“É preciso ir mais além e ver o que é possível fazer com o conhecimento”
Submetido por U.Porto Inovação em 08/04/20
“Os lasers e a ótica ultrarrápida são uma área fascinante e com aplicações e impacto muito importantes em ciência, tecnologia, medicina, telecomunicações e em muitas outras áreas”. Quem o diz é Helder Crespo, docente e investigador da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) que investiga nesta área desde a altura do seu Doutoramento no Instituto Superior Técnico. Foi nessa altura, ainda estudante, que recebeu o Prémio Gulbenkian de Ciência pela descoberta de um novo fenómeno ótico ultrarrápido, a cascata de fotões.
Não é exagerado dizer-se que o caminho profissional traçado até aos dias de hoje começa muito cedo, logo na infância. Helder Crespo começou por querer ser astronauta, mas durante o ensino secundário percebeu que era nos lasers que via o seu futuro. As diferentes possíveis aplicações para os lasers fazem com que seja uma área “fascinante e dinâmica e com enorme impacto para a sociedade em geral”, diz o investigador. Além disso, é uma área com uma forte ligação à inovação, para qual a equipa de Helder Crespo também tem contribuído.
Em 2013, o docente e a sua equipa ficaram em primeiro lugar no iUP25k, o concurso de ideias de negócio da U.Porto. A sua tecnologia de laser ultrarrápida, capaz de melhorar o diagnóstico avançado em oftalmologia e processar materiais de alta precisão impressionou o júri, que lhes atribuiu 15.000€ em prémios. Helder Crespo e Rosa Romero representaram a invenção, já patenteada, que passa por produzir e comercializar a mais simples e mais precisa tecnologia de controlo de laser ultrarrápido de sempre.
Começava aí uma jornada, agora dupla, dividida entre a investigação, a docência e o empreendedorismo com o nascimento da empresa Sphere Ultrafast Photonics, spin-off da U.Porto onde Helder Crespo desempenha funções de CTO. “Abracei estas duas posições por ter percebido que a nossa investigação tinha verdadeiro potencial de mercado”, revela, apesar de reconhecer as dificuldades no processo, como foi o caso da obtenção de financiamento ou a entrada no mercado mundial. No entanto, o empreendedor descreve a experiência com orgulho e satisfação: “A Sphere tem hoje um portfólio muito significativo de propriedade intelectual e colaborações ativas com parceiros académicos e industriais de referência na área da fotónica”, diz.
Vejamos o caso do consórcio europeu ELI (Extreme Light Infrastructure). Os três novos laboratórios de grande escala que o constituem, equipados com lasers únicos a nível mundial, adquiriram e utilizam regularmente a tecnologia desenvolvida pela Sphere Ultrafast Photonics. No leque de clientes da spin-off incluem-se ainda instituições como a Universidade de Berkeley (EUA), o Kings’s College de Londres, a École Polytechnique em França, e o instituto RIKEN no Japão.
Um equilíbrio entre a investigação e o empreendedorismo
Atualmente, além das desafiantes tarefas de uma empresa startup, Helder Crespo continua a lecionar na FCUP – onde é também membro do Conselho Executivo - e a orientar um grupo de investigação no laboratório de lasers ultrarrápidos, o Femtolab. A equipa que lidera está, neste momento, a trabalhar, entre outras coisas, no desenvolvimento de novos mecanismos de observação e controlo de processos ultrarrápidos em materiais magnéticos – trabalho esse com “grande potencial de aplicação a novos métodos de armazenamento de informação”, revela o docente.
Estar dividido entre as aulas que dá, a investigação no laboratório, a Sphere Ultrafast Photonics e ainda o Diploma em Estratégia e Inovação da Universidade de Oxford – que está a frequentar no momento - é, acredita Helder Crespo, uma excelente mensagem a passar aos seus alunos: “Este é um ambiente de aprendizagem privilegiado, caracterizado pela proximidade à investigação realizada num laboratório único no país, e também pela cultura de empreendedorismo associada à forte relação com o desenvolvimento de tecnologia, patentes protótipos e spin-offs. Tudo isto é muito estimulante e motivador e os estudantes sentem-no.”
Helder Crespo acredita que o paradigma científico se alterou muito nos últimos anos e ser, simultaneamente, empreendedor e investigador, é uma maneira de acompanhar essa evolução: “A ciência hoje não acaba na publicação do artigo científico, é preciso ir mais além e ver o que é possível fazer com o conhecimento”, revela. É nesse sentido que um dos seus grandes desejos a curto prazo passa por ver as novas técnicas de microscopia laser para a imagem de células – nas quais a sua equipa tem trabalhado – ajudar a encontrar curas para o cancro e doenças neuro degenerativas como Parkinson ou Alzheimer.
Caminhando com olhos postos nesse objetivo, a equipa de Helder Crespo está hoje envolvida num projeto de 2 milhões de euros do Programa UT Austin Portugal, dedicado a novas técnicas de microscopia e cirurgia laser: “Vão ser três anos de atividade científica onde, numa fase posterior, contamos poder testar alguma da nossa tecnologia em ambiente clínico”, diz. Para o investigador, “usar o conhecimento científico para alavancar a criação de riqueza e para a empregabilidade altamente qualificada é hoje uma meta incontornável do processo de investigação”, conclui.
A chat with companies: Benedita Chaves, LIPOR
Submetido por U.Porto Inovação em 08/04/20
In this edition of "A chat with companies", we talked to Benedita Chaves, Manager of the Research, Development and Innovation Unit at LIPOR. In her opinion, partnerships with universities allow the company to “go further", since in industrial activity there is less scope for "studying, knowing the details, deepening the analysis and knowing what is being developed in the world", she says.
Q: What’s the importance of LIPOR’s relationship with the scientific and technologic community?
A: LIPOR is the entity responsible for the management and treatment of urban waste in 8 municipalities, covering about 1 million inhabitants. As a manager of urban waste, we must be prepared for trends in consumption, the market and the behavior of citizens and companies, as they have a strong impact on the sector.
We believe that Innovation is the way to adapt to change, which is constant, and is expected to be increasingly faster and more radical, due to the new lifestyles and consumption habits of the next generations.
Innovation is one of the strategic pillars of LIPOR. We are pioneers in the sector, we implement numerous projects and initiatives for the sustainable growth of the region, in a bold and concrete way, and we do it in partnership with several entities, many of them from the scientific and technological system.
It is essential for us to seek knowledge, experimentation and technology from the scientific and technological system. In industrial activity we have little scope to study, to know the details, to deepen the analysis, to know what is being developed in the world. The connection to the scientific and technological system allows us all of this, allows us to go further.
The scientific and technological system is naturally present in LIPOR's research, development and innovation and is complementary to our activity.
Q: How have LIPOR and the University of Porto been collaborating?
A: LIPOR has projects with the main universities in the country, but we have a strong relationship with the University of Porto, naturally, as it is in our area of intervention. We already have long-standing relationships with some teachers who know us well and with whom we share a set of challenges and projects that we have developed over the years.
Recently we developed works in the area of the valorization of incineration slags (FEUP - civil engineering), Industrial product design (FEUP - Design Studio), landscape architecture challenges (FCUP - landscape architecture), development of thermoelectric elements (FCUP - physics department ), characterization of incineration ash (FCUP - chemistry department).
We frequently receive students in the context of a curricular internship to develop master's theses in various areas associated with waste.
We are partners of the University of Porto in several European applications, we participate as speakers at conferences and we also collaborate with the Rector in promoting CINE ECO, an international environmental film festival in Serra da Estrela, among other awareness-raising initiatives.
The collaboration with the University of Porto has been very positive for LIPOR, I think we have been growing together, and bringing scientific knowledge closer to the market, with the aim of making it useful for society.
Q: What are the main challenges these two players face?
A: At LIPOR, our mission is to undertake innovative solutions in resource management, promoting a circular approach and the creation of shared value.
Through Innovation we intend to change our current business model, developing new sustainable products with added value in 3 areas that we consider to be priorities, such as the valorisation of slag for construction materials, agricultural products (natural and of superior quality, which contribute to the improvement of the soil and the plants produced in it), and the pure materials (polymers and metals of high quality so that they can be reintroduced in the industrial production processes and thus increase their added value in the market).
We also intend to use new robotization, digitalization and artificial intelligence technologies to optimize the efficiency of processes.
We aim to develop 10 new products in the next 10 years and we have the contribution of the University of Porto.
I think the great common challenge is to transform knowledge into value, for that it is necessary to focus research and development on something that can be valued by the market, has a positive environmental impact and is socially responsible. We want to create value in all aspects of sustainability.
À conversa com as empresas: Benedita Chaves, da LIPOR
Submetido por U.Porto Inovação em 08/04/20
Nesta edição da rubrica "À conversa com as empresas" fomos conversar com Benedita Chaves, Gestora da Unidade de Investigação, Desenvolvimento e Inovação da LIPOR. Na sua opinião, as parcerias com universidades são permitem-lhes ir "mais longe", pois na atividade industrial existe menos margem para "estudar, conhecer o detalhe, aprofundar a análise e conhecer o que está a ser desenvolvido no mundo", refere,
P: Qual a importância da relação da LIPOR com o meio cientifico e tecnológico?
R: A LIPOR é a entidade responsável pela gestão e tratamento dos resíduos urbanos de 8 municípios, cobrindo cerca de 1 milhão de habitantes. Enquanto gestor de resíduos urbanos, temos de estar preparados para as tendências de consumo, mercado e comportamentos dos cidadãos e das empresas, pois têm um forte impacto no setor.
Acreditamos que a Inovação é o caminho para a adaptação à mudança, que é uma constante, e que se prevê ser cada vez mais rápida e radical, pelos novos estilos de vida e hábitos de consumo das próximas gerações.
A inovação é um dos pilares estratégicos da LIPOR. Somos pioneiros no sector, implementamos inúmeros projetos e iniciativas para o crescimento sustentável da região, de forma arrojada e concreta, e fazemo-lo em parceria com várias entidades, muitas delas do sistema científico e tecnológico.
É para nós fundamental ir buscar o saber, a experimentação e a tecnologia ao sistema científico e tecnológico. Na atividade industrial temos pouca margem para estudar, conhecer o detalhe, aprofundar a análise, conhecer o que está a ser desenvolvido no mundo. A ligação ao sistema científico e tecnológico permite-nos tudo isso, permite-nos ir mais longe.
O sistema científico e tecnológico está naturalmente presente na investigação, desenvolvimento e inovação da LIPOR e é complementar à nossa atividade.
P: Como é que LIPOR tem vindo a interagir com a U.Porto?
R: A LIPOR tem projetos com as principais universidades do país, mas temos uma forte relação com a Universidade do Porto, naturalmente, por estar na nossa área de intervenção. Já temos relações de longa data com alguns docentes que nos conhecem bem e com quem partilhamos um conjunto de desafios e projetos que fomos desenvolvendo ao longo dos anos.
Recentemente desenvolvemos trabalhos na área da valorização de escórias de incineração (FEUP - engenharia civil), Design industrial de produtos (FEUP - Design Studio), desafios de arquitetura paisagista (FCUP – arquitetura paisagista), desenvolvimento de elementos termoelétricos (FCUP – departamento de física), caraterização de cinzas de incineração (FCUP – departamento de química).
Recebemos, com frequência, alunos em contexto de estágio curricular, para desenvolverem teses de mestrado em diversas áreas associadas aos resíduos.
Somos parceiros da Universidade do Porto em várias candidaturas europeias, participamos como oradores em conferências e colaboramos também com a Reitoria na promoção do CINE ECO, um festival internacional de cinema ambiental da Serra da Estrela, entre outras iniciativas de sensibilização.
A colaboração com a Universidade do Porto tem sido muito positiva para a LIPOR, penso que temos vindo a crescer juntos, e a trazer o conhecimento científico cada vez mais próximo do mercado, com o objetivo de o tornar útil para a sociedade.
P: Quais os principais desafios que os dois agentes têm pela frente?
R: Na LIPOR, temos como missão empreender soluções inovadoras na gestão de recursos promovendo uma abordagem circular e a criação de valor partilhado.
Através da Inovação pretendemos alterar o nosso atual modelo de negócio, desenvolvendo novos produtos sustentáveis com valor acrescentado em 3 áreas que consideramos prioritárias, como a valorização das escórias para materiais de construção, os produtos para agricultura (naturais e de qualidade superior, que contribuam para a melhoria do solo e das plantas nele produzidas), e os materiais puros (polímeros e metais de elevada qualidade de modo a poderem ser reintroduzidos nos processos produtivos da indústria e assim aumentar o seu valor acrescentado no mercado).
Pretendemos ainda utilizar novas tecnologias de robotização, digitalização e inteligência artificial na otimização da eficiência dos processos.
Temos como objetivo desenvolver 10 novos produtos nos próximos 10 anos e contamos com a contribuição da Universidade do Porto.
Penso que o grande desafio comum é transformar o conhecimento em valor, para isso é necessário focar a investigação e desenvolvimento em algo que possa ser valorizado pelo mercado, tenha um impacte ambiental positivo e seja socialmente responsável. Queremos criar valor em todas as vertentes da sustentabilidade.
Comissão Europeia vai "acelerar" spin-off da U.Porto
Submetido por U.Porto Inovação em 06/04/20
A Xpectraltek, startup incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, foi uma das duas empresas portuguesas selecionadas para participar na terceira edição do InvestHorizon Accelerator, um programa de aceleração da Comissão Europeia. Durante quatro a seis meses, a spin-off da U.Porto vai ter acesso a um programa que facilita o financiamento Serie A para empresas deep tech.
A Xpectraltek cria soluções de visão artificial com base em imagem multiespectral, o que permite analisar de forma alargada no espetro: gamas de ultravioleta, radiação visível e gama dos infravermelhos.
Esta tecnologia não-invasiva e não-destrutiva já foi utilizada, por exemplo, na leitura de informação escondida em obras de arte, durante requalificação da Igreja dos Clérigos, no Porto.
Hora de investir
O InvestHorizon Accelerator é um programa financiado pela Comissão Europeia, com a duração máxima de seis meses, que oferece um conjunto de serviços que aumentam a disponibilidade para o investimento das empresas.
“Estamos a ser preparados para sermos totalmente investor ready e, na fase seguinte, vamos ter tudo pronto para negociar com um conjunto de investidores pré-selecionados pela Comissão Europeia para investir em empresas na Europa”, projeta António Cardoso cofundador da Xpectraltek.
Os participantes do programa têm acesso uma rede de contactos extensa e apoio de outros CEOs, bootcamps e pitching academies com especialistas da indústria, assim como contacto próximo com muitos investidores em e-pitches e pitching forums. Além disso, há ainda webinars e cursos online disponíveis, não apenas para as empresas selecionadas, mas também para todos os que se candidataram ao programa.
Notícia escrita por Miguel Fonseca do serviço de Comunicação da UPTEC.
Spin-off da U.Porto "oferece" app para um teletrabalho mais seguro
Submetido por U.Porto Inovação em 30/03/20
Estando o mundo a viver agora uma situação excecional de crise devido à pandemia da COVID-19, as mudanças de comportamento e realidade podem surgir em todos os aspetos da vida diária. Além disso, a rotina de trabalho também se alterou para uma grande parte dos portugueses, o que pode trazer um problema “escondido”: os ataques informáticos. A Adyta, uma empresa spin-off da Universidade do Porto especializada em cibersegurança, tem uma solução e está a disponibilizá-la de forma gratuita.
Segundo os responsáveis da Adyta, os períodos de fragilidade, como o caso das pandemias, tendem a ser apetecíveis também “a quem age de modo incorreto”. Além disso, e falando mais concretamente do contexto em que vivemos hoje, devido à propagação da doença muitas empresas colocaram os seus trabalhadores em regime de teletrabalho, o que faz com que se esteja mais exposto a problemas de cibersegurança.
“As pessoas estão a usar as redes domésticas para trabalhar e, infelizmente, nem todas estão conscientes dos cuidados que devem ter”, revela Carlos Carvalho, CEO da Adyta. O empreendedor dá como exemplo as notícias que, nos últimos dias, “deram nota do crescimento de ciber ataques e quebras de segurança e privacidade em empresas, órgãos de soberania e outras instituições, um pouco por todo o mundo”.
Sem dados pessoais
Neste contexto, é vital apostar em ferramentas capazes de manter elevados níveis de segurança, de modo a proteger os ativos e os negócios das empresas e organizações. A Adyta.Phone, criada pela Adyta, é uma aplicação móvel que providencia comunicações de voz privadas e seguras e que não utiliza qualquer dado pessoal do utilizador.
No nível mais elevado de proteção disponibilizado pela plataforma, todas as chamadas são protegidas por criptografia de alto nível, autenticada e ponta a ponta. As chamadas através da Adyta.Phone não são por isso suscetíveis a ataques de captadores IMSI, SS7 ou outras ameaças à rede móvel.
Preocupados com a conjuntura atual, quer no que diz respeito à saúde como no que toca à crise económica que se antevê, a Adyta resolveu disponibilizar a app de forma gratuita a quem quiser: “Diretamente sobre os cuidados de saúde às pessoas nada podemos fazer. Mas podemos contribuir para que as organizações possam, mesmo em teletrabalho, promover os níveis de segurança e privacidade das suas comunicações”, conta Carlos Carvalho.
A oferta vigora durante o período de crise associado à COVID-19 e está disponível para todo o tipo de organizações, desde startups a grandes empresas, independentemente da sua natureza ou dimensão.
Para usufruir – pelo período mínimo de um mês – basta contactar a Adyta através do email comercial@adyta.pt e aguardar que os responsáveis indiquem os procedimentos necessários. A app está disponível para sistemas iOS e Android.
Sobre a Adyta
A ADYTA é uma spin-off da Universidade do Porto, com capitais exclusivamente portugueses, que tem como objetivo a promoção de soluções especializadas e ajustadas às necessidades de órgãos de soberania, grupos empresarias e outras organizações que, pela natureza das suas atividades, tratem informação e dados de caráter sensível ou classificado.
A ADYTA centra a sua atividade na área da defesa e proteção de comunicações através de soluções inovadoras e ajustadas a cada cliente. Além do desenvolvimento dessas soluções, presta também serviços nas áreas de desenho e implementação de sistemas de cloud e na área da proteção de dados, com uma equipa altamente especializada, tanto em auditorias e análise de vulnerabilidades de sistemas e redes, como na gestão de dados.
Spin-offs U.Porto com fundadores na lista dos jovens mais promissores da Forbes
Submetido por U.Porto Inovação em 18/03/20
Bruno Azevedo e Rodrigo Pires, fundadores da Addvolt, e António Rocha, Gilberto Loureiro e Paulo Ribeiro, fundadores da Smartex foram eleitos pela Forbes para o ranking dos 30 melhores talentos europeus com 30 anos ou menos.
Anualmente, a Forbes distingue os jovens europeus mais promissores e voltou a selecionar empreendedores da UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, sendo que ambas as empresas possuem o selo spin-off U.Porto. Na lista, a Addvolt e Smartex foram distinguidas nas categorias de Manufacturing & Industry e Social Entrepreneurs, respetivamente.
A Addvolt desenvolveu uma tecnologia que permite utilizar a energia produzida pelo camião para alimentar a unidade frigorífica. A energia gerada pela travagem ou desaceleração do camião é utilizada para o sistema de refrigeração em modo elétrico, o que permite reduzir substancialmente as emissões de CO2, o consumo de combustível e a emissão de ruído.
Com atividade em Portugal, Espanha e Alemanha, a spin-off da U.Porto – fundada por quatro alumni da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – também recebeu, no final de 2019, um investimento de 1,68 milhões de euros do Conselho Europeu de Inovação.
A Smartex, empresa também incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, criou uma tecnologia de visão computacional que deteta defeitos em têxteis em fase de produção. Fundada por três alumni da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, a startup criou uma solução que reduz os defeitos de produção para perto de 0%, diminuiu o desperdício e a produção têxtil defeituosa, assim como, aumenta a competitividade e qualidade da indústria.
A spin-off da U.Porto já passou por programas de aceleração em Shenzhen (China) – onde angariou 220 mil euros de investimento – , Sillicon Valley (EUA) e Amesterdão (Países Baixos). No final do ano passado, o Conselho Europeu de Inovação atribuiu-lhe uma subvenção ligeiramente superior a um milhão de euros e um investimento em capital próprio de 1,37 milhões de euros.
Este ano, Portugal tem a maior representação de sempre no ranking dos jovens europeus mais promissores com 30 anos ou menos, com 10 portugueses listados.
U.Porto Inovação “abraça” novo projeto internacional
Submetido por U.Porto Inovação em 09/03/20
“Com o projeto Embrace abrimos a oportunidade de colocar o social no centro da economia”, refere Filipe Castro, da U.Porto Inovação, no lançamento de um novo projeto. O European Corporate Social Entrepreneurship (EMBRACE) arrancou no final de fevereiro de 2020 em Budapeste (Hungria) e a Universidade do Porto é um dos parceiros selecionados (através da U.Porto Inovação e do Instituo de Sociologia da U.Porto (IS-UP)).
O principal objetivo do EMBRACE é promover o empreendedorismo social nos programas educacionais das instituições de ensino superior, ao mesmo tempo que sugere maneiras de melhorar as competências, a empregabilidade e as atitudes dos alunos, contribuindo para a criação de novos negócios e oportunidades. As organizações que pensam hoje o seu futuro já não conseguem evitar a procura de um equilíbrio entre competitividade e sustentabilidade económica, social e ambiental e o maior desafio que essas organizações – incluindo universidades – enfrentam é social, pois é a partir deste domínio que todos os outros se desenvolvem.
Ana Isabel Couto, docente da Faculdade de Economia da U.Porto e investigadora no IS-UP, relembra que este assunto já tem vindo a ser falado há bastante tempo, nomeadamente pelo antigo secretário-geral da ONU, Kofi Annan: “‘Não estamos a pedir às empresas para fazerem algo diferente da sua atividade normal; estamos a pedir-lhes que façam a sua atividade normal de forma diferente’, disse ele em 2002”.
Assim, numa economia global orientada para o conhecimento, é fundamental que se tenha acesso a produtos e serviços mais sustentáveis, dando também mais ênfase às questões da inclusão e igualdade social, bem como um maior envolvimento na pesquisa de processos de inovação que respondam às necessidades da sociedade. O EMBRACE “pretende fazer um levantamento das melhores práticas a este nível, oferecendo um retrato atualizado sobre corporate social entrepreneurship, que se pretende útil para um leque alargado de atores-chave”, refere Ana Isabel Couto.
“Para criarmos um futuro sustentável, que equacione o domínio do social como ponto de partida para as ações e as decisões, sugerimos também algumas ferramentas”, refere Filipe Castro. Entre elas estão, por exemplo, estudos, manuais e ofertas formativas e pedagógicas, que vão permitir desenhar um curriculum que sirva os propósitos das instituições que desejam formar novos empreendedores sociais que, no futuro, vão operar em diversos contextos empresariais e corporativos.
Dois anos a construir um "futuro social"
Bill O’Gorman, coordenador do EMBRACE, diz que o projeto tem um enorme potencial para transformar as entidades de cada região a voltarem-se mais para o futuro, ajudando-as a “desenvolver as competências do seu staff para que se criem produtos, serviços e processos mais sustentáveis que atendam às necessidades prementes da sociedade”, refere.
“Não temos dúvidas de que o futuro é social”, conclui Filipe Castro, e as aspirações descritas só poderão ser alcançadas se houver um compromisso aberto de colaboração e cooperação entre e hélice quádrupla de atores em qualquer sociedade (Universidades, Empresas, Governo e Sociedade). A base do desenvolvimento de uma sociedade empreendedora inclusiva, colaborativa e socialmente consciente é a Educação.
E é esse o compromisso que assumem os 10 parceiros do EMBRACE. São eles: Waterford Institute of Technology (Irlanda), Vilnius Gediminas Technical University (Lituânia), DRAMBLYS (Espanha), Budapest University of Technology and Economics - BME (Hungria), National School of Political Studies and Public Administration (Roménia), Domhan Vision (Alemanha), Hellenic Management Association (Grécia), Digital Technology Skills Limited (Irlanda), e Hanze University of Applied Sciences Groningen (Países Baixos).
O EMBRACE é um projeto co-financiado pelo programa Erasmus+ da União Europeia. A Universidade do Porto é um dos parceiros, através da U.Porto Inovação e do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP).
Codavel capta investimento de 1,3 milhões de euros
Submetido por U.Porto Inovação em 06/03/20
Seja qual for a rede – 3G, 4G, 5G ou Wi-fi – o objetivo da Codavel é um: tornar as apps mais rápidas. E foi com esse propósito que esta spin-off da Universidade do Porto conquistou um lugar entre as empresas escolhidas pelo fundo de transferência de tecnologia de 60 milhões de euros que a Armilar Venture Partners anunciou em fevereiro de 2019.
A fatia garantida pela startup portuense é de 1,3 milhões de euros e será aplicada na contratação de mais colaboradores e também na expansão para os mercados asiático e norte-americano.
“Não temos por hábito celebrar rondas de financiamento como ‘vitórias finais’ mas esta é uma verdadeira oportunidade para concretizarmos a nossa missão: ajudar as apps a providenciar uma experiência fora de série aos seus utilizadores, quer eles estejam conectados através de WiFi ou de uma rede 3G, que é por norma mais lenta”, refere Rui Costa, CEO da Codavel.
Solução capaz de reduzir até 80% o tempo de carregamento das aplicações
A empresa, fundada com base em tecnologia da Universidade do Porto e do MIT, desenvolveu uma solução que promete ajudar qualquer empresa a melhorar significativamente a experiência dos seus utilizadores móveis. E porquê esta missão? Rui Costa explica: “A capacidade de resposta de uma app é fundamental para uma boa experiência de utilizador. Se demorar mais de três segundos a disponibilizar o conteúdo procurado, 72% dos utilizadores tendem a abandonar a aplicação”. É por isso que, atualmente, as empresas despendem tanto tempo e esforço na experiência do utilizador.
Mas, como explica Rui Costa, isso não é suficiente: “Mesmo que construamos a app perfeita, a experiência final do utilizador está sempre dependente da cobertura de rede. É completamente diferente usarmos uma app na ligação WiFi, em casa, ou através do 4G numa multidão, por exemplo. Portanto, a conversão, retenção e até a receita gerada pelas apps são tudo métricas que dependem que algo que as empresas não controlam: as redes sem fios”.
Com tudo isso em mente, a Codavel criou um software (SDK) que é capaz de reduzir entre 20% e 80% o tempo que as aplicações demoram a carregar conteúdo como imagens ou vídeos, tornando as mais robustas à inerente instabilidade das redes wireless e de factores como a localização do utilizador.
“O nosso software consegue fazer isto através do Bolina, um protocolo de comunicação revolucionário e desenhado especialmente para fazer face à instabilidade das redes wireless”, refere Rui Costa.
Com o Codavel SDK, a experiência do utilizador da app é semelhante em qualquer conexão de rede utilizada e, ao mesmo tempo, a inovação ainda permite a redução de infraestrutura necessária e, consequentemente, uma redução nos custos de gestão: “Tudo o que as empresas têm de fazer é ‘arrastar e soltar’ o SDK na app”, explica o CEO.
"Uma equipa talentosa e madura"
O caráter inovador da solução chamou a atenção do fundo de transferência de tecnologia da Armilar, no qual também participaram a Portugal Ventures (o operador de capital de risco público nacional) e a Ideias Glaciares (business angels). Rui Costa afirma que a empresa se encontra num fase de maturidade em que o apoio deste tipo de parceiros é fundamental para levar o Bolina SDK “da fase beta, em que se encontra atualmente, até ao ponto em que será a tecnologia de referência para melhorar a experiência do utilizador”, diz.
Para José Guerreiro de Sousa, da Armilar Portugal Ventures, “a Codavel enquadra-se perfeitamente neste fundo de investimento pois surgiu na sequência de trabalhos de doutoramento na U.Porto e no MIT e tem direitos exclusivos de propriedade intelectual muito relevantes para a execução da sua estratégia”. Além disso, acrescenta, “é composta por uma equipa talentosa e madura”.
A Codavel é uma startup portuguesa com residência na Founders Founders e base operacional nos Estados Unidos. Foi uma das primeiras empresas a receber o selo spin-off U.Porto. Neste momento estão à procura de novos developers para integrar a equipa e Rui Costa deixa o mote: “If you happen to be such a crazy developer, do reach out!”
Inovação "made in U.Porto" quer revolucionar a indústria petroquímica
Submetido por U.Porto Inovação em 03/03/20
Diminuir o consumo de energia na indústria de produção de derivados do petróleo? Sim, é possível. E diminuir, ao mesmo tempo, os custos operacionais dessa mesma indústria com um processo fácil de implementar? É possível também, e existe um grupo de investigadores da Universidade do Porto, liderados por Alírio Rodrigues a trabalhar nisso mesmo.
A tecnologia, desenvolvida numa parceria da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) com a empresa TOTAL Petrochemicals France e com o KRICT, um instituto de investigação da Coreia do Sul foi a primeira invenção made in U.Porto a alcançar uma concessão de patente nesse mesmo país asiático.
Por um menor consumo de energia e custos operacionais mais baixos
A indústria petroquímica é uma das que mais consome energia. Nela existem muitos processos que originam correntes de mistura de nitrogénio e monómeros, como é o caso do propileno. Esse monómero é o que dá origem ao polipropileno, um polímero termoplástico muito resistente, por exemplo, ao calor, e por isso usado no fabrico de rótulos e de algumas embalagens (fotografia, à direita)
A corrente de mistura do nitrogénio com o propileno (o monómero) surge na etapa do processo que corresponde à limpeza do polipropileno (o polímero), uma vez que o nitrogénio é usado para purificar o propileno que não reagiu durante a polimerização. Ana Mafalda Ribeiro, uma das investigadoras responsáveis pela invenção, explica: “De forma simplificada, a polimerização é uma reação na qual unidades base, como é o caso do propileno, vão reagindo e formando uma cadeia – o polipropileno. No final deste processo, para além do polipropileno obtido, “sobram” ainda outros monómeros que não foram consumidos durante a reação… e é necessário limpar os polímeros desses monómeros para que possam ser utilizados novamente.
Além da questão ambiental, sempre tida em conta pelos investigadores, a verdade é que monómeros como o propileno são materiais caros, pelo que as unidades industriais têm sempre todo o interesse em recuperá-los”. E a limpeza, essa, é feita com nitrogénio. O problema é que essas misturas de nitrogénio e propileno não podem ser recicladas sem um tratamento de separação adequado, o que faz com que sejam frequentemente ou incineradas ou descarregadas para a atmosfera. O impacto ambiental é grande, e o económico também uma vez que acaba por se desperdiçar o propileno não reagido, uma matéria prima bastante dispendiosa como já havia sido dito acima. Como explica a investigadora “para se reutilizar o monómero este tem que estar numa pureza muito elevada”.
E é aí que surge a intervenção de Alírio Rodrigues, Ana Mafalda Ribeiro e João Carlos Santos, investigadores do LSRE-LCM, DEQ, FEUP, trabalhando sempre em estrita parceria com a Total e o KRICT.
Invenção revolucionária está patenteada internacionalmente
Chama-se “Adsorção por modulação de pressão” e utiliza o adsorvente (um material sólido) durante o processo industrial de separação. Este adsorvente foi preparado pelo KRICT, o instituto de investigação sul-coreano que tem vindo a trabalhar com a FEUP nesta tecnologia. A vantagem do uso desse material é que ele "possui diferentes afinidades para com os diferentes compostos usados no processo. E isto é muito importante porque enquanto que os monómeros – como o propileno, mencionado acima – apresentam maiores afinidades para o adsorvente em questão, já o nitrogénio apresenta uma afinidade baixa. E essas diferenças de afinidades, é que permitem a separação", explica o grupo de investigadores.
Assim, o sucesso deste processo e o que o faz ser capaz de competir com algumas alternativas já existentes no mercado, mas de forma mais ecológica e com menos consumo energético, deve-se às características do próprio adsorvente, muito favoráveis ao desempenho: “Este adsorvente apresenta isotérmicas de equilíbrio de adsorção com uma forma quase em linha reta (quase linear) para os compostos envolvidos neste sistema”, explica a investigadora. “Isto faz com que seja possível desenhar processos de separação onde se obtenham produtos de pureza elevada, com recuperações também elevadas”, refere Ana Mafalda Ribeiro.
De referir ainda que esta é uma solução atrativa para a indústria da petroquímica pois não recorre à utilização de solventes químicos ou à destilação, processos que, como refere a equipa, “exigem unidades industriais maiores, bem como também implicam elevadas despesas operacionais”. Ou seja, na altura de somar tudo temos menor consumo energético, custos de operação inferiores, vantagens ambientais, viabilidade/facilidade de implementação em unidades industriais e poupança nos custos finais.
O caráter inovador desta invenção que envolve 10 investigadores, de três instituições e três países diferentes, já foi reconhecido internacionalmente e a patente está concedida na Europa, Estados Unidos e Coreia do Sul. A sua exploração está a cargo da empresa Total Petrochemicals France.
Chegaram os snacks saudáveis da U.Porto!
Submetido por U.Porto Inovação em 21/02/20
Saudáveis, nutritivos e amigos do planeta? Sim a todas as perguntas! Os Bean’Go são snacks feitos a partir de leguminosas, 100% naturais, feitos no forno e… nasceram na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP). Comercializados pela Snood Foods – uma spin-off da Universidade – os snacks já podem ser encontrados nas prateleiras de alguns supermercados.
Feijão com manga e pimentão, ervilha com chili e alecrim para os mais aventureiros. Ou feijão, grão de bico e ervilha crocantes com sal, para os mais clássicos e tradicionais: estes snacks são uma alternativa saudável e nutritiva para todos os gostos. São feitos no forno – garantindo que têm metade da gordura que outras alternativas alimentares do género – e têm menos 40% de sal e 2,5 vezes mais proteína e fibra.
Práticos e fáceis de consumir em qualquer momento e local, os Bean’Go são uma forma de incluir mais leguminosas na alimentação dos portugueses. O consumo de feijão, ervilha, grão de bico e outros é fundamental para a prevenção de doenças como diabetes ou cancro do cólon, mas o seu consumo em Portugal é “geralmente muito menor que as recomendações alimentares”, explica Duarte Torres, da FCNAUP, um dos criadores do produto.
Tendo como base essa premissa, a equipa de investigação arregaçou as mangas e criou estes chips saudáveis, nos quais as leguminosas são a estrela principal (60% do produto). A receita também não tem glúten, corantes nem conservantes e recorre apenas a aromas naturais, permitindo uma maior preservação dos nutrientes e riqueza nutricional.
Além de serem 100% naturais, os snacks Bean’Go constituem uma alternativa sustentável numa altura em que a atenção dada ao planeta é fundamental. As leguminosas são um excelente substituto da proteína animal, com a vantagem de que a produção dessa proteína vegetal tem impacto ambiental “significativamente inferior ao que se verifica para a produção da proteína de origem animal”, explica Duarte Torres.
Ao mesmo tempo, o cultivo das leguminosas “promove fixação de azoto e aumento de biomassa e atividade microbiana nos solos”, tendo um impacto ambiental positivo: “Os nossos snacks são, ao mesmo tempo benéficos para a saúde humana e para a sustentabilidade dos recursos alimentares”, conclui o investigador. O projeto, que “contou com a preciosa participação de estudantes da FCNAUP [Márcia Gonçalves, Gonçalo Barreto dos Santos, Débora Teixeira, na foto]”, consegue assim ser “benéfico para a saúde humana e para a sustentabilidade dos recursos alimentares”, conclui o investigador.
Da Faculdade para o mercado
Os Bean’Go já estão à venda em alguns supermercados Pingo Doce. O caminho da academia até à prateleira foi feito pela Snood Foods, empresa spin-off da U.Porto que produz e comercializa o produto.
Este projeto empresarial partiu da investigação na FCNAUP e a missão da startup é “desenvolver produtos com elevado teor nutricional, saborosos e convenientes, usando ingredientes de baixo impacto ambiental e normalmente esquecidos pelos consumidores”, refere Alexandre Santos, CEO da Snood Foods.
Numa primeira fase, o financiamento angariado foi utilizado para construir a unidade industrial e arrancar a produção. Posteriormente, o produto foi dado a conhecer aos retalhistas que mostraram bastante interesse e recetividade.
A Snood Foods pretende agora fazer da marca Bean’Go uma “referência de snacks saudáveis e saborosos”, estando por isso a planear um “alargamento da distribuição do produto bem como a capacidade de produção e comercial”, refere Alexandre Santos.
Saborosos, crocantes e convenientes, os snacks saudáveis da U.Porto chegaram para ficar. Como diz a marca: “Atrevem-se a trincar?”
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