Feira de emprego da U.Porto palco de mais uma sessão A2B

Pela segunda vez consecutiva, a U.Porto Inovação, em colaboração com o Gabinete de Empregabilidade da U.Porto, aproveitou a ocasião da FINDE.U – Feira de Emprego da Universidade do Porto – para a organização de mais uma sessão Academia 2 Business (A2B). Desta vez, e experimentando um formato diferente, cinco empresas tiveram a oportunidade de conversar com investigadores da Universidade do Porto em reuniões individuais de 30 minutos cada, procurando oportunidades de colaboração. O conceito já começa a ser conhecido pela comunidade académica e empresarial da região. Com o objetivo de apoiar o esforço de inovação da indústria, as sessões A2B promovem encontros entre grupos de investigação e empresas, com o intuito de formar parcerias que assegurem uma maior eficácia da transferência e valorização de conhecimento. Assim, em reuniões que tanto podem ter lugar nas sedes das empresas como nas instalações da U.Porto, reforçam-se laços e estudam-se oportunidades de colaboração. Para o passado dia 29 de outubro, na Exponor, a U.Porto Inovação auscultou os desafios de I&D e inovação de cinco empresas: Aptiv, Grupo Trivalor, Sonae MC, Synopsis e Vishay. Aos seus representantes juntaram-se investigadores das Faculdades de Ciências, Ciências da Nutrição e Engenharia, cujas competências podem vir a gerar soluções competitivas para dar resposta aos desafios colocados. O objetivo? Aproximar, conhecer, trabalhar em conjunto e criar condições ideais para uma investigação aplicada aos desafios que as empresas enfrentam num mundo cada vez mais competitivo. A Aptiv desafiou a comunidade académica em questões como desenho de sistemas eletrónicos e indústria 4.0. A empresa de mobilidade e equipamentos de multimédia reuniu com investigadores das Faculdades de Ciências e Engenharia. Foram também estas as áreas de investigação emparelhadas com a Vishay - uma empresa produtora de condensadores que desafiou os cientistas em campos como simulações virtuais e gestão industrial – e a Synopsis, produtora de semicondutores, mas cujas preocupações atuais passam mais pelos processos de fabrico e pela eletrónica analógica e digital Já o Grupo Trivalor e a Sonae MC, além das Ciências e da Engenharia, reuniram também com membros da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação. No que diz respeito à gigante do retalho alimentar, os desafios presentes são relacionados com a sustentabilidade e aplicação de eco-design nas embalagens e produtos continente, mas também com a alimentação saudável e redução de sal, açúcar e gorduras nos produtos das marcas próprias. O Grupo Trivalor, por sua vez, desafiou os investigadores a encontrar novas soluções para a área de food services. Ao todo participaram na sessão 12 investigadores da Universidade do Porto. Esperando que dos encontros surjam parcerias benéficas para ambos os lados, a U.Porto Inovação continuará com a promoção dos encontros, fazendo assim jus à Terceira Missão da Universidade do Porto, nomeadamente ao nível da aproximação ao tecido empresarial. Esta sessão A2B foi organizada com o apoio do projeto UNI+i:

Industry@UPTEC juntou empresários, investigadores e startups

  A UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto promoveu mais um vez o Industry@UPTEC, uma iniciativa de apro­ximação de grandes organizações à inovação produzida pelas startups da UPTEC, spin-offs e pelas Faculdades e Institutos Interface da U.Porto. O encontro, que decorreu no passado dia 17 de outubro, trouxe até à UPTEC a AI Systems Research – AISR, uma empresa especializada em Inteligência Artificial, Analytics e apoio à decisão, que procura soluções baseadas em tecnologias como Inteligência Artificial, Analytics e GeoAnalytics, suporte à Decisão, Big Data e Small Data, Gestão de Riscos, Inovação, Smart Cities, Indústria 4.0, Simulação e Otimização. Fruto da estreita colaboração com a U.Porto Inovação e a Unidade de Apoio à Investigação e inovação da FEUP, a atividade juntou investigadores do SYSTEC, INESC TEC, IT Telecomunicações e CERUP e startups da UPTEC como a HealhyRoad e a Ecoplanos. A iniciativa surgiu em 2017, depois de várias organizações demonstrarem interesse e necessidade de externalizarem os seus processos de inovação, procurando noutras es­truturas um elevado grau de especialização e inovação no desenvolvimento de produtos e serviços. O Industry@UPTEC pretende aproximar os desafios lançados pelas organizações às soluções apresentadas pelas startups e spin-offs. Desde o início da iniciativa, foram realizadas sessões com os CTT, Telefónica, NOS, Grupo José de Mello, Grupo Auchan, entre outros. Notícia escrita pelo departamento de comunicação da UPTEC (Isabel Silva).

Escolhidos os vencedores do BIP PROOF 2019

  Depois de uma criteriosa seleção, estão finalmente escolhidos os vencedores do BIP PROOF.  Os responsáveis pelos projetos selecionados (os quatro primeiros da lista, assinalados a verde) serão contactados em breve para formalização dos apoios.  Parabéns a todos!

Spin-off da U.Porto integra programa internacional de aceleração de moda

“A entrada no Fashion for Good (FFG) surge numa altura crítica da nossa startup”.  São palavras de Gilberto Loureiro, CEO da e uma das mentes por trás da solução que promete poupar milhões à indústria têxtil.  O programa foi criado em 2017 e é dirigido a startups que respondam a desafios de sustentabilidade e economia circular.  Depois da China e de Sillicon Valley, a Smartex ruma agora a Amsterdão onde vai estar durante três meses. A oportunidade surgiu através de um contacto direto da Smartex. Como explica Gilberto Loureiro, os três empresários – ao CEO juntam-se ainda António Rocha e Paulo Ribeiros, todos eles antigos estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) – sempre foram “muito ativos a contactar aceleradores, parceiros, investidores e clientes” e essa atitude permitiu-lhes assegurar parcerias com empresas líderes no setor, como a PVH (Calvin Klein, Tommy Hilfiger etc.) ou da Decathlon. A entrada no programa vai permitir-lhes estabelecer novas parcerias, tanto de desenvolvimento como comerciais, com alguns dos maiores players da indústria da moda, como é o caso da Adidas, a C&A ou o Grupo Lafayette. No início de 2019, os jovens empresários mudaram-se para a China, onde passaram sete meses a trabalhar no programa HAX – o maior programa de aceleração de empresas de hardware do mundo.  Além da experiência e aprendizagem, esta experiência valeu à Smartex um investimento de 250 mil dólares (cerca de 220 mil euros).  Seguiram-se depois dois meses em Sillicon Valley, em busca de financiamento, e agora a participação no programa europeu que, por sua vez, dará acesso a investimentos que vão desde os 25 mil até aos 100 mil euros. “É importante esclarecer que o FFG não é ainda nosso investidor, apesar de o processo de investimento estar bastante avançado e eles se poderem juntar ao investimento Seed que estamos a fechar com nomes muito conhecidos de Silicon Valley”, refere Gilberto Loureiro. Incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, a Smartex nasceu em 2018. Ainda nesse ano, recebeu o selo de spin-off da Universidade do Porto. A tecnologia  desenvolvida pela empresa atua na indústria têxtil, onde é capaz de detetar defeitos logo no início do processo de produção. Recorrendo a sistemas de visão computacional e inteligência artificial, a solução da Smartex alerta os trabalhadores em caso de falha. Quando esta é cíclica, a produção é interrompida. Esta é, pois, uma solução capaz de poupar milhões à indústria têxtil: “A solução reduz os defeitos de produção para perto de 0%, diminui o desperdício e a produção têxtil defeituosa” refere Gilberto Loureiro. Atualmente, a Smartex encontra-se na fase de investimento seed e a procurar recursos humanos, em diversas áreas, para aumentar a equipa: “Esta expansão vai-nos permitir responder a pedidos que temos tido de clientes de todo o mundo. Não temos tido mãos a medir e há empresas em praticamente todos os continentes a pedir os nossos sensores”, refere Gilberto Loureiro. Apesar de terem recebido propostas aliciantes para se instalarem em Los Angeles, os planos para o futuro próximo passam por manter o departamento de engenharia no Porto, que consideram como um “local estratégico devido ao ecossistema, proximidade a fábricas parceiras, preços, etc”.   No que diz respeito ao negócio, têm já “contratos de vendas para centenas de instalações”, conclui o CEO.

Reflexão final do projeto Helium reuniu parceiros no Porto

O arranque do mês de setembro trouxe os parceiros do projeto Helium à cidade do Porto, num encontro organizado pela U.Porto Inovação. Durante dois dias foram discutidos os principais outputs alcançados no projeto europeu até à data, e fez-se também um balanço sobre as lições aprendidas não só na temática da saúde como na gestão de projetos INTERREG. O projeto Helium tem como principal objetivo aumentar a eficiência do financiamento público dedicado à inovação na saúde. Começou em 2016 e é da opinião geral dos parceiros que, desde então, foram feitos avanços consideráveis no que toca a melhorar as políticas públicas .de saúde de cada ecossistema regional. No que diz respeito à Universidade do Porto, por exemplo, o principal objetivo a alcançar nos quatro anos do projeto é garantir o aumento dos incentivos às iniciativas de inovação aberta e co-criação. Nesse sentido, e com base nas boas práticas aprendidas através do intercâmbio com os parceiros do projeto – todos eles experientes na gestão desse tipo de estruturas -, foi elaborado um documento no qual se sugeriu a criação do primeiro Living Lab nacional dedicado ao envelhecimento ativo e saudável, a ser implementado na cidade do Porto. Uma vez que o sucesso de uma iniciativa deste género depende do envolvimento de uma rede de diferentes intervenientes da sociedade civil, juntaram-se a esta reunião de parceria alguns dos principais stakeholders do Living Lab. Entre estes, salientamos a presença de representantes da Agência Nacional de Inovação, que contribuíram para a discussão relativa a estratégias de envolvimento de autoridades públicas neste tipo de iniciativas. De igual modo, o CINTESIS moderou a discussão quanto ao envolvimento da academia; a Fraunhofer Portugal contribuiu para o envolvimento das empresas privadas e finalmente o consórcio Porto4Ageing apresentou um testemunho acerca de estratégias para garantir a participação de utilizadores finais no processo de co-criação. Em todos estes painéis, foram partilhados valiosos conselhos pelos parceiros internacionais com estratégias de atuação que poderão auxiliar na implementação bem sucedida desta nova iniciativa. Com final anunciado em 2020, os resultados do Helium deverão beneficiar todos os atores da hélice quadrupla, nomeadamente: autoridades públicas, centros de investigação e negócios, prestadores de cuidados e cidadãos. O evento final do projeto terá lugar em 2020, em Budapeste.

"Quase que respiramos o que fazemos, tal é o envolvimento"

Quando era criança, apesar de, como diz “ser relativamente bom estudante”, não estava nos planos de Paulo Correia-de-Sá ser investigador e o que o fascinava era o desporto.  “Era desportista, familiar de desportistas e oriundo de uma terra – Lourenço Marques/Maputo, Moçambique – onde o desporto tinha uma função social muito relevante”, conta.  Apesar de a sua derradeira jornada ter sido na Medicina, a vocação de infância para o desporto fez com que chegasse a passar nas exigentes provas físicas para ingressar no curso de Educação Física, também na Universidade do Porto. A par dessa paixão, Paulo Correia-de-Sá interessava-se muito também por outras áreas distintas, como é o caso da arte, design e arquitetura, mas também a biologia:  “Foi por causa desse interesse pelo funcionamento do organismo Humano na saúde e na doença que me candidatei também, em simultâneo, para o curso de Medicina do recém-criado ICBAS”, conta o investigador.  E foi nessa “casa” que se fixou até hoje, começando então a descobrir a vocação para a investigação científica muito graças aos “excelentes professores, que sempre souberam incutir o espírito de curiosidade e de pesquisa nos estudantes, nos futuros médicos”, diz.  Era ainda aluno do 3º ano quando começou a fazer investigação no Laboratório de Farmacologia. Quando questionado sobre a eleição dessa área, o docente não resiste a utilizar uma metáfora ainda da altura do desporto:  “Costumo dizer aos estudantes que, na vida, devemos aproveitar as oportunidades que nos aparecem e tornar as adversidades em tónicos para fazer mais e melhor”.  Isto porque, confessa, a área científica foi escolhida na sequência de um convite feito pelo Professor Joaquim Alexandre Ribeiro, que no final de cada ano letivo convidava os alunos com melhores resultados na disciplina de Farmacologia para realizar um estágio de verão no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC).  Quase em simultâneo, o Professor Arala Chaves dirigia-lhe um convite semelhante para se dedicar à área da Imunologia.  Tendo optado pelo primeiro, a verdade é que alguns anos mais tarde acabou por vir a dirigir, durante quase duas décadas, o Departamento de Imuno-Fisiologia e Farmacologia do ICBAS sucedendo na direção o Professor Arala Chaves.  Esta incumbência permitiu-lhe promover e conciliar as duas áreas que o tinham apaixonado enquanto estudante. Mais de 20 anos a investigar melhores métodos de diagnóstico e terapêutica na área da sinalização purinérgica Atualmente, um dos seus trabalhos em destaque é o OBOOM, ou “Office-based bladder outlet obstruction marker”.  Trata-se de um “biomarcador urinário rápido, para uso no consultório, cujo objetivo é diagnosticar a competência do músculo detrusor em doentes com obstrução ao esvaziamento da bexiga”, explica.  Atualmente, um em cada três homens com mais de 65 anos pode vir a sofrer de Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), isto é, sofrer de uma expansão anormal do tamanho da próstata que gera pressão sobre a bexiga e a uretra.  Esta pressão impede um fluxo urinário normal e favorece a atividade descoordenada e/ou insuficiente da bexiga causando episódios de retenção e/ou incontinência urinária que afeta muito a qualidade de vida dos doentes. Infelizmente, como refere o investigador, o diagnóstico disponível nos dias de hoje para esta condição é bastante invasivo, o que levou a equipa de Paulo Correia-de-Sá a pensar numa solução.  Estudos efetuados pelo grupo do Laboratório de Farmacologia e Neurobiologia do ICBAS concluíram que a existência de uma maior concentração de ATP (a molécula que acumula energia do nosso corpo) na urina correlaciona-se com o aumento da pressão no interior da bexiga durante o seu esvaziamento.  O OBOOM permite que, com uma pequena amostra de urina, seja possível estimar a pressão urinária.  O investigador prevê que o desenvolvimento do protótipo permita o início, muito em breve, dos primeiros testes de validação clínica e diagnóstica na consulta de Urologia do Centro Hospitalar do Porto, sob a responsabilidade do Professor Miguel Silva Ramos, corresponsável por este projeto.  “O impacto clínico esperado para este desenvolvimento é enorme, considerando que em Portugal mais de 500 mil homens sofrem de sintomas moderados a graves do aparelho urinário baixo”, refere.  O OBOOM vai poder ainda ser utilizado na monitorização terapêutica dos doentes, podendo cada um repetir o teste de forma regular ao longo da vida: “o mercado não tenderá a esgotar-se após a primeira utilização”, refere Paulo Correia-de-Sá. Mas esta não é a única área de atuação da equipa de investigadores liderada por Paulo Correia-de-Sá:  “A investigação do meu grupo passa ainda pela pesquisa do papel das purinas na atividade cardíaca, nas repercussões cardíacas da hipertensão arterial pulmonar, na disfunção erétil masculina”, entre muitas outras áreas, algumas delas com novas evidências bem direcionadas para a chegada, em breve, à prática médica.  É o caso, das evidências que colocam as purinas (ATP e adenosina) numa posição chave para restituir a capacidade de regeneração óssea (e da cartilagem) em mulheres após menopausa e, também, das descobertas relacionadas com a epilepsia resistente a fármacos ou a doença inflamatória intestinal.  “Quase que respiramos o que fazemos, tal é o envolvimento”, refere. O docente e investigador acredita na importância de se desenvolver um trabalho inovador, desde que o mesmo seja desenvolvido de forma sustentada e coerente ao longo do tempo, para se atingir a excelência científica.  Quando questionado sobre os seus sonhos profissionais revela que veria “com enorme satisfação a passagem para a clínica de algumas descobertas” feitas pelo seu grupo, sem o qual seria difícil chegar tão longe:  “Realço que este percurso nunca é feito sozinho”, diz.  Por isso, e a par dos sonhos que alimenta nas suas áreas de eleição há mais de 20 anos, revela que nada o faria mais feliz do que ver o grupo que ajudou a formar se mantém ativo, unido e com solidez suficiente para fazer mais e melhor investigação.  “Assim seja essa a vontade das instituições responsáveis”, conclui.

KET-CAT: Por uma indústria mais amiga do ambiente

As cetonas são compostas químicos, gerados a partir de álcoois. Esta é uma reação química com muita relevância na indústria, uma vez que as cetonas estão presentes numa série de produtos químicos, tais como solventes industriais, diluentes, tintas, plásticos, com aplicações nas indústrias têxtil, cosmética, farmacêutica e até alimentar. No entanto, os métodos atuais de produção de cetonas implicam a utilização de muitos reagentes químicos, o que dá origem a uma enorme quantidade de produtos secundários que não podem ser reaproveitados e são potencialmente uma fonte de poluição. Desenvolvido em conjunto pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa (IST), o KET CAT tem como objetivo o aumento de escala da produção de cetonas por via catalítica, permitindo que a reação ocorra de forma significativamente mais rápida, menos poluente e mais sustentável. Como refere José Luís Figueiredo, da Faculdade de Engenharia, e um dos responsáveis pela invenção, já há muito tempo que o Laboratório de Catálise de Materiais (LCM), onde está inserido (actualmente Laboratório Associado LSRE-LCM), se dedica “à aplicação dos materiais de carbono em catálise, tendo realizado estudos pioneiros sobre a imobilização de catalisadores homogéneos”, conta. Tendo-se apercebido do problema, cinco investigadores arregaçaram as mangas em busca de uma solução. “O nosso método é mais amigo do ambiente uma vez que o processo em questão reduz a quantidade de reagentes necessários e evita a formação de produtos secundários”, refere Sónia Carabineiro (investigadora da FEUP na altura da invenção, atualmente investigadora do IST). Pode dizer-se que o KET CAT é um processo inovador em dois aspetos: 1) recorre às micro-ondas para fornecer a energia necessária à reação química; 2) ao utilizar um catalisador imobilizado num suporte (neste caso, um material de carbono) permite que ele possa ser reutilizado várias vezes sem perda da eficiência, por oposição ao atual processo químico em que o catalisador só pode ser utilizado uma vez, para logo depois ser descartado. Assim, consegue-se produzir a mesma quantidade de cetonas, mas com recurso a menor quantidade de reagentes e de forma mais ecológica. “Além disso, a imobilização dos catalisadores também ajuda a evitar alguns mecanismos de desativação, que podem ocorrer em meio homogéneo”, refere o investigador José Luís Figueiredo, da FEUP. A invenção deu já origem a pedidos de patente e foi também uma das selecionadas para receber financiamento do projeto BIP PROOF. Com os 10 mil euros, os investigadores adquiriram um micro-ondas específico para o Laboratório que “vai permitir a continuação do trabalho, nomeadamente a extensão a outros substratos”, refere José Luís Figueiredo. Além disso, o financiamento -  garantido pela Universidade do Porto e pela Fundação Amadeu Dias – vai permitir efetuar estudos em maior escala e auxiliar a chegada ao mercado. No processo estão envolvidos José Luís Figueiredo (FEUP), Luísa Martins (IST e ISEL), Armando Pombeiro (IST), Sónia Carabineiro (FEUP, atualmente IST) e Ana Paula Ribeiro (IST). Estão neste momento a realizar estudos em escala alargada. “Se tudo correr bem, esperamos ter esses ensaios concluídos até ao final do ano”, refere o investigador José Luís Figueiredo. Ao mesmo tempo, a equipa da U.Porto Inovação tem desenvolvido um ativo trabalho comercial para que a tecnologia chegue ao mercado, tendo já contactado várias empresas em busca de manifestações de interesse para a comercialização. Para o futuro, os investigadores colocam no horizonte a hipótese de criarem uma startup para produção e fornecimento de cetonas a grandes empresas dos mais diversos setores. O objetivo final é posicionarem-se como uma alternativa competitiva e mais sustentável relativamente aos atuais agentes.  

À conversa com as empresas: Nuno Silva, da Efacec

Nesta edição da rubrica "À conversa com as empresas" fomos conversar com Nuno Silva, Diretor de Inovação e Tecnologia da Efacec.  Na sua opinião, "a complementaridade de competências entre a indústria e a academia é não só pertinente mas um fator de sucesso do negócio", refere. P: Qual a importância da relação da Efacec com o meio cientifico e tecnológico? R: Desde sempre, a Efacec, uma empresa com mais de 70 anos, tem sabido explorar a importância de parcerias que ajudem a complementar e ampliar o ecossistema de inovação.  Sendo uma empresa de forte pendor tecnológico e que baseia a sua oferta no mercado em soluções de valor acrescentado para o cliente e que sejam diferenciadoras.  É precisamente por ambas estas razões que a complementaridade de competências entre a indústria e a academia é não só pertinente mas um fator de sucesso do negócio. Entidades do SCT são essenciais na ideação e desenvolvimento de projetos de R&D e até na definição de alguns vetores da estratégia tecnológica que fazemos.  É bom questionar e ser questionado, debater o estado da arte e explorar metodologias ou algoritmias novas, algumas apenas usadas em ambiente simulacional e que passam agora para processos de industrialização de forma a aumentar a competitividade das nossas soluções, sistemas e serviços.   P: Como é que Efacec tem vindo a interagir com a U.Porto? R: A Universidade do Porto tem sido um parceiro de muito longa data da Efacec e que evidencia a forma sustentável como estas parcerias podem funcionar, contribuindo para a geração de valor para ambas as partes e até para a sociedade em geral.  Temos vindo a manter e criar até novas parcerias com inúmeros departamentos das Faculdades da Universidade do Porto (são exemplo as Faculdades de Engenharia, Ciências, Economia, Porto Business School, entre outras) bem como com muitos institutos de investigação e laboratórios associados que integram a U.Porto.  Estes têm vindo a fazer parte da nossa estratégia tecnológica e participado em projetos conjuntos, sejam nacionais, europeus ou até transcontinentais.  São já mais de uma centena de iniciativas conjuntas que foram desenvolvidas ao longo dos tempos e que continuam ao dia de hoje, com a criação de Propriedade Intelectual e a tangibilização de resultados através de um consciente processo de industrialização e introdução no mercado. A perceção das necessidade atuais e futuras dos clientes é um desafio que a academia tem feito um esforço de percecionar de forma mais eficiente, e que permite traduzir em valor o conhecimento conjunto.  Existem até exemplos de relações que são sustentadas e continuadas ao longo de vários anos e que cujo know-how conjunto faz parte de soluções que temos em funcionamento em clientes, como é o exemplo da parceria de mais de 25 anos com o INESC TEC ou com o Dep. Eletrotecnia da Faculdade de Engenharia há várias décadas.     P: Quais os principais desafios que os dois agentes têm pela frente? R: Existem inúmeros desafios tecnológicos que a transição energética traz a todos os stakeholders do setor, tal como são a Efacec e a Universidade do Porto embora em fazes da cadeia de valor diferentes.  Estes, por muito desafiantes que sejam, com a experiência e conhecimentos específicos que temos já estão a ser endereçados, e muitos deles de forma conjunta.  O foco deste tipo de parcerias está, sim, em questões que se prendem com a formação dos recursos humanos, a adequação da sua especialização às necessidades do mercado de trabalho e alinhados com os requisitos da indústria. O planeamento dos métodos de ensino, conteúdos e tópicos de investigação deve ser feita de forma conjunta, de forma a promover uma maior aproximação entre estes dois mundos.  Ou seja, o desafio não está nos domínios tecnológicos ou conhecimentos de base mas sim na articulação entre o Roadmap Tecnológico da indústria, as novas tendências e a forma como a academia endereça esta transformação e consegue questionar proativamente (algo muito importante) a forma de inovar das empresas, contribuindo para o aumento da eficiência, redução do time-to-market, acentuando a diferenciação e ainda o impacto (positivo) para a sociedade.  A melhor forma de o fazer é desenvolvendo uma estratégia de longo prazo conjunta desde a sua génese.

Porto Business School oferece bolsas para “The Magellan MBA”

De: 
10/09/2019
Até: 
25/09/2019

A Porto Business School (PBS), através de uma parceria estabelecida com a UPTEC e a U.Porto Inovação, está a oferecer bolsas de estudo para o “The Magellan MBA”. A apresentação do programa e das bolsas de estudo decorre na UPTEC Asprela I, no dia 13 de setembro às 16h00.

“The Magellan MBA” é promovido pela PBS, tem a duração de cerca de 12 meses e inicia-se a 25 de setembro. Além de professores da Universidade do Porto, o programa conta ainda com a participação de docentes das melhores universidades do mundo, como a Universidade de Harvard, Yale, Columbia, Berkeley e o Imperial College London.

Digital Innovation, Human Resource Management, Strategy, Leadership, Marketing, Negotiation Skills, Design Thinking e Innovation Management são apenas algumas das disciplinas incluídas no programa.

Os candidatos apenas necessitam de ter uma licenciatura (ou grau académico superior), mais de 3 anos de experiência profissional, aptidão oral e escrita em Inglês e disponibilidade para frequentar o programa em full time.

A UPTEC Asprela I recebe a sessão de apresentação das bolsas de estudo e do “The Magellan MBA”, no dia 13 de setembro às 16h00. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui.

Tonic App capta 3,5 milhões de euros para conquistar a Europa

  A Tonic App, uma spin-off da Universidade do Porto fundada em 2016, angariou 3,5 milhões de euros numa ronda de investimento série A co-liderada pelo fundo luxemburguês Vesalius Biocapital Partners e pela portuguesa Armilar Venture Partners. O objetivo agora é acelerar a expansão geográfica na Europa, nomeadamente em Espanha, França e Reino Unido – três dos cinco maiores mercados de saúde europeus. Daniela Seixas, CEO da Tonic App, acredita que este é “o momento certo para uma rápida expansão geográfica” devido a uma grande transformação que o mercado da saúde digital está a sofrer: “Os médicos utilizam cada vez mais plataformas digitais no seu trabalho”, diz. Duarte Mineiro, da Armilar Venture Partners, destaca a “solução inovadora muito assente nos percursos académico e profissional de excelência da principal fundadora” como um dos atributos que os fizeram avançar com o investimento. Além disso, a Tonic App apresenta “resultados promissores a nível de receitas em muito pouco tempo”, refere, acrescentando que a capital de risco quer desenvolver cada vez mais a sua expertise na área da HealthTech. Já Guy Geldhof, em nome da Vesalius Biocapital Partners, salienta que a Tonic App já “demonstrou claramente que consegue satisfazer as necessidades dos clínicos”. Carinhosamente apelidada de “Google para médicos”, a app criada pela startup reúne num só lugar todos os recursos profissionais e informações úteis para auxiliar os médicos no diagnóstico e tratamento dos pacientes. A ferramenta digital foi criada numa lógica de médico para médico e também possibilita a troca de informações entre colegas, para que estes se possam ajudar, por exemplo, a estabelecer um diagnóstico mais difícil. Também ela médica, Daniela Seixas deixou uma carreira na medicina para se dedicar de corpo e alma à empresa com o objetivo de “facilitar o dia-a-dia-dos médicos, dando-lhes mais tempo para o que é realmente essencial: os doentes”, refere a CEO. A app já é utilizada por 30% dos médicos portugueses. Depois de um primeiro investimento seed da Portugal Ventures no valor de 100 mil euros, pouco tempo depois da criação da empresa, a Tonic App continuou a chamar a atenção de capitais de risco nacionais e internacionais e a conquistar o mundo. Venceu o programa de inovação aberta da Novartis Techcare em 2017, conquistou o segundo lugar na maior feira de saúde do mundo em 2018, e foi nomeada pela revista Forbes como uma das 60 startups, lideradas por mulheres, nas quais vale a pena investir. A Tonic App tem como clientes grandes multinacionais na área da saúde, como a Novartis ou a Medtronic, e conta também com parcerias internacionais para eventos médicos e prescrição eletrónica de medicamentos. Neste momento, estão a focar-se mais no mercado espanhol: “Já fechámos o nosso primeiro negócio e adquirimos os primeiros médicos utilizadores”, refere Daniela Seixas.

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