduzindo-se tudo isto numa “excecional” experiência pessoal.  Contudo, o investigador não deixa de referir a “crónica” falta de apoios à investigação e inovação por parte da tutela, bem como o “elevadíssimo grau de burocracia imposto pelas entidades financiadoras a nível nacional”. Os obstáculos existem, claro, mas o talento e imaginação dos investigadores tem sido um forte motor para os contornar: “De forma a contrariar tudo isto a U.Porto tem tido uma maior aproximação às empresas e temos vários projetos de investigação colaborativa, fomentados em grande medida pelo nosso reitor, Prof. António de Sousa Pereira e a equipa reitoral, bem como os diretores da FCUP e FEUP, Profª. Cristina Freire, e o Prof. João Falcão e Cunha [diretor entre 2014 e 2022]”, conta Rolando Martins. Assim, e de olhos postos no futuro, o investigador sonha, atualmente, com a progressão científica da invenção Iris mas também com o lado empreendedor do processo, que será concretizado aquando da comercialização/licenciamento da patente, através da recém criada SafeHelm, empresa startup e spin-off da Universidade do Porto.

Produção de aroma a rosas a partir de culturas bacterianas

“Process for production of 2-phenylethanol by a selected acinetobacter soli strain and uses thereof”: um nome extenso, resultado de duas décadas de trabalho da equipa liderada por Luísa Peixe, da Faculdade de Farmácia.  As cientistas do grupo de investigação liderado pela docente e investigadora têm se dedicado ao estudo da resistência aos antimicrobianos em diversos nichos (clínico, ambiental, animal) e durante o desenvolvimento de alguns trabalhos com bactérias de origem ambiental, foram surpreendidas por uma cultura bacteriana com um “agradável cheiro a rosas”, como o descrevem. Depois dessa descoberta, e contando com o apoio de investigadores de outras unidades, nomeadamente da Universidade Nova de Lisboa, partilhando ambos os grupos de uma curiosidade bastante aguçada, puseram mãos à obra para deslindar o produto e a via de produção do aroma.  “Verificou-se assim que o isolado, pertencente ao género Acinetobacter, apresentava uma via metabólica (existente em muito poucos microrganismos, na sua maioria fungos) que lhe permitia produzir o composto designado por 2-feniletanol (2-PE) e que é responsável pelo aroma a rosas”, contam as cientistas.  Neste momento, o grupo está focado em trabalhar na “otimização do processo de crescimento bacteriano, testando novos nutrientes”, de forma a reduzir os custos de produção de 2-PE. Além disso, estão também a desenvolver estudos para melhorar a extração do composto do meio da cultura. O objetivo a curto-médio prazo é ter um processo de produção de 2-PE com elevada rentabilidade, testando-o à escala industrial. Segundo as investigadoras, já várias “empresas de produção de aromas têm mostrado interesse”, pelo que este passo da caminhada pode estar para breve. “Com o apoio da U.Porto Inovação esperamos encontrar o parceiro apropriado para a valorização do nosso processo”, refere Luísa Peixe. Em 2022, esta inovadora descoberta garantiu uma concessão de patente em território Portugal.  Para Luísa Peixe esta conquista, bem como a possibilidade do uso da tecnologia pela indústria, fez a equipa “olhar para a coleção bacteriana e pensar que é possível aproveitá-la em benefício de todos”, conclui.

À conversa com as empresas: NCREP

  A NCREP – Consultoria em reabilitação do edificado e património faz inspeção e diagnóstico estrutural de construções antigas, avalia a sua segurança estrutural e define medidas de reabilitação e reforço. Estão, atualmente, incubados na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto. Trabalha também muito na área de avaliação e reforço sísmico, e tem uma forte componente de formação: "Damos formação em várias entidades, nomeadamente na Ordem dos Arquitetos e Engenheiros", refere Tiago Ilharco, fundador da empresa que recebeu o selo spin-off U.Porto em 2017.  Ao longo do tempo, a NCREP já teve oportunidade de trabalhar em edifícios com grande valor patrimonial, como por exemplo as Muralhas de Óbidos e de Peniche, o Aqueduto das Águas Livres, o Supremo Tribunal de Justiça, a Livraria Lello ou o Palácio da Bolsa. "A missão da NCREP passa por melhorar a qualidade de vida das pessoas através do reforço da segurança estrutural. Sabemos que o nosso serviço é muito relevante para o bem-estar das pessoas e isso é um motivo de grande orgulho no nosso trabalho diário", refere Tiago Ilharco. Vamos conhecê-los melhor?   1. Como é um típico dia de trabalho na NCREP? Envolve tarefas muito distintas, como visitas a obras, inspecções a edifícios, trabalho de projecto em escritório, reuniões com clientes e parceiros, entre outros. Não há dias iguais…    2. O que fazem, enquanto equipa, quando se sentem menos criativos ou animados? Ainda que tenhamos implementado trabalho híbrido depois da pandemia, tentamos promover, sempre que possível, momentos em que a equipa se junta. Vamos organizando team buildings durante o ano e encontros informais, em que há uma pessoa responsável por apresentar um determinado tema à restante equipa. Estes momentos ajudam a combater essa eventual falta de criatividade ou de animação.  Por outro lado, o facto de termos a privilégio de trabalhar em edifícios únicos, que normalmente só temos a possibilidade de visitar enquanto turistas, é também um fator determinante para que haja maior criatividade e animação na equipa!    3. Porquê o nome NCREP? O nome NCREP veio de um núcleo que existia na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, o Núcleo de Conservação e Reabilitação de Edifícios e Património. Quando criámos a empresa em 2011, mantivemos as siglas e alteramos o nome para NCREP – Consultoria em Reabilitação do Edificado e Património.    4. Quem é a pessoa mais divertida da empresa? A equipa é globalmente bastante divertida! As nossas reuniões semanais e os nossos encontros são normalmente animados. E tanto no escritório como nos trabalhos fora, o ambiente é muito informal. E temos o melhor imitador de vozes do mundo…    5. Se uma criança um dia vos disser "Quero ser empresário/a!", qual será o vosso primeiro conselho? Seria: avança, reúne uma equipa de confiança e trata bem essa equipa! A equipa é o motor de qualquer empresa e deve naturalmente ser alvo dos maiores cuidados.    6. Se pudessem escolher um só sonho a alcançar com a NCREP, qual seria? Ser líder mundial na área de inspecção e diagnóstico estrutural de construções antigas.    7. Quais os planos da NCREP para o futuro mais próximo? Consolidar a nossa presença em Portugal, como empresa de referência na área da reabilitação do património edificado e avançar para a internacionalização. Estamos a dar passos importantes nestas duas direções.   8. O que aprenderam, até agora, com esta jornada empreendedora? E com as pessoas com quem trabalham? Aprendemos que é possível uma empresa funcionar bem com 5 sócios, desde que haja respeito, tolerância e complementaridade. E percebemos que há duas condições fundamentais para o sucesso: criar e manter uma equipa sólida e estável, e ter um foco muito grande nos clientes.   9. Quais os vossos sonhos pessoais? Cada um terá os seus sonhos, mas enquanto equipa, para além do sonho que já referimos numa pergunta anterior, queremos continuar a ser uma referência na área da reabilitação do património edificado, e fazer aquilo que gostamos, tendo a oportunidade de trabalhar em edifícios únicos em termos de valor patrimonial. Simultaneamente, temos a convicção da importância, para toda a equipa, de conseguir equilibrar cada vez mais o trabalho e a vida pessoal. Nesse sentido, vamos continuar a dar passos para perseguir esse equilíbrio.    10. Como é, para vocês, ser membro da família de spin-offs da U.Porto, o The Circle? Representa ter a oportunidade de conhecer outros empreendedores e de estabelecer parcerias e relações profissionais que podem ser muito profícuas. É também uma excelente oportunidade de estar a par do que vai acontecendo no seio desta família de spin-offs da U. Porto.  

Biofabics: spin-off da U.Porto quer tornar a moda mais “animal free”

Continuar a usar um casaco de vison, ou pelo, sem que isso signifique a morte de um animal? Sim, é possível, e a tecnologia está a ser desenvolvida por uma empresa portuense. A Biofabics, spin-off da Universidade do Porto graduada da UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, está a produzir folículos capilares em laboratório, que poderão substituir pelo, lã e até mesmo cabelo. Esta inovação ficou no radar da Comissão Europeia resultando num financiamento de 4 milhões de euros. Este montante vai ser gerido pela Biofabics, sendo que desse total 700 mil euros serão utilizados exclusivamente pela spin-off. “O montante será aplicado no desenvolvimento da nossa tecnologia, que permite “biofabricar” e cultivar, de um modo automatizado, células com folículos capilares”, conta Pedro Costa, CEO da Biofabics.  O objetivo é que esses folículos, quando suficientemente maturados, originem substitutos de pelo, lã ou cabelo, num processo mais eficiente e livre de sofrimento animal. “Pretendemos, assim, eliminar o sacrifício de animais e tornar a indústria da moda mais eficiente e animal-free”, acrescenta Pedro Costa. A Biofabics trabalha diariamente para garantir a produção em grande escala de folículos capilares, que podem ser de humanos, de animais em vias de extinção ou de lã de ovelha, todos eles desenvolvidos em laboratório e a partir de culturas de biópsias: “A partir das biópsias dos animais produzimos uma grande quantidade de células de pele que, por sua vez, originam pelo, como acontece naturalmente. A diferença é que, neste caso, isso acontece no laboratório, em incubadoras de grande dimensão, e sem o sofrimento ou morte dos animais”, explica o CEO. A empresa pretende, a longo prazo, eliminar o sacrifício de animais e tornar a indústria da moda mais eficiente e animal free. Segundo Pedro Costa, este projeto irá contemplar o “melhor de dois mundos”: “permitirá que as pessoas continuam a usar um casaco de vison ou pelo, se assim o desejarem, mas sem que isso represente a morte de um animal”, diz. De olhos postos no futuro, a Biofabics tem vários projetos de investigação em curso. Falamos de “criação de modelos in vitro de osso, cartilagem, pulmão, pele e coração humano até à criação de modelos in vitro de intestino para estudar e otimizar a alimentação de peixe em aquacultura”, adianta Pedro Costa, levantando a ponta do véu para novidades que a spin-off trará nos próximos tempos.

Spin-off U.Porto vence Prémio PME Inovação da COTEC

A Addvolt, uma empresa spin-off da Universidade do Porto que esteve teve a sua primeira sede na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, venceu a 18ª edição dos Prémios PME Inovação COTEC-BPI. O projeto das powerbanks para camiões frigoríficos chamou a atenção do júri, acabando por ser escolhida entre as mais de 200 candidaturas que o concurso recebeu. A entrega de prémios aconteceu no passado dia 30 de novembro,, no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões. Miguel Sousa, diretor de operações da Addvolt, recebeu o galardão das mãos do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa. “Este prémio é um enorme reconhecimento de toda a dedicação e energia da equipa da Addvolt e, ao mesmo tempo, um admirável contributo para disseminação e partilha dos desafios que a nossa inovação e tecnologia estão a resolver. Estamos a eletrificar o transporte comercial e começámos por aplicações que fazem sentido, mas que não são mainstream, e este prémio tem a particularidade de identificar inovações e tecnologias que estão a resolver problemas interessantes, mas ‘escondidos’”, afirma Bruno Azevedo, CEO e cofundador da Addvolt. Uma solução inovadora e amiga do ambiente O sistema Plug-in Elétrico da Addvolt, tecnologia desenvolvida na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) e já patenteada em vários territórios, assegura a distribuição de produtos frescos e congelados sem recorrer ao uso de diesel. Além disso, é livre de emissões de CO2 e opera com baixo ruído devido à combinação de veículo a gás com o sistema de refrigeração alimentado em modo elétrico pela Addvolt. É uma solução verdadeiramente não-invasiva e ecológica, que usa bateria de iões de lítio que podem ser carregadas em qualquer centro logístico, ou com energia recuperada nas travagens e desacelerações do veículo. Assim, a tecnologia permite, graças à diminuição do ruído dos camiões, que as empresas de transporte operem em zonas urbanas durante a noite, e melhora também as condições de trabalho dos motoristas através da redução do nível de ruído do veículo e da minimização das vibrações na cabine. Os planos da Addvolt para o futuro continuam a ser promissores, com uma franca aposta na expansão comercial na Europa. “Queremos manter a liderança na eletrificação das unidades de frio de transporte e já contamos com tecnologia a bordo de camiões híbridos, elétricos e recentemente movidos a hidrogénio. Neste momento, estamos a trabalhar em soluções para transporte ferroviário, onde já temos algumas unidades em circulação na Suíça, e a diversificar para outra tipologia de veículos equipados com gruas, caixas de resíduos, transporte de líquidos, entre outros”, projeta o fundador da empresa. Addvolt: Oito anos sempre a crescer A Addvolt foi fundada em 2014 e é, atualmente, liderada por Bruno Azevedo. Em 2020, o CEO da spin-off da U.Porto foi um dos eleitos pela Forbes para o ranking dos 30 melhores talentos europeus com 30 anos ou menos. Com o centro de desenvolvimento e produção localizado em Portugal e a direção comercial no centro da Europa, a Addvolt já conta com 44 pessoas na equipa.  A solução da graduada da UPTEC já está a operar em 11 países de três continentes diferentes, com uma forte presença nos mercados da Alemanha e Países Baixos. Em 2019, a Comissão Europeia escolheu a Addvolt como uma das empresas a receber parte do financiamento de 278 milhões de euros dessa instituição. A empresa está presente em mais de dez mercados de três continentes e tem importantes parcerias estratégicas como é o caso da HAVI Portugal, uma empresa de logística mundialmente reconhecida. (Fotografia: Vitor Hugo Teixeira)

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