À conversa com as empresas: Carlos Martins Andrade, da Galp Energia
Submetido por U.Porto Inovação em 22/10/18
Na terceira edição da rubrica "À conversa com as empresas" fomos conversar com Carlos Martins Andrade, Diretor de Inovação e Tecnologia da Galp Energia. "A Universidade do Porto é uma das universidades nacionais com quem a Galp tem uma relação privilegiada", referiu o Diretor.
P: Qual a importância da relação da Galp com o meio cientifico e tecnológico?
R: A Galp opera num setor altamente competitivo no qual a inovação, a investigação e o desenvolvimento tecnológico são fatores vitais para assegurar a sustentabilidade das nossas atividades, bem como para maximizar o valor que conseguimos extrair do nosso portefólio de ativos.
Neste contexto, há já vários anos, temos vindo a estabelecer e reforçar parcerias com diversas entidades do meio científico e tecnológico, dando sempre destaque às entidades nacionais, nas quais, de forma reconhecida, é gerado conhecimento. Este conhecimento ao ser aplicado na nossa indústria, contribui de forma marcante para a sustentabilidade das nossas operações e para a diferenciação dos nossos produtos e serviços.
Tal tem sido particularmente notório, por exemplo, na atividade de Refinação, na qual, desde 2009 temos vindo a apoiar doutoramentos no âmbito do ENGIq, Programa Doutoral e de Formação Avançada em Engenharia da Refinação, Petroquímica e Química, com o objetivo de formar colaboradores altamente qualificados e desenvolver o conhecimento das tecnologias e processos de refinação. Estamos também fortemente comprometidos com o desenvolvimento de conhecimento aplicado à Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, sendo que temos diversos projetos em curso que envolvem universidades nacionais e estrangeiras.
Por outro lado, a Galp ambiciona ter um papel ativo na mudança de paradigma energético, nomeadamente através da antecipação de novas tendências, da adaptação do seu portefólio às necessidades futuras, criando sempre que possível sinergias com a presente atividade. E também nesta vertente, a relação com o meio científico e tecnológico é fundamental, por exemplo, a nível de desenvolvimento de tecnologias de captura de dióxido de carbono, de novas medidas de eficiência energética ou, até mesmo, na criação de soluções diferenciadoras suportadas por fontes de energia renováveis.
P: Como é que a Galp tem vindo a interagir com a Universidade do Porto?
R: A Universidade do Porto é uma das universidades nacionais com quem a Galp tem uma relação privilegiada, essencialmente alicerçada em Programas com alguma longevidade:
- No âmbito Programa ENGIq, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto é uma das escolas que participa no programa desde a sua formação em 2009.
- No programa Galp 21, criado em 2007, contamos com a participação da FEUP desde 2010. Este programa tem por objetivo a realização de projetos de eficiência energética por alunos finalistas de mestrado, nas instalações de clientes de referência da Galp. Ao longo de 6 meses os alunos desenvolvem os projetos com os clientes e posteriormente são selecionados e premiados os 3 melhores projetos de cada uma das universidades participantes.
- Enquanto membro do ISPG – Instituto do Petróleo e do Gás, a Universidade do Porto participa no Mestrado em Engenharia do Petróleo, ministrado em conjunto pelo ISPG e pela Heriot Watt University. Criada em 2014, esta parceria visa formar profissionais qualificados, especialistas na exploração e produção de Oil & Gas.
Para além destes programas, a Galp e a Universidade do Porto têm trabalhado num conjunto de projetos específicos de investigação. Exemplo disso é o projeto de captura e reutilização de CO2 que tem vindo a ser desenvolvido desde 2015 com a Faculdade de Engenharia. Está ainda em estudo a possibilidade de incluir neste projeto uma vertente de produção de combustíveis sintéticos a partir do aproveitamento de CO2.
P: Quais os principais desafios que dois agentes têm pela frente?
R: O principal desafio na relação entre as duas entidades, tal como ocorre com qualquer parceria, passa por assegurar que as entidades são capazes de se complementar, de garantir que existe capacidade para um entendimento das necessidades da outra parte e que ambas reconheçam que a parceria acrescenta valor ao longo do tempo. Tal passa por um alinhamento de interesses, aproximando a geração do conhecimento com a aplicação aos negócios.
Material “made in U.Porto” vence prémio de inovação
Submetido por U.Porto Inovação em 19/09/18
A tecnologia Rheinforce, desenvolvida pelos investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Francisco Galindo Rosales e Laura Campo Deaño, conquistou recentemente o Prémio de Inovação na ‘AuxDefense 2018’, a primeira e mais importante conferência internacional de materiais avançados para a defesa.
O Rheinforce é um compósito que permite modificar as propriedades amortecedoras de diferentes materiais, como a cortiça, o silicone ou a borracha, ajudando assim a diminuir o impacto e o efeito nefasto dos mesmos. Falando mais diretamente do contexto da AuxDefense, pense-dr, por exemplo, em capacetes, que são objetos muitas vezes sujeitos a impactos fortes. Ao utilizar o fluido Rheinforce e incorporando-o numa rede de canais muito pequenos, impressos a laser na cortiça (fotografia à esquerda), e colocando depois dentro do capacete, é possível customizar as propriedades mecânicas do material. Ou seja, consegue-se uma diminuição do impacto e garantem-se “propriedades amortecedoras personalizadas e otimizadas para cada situação em questão”, explica Francisco Rosales.
A chave da tecnologia está na combinação do comportamento mecânico do material sólido e do fluido e da rede de microcanais que o confina. O compósito também pode ser usado em caneleiras de jogadores de futebol ou pranchas de surf, e até ser usado em situações de vibração ou de ruído excessivo.
Para os investigadores este “reconhecimento por parte da comunidade científica do potencial desta tecnologia” é muito importante. Além disso, consideram que o reconhecimento nos Innovation Prizes da conferência lhes deu visibilidade “tanto dentro do universo académico como fora dele”.
A conferência AuxDefense 2018 decorreu entre 3 e 4 de setembro, na Universidade do Minho.
U.Porto quer conhecer melhor os seus empreendedores
Submetido por U.Porto Inovação em 17/09/18
Considera-se um empreendedor? Já esteve ou está envolvido em alguma iniciativa empreendedora? Conhece algum empreendedor ou participou em alguma atividade relacionada com o tema? Se respondeu que sim a qualquer uma destas questões, a Universidade do Porto quer saber a sua opinião.
Direcionado maioritariamente a empreendedores, mas também a todos os que contactam ou já contactaram com o tema dentro da sua Universidade (via projetos ou iniciativas na área), o projeto NOE (Noroeste Empreendedor) lança um inquérito que tem como objetivo conhecer melhor o ecossistema empreendedor das três universidades parceiras do projeto (U.Aveiro, U.Minho e U.Porto). Os resultados do inquérito vão ajudar formar as bases do Observatório do Empreendedorismo – uma das maiores bandeiras do projeto NOE, que pretende ajudar a caracterizar os três ecossistemas empreendedores em profundidade.
Além de mapear as iniciativas de apoio ao empreendedorismo, dinamizadas pelos beneficiários, ao longo dos últimos anos, o Observatório tem também como objetivo aferir o impacto da Terceira Missão nas universidades participantes no estudo. Através da identificação de casos de sucesso e boas práticas que beneficiem o ecossistema empreendedor, tanto das universidades em geral como das startups em particular, esta recolha de informação vai permitir melhorar as ações de apoio ao empreendedor bem como ajudar a definir novas estratégias de desenvolvimento de negócios.
O inquérito encontra-se disponível online e está aberto a toda a comunidade da U.Porto até ao dia 31 de outubro de 2018. O tempo aproximado de resposta é 15 minutos.
Os dados pessoais recolhidos no inquérito são confidenciais e serão conservados durante o prazo necessário ao cumprimento de todas as obrigações legais que recaem sobre o consórcio constituído pela Universidade de Aveiro, Universidade do Minho e Universidade do Porto. Serão tratados e, posteriormente, divulgados sempre de forma agregada e nunca individual.
Mais informações através do e-mail empreendedorismo@up.pt.
O NOE é um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e União Europeia. Os parceiros são as universidades de Aveiro, Minho e Porto.
"Patentear é um selo de inovação muito gratificante"
Submetido por U.Porto Inovação em 24/07/18
Com uma licenciatura e um doutoramento em Farmácia, e cumprindo o sonho que tinha desde criança – ser professora – Fernanda Borges escolheu a casa e família Universidade do Porto já há 35 anos. Tendo passado pelas Faculdades de Farmácia e de Ciências, onde está agora a fazer investigação e também a dar aulas, recentemente deu início a um novo desafio: ser empresária. Mesmo não estando nos seus planos, uma vez que o que mais a atraía era a investigação fundamental, juntamente com a sua equipa científica e com três colegas da Universidade de Coimbra, Fernanda Borges ajudou a fazer nascer a startup MitoTAG.
De certa forma podemos dizer que tudo começou não só com a sua “vontade de descobrir novos medicamentos e soluções terapêuticas”, diz a investigadora, mas também com aquele que é o grande sonho da sua carreira: “descobrir um medicamento eficaz para doenças degenerativas como Parkinson, Alzheimer e Esclerose Lateral Amiotrófica”. E a verdade é que esse objetivo já esteve muito mais longe de ser alcançado. O segredo? Está nas células e no seu envelhecimento.
Comecemos por olhar mais aprofundadamente para as células do nosso corpo, mais especificamente para a mitocôndria, isto é, a parte da célula responsável por produzir a energia da mesma. O problema começa quando, devido ao envelhecimento, a mitocôndria começa a ficar mais vulnerável ao stress oxidativo. Para piorar o cenário, este processo é ainda exacerbado pela exposição à poluição e à radiação UV. Esse cenário do envelhecimento poderia ser resolvido com recurso a antioxidantes mas os atualmente usados não são capazes de alcançar a mitocôndria e, por isso, não são efetivos. A equipa da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que Fernanda Borges lidera, quis encontrar uma solução para esse problema. Além disso, os investigadores pretendem que, a longo prazo, a sua invenção possa ter aplicações também na área da saúde e não só na cosmética.
E como funciona a invenção? Podemos dizer que é uma espécie de GPS do antioxidante, explica Fernanda Borges: “Ligámos um antioxidante natural a um grupo químico que funciona como um auxiliar de navegação. Isto permite que os antioxidantes consigam localizar a mitocôndria e ter uma acumulação 5000 vezes maior quando comparados com os antioxidantes tradicionais”. Assim, os antioxidantes desenvolvidos fazem com que as células da pele consigam aumentar as suas defesas antioxidantes.
A invenção está já patenteada em Portugal e tem submetidos pedidos de patente a nível internacional, processo esse que Fernanda Borges considera, apesar de difícil para um investigador das ciências exatas, muito gratificante: “É um selo de inovação que garante que fomos os únicos no mundo a ter a ideia”, diz. Ter um aspeto “eternamente jovem”, por assim dizer, já seria um elemento agregador de valor à invenção da equipa da FCUP, mas Fernanda Borges e a equipa MitoTAG querem ir mais longe. Com resultados promissores, recentemente receberam um investimento de 20.000€ no âmbito do programa BIP PROOF, promovido pela U.Porto Inovação. Esse financiamento vai ajudar a obter novas provas de conceito em modelos mais próximos de utilização final da tecnologia. O objetivo principal é fazer com que seja possível, no futuro, usar a mesma tecnologia como um princípio ativo para o tratamento de doenças do fígado e doenças neuro degenerativas, para as quais não existe tratamento eficaz.
U.Porto reforça liderança na inovação
Submetido por U.Porto Inovação em 19/04/18
O ano de 2017 foi mais um ciclo de consolidação da missão da Universidade do Porto de proteger e valorizar o conhecimento produzido dentro da instituição. As patentes ativas, cujo portfolio é gerido pela U.Porto Inovação, chegaram a 242, tendo sido feitos, só em 2017, 11 novos pedidos de prioridade de patente em território nacional e 5 em território internacional. Somando a esses números, foram efetuados 40 pedidos de extensão de patente para territórios como Europa, Estados Unidos, Japão, China, Singapura, entre outros.
Estes números contribuíram para que a Universidade do Porto fosse a instituição portuguesa com mais pedidos de patente em 2017, segundo o European Patent Office, com um total de 12 pedidos de patente em território europeu . Essas submissões dizem respeito ao perímetro consolidado da U.Porto, incluindo institutos associados, contando 6 submissões de patente por parte de Faculdades da Universidade e 6 do INESC TEC.
De ressalvar também são as patentes concedidas durante o ano passado, que totalizam 29 entre nacionais e internacionais. Atualmente, a U.Porto conta já com 17 patentes concedidas nos Estados Unidos, 51 em território Europeu, 4 em Singapura, 2 no Japão, entre outras em diferentes territórios espalhados pelo mundo. Foi também em 2017 que se alcançou a 50ª concessão de patente portuguesa para a Universidade do Porto.
Continuar a impulsionar o empreendedorismo na comunidade
Outra das apostas fortes da U.Porto Inovação, desde a sua criação em 2004, tem vindo a ser o apoio ao empreendedorismo. E isso pode acontecer ao nível do apoio pessoal e direcionado, ou da colaboração com novas ideias de negócio e empresas nascidas no seio da Universidade do Porto. Em 2017 houve um significativo aumento do número de empresas com a chancela Spin-off U.Porto (47 novas empresas durante o ano), o que fez com que o número de empresas do grupo exclusivo The Circle ascendesse a 58 no final do ano passado.
A par disso, 2017 foi o ano de regresso do Business Ignition Programme (BIP), um programa de iteração de modelos de negócio imersivo. No ano passado a U.Porto Inovação, em parceria com o CIIMAR e o INESC TEC, organizou duas edições do BIP que envolveram 22 ideias e mais de 80 participantes. Das 22, cinco foram premiadas.
A 3ª missão da Universidade do Porto, que consiste numa maior aproximação da mesma à indústria, bem como por uma mais eficaz valorização económica e social do conhecimento gerado na Universidade, foi outro dos focos da U.Porto Inovação. As sessões A2B, que já são um habitué na atividade do gabinete, deram as boas vindas a empresas como EFACEC, Cooprofar-Medlog, CTT, JTC Corporation, Grupo OENEO, Sogrape Vinhos e Zoetis. Durante 2017 foram organizadas 8 sessões, nas quais participaram mais de 200 pessoas, entre investigadores e membros de grandes empresas e startups. Ainda dentro do esforço de aproximação à indústria, foi criado o conceito ideA2B, que consiste em aprofundar um pouco mais a relação com as empresas, potenciando de igual forma encontros entre investigadores e empresários, mas incluindo também, nessas reuniões, a presença de especialistas em inovação para ajudar a alavancar o processo de colaboração. A primeira ideA2B teve lugar nas instalações da Cooprofar-MedLog e o balanço foi bastante positivo.
Já perto de encerrar o ano, a U.Porto Inovação organizou a 3ª edição da Gala da Inovação da Universidade do Porto. O Museu do Carro Elétrico foi o palco escolhido para acolher os mais de 300 convidados e celebrar o que de melhor se faz ao nível de inovação na Universidade. Sob o mote “O engenho humano”, foram homenageadas 3 figuras da U.Porto: Constança Paúl, na área da Inovação Social, Jorge Lira, na Inovação Artística, e Adélio Mendes, o primeiro vencedor do Prémio Inovação Tecnológica – iniciativa da U.Porto Inovação apoiada pelo Santander Universidades.
Como refere Maria Oliveira, coordenadora da U.Porto Inovação, em jeito de balanço do que foi o último ano, “é um privilégio a equipa continuar a ajudar a fazer da inovação um dos principais pilares da Universidade do Porto, promovendo o conhecimento e as competências aqui desenvolvidas”.
A brochura da U.Porto Inovação em números, referente ao ano de 2017, está disponível para consulta aqui.
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