Empreendedores do Porto debateram o futuro no Entreprenow
Submetido por U.Porto Inovação em 25/11/19
Conhecer, debater, pensar o percurso dos empreendedores em Portugal e no ecossistema portuense. Foi esta a premissa para a segunda edição do Entreprenow, que levou dezenas de pessoas à Casa da Música no passado dia 20 de novembro.
Organizado pela U.Porto Inovação (com o apoio do Santaner Universidades e do ScaleUp Porto), o evento pretende ser uma referência no empreendedorismo português, onde empresas, investigadores, estudantes e público em geral podem conhecer melhor o que constitui, nos dias de hoje, um projeto de sucesso.
Entre os protagonistas do Entreprenow 2019 destacou-se Mariana Barbosa, jornalista do ECO online que tem dedicado grande parte da sua carreira a ouvir a ouvir histórias de empreendedores na primeira pessoa (compiladas no seu “Livro dos Fazedores”). “Como me disseram uma vez: o segredo não é a alma do negócio, a alma é que é o segredo do negócio”, destacou a keynote do Entreprenow, numa intervenção em que falou também da importância da curiosidade, coragem e paixão pelo que se faz.
Na opinião da jornalista, existem muitos fatores que podem levar um negocio a falhar, não sendo justo colocar sempre a culpa do lado dos empreendedores. Apesar de Portugal “ser favorável à ebulição de novos projetos empreendedores”, Mariana Barbosa acredita que ainda há “muito trabalho a fazer”. Não deixa, no entanto, de ser otimista, acreditando que ainda teremos mais unicórnios portugueses.
A importância de "dizer que não"
Ao todo, as quatro mesas redondas do Entreprenow 2019 reuniram intervenientes de 13 startups – incluindo seis spin-offs da U.Porto – e tiveram como temas as quatro fases do percurso empreendedor. Houve, porém, uma conclusão unânime: apesar da romantização da palavra “empreendedorismo”, este é um caminho por vezes “difícil”.
Na verdade, e apesar de ter sido referido muitas vezes que o ecossistema do Porto é, atualmente, um dos melhores e mais fervilhantes, problemas como procura de investimento, captação de talentos, alterações do modelo de negócio e gestão eficaz do crescimento rápido são factos com que as empresas têm de lidar diariamente.
E como se resolvem essas questões? Também aqui as respostas foram todas no mesmo sentido: “É muito importante saber o que não queremos fazer e tomar decisões críticas, o que por vezes implica dizer que não a pedidos de clientes por não irem ao encontro do que, para nós, faz sentido”, referiu Tiago Craveiro, da HUUB.
Do lado de quem investe, Stephan Morais, da Indico Capital Partners referiu o quão importante são a “sustentabilidade e humildade para ouvir feedback” das empresas em quem as entidades de capital de risco investem, uma vez que investidores são uma espécie de “sócios da empresa” e, por isso, muito interventivos”.
O fator humano
A importância das pessoas, tanto do lado de “cá”, nas equipas, como do lado de “lá”, nos clientes, foi também referida por praticamente todos os empreendedores que compuseram os debates do Entreprenow. Pedro Esmeriz, da ShopAI, salientou que a captação de talento pode ser um problema, mas que é com “boas equipas e formação que se conseguem ter mais clientes e dar o salto”.
Já Rui Cainé, da Defined Crowd, salientou a equipa com o que faz andar a máquina: “Damos muito atenção às pessoas porque são o nosso motor”, referiu.
“Existem muitos problemas para resolver, mas estou certo de que é com as mentes brilhantes do Porto que o vamos fazer”, referiu por sua vez Filipe Araújo, vereador para a Inovação da Câmara Municipal do Porto.
Fotografias do evento disponíveis aqui.
Fundação Amadeu Dias investe 40 mil euros em tecnologias da U.Porto
Submetido por U.Porto Inovação em 19/11/19
Repetindo a receita de sucesso iniciada em 2018, a Fundação Amadeu Dias (FAD) voltou a aliar-se à Universidade do Porto com o objetivo de investir em tecnologias inovadoras geradas no seio da U.Porto. No total, a edição deste ano do programa BIP PROOF vai atribuir 40 mil euros, montante que as quatro equipas vencedoras* vão poder utilizar no desenvolvimento de provas de conceito para validação da sua investigação.
Uma nova esperança contra o cancro
No primeiro lugar da tabela ficou o projeto ACTONP53, desenvolvido por Lucília Saraiva, docente e investigadora da Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP) e do LAQV/REQUIMTE, e pela sua estudante de doutoramento, Helena Ramos. O trabalho premiado foca-se na proteína p53, que é essencial para a reparação do nosso ADN. Sem ela, a frequência de mutações celulares aumenta, levando à formação de tumores. A pensar nisso, a equipa da FFUP desenvolveu uma nova pequena molécula que reativa a proteína p53 mutada, restabelecendo a sua atividade normal.
“O cancro é uma das principais causas de mortalidade e morbilidade no mundo”, lembram as investigadoras, acrescentando que apesar de existirem notórias evoluções no tratamento desta doença, continua a ser “uma prioridade encontrar estratégias terapêuticas mais eficazes e menos evasivas”.
Os testes já realizados em modelos animais e em células tumorais de pacientes “comprovam o potencial terapêutico desta molécula”, a qual “representa uma nova esperança no tratamento personalizado de doentes oncológicos”, dizem Lucília Saraiva e Helena Ramos. Nesse sentido, o financiamento de 10 mil euros garantido através do BIP PROOF será uma mais-valia para prosseguir com a investigação. Com efeito, o montante atribuído ao projeto ACTONP53 será utilizado em “estudos de determinação do perfil farmacocinético do composto in vitro e in vivo, assim como na liquidação de custos associados ao processo de pedido de patente para proteção da tecnologia”, concluem as investigadoras.
Do mar para o corpo
O Cyanocare, projeto em desenvolvimento no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), também foi escolhido nesta ronda de financiamento. Baseia-se num polímero produzido naturalmente, e em grandes quantidades, por uma cianobactéria marinha – o Cyanoflan. Devido às suas propriedades naturais, esta matéria-prima pode ser utilizada em diferentes indústrias, como a biofarmacêutica. “O Cyanoflan pode ser utilizado em produtos cosméticos e de higiene corporal, possibilitando a substituição de compostos sintéticos por produtos naturais renováveis”, refere Rita Mota, investigadora responsável pelo projeto.
Para a investigadora, que já levou o projeto CyanoCare à Escola de Startups da UPTEC e à competição ClimateLaunchpad Portugal (tendo ficado em 3º lugar), o apoio do BIP PROOF será fundamental. “Vamos poder aprofundar a aplicação do Cyanoflan na área da cosmética em colaboração com parceiros industriais. O apoio vai incluir serviços de consultoria com uma empresa de renome, mas também a realização de um rastreio da atividade biológica do Cyanoflan para verificar se este poderá ser também utilizado como ingrediente ativo”, refere Rita Mota.
Além disso, a equipa do i3S vai dar início também aos testes toxicológicos. O objetivo, segundo a investigadora, é, no final do projeto, terem um “ingrediente 100% natural capaz de ser incorporado em produtos de diferentes indústrias permitindo atingir consumidores ecologicamente conscientes”, conclui.
Contra as infeções hospitalares
Também da Faculdade de Farmácia, foi escolhido o projeto IR Bactyping, atualmente em desenvolvimento pelas investigadoras Ana Freitas, Ângela Novais, Luísa Peixe e Teresa Ribeiro. Trata-se de uma solução que “permite a identificação e diferenciação de tipos bacterianos dentro de uma espécie, em tempo real”, referem as cientistas. Além da ótima performance, a solução também é de fácil implementação, rápida e menos dispendiosa que os métodos competidores.
Na prática, a implementação do IR Bactyping na rotina de um hospital vai permitir apoio aos “serviços de microbiologia clínica e de controlo de infeção, melhorando os índices de infeção hospitalar e, consequentemente, o cuidado prestado aos pacientes”.
Encarando este grant de 10 mil euros como um reconhecimento importante, o quarteto de investigadoras pretende agora utilizar o valor para alavancar a “implementação de estudos piloto em hospitais de referência a nível ibérico”, experiência essa que vai permitir avaliar o impacto do IR Bactyping numa rotina hospitalar. Além disso, vão investir também em consumíveis e serviços para validar e otimizar a metodologia, bem como nas vertentes comercial e de credibilização da tecnologia, através da construção de um website.
Diagnostico de sistemas eletrónicos
Entrando agora nas engenharias, também a tecnologia C4MiR foi selecionada para este financiamento. Trata-se de uma invenção desenvolvida por investigadores do INESC TEC e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e os 10 mil euros serão importantes para desenvolver um novo protótipo, tornando a tecnologia “mais visível para potenciais entidades interessadas na sua adoção”, refere Miguel Velhote Correia, um dos inventores.
O C4MiR é uma tecnologia de teste e diagnóstico de sistemas eletrónicos. Como referem os inventores, as suas aplicações “centram-se no domínio das redes de sensores e Internet das Coisas (IoT), com o propósito de promover a utilização dos canais de comunicação para fins de teste e diagnóstico do sistema”. Este método permite reduzir custos no desenho e produção dos sistemas eletrónicos e também aumentar a confiabilidade das aplicações. Para o desenvolvimento do protótipo, a equipa INESC TEC/FEUP vai utilizar o financiamento para recursos humanos especializados.
Parceria para continuar
Para Helder Vasconcelos, vice-reitor da Universidade do Porto com os pelouros das relações com empresas, inovação e empreendedorismo, esta parceria com a Fundação Amadeu Dias constitui um apoio “inestimável”, uma vez que permite que a U.Porto Inovação – responsável pela iniciativa BIP PROOF – continue a trabalhar no “desenvolvimento de ações que visem demonstrar a viabilidade tecnológica e comercial de tecnologias no âmbito da investigação de translação da U. Porto.
Já do lado da FAD, João Marinho Gonçalves lembra que “a Fundação Amadeu Dias tem direcionado a sua atividade mecenática principal no apoio a programas focados na transferência do conhecimento, na inovação e no empreendedorismo, desenvolvidos essencialmente em ambiente universitário”. E nesse sentido, não hesita em classificar a U.Porto como um “parceiro fundamental e de enorme prestígio para a atividade desenvolvida pela fundação”.
João Marinho Gonçalves deixa ainda elogios ao BIP PROOF, um programa de “natureza inovadora e arriscada que, pelas suas características, sempre esteve na primeira linha dos programas da U.Porto a apoiar”.
Entreprenow 2019 percorre jornada dos empreendedores até ao sucesso
Submetido por U.Porto Inovação em 05/11/19
Depois de uma primeira edição que juntou mais de 100 participantes, é continuando de “olhos postos no futuro” que o U.Porto Entreprenow vai voltar a reunir, debaixo do mesmo teto, os empreendedores que estão a criar o amanhã. A decorrer no próximo dia 20 de novembro, na Casa da Música, a edição deste ano vai focar-se nos percursos até ao sucesso, focando-se nos obstáculos que as empresas do ecossistema empreendedor encontram pelo caminho.
O que não resultou? Houve um problema com o protótipo? O produto não era funcional? O modelo de negócio não era claro? E, ao mesmo tempo, o que correu bem? Como continuar? São algumas das questões que vão ser respondidas, na primeira pessoa, por vários empreendedores com histórias de sucesso – e muito trabalho.
Entre os muitos convidados que vão preencher o dia da conferência, o destaque vai para os keynote speakers Mariana Barbosa (editora do ECO online e autora do Livro dos Fazedores) e Stephan Morais (fundador e sócio-gerente da Indico Capital Partners), que vão ter um espaço de intervenção de 45 minutos. Mariana Barbosa vai falar acerca da jornada dos fazedores, enquanto Stephan Morais abordará os desafios de apoiar o ecossistema.
Além das duas intervenções dos keynote speakers, o Entreprenow 2019 vai ser preenchido por muitos espaços de debate que percorrem a jornada do empreendedor desde a ideia até ao sucesso. A começar logo na parte da manhã, com as mesas redondas “Primeiros passos” e “Como dar o salto”, onde várias startups – incluindo algumas spin-offs da Universidade do Porto – vão contar a sua história.
Depois de uma pausa para almoço (incluído para todos os participantes), o ciclo de conferências é retomado com a mesa redonda “Escalar o negócio”, antes de finalizar com “Para além de scale up” e as esperadas conclusões sobre o caminho do empreendedor até ao sucesso. O programa do evento – ainda em atualização – pode ser consultado aqui.
Inscrições abertas
As inscrições para o Entreprenow 2019 estão a decorrer e têm um custo de 5 euros em early bird até 10 de novembro.
O valor da inscrição reverte para patrocinar a participação de empreendedores da Universidade do Porto na European Innovation Academy 2020.
Feira de emprego da U.Porto palco de mais uma sessão A2B
Submetido por U.Porto Inovação em 30/10/19
Pela segunda vez consecutiva, a U.Porto Inovação, em colaboração com o Gabinete de Empregabilidade da U.Porto, aproveitou a ocasião da FINDE.U – Feira de Emprego da Universidade do Porto – para a organização de mais uma sessão Academia 2 Business (A2B). Desta vez, e experimentando um formato diferente, cinco empresas tiveram a oportunidade de conversar com investigadores da Universidade do Porto em reuniões individuais de 30 minutos cada, procurando oportunidades de colaboração.
O conceito já começa a ser conhecido pela comunidade académica e empresarial da região. Com o objetivo de apoiar o esforço de inovação da indústria, as sessões A2B promovem encontros entre grupos de investigação e empresas, com o intuito de formar parcerias que assegurem uma maior eficácia da transferência e valorização de conhecimento. Assim, em reuniões que tanto podem ter lugar nas sedes das empresas como nas instalações da U.Porto, reforçam-se laços e estudam-se oportunidades de colaboração.
Para o passado dia 29 de outubro, na Exponor, a U.Porto Inovação auscultou os desafios de I&D e inovação de cinco empresas: Aptiv, Grupo Trivalor, Sonae MC, Synopsis e Vishay. Aos seus representantes juntaram-se investigadores das Faculdades de Ciências, Ciências da Nutrição e Engenharia, cujas competências podem vir a gerar soluções competitivas para dar resposta aos desafios colocados. O objetivo? Aproximar, conhecer, trabalhar em conjunto e criar condições ideais para uma investigação aplicada aos desafios que as empresas enfrentam num mundo cada vez mais competitivo.
A Aptiv desafiou a comunidade académica em questões como desenho de sistemas eletrónicos e indústria 4.0. A empresa de mobilidade e equipamentos de multimédia reuniu com investigadores das Faculdades de Ciências e Engenharia. Foram também estas as áreas de investigação emparelhadas com a Vishay - uma empresa produtora de condensadores que desafiou os cientistas em campos como simulações virtuais e gestão industrial – e a Synopsis, produtora de semicondutores, mas cujas preocupações atuais passam mais pelos processos de fabrico e pela eletrónica analógica e digital
Já o Grupo Trivalor e a Sonae MC, além das Ciências e da Engenharia, reuniram também com membros da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação. No que diz respeito à gigante do retalho alimentar, os desafios presentes são relacionados com a sustentabilidade e aplicação de eco-design nas embalagens e produtos continente, mas também com a alimentação saudável e redução de sal, açúcar e gorduras nos produtos das marcas próprias. O Grupo Trivalor, por sua vez, desafiou os investigadores a encontrar novas soluções para a área de food services.
Ao todo participaram na sessão 12 investigadores da Universidade do Porto. Esperando que dos encontros surjam parcerias benéficas para ambos os lados, a U.Porto Inovação continuará com a promoção dos encontros, fazendo assim jus à Terceira Missão da Universidade do Porto, nomeadamente ao nível da aproximação ao tecido empresarial.
Esta sessão A2B foi organizada com o apoio do projeto UNI+i:
Industry@UPTEC juntou empresários, investigadores e startups
Submetido por U.Porto Inovação em 25/10/19
A UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto promoveu mais um vez o Industry@UPTEC, uma iniciativa de aproximação de grandes organizações à inovação produzida pelas startups da UPTEC, spin-offs e pelas Faculdades e Institutos Interface da U.Porto.
O encontro, que decorreu no passado dia 17 de outubro, trouxe até à UPTEC a AI Systems Research – AISR, uma empresa especializada em Inteligência Artificial, Analytics e apoio à decisão, que procura soluções baseadas em tecnologias como Inteligência Artificial, Analytics e GeoAnalytics, suporte à Decisão, Big Data e Small Data, Gestão de Riscos, Inovação, Smart Cities, Indústria 4.0, Simulação e Otimização.
Fruto da estreita colaboração com a U.Porto Inovação e a Unidade de Apoio à Investigação e inovação da FEUP, a atividade juntou investigadores do SYSTEC, INESC TEC, IT Telecomunicações e CERUP e startups da UPTEC como a HealhyRoad e a Ecoplanos.
A iniciativa surgiu em 2017, depois de várias organizações demonstrarem interesse e necessidade de externalizarem os seus processos de inovação, procurando noutras estruturas um elevado grau de especialização e inovação no desenvolvimento de produtos e serviços.
O Industry@UPTEC pretende aproximar os desafios lançados pelas organizações às soluções apresentadas pelas startups e spin-offs. Desde o início da iniciativa, foram realizadas sessões com os CTT, Telefónica, NOS, Grupo José de Mello, Grupo Auchan, entre outros.
Notícia escrita pelo departamento de comunicação da UPTEC (Isabel Silva).
Escolhidos os vencedores do BIP PROOF 2019
Submetido por U.Porto Inovação em 01/10/19
Depois de uma criteriosa seleção, estão finalmente escolhidos os vencedores do BIP PROOF. Os responsáveis pelos projetos selecionados (os quatro primeiros da lista, assinalados a verde) serão contactados em breve para formalização dos apoios. Parabéns a todos!
Spin-off da U.Porto integra programa internacional de aceleração de moda
Submetido por U.Porto Inovação em 20/09/19
“A entrada no Fashion for Good (FFG) surge numa altura crítica da nossa startup”. São palavras de Gilberto Loureiro, CEO da e uma das mentes por trás da solução que promete poupar milhões à indústria têxtil. O programa foi criado em 2017 e é dirigido a startups que respondam a desafios de sustentabilidade e economia circular. Depois da China e de Sillicon Valley, a Smartex ruma agora a Amsterdão onde vai estar durante três meses.
A oportunidade surgiu através de um contacto direto da Smartex. Como explica Gilberto Loureiro, os três empresários – ao CEO juntam-se ainda António Rocha e Paulo Ribeiros, todos eles antigos estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) – sempre foram “muito ativos a contactar aceleradores, parceiros, investidores e clientes” e essa atitude permitiu-lhes assegurar parcerias com empresas líderes no setor, como a PVH (Calvin Klein, Tommy Hilfiger etc.) ou da Decathlon. A entrada no programa vai permitir-lhes estabelecer novas parcerias, tanto de desenvolvimento como comerciais, com alguns dos maiores players da indústria da moda, como é o caso da Adidas, a C&A ou o Grupo Lafayette.
No início de 2019, os jovens empresários mudaram-se para a China, onde passaram sete meses a trabalhar no programa HAX – o maior programa de aceleração de empresas de hardware do mundo. Além da experiência e aprendizagem, esta experiência valeu à Smartex um investimento de 250 mil dólares (cerca de 220 mil euros). Seguiram-se depois dois meses em Sillicon Valley, em busca de financiamento, e agora a participação no programa europeu que, por sua vez, dará acesso a investimentos que vão desde os 25 mil até aos 100 mil euros.
“É importante esclarecer que o FFG não é ainda nosso investidor, apesar de o processo de investimento estar bastante avançado e eles se poderem juntar ao investimento Seed que estamos a fechar com nomes muito conhecidos de Silicon Valley”, refere Gilberto Loureiro.
Incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, a Smartex nasceu em 2018. Ainda nesse ano, recebeu o selo de spin-off da Universidade do Porto. A tecnologia desenvolvida pela empresa atua na indústria têxtil, onde é capaz de detetar defeitos logo no início do processo de produção. Recorrendo a sistemas de visão computacional e inteligência artificial, a solução da Smartex alerta os trabalhadores em caso de falha. Quando esta é cíclica, a produção é interrompida. Esta é, pois, uma solução capaz de poupar milhões à indústria têxtil: “A solução reduz os defeitos de produção para perto de 0%, diminui o desperdício e a produção têxtil defeituosa” refere Gilberto Loureiro.
Atualmente, a Smartex encontra-se na fase de investimento seed e a procurar recursos humanos, em diversas áreas, para aumentar a equipa: “Esta expansão vai-nos permitir responder a pedidos que temos tido de clientes de todo o mundo. Não temos tido mãos a medir e há empresas em praticamente todos os continentes a pedir os nossos sensores”, refere Gilberto Loureiro.
Apesar de terem recebido propostas aliciantes para se instalarem em Los Angeles, os planos para o futuro próximo passam por manter o departamento de engenharia no Porto, que consideram como um “local estratégico devido ao ecossistema, proximidade a fábricas parceiras, preços, etc”. No que diz respeito ao negócio, têm já “contratos de vendas para centenas de instalações”, conclui o CEO.
Reflexão final do projeto Helium reuniu parceiros no Porto
Submetido por U.Porto Inovação em 18/09/19
O arranque do mês de setembro trouxe os parceiros do projeto Helium à cidade do Porto, num encontro organizado pela U.Porto Inovação. Durante dois dias foram discutidos os principais outputs alcançados no projeto europeu até à data, e fez-se também um balanço sobre as lições aprendidas não só na temática da saúde como na gestão de projetos INTERREG.
O projeto Helium tem como principal objetivo aumentar a eficiência do financiamento público dedicado à inovação na saúde. Começou em 2016 e é da opinião geral dos parceiros que, desde então, foram feitos avanços consideráveis no que toca a melhorar as políticas públicas .de saúde de cada ecossistema regional.
No que diz respeito à Universidade do Porto, por exemplo, o principal objetivo a alcançar nos quatro anos do projeto é garantir o aumento dos incentivos às iniciativas de inovação aberta e co-criação. Nesse sentido, e com base nas boas práticas aprendidas através do intercâmbio com os parceiros do projeto – todos eles experientes na gestão desse tipo de estruturas -, foi elaborado um documento no qual se sugeriu a criação do primeiro Living Lab nacional dedicado ao envelhecimento ativo e saudável, a ser implementado na cidade do Porto.
Uma vez que o sucesso de uma iniciativa deste género depende do envolvimento de uma rede de diferentes intervenientes da sociedade civil, juntaram-se a esta reunião de parceria alguns dos principais stakeholders do Living Lab. Entre estes, salientamos a presença de representantes da Agência Nacional de Inovação, que contribuíram para a discussão relativa a estratégias de envolvimento de autoridades públicas neste tipo de iniciativas. De igual modo, o CINTESIS moderou a discussão quanto ao envolvimento da academia; a Fraunhofer Portugal contribuiu para o envolvimento das empresas privadas e finalmente o consórcio Porto4Ageing apresentou um testemunho acerca de estratégias para garantir a participação de utilizadores finais no processo de co-criação. Em todos estes painéis, foram partilhados valiosos conselhos pelos parceiros internacionais com estratégias de atuação que poderão auxiliar na implementação bem sucedida desta nova iniciativa.
Com final anunciado em 2020, os resultados do Helium deverão beneficiar todos os atores da hélice quadrupla, nomeadamente: autoridades públicas, centros de investigação e negócios, prestadores de cuidados e cidadãos. O evento final do projeto terá lugar em 2020, em Budapeste.
"Quase que respiramos o que fazemos, tal é o envolvimento"
Submetido por U.Porto Inovação em 12/09/19
Quando era criança, apesar de, como diz “ser relativamente bom estudante”, não estava nos planos de Paulo Correia-de-Sá ser investigador e o que o fascinava era o desporto. “Era desportista, familiar de desportistas e oriundo de uma terra – Lourenço Marques/Maputo, Moçambique – onde o desporto tinha uma função social muito relevante”, conta. Apesar de a sua derradeira jornada ter sido na Medicina, a vocação de infância para o desporto fez com que chegasse a passar nas exigentes provas físicas para ingressar no curso de Educação Física, também na Universidade do Porto.
A par dessa paixão, Paulo Correia-de-Sá interessava-se muito também por outras áreas distintas, como é o caso da arte, design e arquitetura, mas também a biologia: “Foi por causa desse interesse pelo funcionamento do organismo Humano na saúde e na doença que me candidatei também, em simultâneo, para o curso de Medicina do recém-criado ICBAS”, conta o investigador. E foi nessa “casa” que se fixou até hoje, começando então a descobrir a vocação para a investigação científica muito graças aos “excelentes professores, que sempre souberam incutir o espírito de curiosidade e de pesquisa nos estudantes, nos futuros médicos”, diz. Era ainda aluno do 3º ano quando começou a fazer investigação no Laboratório de Farmacologia.
Quando questionado sobre a eleição dessa área, o docente não resiste a utilizar uma metáfora ainda da altura do desporto: “Costumo dizer aos estudantes que, na vida, devemos aproveitar as oportunidades que nos aparecem e tornar as adversidades em tónicos para fazer mais e melhor”. Isto porque, confessa, a área científica foi escolhida na sequência de um convite feito pelo Professor Joaquim Alexandre Ribeiro, que no final de cada ano letivo convidava os alunos com melhores resultados na disciplina de Farmacologia para realizar um estágio de verão no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC). Quase em simultâneo, o Professor Arala Chaves dirigia-lhe um convite semelhante para se dedicar à área da Imunologia. Tendo optado pelo primeiro, a verdade é que alguns anos mais tarde acabou por vir a dirigir, durante quase duas décadas, o Departamento de Imuno-Fisiologia e Farmacologia do ICBAS sucedendo na direção o Professor Arala Chaves. Esta incumbência permitiu-lhe promover e conciliar as duas áreas que o tinham apaixonado enquanto estudante.
Mais de 20 anos a investigar melhores métodos de diagnóstico e terapêutica na área da sinalização purinérgica
Atualmente, um dos seus trabalhos em destaque é o OBOOM, ou “Office-based bladder outlet obstruction marker”. Trata-se de um “biomarcador urinário rápido, para uso no consultório, cujo objetivo é diagnosticar a competência do músculo detrusor em doentes com obstrução ao esvaziamento da bexiga”, explica. Atualmente, um em cada três homens com mais de 65 anos pode vir a sofrer de Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), isto é, sofrer de uma expansão anormal do tamanho da próstata que gera pressão sobre a bexiga e a uretra. Esta pressão impede um fluxo urinário normal e favorece a atividade descoordenada e/ou insuficiente da bexiga causando episódios de retenção e/ou incontinência urinária que afeta muito a qualidade de vida dos doentes.
Infelizmente, como refere o investigador, o diagnóstico disponível nos dias de hoje para esta condição é bastante invasivo, o que levou a equipa de Paulo Correia-de-Sá a pensar numa solução. Estudos efetuados pelo grupo do Laboratório de Farmacologia e Neurobiologia do ICBAS concluíram que a existência de uma maior concentração de ATP (a molécula que acumula energia do nosso corpo) na urina correlaciona-se com o aumento da pressão no interior da bexiga durante o seu esvaziamento. O OBOOM permite que, com uma pequena amostra de urina, seja possível estimar a pressão urinária. O investigador prevê que o desenvolvimento do protótipo permita o início, muito em breve, dos primeiros testes de validação clínica e diagnóstica na consulta de Urologia do Centro Hospitalar do Porto, sob a responsabilidade do Professor Miguel Silva Ramos, corresponsável por este projeto. “O impacto clínico esperado para este desenvolvimento é enorme, considerando que em Portugal mais de 500 mil homens sofrem de sintomas moderados a graves do aparelho urinário baixo”, refere. O OBOOM vai poder ainda ser utilizado na monitorização terapêutica dos doentes, podendo cada um repetir o teste de forma regular ao longo da vida: “o mercado não tenderá a esgotar-se após a primeira utilização”, refere Paulo Correia-de-Sá.
Mas esta não é a única área de atuação da equipa de investigadores liderada por Paulo Correia-de-Sá: “A investigação do meu grupo passa ainda pela pesquisa do papel das purinas na atividade cardíaca, nas repercussões cardíacas da hipertensão arterial pulmonar, na disfunção erétil masculina”, entre muitas outras áreas, algumas delas com novas evidências bem direcionadas para a chegada, em breve, à prática médica. É o caso, das evidências que colocam as purinas (ATP e adenosina) numa posição chave para restituir a capacidade de regeneração óssea (e da cartilagem) em mulheres após menopausa e, também, das descobertas relacionadas com a epilepsia resistente a fármacos ou a doença inflamatória intestinal. “Quase que respiramos o que fazemos, tal é o envolvimento”, refere.
O docente e investigador acredita na importância de se desenvolver um trabalho inovador, desde que o mesmo seja desenvolvido de forma sustentada e coerente ao longo do tempo, para se atingir a excelência científica. Quando questionado sobre os seus sonhos profissionais revela que veria “com enorme satisfação a passagem para a clínica de algumas descobertas” feitas pelo seu grupo, sem o qual seria difícil chegar tão longe: “Realço que este percurso nunca é feito sozinho”, diz. Por isso, e a par dos sonhos que alimenta nas suas áreas de eleição há mais de 20 anos, revela que nada o faria mais feliz do que ver o grupo que ajudou a formar se mantém ativo, unido e com solidez suficiente para fazer mais e melhor investigação. “Assim seja essa a vontade das instituições responsáveis”, conclui.
KET-CAT: Por uma indústria mais amiga do ambiente
Submetido por U.Porto Inovação em 12/09/19
As cetonas são compostas químicos, gerados a partir de álcoois. Esta é uma reação química com muita relevância na indústria, uma vez que as cetonas estão presentes numa série de produtos químicos, tais como solventes industriais, diluentes, tintas, plásticos, com aplicações nas indústrias têxtil, cosmética, farmacêutica e até alimentar.
No entanto, os métodos atuais de produção de cetonas implicam a utilização de muitos reagentes químicos, o que dá origem a uma enorme quantidade de produtos secundários que não podem ser reaproveitados e são potencialmente uma fonte de poluição.
Desenvolvido em conjunto pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa (IST), o KET CAT tem como objetivo o aumento de escala da produção de cetonas por via catalítica, permitindo que a reação ocorra de forma significativamente mais rápida, menos poluente e mais sustentável. Como refere José Luís Figueiredo, da Faculdade de Engenharia, e um dos responsáveis pela invenção, já há muito tempo que o Laboratório de Catálise de Materiais (LCM), onde está inserido (actualmente Laboratório Associado LSRE-LCM), se dedica “à aplicação dos materiais de carbono em catálise, tendo realizado estudos pioneiros sobre a imobilização de catalisadores homogéneos”, conta.
Tendo-se apercebido do problema, cinco investigadores arregaçaram as mangas em busca de uma solução. “O nosso método é mais amigo do ambiente uma vez que o processo em questão reduz a quantidade de reagentes necessários e evita a formação de produtos secundários”, refere Sónia Carabineiro (investigadora da FEUP na altura da invenção, atualmente investigadora do IST). Pode dizer-se que o KET CAT é um processo inovador em dois aspetos: 1) recorre às micro-ondas para fornecer a energia necessária à reação química; 2) ao utilizar um catalisador imobilizado num suporte (neste caso, um material de carbono) permite que ele possa ser reutilizado várias vezes sem perda da eficiência, por oposição ao atual processo químico em que o catalisador só pode ser utilizado uma vez, para logo depois ser descartado. Assim, consegue-se produzir a mesma quantidade de cetonas, mas com recurso a menor quantidade de reagentes e de forma mais ecológica. “Além disso, a imobilização dos catalisadores também ajuda a evitar alguns mecanismos de desativação, que podem ocorrer em meio homogéneo”, refere o investigador José Luís Figueiredo, da FEUP.
A invenção deu já origem a pedidos de patente e foi também uma das selecionadas para receber financiamento do projeto BIP PROOF. Com os 10 mil euros, os investigadores adquiriram um micro-ondas específico para o Laboratório que “vai permitir a continuação do trabalho, nomeadamente a extensão a outros substratos”, refere José Luís Figueiredo. Além disso, o financiamento - garantido pela Universidade do Porto e pela Fundação Amadeu Dias – vai permitir efetuar estudos em maior escala e auxiliar a chegada ao mercado.
No processo estão envolvidos José Luís Figueiredo (FEUP), Luísa Martins (IST e ISEL), Armando Pombeiro (IST), Sónia Carabineiro (FEUP, atualmente IST) e Ana Paula Ribeiro (IST). Estão neste momento a realizar estudos em escala alargada. “Se tudo correr bem, esperamos ter esses ensaios concluídos até ao final do ano”, refere o investigador José Luís Figueiredo. Ao mesmo tempo, a equipa da U.Porto Inovação tem desenvolvido um ativo trabalho comercial para que a tecnologia chegue ao mercado, tendo já contactado várias empresas em busca de manifestações de interesse para a comercialização.
Para o futuro, os investigadores colocam no horizonte a hipótese de criarem uma startup para produção e fornecimento de cetonas a grandes empresas dos mais diversos setores. O objetivo final é posicionarem-se como uma alternativa competitiva e mais sustentável relativamente aos atuais agentes.
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