Estudantes da U.Porto triunfam na European Innovation Academy 2021

  Como já tem sido recorrente desde que a Universidade do Porto se aliou à European Innovation Academy (EIA), estudantes de diferentes faculdades voltaram a fazer parte das equipas vencedoras do programa. Durante os 15 dias de duração da EIA foram desenvolvidos projetos para 70 novas startups em equipas internacionais e multidisciplinares, o que culminou numa apresentação aos investidores no pitch final que aconteceu no mês passado. Ao todo, com o apoio da U.Porto Inovação e do Santander Universidades, 18 estudantes da U.Porto participaram na EIA 2021, sendo que cinco deles tiveram uma parte ativa em quatro das ideias de negócio que alcançaram o top 5. Os estudantes estão atualmente a frequentar licenciaturas ou mestrados nas Faculdades de Ciências (FCUP), Economia (FEP), e Letras (FLUP), e as motivações para participar na EIA foram diversas, com especial enfoque no interesse pelo mundo do negócio, aprendizagem sobre empreendedorismo, acompanhamento por especialistas e oportunidade para trabalhar com colegas de todo o mundo. Diagnostic Toys, Genius Caps, ProtoSyn e Wellness Wonders chegam ao top 5 TeddyCare é o nome do projeto idealizado pela equipa Diagnostic Toys e que conquistou o júri da EIA 2021. João Gomes, que começou o seu percurso na FMUP (mestrado integrado em Medicina) e está agora a frequentar um mestrado na FEP, participou na idealização deste produto, com o qual se pretende “monitorizar a saúde de bebés e crianças, de modo não invasivo, antecipando diagnósticos ou confirmando a necessidade de apoio especializado em determinado âmbito”, explica o estudante. A equipa acredita que este projeto poderá ser benéfico tanto para crianças como para os pais, trazendo um efeito terapêutico a estes últimos através do conforto que a recolha e análise de dados do TeddyCare proporciona.  GeniusCaps também impressionou o júri, tendo mesmo chegado a escolher o projeto para o top 3 da competição. Dele fizeram parte duas estudantes da Universidade do Porto, ambas da FCUP: Ana Rita Vieira e Isabel Couceiro da Costa, acompanhadas por pessoas de quatro nacionalidades diferentes. “A Genius Caps pretende adicionar suplementos dietéticos às comuns bebidas encapsuladas (café, chá, chocolate quente, etc), através da sua incorporação direta em cápsulas biodegradáveis e recorrendo a técnicas de ciência alimentar como a microencapsulação”, explica Ana Rita Vieira. Uma das cápsulas apresentadas no pitch final chamava-se Brain Caps, especialmente indicada “para estudantes, suplementadas com ingredientes que aumentam a concentração e a memória e diminuem o cansaço”, acrescenta Isabel Couceiro da Costa. O objetivo da Genius Cap é chegar a diferentes nichos de população com diferentes necessidades, oferecendo uma alternativa “conveniente e prática e permitindo um boost à distância de uma única cápsula”, contam. O júri ficou rendido à ideia, que acabou por ser uma das que subiu ao pódio do TOP TEAM, reservado para os três melhores projetos, conquistando a possibilidade de receber mentoria por parte do HAG.GROUP, mesmo depois de terminada a European Innovation Academy. Além disso, também foi galardoada com o prémio especial “The Nixon Peabody Trademark Artisan Award”, que inclui uma patente gratuita no valor de 10 mil dólares e registo de marca no valor de 5 mil dólares. Do projeto Protosyn fez parte Hugo Sales, estudante da FCUP. Consiste “numa interface para simulações científicas que permite aos cientistas trabalhar sem necessitarem de programar”, explica Hugo. A equipa teve a oportunidade de apresentar o pitch ao júri, o que lhe valeu uma entrevista com o Alchemist Accelerator na esperança de serem aceites naquela que é a aceleradora de B2B (business 2 business) número um do mundo, em Sillicon Valley. Por fim, mas não por último, Petra Guimarães, estudante de licenciatura da FLUP, fez parte da equipa Wellness Wonders, uma plataforma que “oferece serviços relacionados com o bem-estar e que tem uma parte social incorporada”, explica a estudante. O feedback do júri e dos investidores motivou a equipa para continuar a trabalhar no projeto mesmo agora que a EIA já terminou.  "Voltaria, sem pensar duas vezes, a participar no programa" É este o feedback geral dos estudantes da U.Porto desde que, em 2017, começaram a participar na European Innovation Academy. Petra Guimarães refere que a aprendizagem e as pessoas “extraordinárias” que conheceu ao longo da experiência são um dos motivos que a fariam voltar a participar. Mesmo tendo acontecido totalmente online devido à pandemia, não permitindo a habitual interação e convívio entre estudantes verificada em anos anteriores, também Ana Rita Vieira afirma que voltaria a participar: “O programa foi espetacular e superou as minhas expetativas. Os mentores foram incansáveis e estava tudo muito bem estruturado, cumprindo todas as etapas de uma primeira aventura pelo empreendedorismo”, conta. João Gomes fala da passagem pela EIA como uma ótima experiência a nível formativo e humano, apesar da exigência das sessões de mentoria diárias o que, na sua opinião, “não resulta tão bem de forma presencial”. No entanto, e apesar dos constrangimentos associados a um evento não presencial, o estudante vê a EIA como uma “ótima forma de iniciar o percurso empreendedor”, recomendando “vivamente” a experiência. Ao todo foram 350 os estudantes a participar na edição 2021 da European Innovation Academy, provenientes de mais de 60 países diferentes e 40 universidades ao redor do mundo. Desde 2017 que a Universidade do Porto e o Santander Universidades estão ligados à iniciativa, fornecendo bolsas aos estudantes interessados em participar.   Esta iniciativa tem o apoio do Santander Universidades.  

U.Porto conquista primeira concessão de patente na Índia e em Hong Kong

Trata-se da primeira vacina – a PNV 1 – eficaz e totalmente voltada para a prevenção de infecções provocadas por todos os serotipos de um conjunto de bactérias, incluindo multirresistentes, com o objetivo de abranger toda a população desde recém-nascidos até idosos. Foi desenvolvida pela Immunethep (empresa spin-off da Universidade do Porto), baseada na investigação no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) numa equipa liderada pela investigadora Paula Ferreira. E acaba de garantir a primeira concessão de uma patente “made in U.Porto” na Índia e em Hong Kong As infeções bacterianas são uma das principais causas de morte em todo o mundo, e combatê-las tem sido o principal foco da Immunethep desde 2014. Este dado aumenta a importância deste tipo de descobertas e, posteriormente, concessões de patente. Falando mais concretamente da Índia, Pedro Madureira , membro da equipa de investigação e Diretor Científico da Immunethep, realça a importância desta conquista: “A Índia é um dos países onde a incidência de infeções bacterianas é muito elevada e onde, anualmente, morrem cerca de 200.000 pessoas por causa disso”. A concessão de patente é, na opinião do investigador, muito importante, e um primeiro passo para o real objetivo da Immunethep ao desenvolver este tipo de produtos: “fazê-los chegar, efetivamente, a estes países e, assim, contribuir para um controlo mais efetivo destas infeções bacterianas”, explica. Para além da Índia e de Hong Kong, a patente já está concedida em mais de 40 territórios, incluindo Portugal, Canadá, e mais de 30 países europeus. Nova esperança contra as infeções bacterianas A vacina PNV1 foi desenvolvida com base na descoberta de um novo mecanismo de imunossupressão partilhado por algumas das bactérias mais perigosas e mortais (Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Klebsiella pneumoniae, Escherichia Coli e Streptococcus do grupo B). Baseada no conhecimento deste mesmo mecanismo bacteriano, a Immunethep está também a desenvolver anticorpos monoclonais que podem ser usados como tratamento em pessoas já infetadas. Os próximos passos incluem “finalizar o desenvolvimento desses anticorpos e entrar com a vacina em ensaios clínicos”, refere Pedro Madureira. O investigador e empresário acrescenta que esta parte do processo implica um “investimento significativo”, e garanti-lo tem sido o principal foco da Immunethep.  Recentemente fecharam um acordo de colaboração com a Merck & Co. (MSD) o que já lhes permitiu um grande avanço. Recorde-se que a Immunethep está perto de ser a primeira empresa portuguesa a terminar o desenvolvimento de uma vacina contra a COVID-19, tendo já terminado os ensaios clínicos com resultados muito promissores.

IMPETUS rende-se a tecnologia "made in" spin-off da U.Porto

A Smartex, empresa spin-off da Universidade do Porto e incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, fechou recentemente um acordo com o grupo Impetus, uma das empresas líderes mundiais no setor têxtil. A multinacional, que conta com quase meio século de experiência na área e que tem vindo a investir em máquinas e tecnologia mais eficientes e sustentáveis, adquiriu a tecnologia de inteligência artificial e visão computacional da Smartex. Gilberto Loureiro, CEO da spin-off que nasceu na Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP), refere-se a esta parceria como um interesse mútuo de alcançar uma indústria têxtil mais sustentável. “São já várias as empresas do setor focadas em procurar soluções que possibilitem não só um processo de produção mais competente, mas também com uma pegada ecologicamente mais sustentável”, refere. Com estas parcerias, a Smartex pretende então ajudar os seus clientes a alcançar os seus objetivos, tornando as suas fábricas mais eficientes e contribuindo, assim, para “a transparência e sustentabilidade da cadeia de produção têxtil”, acrescenta o CEO. A tecnologia desenvolvida pela empresa incubada na UPTEC é capaz de detetar defeitos logo no início do processo de produção têxtil. Recorrendo a sistemas de visão computacional e inteligência artificial, a solução da Smartex alerta os trabalhadores em caso de falha. Quando esta é cíclica, a produção é interrompida. Esta é, pois, uma solução capaz de poupar milhões à indústria têxtil: “A solução reduz os defeitos de produção para perto de 0%, diminui o desperdício e a produção têxtil defeituosa” refere Gilberto Loureiro. A spin-off U.Porto, nascida em 2018, está em claro momento de crescimento e expansão, e a procura pelo seu sistema inteligente tem vindo a aumentar: “Podemos afirmar que, todos os meses, temos fechado acordos com novos clientes”, realça o CEO. Os esforços da equipa – que tem vindo a aumentar – focam-se em dar aos clientes ferramentas que os ajudem a construir unidades de produção “com 0% de resíduos defeituosos, o que passa por tornar todas as fábricas de tricotagem cada vez mais automatizadas”. A longo prazo isso irá traduzir-se numa cadeia de abastecimento mais inteligente, mas também na proteção do meio ambiente de resíduos desnecessários, além da redução de custo e complexidade para os produtores mundiais da indústria têxtil. “Atualmente, e em apenas três anos, a Smartex já está a operar em várias fábricas na Europa, e a perspetiva a curto-médio prazo é expandir a solução para fora do continente nos próximos anos. Além disso, gostaríamos também de tornar o nosso sistema capaz de detetar defeitos noutras indústrias, como o caso do papel e do metal”, conclui Gilberto Loureiro.

C19-VISUALDETECT | Colormetric nanosensor for SARS-COV-2 detection

Abstract: 

The invention herein disclosed relates to a nanoparticle-based colorimetric sensor for the rapid naked-eye detection of SARS-CoV-2 in surfaces and biological samples.

Background: 

The high incidence of transmission of SARS-CoV-2 drives the urgent need to halt its spread and thus control the pandemic evolution. An effective prevention requires the early detection of the infected individuals, as well as detection of contaminated fomites as strategies to prevent the contamination of healthy people in community and nosocomial environment.  Hence, the development of a nanosensor able to provide a rapid naked-eye detection SARS-CoV-2 in surfaces and biological samples represents an important tool.  

Benefits: 

This nanosensor comprises functionalized nanoparticles that in the presence of SARS-CoV-2 provides a colour change from blue to pink within 30 minutes. Its chromatic properties enable a rapid naked-eye detection of the virus presence, applicable in the form of a liquid solution or immobilized on a physical support.

Beyond the application on biological samples, it can be used as a pulverization solution able to detect contamination on surfaces. Overall, this fast, specific and sensitive colorimetric nanosensor can be applied in solution or in physical support offering a rapid naked-eye detection of SARS-CoV-2.

Potential comercial use/applications: 

This nanosensor can result in a pulverization solution for SARS-Cov-2 detection on surfaces. Additionaly, it can be incorporated in a kit for the detection of SARS-Cov-2 in biological samples, namely saliva and nasopharyngeal swab.

Co-owners: 
University of Porto REQUIMTE

Adyta integra projeto para proteger comunicações da defesa europeia

A Adyta, uma empresa spin-off U.Porto e startup incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, vai integrar um projeto de desenvolvimento de redes de comunicação quânticas para a Defesa Europeia. O projeto será desenvolvido durante 42 meses e conta com um orçamento total de mais de 6,7 milhões de euros. A tecnologia, desenvolvida ao abrigo do projeto DISCRETION, vai reforçar a autonomia da defesa europeia em comunicações seguras e permitirá às forças armadas europeias utilizar também o Espectro de Radiofrequências para atividades militares. O projeto DISCRETION visa integrar e combinar as tecnologias de redes definidas por software (SDN) e distribuição de chaves quânticas. Juntamente com redes óticas herdadas, vai ser possível construir uma arquitetura de controlo de rede altamente segura, escalável e resiliente para serviços avançados de operações táticas. A integração de um consórcio que está na vanguarda tecnológica é essencial para a Adyta, uma vez que “as tecnologias quânticas serão determinantes no futuro das comunicações seguras e esta área – a das comunicações seguras – é um dos nossos principais focos. É um orgulho para a Adyta estar envolvida neste projeto, num consórcio composto por entidades tão relevantes, quer nacionais e internacionais.”, revela Carlos Carvalho, CEO da startup criada por docentes e antigos estudantes da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP). O projeto DISCRETION foi aprovado no concurso de apresentação de propostas 2020 do Programa Europeu de Desenvolvimento Industrial da Defesa.  Para além da Adyta, integram o projeto mais quatro entidades portuguesas: DEIMOS Engenharia, líder do consórcio, Instituto de Telecomunicações, Instituto Superior Técnico e Altice Labs; as espanholas, Telefonica Investigación y Desarrollo S.A.U.e Universidad Politécnica de Madrid, assim como as italianas Austrian Institute of Technology GmbH e Nextworks. Sobre a Adyta A ADYTA é uma spin-off da Universidade do Porto, com capitais exclusivamente portugueses, que tem como objetivo a promoção de soluções especializadas e ajustadas às necessidades de órgãos de soberania, grupos empresarias e outras organizações que, pela natureza das suas atividades, tratem informação e dados de caráter sensível ou classificado. A ADYTA centra a sua atividade na área da defesa e proteção de comunicações através de soluções inovadoras e ajustadas a cada cliente. Além do desenvolvimento dessas soluções, presta também serviços nas áreas de desenho e implementação de sistemas de cloud e na área da proteção de dados, com uma equipa altamente especializada, tanto em auditorias e análise de vulnerabilidades de sistemas e redes, como na gestão de dados. Em 2019, a empresa detetou uma vulnerabilidade na Galaxy Apps Store, descoberta que valeu à empresa uma distinção no âmbito do Mobile Security Rewards Program da Samsung.

Investigadores da FCUP desenvolvem antioxidante contra a doença de Parkinson

  Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) estão a estudar um antioxidante que pode ajudar a reverter danos em pacientes com a doença de Parkinson. O antioxidante foi desenvolvido como candidato a fármaco pelo grupo de Química Medicinal, do Centro de Investigação em Química da Universidade do Porto (CIQUP), liderado pela docente Fernanda Borges e foram já submetidos vários pedidos de patente. Os resultados da investigação acabam de ser publicados na revista científica Redox Biology (IF 9.986), num artigo assinado pela líder do grupo e pelos investigadores Fernando Cagide e Sofia Benfeito. O antioxidante mitocondriotrópico AntiOxCIN4 atua a nível de um organelo da célula  – mitocôndria – e é capaz de reverter danos a nível celular e mitocondrial em células de pacientes com a doença de Parkinson. O estudo, efetuado em colaboração com o Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra e a Penn State University College of Medicine (EUA), traz assim um novo alento  no contexto das doenças neurodegenerativas. A tecnologia mencionada no estudo foi comunicada à U.Porto Inovação em 2016 pela equipa do CIQUP. Desde então, foram feitos esforços de proteção e valorização da tecnologia, que tem neste momento sete pedidos de patente internacionais ativos: Europa, Estados Unidos, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul e Japão. Para trabalhar a aproximação ao mercado, a investigadora Fernanda Borges co-fundou a empresa Mitotag, empresa que entretanto recebeu a chancela spin-off U.Porto e tomou licença da tecnologia dos antioxidantes.

Aliados Consulting oferece webinar ao The Circle

  Foi no passado dia 22 de junho que a U.Porto Inovação aceitou o desafio da Aliados Consulting para oferecer um webinar às empresas do The Circle. A sessão "Tudo sobre as oportunidades de financiamento no European Innovation Council" aconteceu com o objetivo de difundir conhecimento para empresários e investigadores sobre como aceder a estas oportunidades, que englobam mais de 1.4 bilhões de euros em financiamentos no European Innovation Council. Diego Nunes, da Aliados Consulting, conduziu o evento de forma informativa, abordando assuntos como a estrutura do Euripean Innovation Council (EIC), o EIC Accelerator e o planeamento de candidaturas a curto e longo prazo. Houve ainda tempo para a intervenção do convidado Bruno Azevedo, CEO de uma spin-off U.Porto que, de forma motivadora, contou a experiência da Addvolt no EIC, dando sugestões úteis aos participantes. O evento foi gratuito e exclusivo para startups que fazem parte do ecossistema da Universidade do Porto. Nove empresas spin-off estiveram presentes (TekPrivacy, Visblue Portugal, Mitotag, MEDIDA, Moot - The Movement Lab, Sphere Ultrafast Photonics, Bandora, MEDIDA e Eptune Engineering), bem como uma startup do INESC TEC e a AcademiCV. A organização deste tipo de iniciativas faz parte dos objetivos da U.Porto Inovação para o The Circle, nomeadamente fornecer às jovens empresas oportunidades e conhecimentos únicos, gratuitos e exclusivos. O próximo encontro do grupo acontecerá durante o BIN 2021, em outubro de 2021. Mais informações em breve. Esta sessão conta com o apoio do UI-CAN - Universidades como Interface para o Empreendedorismo, um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, União Europeia.

“Arrisquei na área da fertilidade sem medos, confiando na minha capacidade de trabalho"

  De origens que descreve como “muito humildes”, Marco Alves cresceu como uma criança muito curiosa e boa aluna. A vontade de ajudar e contribuir para a sociedade sempre esteve lá, mas, confessa, não sabia como o fazer pois nunca pensou sequer em conseguir “terminar uma licenciatura”. A verdade é que não só a terminou como ingressou, depois, num doutoramento e num pós-doutoramento e é, hoje em dia, um dos investigadores mais conceituados na área da fertilidade.  “Sempre tive a certeza que quando se trabalha muito, e bem, podemos ser bons em qualquer área”, refere Marco Alves, que teve o primeiro contacto com a Universidade do Porto em 2005, mais precisamente como estagiário no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), de onde saiu para prosseguir o seu percurso académico. Voltou ao ICBAS em 2016, já como investigador auxiliar e com alunos de doutoramento e projetos financiados a seu cargo: “Vinha com perspetivas de, finalmente, construir uma equipa.”, diz. A escolha da fertilidade – área onde trabalha atualmente – não foi obra do destino mas quase, uma vez que o investigador admite não planear demasiado o futuro: “Acredito que as coisas acontecem quando e porque têm de acontecer”. Apesar de o seu doutoramento ser na área da bioenergética, a curiosidade pela área da fertilidade acabou por levar a melhor, particularmente no que se referia ao sexo masculino onde, na sua opinião, existia “um deficit de investigação básica e poucos investigadores a trabalhar a área”. Assim, arregaçando as mangas e colocando mãos à obra, Marco Alves começou a pensar em projetos: “Arrisquei sem medos, confiando na minha capacidade de trabalho. O resto foi acontecendo. Não seria capaz de ensinar sem contribuir para o desenvolvimento do conhecimento.”, conta. "Finalmente começamos a pensar em fertilidade como algo muito mais complexo que o ato de gerar um filho" Nem tudo é simples como seguir uma paixão, no entanto. Na opinião do investigador, a área da fertilidade masculina não tem verbas nem gente suficiente pelo simples motivo de “não ser mediática”. Quando questionado sobre o seu maior sonho atual na área da fertilidade Marco Alves diz ambicionar ser possível “recriar todo o processo sequencial de produzir espermatozoides in vitro (a espermatogénese) ou ainda desenvolver um método que permitisse escolher “o melhor” espermatozoide e com isso evitar a transmissão de informação deletéria para os filhos”. O investigador tem consciência, no entanto, que existe ainda um longo caminho a percorrer e que a fertilidade e a qualidade do evento reprodutivo estão a entrar devagar na agenda política dos stakeholders. Apesar das enormes possibilidades nas técnicas de procriação medicamente assistida, é necessário muito trabalho e interesse, além de, claro, financiamento para se conseguirem alcançar bons resultados. Além disso, é fundamental que se continue a pensar no processo reprodutivo e na fertilidade como “algo muito mais complexo que o ato de gerar um filho”, refere. Proteger e valorizar o conhecimento Foi com a U.Porto Inovação que Marco Alves começou a inteirar-se melhor da necessidade de patentear as suas descobertas no sentido de proteger e, depois, valorizar o conhecimento. “É difícil para um investigador já estabelecido começar a olhar para o conhecimento produzido como uma possibilidade de valor acrescentado para o desenvolvimento de produtos”, confessa. No entanto, o investigador elogia a estrutura da Universidade do Porto que presta apoio nesse sentido, que conta com “pessoas compreensivas e pacientes, que conseguem adaptar-se às necessidades dos investigadores”. Marco Alves tem, neste momento duas comunicações de invenção com pedidos de patente nacionais e internacionais ativos e uma patente concedida em Portugal. Uma das invenções está centrada na preservação de gâmetas masculinos e a outra, mais recente, permite sincronizar e ativar os espermatozoides para o processo de fecundação. Na vertente de aplicação humana a equipa de Marco Alves conta já com o importante apoio da gigante farmacêutica Merck e os próximos passos são arranjar parceiros estratégicos para a área veterinária e também para o desenvolvimento de novos métodos de seleção de gâmetas para a procriação medicamente assistida. Além disso, o investigador tenciona continuar a “demonstrar que o modo e o estilo de vida do pai podem influenciar a saúde dos filhos e dos netos”, conta Marco Alves. Apesar de reconhecer o esforço da Universidade do Porto em apoiar os cientistas (é um investigador ativo nas iniciativas da U.Porto e participou, inclusivamente, no Business Ignition Programme, também organizado pela U.Porto Inovação), o investigador considera que existem ainda muitas falhas na interação com possíveis investidores. Na sua opinião Portugal ainda não tem uma “real cultura de mecenato e investimento em ciência”, mais ainda quando falamos deste tipo de áreas científicas nas quais os resultados demoram a aparecer o que cria a necessidade “de uma relação de grande confiança entre investigadores e investidores”. Para Marco Alves serão precisos muitos anos para que “não só na U.Porto como em Portugal se desenvolva uma relação forte entre academia e indústria” e, assim, a valorização do conhecimento tenha um real impacto para a sociedade e para as pessoas.

À conversa com as empresas: Mercatura

A Mercatura é uma software house que se especializou na informatização de processos empresariais e no desenvolvimento de sistema de informação para gestão de projetos financiados. A startup recebeu a chancela spin-off U.Porto em 2017 e quer continuar a crescer, seja através da equipa ou da aquisição por parte de uma empresa maior. Fomos conversar com o Miguel Fernandes, de uma forma bastante descontraída. Vamos conhecê-los melhor? 1. Como é um típico dia de trabalho na Mercatura? Penso que não deve ser muito diferente da maior parte das empresas semelhantes. De um modo geral, cada colaborador sabe quais as tarefas pendentes e executa-as de uma forma autónoma e de acordo com o plano previamente definido. Atualmente, com o regime de teletrabalho perdeu-se algum do contacto mais direto, mas as videochamadas vieram colmatar um pouco essa falha.   2. O que fazem, enquanto equipa, quando se sentem menos criativos ou animados? A equipa é pequena e o ambiente descontraído. Nos dias em que não estamos em teletrabalho aproveitamos para ir almoçar juntos e desligar dos temas relacionados com o trabalho. A escolha entre os restaurantes da moda do Porto é sempre variada e assim a criatividade volta normalmente!   3. Porquê o nome Mercatura? A empresa Mercatura nasceu em 1999, como resultado de um projeto de professores da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) para a criação de uma loja de vinhos online, pelo que o nome Mercatura está relacionado com “comércio”. Era um projeto inovador, mas demasiado avançado para a época em que as aplicações web based estavam a dar os primeiros passos, pelo que acabou por não ter o sucesso esperado. Uns anos mais tarde o grupo de trabalho de dois fundadores que estava no INEGI, resolveu criar a spin-off e reativar a empresa existente.   4. Quem é a pessoa mais divertida da empresa? Claramente a Margarida! Quebra a monotonia típica dos informáticos (risos)   5. Se uma criança um dia vos disser "Quero ser empresário/a!", qual será o vosso primeiro conselho? Em primeiro lugar, aviso que se ser empresário é complicado e que traz muitas preocupações e noites mal dormidas. Depois, tento que percebam qual o plano de negócios que pretendem implementar. A maior parte percebe que afinal não é assim tão fácil, mas outras têm perfil!   6. Se pudessem escolher um só sonho a alcançar com a Mercatura, qual seria? Atualmente a empresa está consolidada, sem créditos bancários e com resultados positivos. No entanto, o desafio de crescer tanto a nível do tamanho da equipa como na angariação de novos projetos não tem sido fácil de alcançar. Assim, uma potencial boa solução para a empresa seria ser adquirida por uma empresa maior que permitisse uma maior valorização da atual equipa e o crescimento do volume de negócios.   7. Quais os planos da Mercatura para o futuro mais próximo? Sendo já uma empresa madura e com uma equipa que se tem mantido há alguns anos, ou é mantida a atual dimensão da equipa ou avançamos com uma incorporação numa empresa maior que permita uma maior valorização da equipa.   8. O que aprenderam, até agora, com esta jornada empreendedora? E com as pessoas com quem trabalham? O tipo de produtos que desenvolvemos obriga a fazer apresentações e negociações com os quadros de topo das instituições de grande exigência. No início era muito difícil estar à vontade nesses contactos, mas com a experiência percebemos que há um interesse mútuo nessa colaboração e que as nossas ideias têm sido tidas em consideração, com resultados finais muito positivos para os clientes. É talvez o melhor reconhecimento do nosso trabalho perceber que centenas de pessoas trabalham de forma mais eficiente da forma que nós idealizámos e que conseguimos convencer os quadros de topo a adotar.   9. Quais os vossos sonhos pessoais? Este é um tema que tem mudado bastante ao longo dos anos… Há 15 anos o objetivo era fazer crescer o negócio, trabalhando o que fosse necessário para conquistar novos clientes e projetos. Com o passar do tempo, passámos a dar mais valor à estabilidade. Neste momento, o nosso desejo é de fazer crescer o negócio, privilegiando os contratos de longo prazo que garantam estabilidade para toda a equipa e a satisfação dos nossos clientes.   10. Como é, para vocês, ser membro da família de spin-offs da U.Porto, o The Circle? Quando nos juntámos ao The Circle o foco deste parecia ser em exclusivo as start-ups, pelo que não obtivemos retorno em termos de negócio. Nos últimos tempos começaram a identificar-se possíveis sinergias entre as empresas, pelo que poderemos tirar mais proveito desta família! Parece-me que para as empresas mais maduras esta vertente é mais interessante.   Para entrar em contacto com a Mercatura, basta enviar um email para geral@mercatura.pt

Uma "revolução" no mundo das próteses dentárias

“É uma prótese dentária modificada, aparafusada a implantes, de modo a proteger o tecido ósseo”. É desta forma que José Ferreira começa por descrever o produto da sua investigação, desenvolvida durante o doutoramento na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. O caráter inovador do seu estudo fez com que a invenção chegasse até à U.Porto Inovação e esteja, neste momento, com pedidos de patente internacionais ativos. A ideia surgiu da necessidade clínica de reabilitar a dentição a pacientes que por perda de dentes, uso prolongado de próteses removíveis ou outro motivo, apresentem perdas de osso acentuadas: “O objetivo é repor os dentes em falta de uma forma mais fácil, mas que, simultaneamente, assegure uma alta probabilidade de sucesso”, refere José Ferreira. Explicando de forma mais simples, a invenção de José Ferreira para revolucionar o mundo das próteses dentárias consiste na criação de um fusível mecânico na própria prótese, ou seja, “um elemento frágil que será o primeiro a deformar-se no caso de a prótese ser sujeita a uma força de mastigação demasiado elevada ou pela fadiga natural após alguns milhares de ciclos normais de mastigação”, explica o investigador. Os ensaios efetuados mostram que esta tecnologia terá um maior efeito protetor do tecido ósseo, uma vez que o tal fusível mecânico se deforma antes que se gerem tensões que levem a perda óssea em redor dos implantes. Além disso, esta nova prótese modificada pode ser utilizada em casos de acentuada diminuição do volume ósseo mandibular ou maxilar em que haja a possibilidade de recorrer aos implantes dentários curtos. Situações clínicas essas em que “a perda de osso é compensada com o aumento do tamanho da prótese, o que tem como consequência um efeito de alavanca que leva a tensões na região da união implante-coroa-osso marginal, com efeitos potencialmente nocivos”, explica José Ferreira. Outras soluções atualmente disponíveis no mercado podem, indica o cientista, trazer piores consequências para o paciente e não garantir o sucesso do procedimento. É o caso, por exemplo, das técnicas de regeneração óssea, cujo objetivo é aumentar o volume ósseo disponível para ser possível colocar implantes mais longos: “Esta é uma alternativa mais demorada, mais cara, de grande complexidade técnica e também está associada a maior dor e desconforto, bem como com menor aceitação por parte dos pacientes”, conta José Ferreira. Assim, o processo por si idealizado traz vantagens em todos os parâmetros, uma vez que se trata de uma tecnologia minimamente invasiva, mais económica, menos complexa e, além disso, a principal vantagem, é “ósseo-protetora”, refere o investigador. Proteger, valorizar, comercializar Dado o interesse e aplicabilidade da invenção, a U.Porto Inovação tem apoiado tanto o processo de comercialização como de proteção. A tecnologia tem, neste momento, ativo um pedido de patente internacional (PCT) e também um pedido de patente na Europa. Dado o interesse e aplicabilidade da invenção, a U.Porto Inovação tem apoiado tanto o processo de comercialização como de proteção. A tecnologia tem, neste momento, ativo um um pedido de patente na Europa. O objetivo principal do investigador, neste momento, é divulgar ao máximo a tecnologia junto de empresas da área da implantologia e da maquinação de próteses dentárias. Ao mesmo tempo, e também graças aos contactos com algumas das maiores empresas da área, estão também a decorrer diálogos com a FEUP e INEGI, no sentido de prosseguir a investigação “com vista à aproximação do conceito provado experimentalmente de um produto acabado e pronto para utilização clínica”, conclui José Ferreira.

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