Empreendedoras da U.Porto na corrida a prémio de inovação no feminino
Submitted by Sara Fidalgo on 23/07/20
“Nasceram” na Universidade do Porto e são reconhecidas internacionalmente nas suas áreas. Para além disso, todas elas foram criadas por mulheres. O retrato é comum à Didimo, à iLoF e à TonicApp, três das cinco empresas nomeadas para a edição deste ano dos prémios Portuguese Women In Tech (PWIT Awards), na categoria de Melhor startup portuguesa fundada por uma mulher.
Fundada em 2016, a Didimo é o resultado de mais de uma década de investigação aplicada na área dos avatares, liderada por Verónica Orvalho, docente e investigadora da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP). Foi ali que desenvolveu a primeira e única aplicação capaz de criar, em menos de dois minutos, um personagem virtual 3D, a partir de uma fotografia.
Com mais de 20 colaboradores distribuídos pelo Porto, Vancouver e Londres, a Didimo levantou, só em 2019, mais de 6 milhões de euros em investimentos de diferentes entidades financiadoras. No “currículo” da spin-off da U.Porto destacam-se ainda as conquistas da edição 2015 do iUP25k e da edição 2017 do Women Startup Challenge, promovido pela organização norte-americana Women Who Tech.
Mais recente, mas igualmente bem sucedido, tem sido o percurso de Joana Paiva, doutorada em Física – através do programa MAP-fis, lecionado pelas universidades do Porto, Aveiro e Minho -, cofundadora e CTO da iLOF – Intelligent Lab on Fiber. Nascida no INESC TEC, esta startup vem-se destacando pelo desenvolvimento de uma solução inovadora – baseada em Inteligência Artificial – com potencial para ser usada no diagnóstico e tratamento de várias doenças neurodegenerativas.
Atualmente incubada na Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), a iLOF já chamou a atenção do EIT Health, o maior consórcio da área da saúde no Mundo, e da Microsoft, ligações que, só nos últimos meses, “renderam” mais de 3 milhões de euros de investimento. Em paralelo, Joana Paiva – que é docente convidada do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) – conquistou o Prémio de Cidadania Ativa da U.Porto, na vertente de Empreendedorismo, e viu o seu nome incluído no ranking dos 30 melhores talentos europeus com 30 anos ou menos, elaborado pela revista Forbes.
Por fim, a Tonic App já foi apontada pela revista Forbes como um dos projetos, liderados por mulheres, mais disruptores e em que vale a pena investir. E não é por acaso. Fundada e dirigida por Daniela Seixas, médica e ex-professora auxiliar da FMUP, trata-se da empresa responsável pelo desenvolvimento daquela que é a app mais utilizada por clínicos em Portugal. Conhecida como “Google para médicos”, a aplicação reúne, num único sítio, todas as ferramentas necessárias à prática clínica diária.
Criada em 2016, a spin-off da U.Porto recebeu, no ano passado, um financiamento de 3,5 milhões de euros numa ronda de investimento série A co-liderada pelo fundo luxemburguês Vesalius Biocapital Partners e pela portuguesa Armilar Venture Partners. Antes, a empresa de Daniela Seixas já tinha brilhado na MEDICA 2018 – a maior feira de saúde do mundo – ao conquistar o segundo lugar na competição de melhor aplicação móvel na área da saúde.
Antigas estudantes da U.Porto entre as nomeadas
Para além das três spin-offs da U.Porto e respetivas fundadoras, a lista de nomeadas às restantes categorias dos prémos PWIT 2020 inclui ainda mais cinco antigas estudantes da U.Porto.
Na categoria de Data & Analytics Expert estão nomeadas Daniela Frazão Costa, mestre em Engenharia Biomédica pela Faculdade de Engenharia (FEUP) e Head of Data Visualization na JTA: The Data Scientists; Ana Catarina Alves, licenciada e mestre em Matemática pela FCUP e Data Scientist na JTA: The Data Scientists; e Joana Barbosa, mestre em Engenharia Informática pela FEUP e Lead BI Engineer na DevScope.
As outras nomeadas – na categoria de Community Leader – são Anabela Ferreira, mestre em Multimédia pela FEUP e Senior Agile Business Analyst na Natixis em Portugal, e Sara Mendes, antiga estudante – do MBA Executivo – e atual Project Manager Entrepreneurship da Porto Business School.
Votação a decorrer online
Escolhidas que estão as cinco nomeadas para cada uma das nove categorias dos PWiT Awards 2020, segue-se agora a escolha das finalistas – três por categoria. A seleção vai resultar de uma votação online e aberta ao púbico, a decorrer de 20 a 31 de julho.
As vencedoras serão anunciadas na edição de setembro da Revista Pessoas.
Lançados em 2018, os PWiT Awards têm como objetivo dar palco e distinguir mulheres que fazem parte do ecossistema tecnológico nacional.
Em 2019, o prémios de Melhor startup portuguesa fundada por uma mulher foi atribuído à DefinedCrowd, startup fundada por Daniela Braga, antiga estudante e investigadora da Universidade do Porto.
Notícia publicada no Portal de Notícias da U.Porto (www.noticias.up.pt)
Spin-off da U.Porto "levanta" 1 milhão para combater Covid-19, cancro e Alzheimer
Submitted by Sara Fidalgo on 22/07/20
A iLoF – Intelligente on Fiber, uma spin-off da Universidade do Porto nascida no INESC TEC e atualmente incubada na Faculdade de Medicina (FMUP) assinou, nos Estados Unidos da América (EUA), um acordo de financiamento com o fundo M12 da Microsoft e com a Mayfield no valor de 1 milhão de dólares, para intervir em três áreas: Alzheimer, cancro e COVID-19.
A iLOF tem vindo a destacar-se internacionalmente pelo desenvolvimento de uma tecnologia patenteada de deteção de nanoestruturas em fluídos. Através de uma plataforma virtual, a spin-off digitaliza e armazena perfis biológicos de pacientes e biomarcadores de doença.
O mercado americano é um dos maiores do mundo a nível de estudos clínicos e, neste sentido, o financiamento agora obtido constitui um forte impulso no negócio da empresa. “Irá ajudar a acelerar as nossas colaborações com os nossos parceiros clínicos na Europa e nos EUA, aproximando-nos do nosso objetivo de tornar a experiência de desenvolvimento de medicamentos muito mais humana e conveniente para os pacientes, enquanto tornamos o processo muito mais eficiente e flexível para a indústria”, afirma Luís Valente, CEO da iLoF.
“A nossa missão é acelerar uma nova era de medicina personalizada, ajudando a indústria a desenvolver, escolher e democratizar tratamentos personalizados para pacientes em todo o mundo”, acrescenta aquele responsável.
Com base numa amostra de sangue, a tecnologia da iLOF consegue fazer análises de múltiplos perfis biológicos, identificando, por exemplo, se um paciente tem biomarcadores que indiciam Alzheimer, um grau mais ou menos agressivo de cancro, se vai desenvolver sintomas profundos provocados pela COVID-19 ou, então, tornar-se assintomático.
iLOF: Uma empresa em expansão
Este financiamento proveniente dos EUA surge numa altura em que a spin-off se encontra no programa de aceleração “Portugal to Take Off”, lançado pela AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, para ajudar empresas portuguesas de base tecnológica a entrar no mercado da Califórnia.
Com uma “carteira” de clientes que inclui inúmeros hospitais e duas das quatro maiores farmacêuticas mundiais, a iLOF está também a colaborar com o Hospital de São João num projeto que visa apoiar o corpo clínico a estratificar os pacientes de COVID-19, identificando os que devem ser internados ou enviados para isolamento em casa.
A empresa conta atualmente com 15 colaboradores, aos quais se devem juntar mais cinco até ao final de 2020. A equipa de desenvolvimento encontra-se incubada na FMUP, sendo acelerada na Oxford Foundry, a aceleradora da Universidade de Oxford, em Inglaterra.
Recorde-se que, no final de 2019, a iLoF já tinha recebido um financiamento de 2 milhões de euros no âmbito de um programa de aceleração do EIT Health – o maior consórcio da área da saúde no Mundo – para projetos disruptivos na área da saúde. O valor está a ser aplicado no desenvolvimento de ferramentas nos domínios da Inteligência Artificial e da Fotónica, com potencial para serem usadas em tratamentos inovadores para a doença de Alzheimer.
Notícia escrita por Eunice Oliveira (INESC TEC).
“O meu trabalho é interdisciplinar e gosto muito de trocar ideias com grupos de investigação diferentes”
Submitted by U.Porto Inovação on 18/06/20
É uma carreira que já vai longa e, também por isso, rica em descobertas, experiências e, sobretudo, aprendizagem sobre diferentes temas. Desde o início dos trabalhos de investigação na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, em 1976, até ao início da carreira académica como Assistente no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), passaram apenas dois anos.
Hoje, Maria da Conceição Rangel divide-se entre as aulas que dá no ICBAS e a investigação aplicada nessa faculdade e também no LAQV-REQUIMTE. Desde criança que se assume como "muito curiosa relativamente aos fenómenos da vida", e apesar de na altura não se falar tanto em investigação, a verdade é que o percurso que tem vindo a criar acabou por ser moldado por essa paixão.
Formada em Química, a sua investigação foca-se na vertente Bioinorgânica da disciplina. “Quando acabei o curso, das conversas com os meus colegas da área da Medicina e da Biologia no ICBAS percebi que ter uma formação sólida numa ciência exata, em particular na área da química dos metais de transição e da espectroscopia, era muito importante para resolver problemas na área da Biomedicina”, conta a investigadora.
Assim, e fazendo jus a uma vontade que sempre esteve presente – a de contribuir, de alguma forma, para descobertas relacionadas com a área da saúde – Maria da Conceição Rangel conseguiu juntar os seus interesses na Bioinorgânica.
"Ser inventora na U.Porto é muito gratificante"
Sendo parte da família há mais de 40 anos, Maria Conceição Rangel considera o convívio com outros investigadores e estudantes uma das mais-valias da Universidade do Porto: “O meu trabalho é muito interdisciplinar e aprecio muito trocar ideias com pessoas e grupos de investigação de áreas diferentes”, refere. Assim, ao explicar certas questões e ao perceber os problemas dos outros, não raras vezes surgem oportunidades “em que os grupos se podem complementar para resolver um problema num determinado campo”, diz a investigadora.
Além disso, Maria da Conceição Rangel salienta ainda o trabalho dos departamentos da Universidade. Tendo submetido este ano a sua primeira comunicação de invenção à U.Porto Inovação, com o objetivo de patentear uma invenção relacionada com fertilizantes (eventual pedido de patente ainda está em análise), a investigadora teve a oportunidade de contactar com a equipa pela primeira vez: “Tem sido uma experiência excelente. Tenho aprendido imenso e o apoio e colaboração têm sido ótimos”, conta.
O trabalho em questão é o projeto FERPLANT – novos fertilizantes para tratar a clorose férrica, uma condição que afeta muitas culturas agrícolas, nomeadamente a soja e os citrinos, devido à ausência de ferro. Maria Conceição Rangel acredita que “plantas saudáveis e nutricionalmente equilibradas têm um impacto direto na saúde e na sustentabilidade do planeta” e, por isso, tem usado uma nova classe de compostos de ferro para produzir novos fertilizantes, mais eficazes e sustentáveis. O trabalho é em colaboração com uma investigadora da Universidade Católica Portuguesa, Marta Vasconcelos, e as cientistas revelam que os primeiros resultados foram muito bons, tendo sido identificados já “dois compostos com elevado potencial”.
A fase seguinte passa pelos ensaios em condições diferentes, pela experimentação das várias vias de aplicação e por compreender o mecanismo de ação, tudo aspetos em que as investigadoras se encontram a trabalhar neste momento. No entanto, Maria da Conceição Rangel revela existirem já empresas interessadas nestes novos fertilizantes: “Estou confiante que vamos conseguir colocar um produto no mercado”, conclui.
MCBR solution: tecnologia da U.Porto no combate aos biofilmes
Submitted by U.Porto Inovação on 18/06/20
A formação de biofilmes é muito comum em tubagens onde circulam fluidos aquosos, podendo a sua presença ser prejudicial para ao desempenho de processos industriais. Como tal, os biofilmes precisam de ser controlados. A equipa de Manuel Simões, docente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e investigador do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente, Biotecnologia e Energia (LEPABE), tem em mãos a solução ideal. Chamou-lhe MCBR solution e já tem um parceiro industrial interessado no seu licenciamento.
Mas o que são, afinal, os biofilmes? São comunidades biológicas com um elevado grau de organização, que permitem a fixação de bactérias e outros microrganismos nas superfícies industriais. “As atuais estratégias de limpeza deste tipo de superfícies são consideradas pouco eficientes, o que leva à acumulação de detritos e microrganismos ao longo do tempo. A essa acumulação damos o nome de biofilme”, explica o investigador Manuel Simões. Podem desenvolver-se em qualquer superfície húmida, formando comunidades altamente estruturadas e coordenadas - verdadeiras cidades de microrganismos – representando uma fonte de contaminação recalcitrante.
Apesar de poderem surgir em qualquer indústria onde a atividade da água permita a sobrevivência microbiana, Manuel Simões explica que os biofilmes são comumente encontrados “em equipamentos e linhas de produção da indústria alimentar e em tubagens do sistema de distribuição de água potável”. Assim, são um grave problema para indústria: muito difíceis de eliminar, por um lado, muito capazes de comprometer a qualidade dos produtos finais, por outro. Daí a necessidade de os conhecer, controlar e criar estratégias para os eliminar quando surgem.
O MCBR solution – Multiple Cylinders Biofilm Reactor – é um dispositivo inovador para o estudo de biofilmes em condições controladas. O reator permite não só criar biofilmes (ver fotografia, à esquerda) para análises laboratoriais como também analisar a eficiência de possíveis soluções de desinfeção e eliminação dos mesmos. “Este dispositivo é particularmente relevante para o desenvolvimento de estratégias eficazes de desinfeção aplicáveis em superfícies industriais”, revela Manuel Simões, inventor principal do MCBR.
Além disso, acrescenta, e apesar de ser um dispositivo adaptável e compacto, o MCBR é o reator ideal para formação de biofilmes com uma maior área de amostragem pois utiliza superfícies curvas para a adesão microbiana. Isso, combinado com a “possibilidade do ajuste fino das condições hidrodinâmicas”, explica o investigador, “permite o estudo de biofilmes em condições que são reproduções fiéis das encontradas nas mais diversas tubagens industriais”, diz.
Assim, o MCBR solution traz o melhor de dois mundos a duas indústrias diferentes: ajuda as empresas produtoras de desinfetantes a avaliarem a eficiência das suas formulações na eliminação dos biofilmes, e permite que indústrias alimentares e de distribuição de água potável garantam a qualidade dos produtos finais. Não existindo nenhum “outro dispositivo com estas potencialidades”, conta Manuel Simões, o MCBR já tem parceiros industriais interessados no licenciamento da tecnologia
Ser referência no estudo de biofilmes
O valor da ideia levou a equipa de Manuel Simões (composta pelo próprio, por Lúcia Chaves Simões, Inês Gomes, Isabel Oliveira e Susana Fernandes) a participar na mais recente edição do Born From Knowledge, uma iniciativa da Agência Nacional de Inovação. Apesar de não terem sido premiados, Manuel Simões acredita que esta passagem foi muito importante e “contribuiu de forma enriquecedora para a elaboração de uma estratégia de negócio”.
E é aí mesmo que a equipa se encontra: a desenhar o futuro, com a ajuda da U.Porto Inovação. “Pretendemos que o MCBR solution seja uma referência no estudo de biofilmes. E isso passa por licenciar a tecnologia a uma empresa com forte poder comercial e influência na área de aplicação”, conclui o investigador, esperando ter boas novidades em breve.
A chat with companies: Fátima Cardoso, Vodafone
Submitted by U.Porto Inovação on 18/06/20
In this edition of "A chat with companies", we talked to Fátima Cardoso, head of Vodafone Power Lab, Vodafone's innovation program. This initiative, that has already supported more than 150 startups, has as main objective to "follow innovation and establish the bridge between the scientific and technologic community and Vodafone", she says.
Q: What’s the importance of Vodafone's relationship with the scientific and technologic community?
A: The telecommunications sector is highly dynamic, the market is demanding and technological evolution is always very present. As one of the main technological companies operating in this sector, Vodafone represents a vehicle for launching new solutions and technologies (such as 5G for example) and that is why it is very important to follow the developments of the scientific and technological community.
In this sense, Vodafone Power Lab's main objective is to follow innovation and establish the bridge between this ecosystem and Vodafone.
Q: How have Vodafone Portugal and the University of Porto been collaborating?
A: The relationship came about through the establishment of a partnership between Vodafone Power Lab and UPTEC, which has always had the main objective of maintaining close and continuous contact between the entrepreneurial ecosystem of the University of Porto and the innovation program of Vodafone Portugal.
This relationship has materialized over time in the involvement of Vodafone Power Lab in some UPTEC initiatives, such as the School of Startups, and has allowed a direct flow of presentation of incubated startups at UPTEC with the ability to be explored at Vodafone, as happened for example with HypeLabs.
On the other hand, this relationship facilitated the establishment of a physical incubation site for the Vodafone Power Lab at the UPTEC facilities, where some initiatives have already been promoted, such as City Challenges of the BIG Smart Cities competition, which during several editions has allowed us to know directly potential finalists for this national competition.
Q: What are the main challenges these two players face?
A: I believe that many of the challenges we currently face have been similar over time. That is, technological evolution is something that will always be present and with it comes the need for change and adaptation… hence it is relevant to have programs like Vodafone Power Lab that are dedicated to discovering innovative solutions developed in ecosystems dedicated to innovation, such as UPTEC, so that this adaptation is as agile as possible and thus respond effectively to the needs and requirements of the market.
If we think about more specific challenges within the relationship between large companies and startups, we can often encounter difficulties in establishing communication channels and Vodafone Power Lab facilitates this interaction, presenting entrepreneurs' solutions to important decision makers within the organization and establishing specific processes for creating long-term interactions between a given startup and Vodafone.
À conversa com as empresas: Fátima Cardoso, da Vodafone
Submitted by U.Porto Inovação on 18/06/20
Nesta edição da rubrica "À conversa com as empresas" fomos conversar com Fátima Cardoso, responsável pelo programa de inovação da Vodafone Portugal, o Vodafone Power Lab. O programa, que já apoiou mais de 150 startups, "tem como principal objetivo seguir a inovação e estabelecer a ponte entre o meio científico e tecnológico e a Vodafone", refere
P: Qual a importância da relação da Vodafone Portugal com o meio cientifico e tecnológico?
R: O setor das telecomunicações é altamente dinâmico, o mercado é exigente e a evolução tecnológica está sempre bastante presente. Sendo uma das principais empresas tecnológicas a atuar neste setor, a Vodafone representa um veículo para o lançamento de novas soluções e tecnologias (como por exemplo o 5G) e por isso torna-se muito importante acompanhar os desenvolvimentos da comunidade científica e tecnológica.
Neste sentido o Vodafone Power Lab tem como principal objetivo seguir a inovação e estabelecer a ponte entre este ecossistema e a Vodafone.
P: Como é que Vodafone Portugal tem vindo a interagir com a U.Porto?
R: A relação surgiu através do estabelecimento de uma parceria entre o Vodafone Power Lab e a UPTEC que sempre teve como principal objetivo manter o contacto próximo e contínuo entre o ecossistema empreendedor da Universidade do Porto e o programa de inovação da Vodafone Portugal.
Esta relação foi-se materializando ao longo do tempo no envolvimento do Vodafone Power Lab em algumas iniciativas da UPTEC, tais como a Escola de Startups, e permitiu que existisse um fluxo direto de apresentação de startups incubadas na UPTEC com capacidade de ser exploradas na Vodafone, como aconteceu por exemplo com a HypeLabs.
Por outro lado, esta relação facilitou o estabelecimento de um local físico de incubação do Vodafone Power Lab nas instalações da UPTEC e aí foram já promovidas algumas iniciativas tais como City Challenges da competição BIG Smart Cities, que durante várias edições permitiram conhecer diretamente potenciais finalistas para esta competição nacional.
P: Quais os principais desafios que os dois agentes têm pela frente?
R: Creio que muitos dos desafios que hoje se colocam se têm mantido ao longo do tempo. Isto é, a evolução tecnológica é algo que estará sempre presente e com ela vem a necessidade de mudança e adaptação… daí ser relevante existirem programas como o Vodafone Power Lab, que se dedicam a conhecer soluções inovadoras desenvolvidas em ecossistemas dedicados à inovação, tais como a UPTEC, para que esta adaptação seja o mais ágil possível e assim responder eficazmente às necessidades e exigências do mercado.
Se pensarmos em desafios mais específicos dentro da relação entre grandes empresas e startups, podemos muitas vezes encontrar dificuldades no estabelecimento de canais de comunicação e o Vodafone Power Lab facilita esta interação, apresentando as soluções dos empreendedores a decisores importantes dentro da organização e estabelecendo processos específicos para a criação de interações de longo prazo entre uma determinada startup e a Vodafone.
Inovações da U.Porto distinguidas pela EIT Health
Submitted by U.Porto Inovação on 11/06/20
A EIT Health, considerado o maior consórcio da área da saúde no Mundo, lançou recentemente uma Innovation Call com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento do ecossistema inovador europeu. De entre as dezenas de candidaturas, foram selecionados apenas 15 projetos, dois dos quais com o selo da Universidade do Porto.
ADHERENCE e Libra são os nomes dos projetos distinguidos, cujas equipas incluem tanto investigadores como empreendedores da U.Porto. Com o financiamento angariado, que pode ascender a 75 mil euros, ambos ambicionam conseguir ajudar a dar resposta a dois dos maiores problemas de saúde mundiais: a hipertensão arterial e a obesidade.
O ADHERENCE está a ser desenvolvido pela MEDIDA (spin-off U.Porto) e pelo CINTESIS. Centrado na problemática da hipertensão arterial, o objetivo do projeto é criar uma app de apoio ao tratamento da hipertensão e que poderá ser instalada no smartphone do paciente.
Recorrendo à câmara fotográfica do smartphone, a aplicação será capaz de captar os valores de pressão arterial indicados no ecrã do aparelho. A partir desses dados, permite registar o esquema de tratamento e emitir alertas para que o utilizador tome a medicação e meça regularmente a pressão arterial de forma a controlar a sua condição. Ao mesmo tempo, a app também identifica a quantidade de comprimidos retirados de um blister.
A hipertensão arterial afeta cerca de dois em cada cinco adultos em Portugal, sendo que, destes doentes, apenas cerca de 40% estão controlados. Segundo os responsáveis do ADHERENCE, uma das principais razões para a falta de controlo da hipertensão é a baixa adesão à terapêutica, sendo necessário desenvolver novas ferramentas de apoio ao tratamento das doenças crónicas. "Este projeto integra-se na estratégia da MEDIDA e do grupo de investigação PaCeIT, do CINTESIS, de desenvolver e validar tecnologias para as pessoas com doenças crónicas, principalmente respiratórias e cardiovasculares, que apoiem a automonitorização e auto-gestão guiadas", refere João Fonseca, cofundador da MEDIDA. O empreendedor, docente e investigador da Faculdad de Medicina da U.Porto, acrescenta ainda que a pandemia COVID-19 veio reforçar a "necessidade de serviços de saúde digital que permitam um melhor acompanhamento à distância", sendo o ADHERENCE um contributo nesse sentido.
A app desenvolvida por esta equipa da MEDIDA e do CINTESIS permitirá, então, quantificar a adesão à terapêutica e gerar relatórios automáticos dos valores de pressão arterial, que o utilizador poderá partilhar de forma segura com a equipa de saúde. O destino do financiamento agora angariado é, a curto prazo, desenvolver o protótipo da aplicação, criando alguns elementos multmédia de apoio à auto-gestão da doença. Depois, na fase seguinte, a equipa pretende "testar a efetividade da app na melhoria da adesão à medicação antihipertensora e no controlo da tensão arterial em ambiente de "vida real" em doentes com tensão arterial de difícil controlo.
Inovar contra a obesidade
O projeto LIBRA, por sua vez, tem o foco num outro grande problema de saúde mundial: a obesidade. Segundo dados recentes, esta condição tem atingido proporções epidémicas, afetando mais de 650 milhões de pessoas em todo o mundo, ficando atrás apenas do tabagismo como a causa mais significativa de morte prematura.
Foi com estes dados em mente que a equipa composta por empreendedores da Promptly (spin-off da U.Porto e investida pela multinacional Proef), e investigadores da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), do CINTESIS e do Centro Hospitalar Universitário de São João, desenvolveu uma plataforma social digital para melhorar o acompanhamento dos resultados clínicos dos doentes com obesidade, usando estratégias sociais de engagement do doente, dados de dispositivos conectados e comunicação remota com profissionais de saúde.
“O objetivo é que o doente se sinta cada vez mais envolvido no seu processo de tratamento e recuperação e, como tal, contribua ativamente para a melhoria dos seus próprios resultados clínicos”, referem os promotores Pedro Ramos e John Preto, acrescentando que este financiamento do EIT Health virá amplificar o trabalho conjunto na área tecnológica.
Para isso, e aumentando o nível de envolvimento dos doentes, a plataforma irá oferecer acompanhamento profissional remoto e sem interrupções, juntamente com funcionalidades de ambiente social como chats, fóruns de discussão, sugestão de utilizadores com os mesmos interesses, ou partilha de metas e objetivos terapêuticos.
Os dados recolhidos sobre os resultados clínicos, nomeadamente sob a perspetiva do próprio doente (patient reported outcomes), serão depois utilizados para continuar a melhorar os cuidados prestados aos doentes e a “inovar no modelo de autonomia de gestão, do qual o CRIO CHUSJ é pioneiro em Portugal”, destacam os responsáveis pelo projeto.
O financiamento assegurado por esta Innovation Call servirá para validar o modelo em Portugal e, a partir de 2021, para o scale-up europeu, nomeadamente no seio da EIT Health, no qual a equipa pretende “envolver outros centros europeus de referência no tratamento em obesidade, sob a coordenação do CRIO CHUSJ”, concluem os promotores.
Para além dos dois projetos da U.Porto, a EIT Health distiguiu ainda um outro projeto da região do Porto. Desenvolvido por uma equipa da Fraunhofer Portugal e da Escola Superior de Enfermagem do Porto, o projeto FRADE visa desenvolver e testar uma plataforma tecnológica para deteção de quedas e prevenção dos riscos das mesmas, principalmente junto de idosos.
Além dos até 75 mil euros de financiamento para completar os seus planos de trabalho, os projetos vão receber apoio constante do EIT Health Hub Universidade do Porto durante a implementação dos projetos. Assim, poderão usufruir não só de mentoria mas também das ligações que o Hub tem com parceiros nacionais e internacionais.
ADSA na corrida dos melhores projetos Interreg dos últimos 30 anos
Submitted by U.Porto Inovação on 05/06/20
Dedicado a ajudar startups digitais a escalar os seus negócios para mercados fora dos seus países ou regiões de origem, o Atlantic Digital Startups Academy (ADSA) tem ido além dos habituais eventos, networking e oportunidades com vista à internacionalização. Com início em 2018, e gerido, dentro da Universidade do Porto, pela U.Porto Inovação, o projeto já promoveu momentos de formação quer dos empreendedores quer das organizações que dão suporte aos mesmos.
Recentemente, e graças aos bons resultados, o ADSA foi pré-selecionado no âmbito do “Interreg Project Slam”, um concurso que pretende premiar os melhores projetos Interreg dos últimos 30 anos, no ano em que o programa Interreg faz 30 anos. A relevância do projeto, a sustentabilidade e o seu desempenho foram fatores tidos em conta. O projeto ADSA concorreu na categoria de coesão entre países (neighbour cohesion), dado o seu foco na internacionalização e, como tal, destacou-se pelo trabalho além-fronteiras com um propósito comum de desenvolvimento. Na corrida inicial estavam 150 projetos, dos quais foram selecionados 30. Esses vão agora submeter o pitch final, na esperança de fazerem parte dos seis finalistas em competição no evento final, que terá lugar em Bruxelas em outubro de 2020.
Também recentemente, e devido à pandemia da Covid-19 que acabou por “pausar” algumas atividades, o ADSA, à semelhança de outros projetos Interreg Espaço Atlântico, será prorrogado. Serão seis meses adicionais para consolidar e entregar um conjunto de atividades, desde as visitas de empresas a outras regiões – business immersion – a eventos, agora maioritariamente realizados online. Outros apoios ao nível do networking, mentoria virtual e ações de apoio aos empreendedores continuarão ativos e terão agora mais meio ano para trazer resultados. Desta forma, existirá um novo caminho para apoiar a internacionalização das empresas, mas o objetivo de as aproximar e ajudar continuará presente.
O ADSA é um projeto financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) do programa Interreg Espaço Atlântico e arrancou em 2018. Além de Portugal, são parceiras entidades de mais quatro regiões diferentes da Europa: Espanha, França, Irlanda e Reino Unido. A Universidade do Porto foi um dos parceiros do projeto, através da U.Porto Inovação.
Wegho vai contratar 120 colaboradores até ao final do ano
Submitted by U.Porto Inovação on 03/06/20
A Wegho, uma empresa spin-off da Universidade do Porto responsável pelo desenvolvimento de uma plataforma online que presta serviços de limpeza doméstica, prepara-se para mais do que duplicar a sua equipa. Apesar do contexto atual, no qual têm aumentado as notícias sobre desemprego, a empresa, atualmente incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, vai contratar 120 colaboradores até ao final do ano, sendo que a primeira fase de contratação já está em curso, para perfis essencialmente operacionais.
Ainda antes da pandemia da Covid-19, a Wegho tinha já delineado um projeto de crescimento ambicioso com uma expansão de perto de 70 colaboradores. No entanto, e devido à pandemia, a empresa registou, durante o mês de abril, um acréscimo no volume de trabalho com a higienização, limpeza e desinfeção não só de casas familiares, mas também de escritórios e armazéns.
Os serviços da startup incorporam uma forte componente de procedimentos de desinfeção de espaços de trabalho com elevados padrões de qualidade, procurada pelas empresas para cumprimento das recomendações da Direção Geral da Saúde devido à pandemia, mas também de limpeza doméstica.
Assim, e de forma a dar resposta à solicitação crescente, a Wegho “diversificou a sua operação com um investimento no serviço de desinfeção por nebulização para descontaminação de vírus, bactérias e germes”, tendo, ainda, criado a sua própria loja online de produtos profissionais de limpeza e de equipamentos de proteção individual. Atualmente com 111 colaboradores, a Wegho vai mais do que duplicar a sua equipa.
“A Wegho, assumindo a posição de pioneira digital no setor da limpeza, pretende continuar a investir no serviço de desinfeção e na sua digitalização, com a criação de software próprio e de um sistema de monitorização de espaços que permite que qualquer utilizador confirme quando foi efetuada a última desinfeção. Acreditamos que o nosso serviço, apoiado por este ADN digital e know how, tenderá a crescer, provavelmente em contraciclo económico.” explica Carlos Magalhães, CEO da Wegho.
Mais de 5000 utilizadores em três anos
A Wegho nasceu em 2017 pela mão de dois irmãos (Carlos Magalhães e João Magalhães) e um primo (Luís Machado). Atualmente já conta com mais de 5000 utilizadores registados e com mais de 20.000 agendamentos de serviços realizados. Atua essencialmente no grande Porto e na grande Lisboa, tendo já efetuado alguns serviços de desinfeção e facility services em Braga, Cascais, Estoril e Sintra.
Outras novidades incluem a recentemente criada loja online (onde se podem encontrar à venda Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e produtos de desinfeção) e o selo de confiança com QR Code para se poder ver o histórico de desinfeções que foram feitas num local específico, reforçando a transparência, mas também a seriedade do serviço prestado.
A primeira fase de contratação está em curso e a empresa pretende, já entre maio e junho, englobar 20 novos colaboradores, essencialmente em perfis operacionais. Os interessados podem concorrer aqui.
FMUP e FEUP criam escudo protetor "anti-Covid-19" para a Saúde Oral
Submitted by U.Porto Inovação on 02/06/20
Dois investigadores das faculdade de Medicina (FMUP) e de Engenharia (FEUP) da Universidade do Porto acabam de criar, em tempo recorde, um escudo protetor de aerossóis para uso na área da Saúde Oral, que promete resolver alguns dos desafios que a pandemia por COVID-19 colocou a essa área clínica. O pedido de patente, cujo processo de análise se iniciou a 2 de abril, já foi submetido às entidades competentes pela U.Porto Inovação.
Miguel Pais Clemente, da FMUP, e Joaquim Gabriel Mendes, da FEUP, juntaram competências para desenvolverem uma invenção que apelidaram de “escudo protetor de aerossóis em Medicina Dentária”.
Este instrumento inovador é composto por uma campânula de proteção em forma de ‘U’ invertido. Nas paredes laterais, oblíquas, existem dois orifícios que permitem a entrada das mãos do profissional de Saúde Oral e do seu colaborador. O dispositivo é feito em acrílico, permitindo uma visualização correta do campo operatório, para além de assegurar a extração dos aerossóis por um sistema de ventilação forçada, através de um filtro específico para retenção de bactérias e vírus.
Mais proteção para doentes e profissionais
Como se sabe, a realização de determinados procedimentos clínicos envolve a presença de aerossóis, o que pode originar um aumento da disseminação dessas gotículas respiratórias. “A proximidade com a cavidade oral, bem com a facilidade de transmissão do coronavírus SARS-CoV2 pelas gotículas que se propagam no ar faz com que haja a necessidade de conferir ao profissional de saúde oral um maior grau de proteção”, salienta Miguel Pais Clemente, investigador da FMUP na área da saúde oral.
Joaquim Gabriel Mendes, investigador da FEUP e do INEGI, explica que a solução criada dota a atividade clínica em Medicina Dentária e Estomatologia de “um meio de proteção adicional que funciona como um escudo protetor entre o doente e o clínico”, beneficiando ambos, e minorando os riscos associados aos aerossóis. Ou seja, o dispositivo pode ser visto como “um prolongamento dos equipamentos de proteção individual”, acrescenta.
Ajuda adicional
Note-se que a prática da atividade clínica de Medicina Dentária e Estomatologia encontra-se devidamente enquadrada e preparada para lidar com as questões relacionadas com as infeções cruzadas. “O profissional de saúde oral tem, ao longo da sua formação, um conhecimento profundo sobre as doenças infeciosas, e o controlo da infeção cruzada”, salienta Miguel Pais Clemente.
No entanto, face ao aparecimento da COVID-19, e perante as especificidades de alguns atos técnicos, médicos dentistas e estomatologistas viram a sua profissão suspensa por decreto ministerial durante o estado de emergência, exceto para a realização de situações comprovadamente de urgência ou inadiáveis.
Agora que a Direção-Geral da Saúde voltou a autorizar o exercício da atividade clínica nas áreas da Medicina Dentária e da Estomatologia, o “escudo protetor” desenvolvido na U.Porto poderá assim dotar os profissionais de ambos os setores de uma ferramenta adicional que possa complementar o equipamento de proteção individual que já estão habituados a utilizar.
(Notícia escrita por Olga Magalhães, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto)