Smartex vence pitch final da Web Summit 2021

  A Smartex, startup incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, reuniu as preferências dos especialistas e venceu o Pitch da Web Summit 2021, o principal concurso de negócios do evento que decorreu de 1 a 4 de novembro, em Lisboa.   Fundada por António Rocha, Gilberto Loureiro e Paulo Ribeiro, todos eles alumni da Faculdade de Ciência da Universidade do Porto (FCUP), a spin-off da U.Porto criou uma tecnologia de visão por computador e inteligência artificial que deteta defeitos em têxteis em fase de produção. Esta solução reduz os defeitos de produção para perto de 0%, diminui o desperdício e a produção têxtil defeituosa e aumenta a competitividade e qualidade da indústria.       Com o propósito de reduzir o desperdício na indústria têxtil, uma das mais poluentes do mundo, a Smartex já evitou o desperdício de mais de 7,5 milhões de litros de água e 67 mil kg de tecido. Para António Rocha, cofundador e CTO da startup, o reconhecimento atribuído na Web Summit demonstra “que a sustentabilidade, o impacto e as alterações climáticas estão na ordem do dia e que o trabalho desenvolvido pela Smartex é um tópico relevante para estas agendas.”   Em competição no Pitch da Web Summit estiveram 75 startups, mas apenas a Smartex, a Okra (Camboja) – na qual recaiu a escolha do público – e a startup Lisa (Alemanha) chegaram à final do concurso. António Rocha revela, ainda, que a chave do sucesso da Smartex passa, essencialmente, por “ter as pessoas certas nos lugares certos, com as motivações certas, o principal elemento para sermos capazes de cumprir os nossos objetivos.” Com esta vitória, a Smartex torna-se a primeira empresa portuguesa a ganhar o concurso anual da Web Summit desde que a cimeira de tecnologia se mudou para Lisboa, em 2016.   A Smartex nasceu, em 2018, depois da participação na Escola de Startups da UPTEC e pouco depois foi selecionada para integrar o HAX, do grupo de Venture Capital SOSV, o maior programa de aceleração de empresas de hardware do mundo. Já em 2020, os fundadores da startup foram eleitos pela Forbes para o ranking dos 30 melhores talentos europeus com 30 anos ou menos, na categoria de Manufacturing & Industry.   A Spin-off da U.Porto, que também tem escritórios em Shenzhen (China) e em São Francisco (EUA), conta atualmente com 30 colaboradores e tem perspetivas para duplicar a equipa. “Captar talento, sem dúvida, é uma das nossas principais prioridades.”, revela o CTO da empresa que já tem várias vagas em aberto.   Notícia escrita por Isabel Silva, do departamento de Comunicação da UPTEC.

Adyta marca presença no maior evento tecnológico do médio oriente

A Adyta, empresa incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, participou na GITEX GLOBAL 2021, o maior evento tecnológico da região do Médio Oriente. O certame decorreu em Dubai – EUA, entre os dias 7 e 21 de outubro. Com mais de 3.000 empresas tecnológicas e 700 startups de mais de 140 países, o evento serviu de palco para apresentação de inovações nas áreas de Inteligência Artificial, 5G, cloud, Big Data, cibersegurança, computação quântica, economia de dados, Blockchain, Fintech e Martech. Para a ADYTA, a presença no evento representou uma oportunidade de contactar com o mercado do médio oriente e apresentar as soluções de comunicação segura da empresa, especialmente a solução Adyta.Phone. Adyta.Phone é um sistema que permite a comunicação móvel segura, voz e texto, com recurso a encriptação forte e com a entrega do controlo da solução ao cliente. Para Carlos Carvalho, CEO da ADYTA, “a participação na GITEX GLOBAL 2021 foi uma oportunidade de estreitar contactos com o mercado daquela região do globo. Serviu para nos apresentarmos, mostrarmos o que fazemos e posicionarmo-nos tendo em vista o processo de internacionalização da empresa. Os resultados, por agora, são positivos, pois permitiu agendar já próximos passos com algumas organizações e entidades da região que se mostraram interessadas nas nossas soluções”. A ADYTA integrou uma missão organizada pela ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários que levou quatro empresas portuguesas – Adyta, FutureCompta, MyLads, Omniflow – à GITEX GLOBAL 2021. Notícia escrita por Isabel Silva, do departamento de Comunicação da UPTEC.

U.Porto representada no StageTwo, em Berlim

A organização descreve a StageTwo como “a primeira competição pan-europeia para as melhores startups de universidades” do continente. O evento teve lugar no passado dia 29 de outubro e contou com a participação de duas equipas da Universidade do Porto: Nanopyl e i-r3 therapies. Ambas foram selecionadas para semifinal e a NanoPyl chegou, inclusivamente, a participar na disputada final com 7 outras startups europeias (na foto, à direita). Estes dois projetos participaram na última edição do Business Ignition Programme (BIP) e foi a partir daí que surgiu a oportunidade de viajar até à Alemanha para a StageTwo. Ambos atuam na área da saúde e ambos foram premiados no BIP: NanoPyl - uma solução que pretende responder à necessidade urgente de tratamentos alternativos antibióticos para a infeção gástrica provocada pela bactéria Helicobacter pylori - ficou em primeiro lugar nesta iniciativa da U.Porto Inovação, e i-r3 therapies - uma abordagem inovadora para a regeneração dos tecidos orais e maxilo-faciais – ficou em segundo. De referir ainda que a NanoPyl foi também selecionada na última edição do BIP PROOF – também iniciativa da U.Porto Inovação - , tendo recebido um financiamento de 10 mil euros para fazer crescer o negócio. Uma experiência enriquecedora Apesar de, desta vez, a taça não ter vindo para a U.Porto, as equipas foram à StageTwo com a intenção de aprender, ter novas experiências e defender as cores da Universidade do Porto no panorama universitário europeu no que toca a inovação tecnológica. A participação no concurso permitiu-lhes trazer na bagagem contactos com empresas industriais e capitais de risco: "Estou grato pela experiência, vim de lá com mais ideias do que quando cheguei ao programa, e isso valeu-me a participação. No futuro, ambiciono implementar novos contextos inovadores, nas mais diversas perspetivas do empreendedorismo na saúde e investigação humana.", refere Rodrigo Vald'Oleiros Silva, da i-r3 therapies. Paula Parreira, em representação da NanoPyl, é da mesma opinião e a equipa ficou muito satisfeita por ter chegado à final: “Termos sido selecionados de entre as mais de 60 startups europeias foi, sem dúvida, uma grande vitória”, refere, naquela que considera uma experiência gratificante e enriquecedora. No entanto, ambos os cientistas tecem algumas críticas ao programa, nomeadamente no que diz respeito à avaliação: “Pensamos que o evento pecou pela falta de presença de um júri com conhecimento na área da saúde, sendo muito vocacionado para tecnologias como apps ou software”, refere Paula Parreira. Já Rodrigo Vald'Oleiros Silva lamenta ter ficado com a ideia de que o investimento em ideias verdadeiramente novas usando o processo de capital de risco tradicional é, francamente, pobre”, diz. Apesar disso, o balanço que o investigador faz é positivo, revelando que mesmo o facto de não terem ganho será frutífero para refletir no que pode melhorar e não fechar horizontes. A equipa da NanoPyl também já está com os olhos postos no futuro, sendo um dos próximos passos a criação da empresa: “Além disso, vamos continuar a apostar na transferência de tecnologia, quer participando em eventos quer concorrendo a calls que nos permitam obter apoio financeiro para o caminho que ainda temos pela frente”. A NanoPyl está, por isso, aberta a parcerias e/ou investidores que partilhem “da vontade de alavancar o projeto, transformando-o num produto real no mercado”, conclui Paula Parreira.     A participação da U.Porto na competição contou com o apoio do SPIN UP, um projeto cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Programa de Cooperação Transfronteiriça INTERREG V A Espanha-Portugal 2014-2020 (POCTEP). O SPIN UP pretende aumentar a transferência de tecnologia para o mercado nas regiões do Norte de Portugal e Espanha.        

Dois anos depois, The Circle volta a reunir-se

Mais de uma dezena de spin-offs participaram no último encontro do The Circle, que teve lugar no dia 27 de outubro, na UPTEC. Este foi o 7º encontro do grupo de empresas nascidas no ecossistema empreendedor da Universidade do Porto e aconteceu no âmbito do BIN @ Porto.  O evento, que incluiu um almoço de networking e algumas dinâmicas de interação entre os participantes, teve como foco dois aspetos importantes: a apresentação dos mais recentes dados das empresas spin-off e o anúncio de mais um parceiro para a rede.  No que diz respeito aos dados, a apresentação foi feita por Joana Resende, pró-reitora da Universidade do Porto com o pelouro da Inovação. A informação mostrada incluiu aspetos como investimento, emprego gerado, modelo de negócio, área de atuação, etc. “Esta recolha permitiu-nos apurar, por exemplo, que o investimento captado pelas nossas spin-offs foi na ordem dos 155 milhões de euros; e, pela contabilização que fizemos, as empresas do The Circle, estão a gerar à volta de 48 milhões de euros , o que dá uma receita média [anual] à volta de 480 mil euros", revelou a posteriori André Fernandes, diretor da U.Porto Inovação.  Já no que toca aos parceiros, foi com muita satisfação que o The Circle acolheu a UPTEC como o mais recente parceiro da rede. O Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto juntando, assim, ao Santander Universidades e à Porto Business School, que também marcaram presença no evento. Maria Oliveira, diretora de negócios da UPTEC congratulou a parceria com um: “Sozinhos vamos mais rápido. Juntos vamos mais longe” Pensar o futuro Sempre com os olhos postos mais longe, a U.Porto Inovação aproveitou o encontro também para mostrar as mais recentes peças de comunicação desenvolvidas para o The Circle: o novo site, com um visual mais funcional, e também o vídeo oficial da rede. O objetivo é que tanto as spin-offs como outros intervenientes no ecossistema tenham cada vez mais fácil acesso à informação disponibilizada sobre o The Circle, e de uma forma apelativa. Foi também realizada uma dinâmica de grupo chamada Teia de Aranha, cujo intuito é criar uma conexão entre os empresários da rede. Além de se apresentarem, os participantes foram convidados a dizer qual o impacto que a sua empresa está a querer gerar. Por fim, e antes do almoço de confraternização, houve tempo para abordar as próximas iniciativas dirigidas especialmente às spin-offs U.Porto, como é o  caso Workshop ODS (19 de novembro), Entreprenow 2021 (a começar no dia 15 de dezembro e com mais 4 encontros em 2022) e o Future Leaders dia (16 de dezembro). Sobre o The Circle Devido à pandemia, dois anos se passaram desde o último encontro do The Circle, que, entretanto, foi crescendo e é agora composto por mais de 90 empresas inovadoras, todas elas geradas com base no conhecimento científico e tecnológico da Universidade do Porto. Os dados mais recentes do The Circle serão disponibilizados em breve na nova brochura da rede.  Mais informação sobre as empresas pode ser encontrada aqui. Fotografia: Rita França Esta sessão contou com o apoio do UI-CAN, um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e União Europeia.

ADSA: um olhar para o passado e planos para o futuro

Ao fim de quase três anos chega ao fim o projeto ADSA - Atlantic Digital Startup Academy. Na reta final os parceiros divulgam agora a última newsletter, onde partilham todos os resultados alcançados nas atividades desenvolvidas, bem como as melhores práticas identificadas. Apesar de o projeto estar concluído, o consórcio europeu tem esperança que esta não seja a despedida final e está a avaliar a possibilidade de se candidatar a uma segunda fase, para 18 meses de financiamento extra. Esta oportunidade permitiria a implementação de algumas das atividades que a pandemia impediu e também alavancar mais startups digitais nos mercados internacionais, através das aprendizagens obtidas ao longo dos últimos anos.   No entanto, consideram que o mais importante neste momento é agradecer a todos os que participaram no projeto e que fizeram dele um sucesso: os 10 parceiros pelas relações de trabalho estabelecidas, verdadeiramente produtivas e cooperativas, e que perdurarão para além do limite temporal do projeto; as 50 Business Support Organizations que se envolveram como stakeholders em visitas de estudo, sessões de capacitação e, particularmente, no apoio às nossas startups no seu caminho para a internacionalização. E, como não poderia deixar de ser às 160 startups que levaram sua energia, inovação e ambição para os inúmeros workshops, eventos, sessões de mentoria e reuniões da parceria. Sobre o ADSA Atlantic Digital Startups Academy é um projeto que tem como objetivo apoiar a competitividade e internacionalização de startups digitais dentro do espaço Atlântico. Este apoio foi materializado sob a forma de um programa de aceleração e rede de mentores para facilitar o "scale-up" das empresas participantes. O projeto contou com parceiros em cinco regiões diferentes (França, Reino Unido, Irlanda, Espanha e Portugal) e a promoção da internacionalização entre estas regiões foi a principal prioridade. O ADSA é um projeto financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) do programa Interreg Espaço Atlântico e arrancou em 2018. Além de Portugal, são parceiras entidades de mais quatro regiões diferentes da Europa: Espanha, França, Irlanda e Reino Unido. A Universidade do Porto foi um dos parceiros do projeto, através da U.Porto Inovação.  

U.Porto Inovação lança publicação para esclarecer sobre patentes

O mundo das patentes é, muitas vezes, desconhecido, fazendo com que cientistas e investigadores possam não saber que direitos têm sobre as suas criações, de que maneira as podem proteger e, preferencialmente, valorizar. Desde 2004 que a U.Porto Inovação é o local a recorrer, dentro da Universidade do Porto, para questões relacionadas com patentes, tendo já prestado apoio em centenas de processos passíveis de serem protegidos por esta via. No entanto, é frequente existirem dúvidas junto do público-alvo da U.Porto Inovação e, por isso, a Unidade decidiu desenvolver mais uma ferramenta de apoio, neste caso uma brochura simples com as mais Frequently Asked Questions (FAQs) relacionadas com patentes. O objetivo é que quem contacta a U.Porto Inovação consiga esclarecer algumas dúvidas iniciais, de certa forma mais básicas, deixando as mais complexas e específicas para posteriores reuniões com elementos da Unidade. “Esta nova publicação enquadra-se nas atividades de sensibilização sobre propriedade intelectual da U.Porto Inovação. Resume as dúvidas mais frequentes e procura descomplicar informação prática sobre patentes”, explica André Fernandes, diretor da U.Porto Inovação. Assim, nesta brochura (que, para já, existe apenas em versão online), estudantes, docentes, investigadoras e cientistas podem encontrar respostas a coisas como quanto tempo demora a patentear uma invenção, quanto tempo dura uma patente, quanto custa, se dá retorno financeiro, etc. Ao mesmo tempo, a brochura explica também a importância de proteger esse conhecimento (“Porquê patentear”) e o que é, na prática, uma patente. “Pretendemos que a comunidade da U.Porto tenha acesso facilitado a informação sobre patentes e que comunique mais connosco para novos projetos de proteção e valorização da investigação que empreende!”, acrescenta André Fernandes. A publicação pode ser consultada aqui. Brevemente será também disponibilizada uma versão em inglês.

U.Porto Talento e Carreira apoia The Circle

    “Embora longa, a sessão trouxe insights muito importantes para podermos dar início a algum tipo canal de comunicação e de ação mais direto entre as spin-offs e os serviços de carreira” – são palavras de Fernanda Correia, do departamento Talento & Carreira da Universidade do Porto que, no passado mês de setembro, conduziu o webinar sobre esse mesmo tema. A sessão foi organizada pela U.Porto Inovação e reuniu 9 empresas spin-off. O objetivo era claro: apresentar os serviços de carreira e de empregabilidade que a Universidade do Porto pode disponibilizar às suas spin-offs, construindo depois, com o feedback recolhido no webinar, um plano estratégico e de ação para potenciar estes mesmos serviços. A ideia é que as empresas possam conhecer, interagir e avaliar estudantes da U.Porto com potencial para integrar as suas equipas, bem como definir com mais conhecimento o perfil dos candidatos que pretendam recrutar. Esta missão vai ao encontro da dos serviços de carreira da Universidade do Porto, nos quais se incluem a U.Porto Talento & Carreira, pelo que o match foi perfeito: “Procuramos a capacitação dos estudantes/diplomados para a empregabilidade e para as exigências do mercado laboral e apoiá-los na construção de carreiras e percursos significativos”, refere Fernanda Correia. Esse objetivo, acrescenta, é trabalhado em “estreita colaboração com a comunidade académica e outros serviços da Universidade, organizações do setor público e privado, alumni, entre outros, pelo que faz todo o sentido apresentarmo-nos às startups do ecossistema da U.Porto”. No final do encontro várias possibilidades de cooperação se desenharam. Entre elas está o desenvolvimento de eventos de networking entre empresas e estudantes, acolhimento de estudantes em estágios ou até a participação de representantes das spin-offs U.Porto como formadores em programas de desenvolvimento de competências transversais e de empregabilidade ao longo da vida dos estudantes. Além disso, como refere Fernanda Correia, com este tipo de colaboração as empresas passam a estar envolvidas no processo de criação de uma Comunidade de Carreira da U.Porto, “beneficiando também das redes já iniciadas pela Talento & Carreira e demais serviços de carreira da Universidade”.   Esta sessão contou com o apoio do UI-CAN, um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e União Europeia.

Do programa UPinTech para o mundo (2018 a 2020)

  Já lá vão dez anos desde que a U.Porto Inovação lançou o programa UPinTech. Desde então, já mais de 50 pessoas aproveitaram a oportunidade de colaborar com a Unidade, aprendendo sobre transferência de tecnologia, apoio ao empreendedorismo e outras áreas. Para muitos dos “nossos” UPintech’s, como carinhosamente lhes chamamos, a passagem pela U.Porto Inovação gerou novas oportunidades profissionais não só em Portugal como a nível a internacional. Nesta edição “Do programa UPinTech para o mundo” falamos um pouco do Rui, da Priscila, do Tiago, Luís, Miguel e João, com quem tivemos o privilégio de trabalhar.   Rui Costa esteve na U.Porto Inovação durante seis meses e a sua colaboração terminou no início de 2018. Entretanto, Rui começou o doutoramento em Física na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, “diretamente relacionado com o desenvolvimento de têxteis funcionais capazes de armazenar energia”. Além da formação académica Rui faz parte da WESToreOnTEX, um projeto que desenvolve têxteis e acessórios flexíveis que armazenam energia para alimentar dispositivos eletrónicos e sensores integrados na roupa. Para Rui Costa, passar pela U.Porto Inovação foi muito importante para desenvolver novas skills que, na sua opinião, “não se aprendem no meio puramente académico”, como por exemplo aprender a avaliar e gerir novas tecnologias. Além disso, o período como UPinTech permitiu-lhe “desenvolver competências necessárias para lidar com o mundo empresarial e para fazer apresentação/marketing e negociação com empresas de tecnologias já patenteadas”, refere. Priscila Rohem, veio do Brasil para Portugal com um especial interesse pela inovação e anseio por conhecer o sistema português. Afirma que a sua passagem pela U.Porto Inovação permitiu aprender com colegas “muito experientes” mas também a oportunidade de vivenciar “a diversidade, inclusão e equidade”. Para Priscila, que imigrou grávida, foi muito importante não só o lado profissional dos colegas mas também a parte humana, traduzida na “recetividade por parte dos colegas da U.Porto Inovação, podendo continuar a trabalhar quase até à véspera de ter a bebé”, afirma. Entretanto, e já depois de ter deixado a U.Porto Inovação, Priscila entrou no MBA da Porto Business School onde desenvolveu um projeto relacionado com “a internacionalização de uma companhia portuguesa de logística que desenvolve soluções digitais tecnológicas”. Também teve uma breve passagem no kick off de um projeto multicêntrico de saúde digital, financiado pela União Europeia, ao fazer parte da equipa da CLOO, uma empresa de ciências comportamentais. Entretanto voltou ao seu trabalho no INPI do Brasil, onde está atualmente. Também Tiago Meireles, que passou perto de um ano a colaborar com a U.Porto Inovação na área do empreendedorismo e apoio à rede de spin-offs, valoriza a sua passagem pela U.Porto Inovação. Atualmente, Tiago trabalha em management consulting na PwC Portugal. Tiago descreve o período passado na U.Porto como uma “ótima experiência junto de pessoas dinâmicas e num ambiente colaborativo e acolhedor”. Além de ter alargado conhecimentos, Tiago considera que a sua colaboração na Unidade foi “fundamental enquanto ponto de contacto com o ecossistema empreendedor nacional e internacional”, e essas competências de trabalho são, hoje, “extremamente úteis” nas funções que desempenha na PwC Portugal. Luís Oliveira passou quase 10 meses como UPinTech, em 2019. Considera que colaborar com a U.Porto Inovação foi uma “oportunidade incrível” para aprender mais sobre gestão de propriedade intelectual e analisar diversas tecnologias inovadoras. Atualmente Luís trabalha como Business/data analyst na FARFETCH, e acredita que a passagem pelo programa o ajudou a desenvolver algumas ferramentas fundamentais para o cargo que hoje ocupa: “A experiência de analisar diferentes tecnologias, comunicar com diferentes pessoas e estar envolvido em algumas das etapas do processo de gestão da propriedade intelectual foram competências importantíssimas”, conclui.   Experiências além fronteiras Para Miguel Maia, que também trabalhou com a U.Porto Inovação em 2019, o caminho acabou por levá-lo para fora de Portugal, mais precisamente para a Irlanda. Ao mesmo tempo que frequenta o último ano do doutoramento em Química Farmacêutica na Faculdade de Farmácia da U.Porto, Miguel está também a fazer um período de mobilidade na University College Dublin. “Estou a trabalhar num projeto de síntese química através de sistemas de fluxo contínuo”, conta. Para Miguel, passar pela U.Porto Inovação trouxe muitos frutos que irá aproveitar na sua próxima etapa no mercado: “A indústria farmacêutica aposta muito em investigação e desenvolvimento de novas tecnologias, e a proteção por patente é um requisito essencial”, refere Miguel. Assim, e associado ao “ambiente estimulante de inovação sempre rodeado de novas tecnologias”, Miguel leva conhecimento útil do programa UPinTech, onde, afirma, esteve sempre acompanhado por uma “equipa motivada e empenhada”. Por fim, mas não por último, fomos conversar um pouco com João Fonseca, que terminou o seu percurso na U.Porto Inovação em julho de 2020 rumo ao Banco Santander. À semelhança do que acontece com Miguel, João também está neste momento fora de Portugal, mais precisamente em Madrid (Espanha). Está a trabalhar no setor financeiro do banco como engenheiro de software, integrado na equipa de desenvolvimento do produto Santander Cash Nexus. Para João, fazer parte do programa UPinTech funcionou como uma “rampa de lançamento” para o que viria a ser o seu trabalho atual, uma vez que considera ter adquirido competências importantes ao nível de “crítica de decisões tecnológicas a adotar ou tradução de necessidades de clientes em relatórios detalhados de caráter técnico”, refere. Na sua opinião, a integração numa equipa como a U.Porto Inovação é “simples e imediata” tendo notado, desde o primeiro dia, que conseguia contribuir para a equipa nas suas diversas áreas de atuação. “Tudo somado, concluo que desenvolvi competências ao nível da comunicação escrita e oral, análise científica e processos de transferência de tecnologia”, conclui. Como fazer parte desta grande família? A U.Porto Inovação tem, neste momento, vários colaboradores no ativo do programa UPinTech, a trabalhar em diversas áreas de atuação da Unidade. Este é um programa que possibilita colaborações em part-time, remuneradas, para trabalhar na área de transferência de tecnologia e tem períodos de recrutamento abertos em várias alturas do ano. Dá-se preferência a pessoas formadas na Universidade do Porto. Para saber mais sobre a oportunidade, nomeadamente sobre como enviar uma candidatura (que, caso não esteja aberto nenhum processo de recrutamento, será armazenada para consideração futura) é só clicar aqui.

“Orientei a minha investigação para temas que permitissem resolver problemas da sociedade”

  É à Faculdade de Engenharia (FEUP) que, neste momento, Helena Soares chama casa. Um percurso que começou nos finais dos anos 80, no departamento de Engenharia Química enquanto assistente-estagiária, e onde concluiu as provas de aptidão pedagógica e científica, já em 1990. O ponto de partida, no entanto, não foi na FEUP, mas sim em Farmácia, também na Universidade do Porto. Depois de concluída a licenciatura em Ciências Farmacêuticas nessa faculdade, e da ingressão na FEUP, Helena Soares completou o Doutoramento em Química na Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) em 1995.  A investigadora é, então, pode concluir-se, uma mulher das ciências exatas onde, afirma, sempre teve “melhores resultados académicos do que em Humanidades”, o que talvez já fizesse adivinhar um caminho ligado à investigação científica. No entanto, na altura da inevitável pergunta ‘o que queres ser quando fores grande’, o termo investigador(a) não lhe era, de todo, familiar. “Estamos a falar do período pré 25 de abril. Além disso, no meu círculo familiar ninguém exercia essa profissão e também não era vulgar haver divulgação de ciência nos meios audiovisuais”, refere. Mesmo não tendo uma ideia definida do que queria fazer, a paixão pela Química chegou ainda no ensino secundário e acentuou-se nos anos seguintes, até ao início do que é, hoje, o seu percurso académico: “Sabia que, à altura de entrar na faculdade, a escolha teria necessariamente de passar por um curso com uma forte componente de Química. Mais tarde, já na FEUP, tive oportunidade de evoluir para um doutoramento nessa área o que, olhando para trás, me satisfaz plenamente”, refere. "Gosto muito da minha profissão, principalmente de desenvolver novas ideias" Fazendo parte da família da Universidade do Porto, no total, há mais de 30 anos, Helena Soares sente-se realizada numa profissão que considera bastante estimulante embora, por vezes “desesperante no que diz respeito à máquina burocrática”, refere. No entanto, a parte positiva supera, largamente, a negativa, e o percurso académico de Helena Soares é reflexo disso mesmo: “Gosto muito da minha profissão, principalmente de desenvolver novas ideias e projetos que sejam diferenciadores e perspetivem uma futura aplicação”, conta. Neste momento, concilia a atividade de investigadora com a de docente (também na FEUP), e está, desde o início dos anos 2000, a trabalhar em duas linhas de investigação que considera bastante atuais nos tempos que correm: a reciclagem de metais a partir de resíduos e o desenvolvimento de novos produtos de base biológica para fins agrícolas. Em ambas as áreas a investigadora acredita que existe muito potencial para “ajudar no desenvolvimento sustentável da Europa e de Portugal em particular”, uma temática que a preocupa. A reciclagem de metais a partir de resíduos “permite devolver os metais presentes em muitos objetos do nosso dia a dia (como telemóveis ou computadores) à cadeia de abastecimento, ajudando a não esgotar os recursos naturais”, explica. Ao mesmo tempo, e tendo em conta o expectável crescimento da população mundial nos próximos 30 anos, também é fundamental o desenvolvimento de novos produtos de base biológica para fins agrícolas: “É urgente encontrar novas alternativas sustentáveis aos produtos químicos tradicionalmente usados na agricultura”, diz. Estas duas áreas de investigação  já deram origem a dois pedidos de patente a nível europeu. Quando questionada sobre que sonhos tem para a sua investigação e trabalho, Helena Soares assume-se como uma pessoa muito pragmática: “Após o meu doutoramento fui progressivamente orientando as minhas áreas de investigação para tópicos que permitissem utilizar o conhecimento fundamental com vista à resolução de problemas que se colocam à sociedade”, refere. Assim, ao falar de sonhos, a investigadora responde o (quase sempre) inevitável quando falamos com os nossos cientistas: “chegar ao mercado e, deste modo, ser colocado ao serviço da sociedade”, conclui.

Endoscopia por cápsula melhora diagnósticos no aparelho digestivo

É uma inovação que promete melhorar significativamente o diagnóstico de patologias do aparelho digestivo e nasceu na Universidade do Porto. São, ao todo, três tecnologias baseadas na endoscopia por cápsula, reunidas numa plataforma a que a equipa chamou DIGEST AID. Tudo partiu de uma “necessidade de simplificar a leitura dos vídeos de endoscopia por cápsula”, refere Miguel Mascarenhas, aluno de doutoramento da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e um dos inventores envolvidos na criação. A endoscopia por cápsula é um exame minimamente invasivo e muito utilizado no estudo endoscópico do intestino delgado por exemplo em doentes com doença inflamatória intestinal ou hemorragia/anemia de causa indefinida. Muitas vezes, a endoscopia é complementada com uma colonoscopia por cápsula, que permite a avaliação da totalidade do tubo digestivo num só vídeo.  Apesar de serem exames clinicamente muito relevantes para um bom diagnóstico, a leitura dos vídeos gerados na endoscopia por cápsula “é morosa e consumidora de recursos clínicos valiosos”, explica Miguel Mascarenhas, acrescentando que um único exame pode gerar “cerca de 50 mil imagens, o que pode levar a um significativo risco de perda de lesões graves como tumores, úlceras e/ou lesões com elevado potencial de hemorragia digestiva”, refere. Assim, de uma necessidade nasceu uma invenção para lhe dar resposta: a plataforma de Inteligência Artificial DIGEST AID. O sistema junta a elevada capacidade dos mecanismos de Inteligência Artificial (IA) na análise e classificação de imagens à importância clínica da endoscopia por cápsula na “orientação terapêutica e diagnóstica de patologias diversas”, explicam os investigadores.  Três tecnologias, um único propósito: melhorar a qualidade de vida dos pacientes São três tecnologias que permitem não só a deteção de achados endoscópicos de relevo, mas também a sua posterior reclassificação: “O nosso modelo é evolutivo, melhorando progressivamente com o aumento do número de imagens e rondas de treino”, diz Miguel Mascarenhas. A tecnologia Deep Capsule, por exemplo, permite a deteção e diferenciação das lesões endoscópicas mais relevantes. O mecanismo de IA (criado pelos investigadores) também permite uma “imediata estratificação do risco de hemorragia de cada lesão”, explicam. É, por isso, uma tecnologia com enorme aplicabilidade tanto no diagnóstico como na terapêutica de doentes com anemia, hemorragia digestiva, doença inflamatória intestinal e patologia oncológica digestiva. Adicionalmente, o grupo de investigadores tem também uma forte presença na área da colonoscopia por cápsula, método que, acreditam, pode “ser o futuro da avaliação endoscópica não invasiva do tubo digestivo”. Assim, a tecnologia GI SPY permite uma avaliação da totalidade do tubo digestivo usando uma ferramenta de IA desenvolvida também pela equipa, desta vez especificamente para colonoscopia por cápsula. “O GI SPY torna numa realidade o conceito de panendoscopia não invasiva num único exame”, refere Miguel Mascarenhas. Por fim, mas não por último, IBD Smart, mais focada na doença inflamatória intestinal, uma patologia que requer uma avaliação minuciosa da mucosa do intestino delgado e cólon. Além disso, como explicam os investigadores, “essa necessidade mantém-se mesmo depois do diagnóstico inicial da atividade inflamatória, já na fase de avaliação da resposta ao tratamento farmacológico”. Assim, a DIGEST AID inclui também uma solução específica para esta submodalidade de endoscopia por cápsula que já foi, inclusivamente, alvo de publicação na revista de maior relevo na área da doença inflamatória intestinal (Journal of Crohn and Colitis) e selecionada como um dos 10 melhores trabalhos no congresso europeu dedicado à doença. Multidisciplinaridade na U.Porto ao serviço da saúde Ao todo, a investigação envolve nove inventores. Entre eles encontram-se Miguel Mascarenhas, Hélder Cardoso, Patrícia Andrade e Guilherme Macedo, com afiliação à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e ao Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ). Já da parte da Faculdade de Engenharia (FEUP) participam João Ferreira, Marco Parente e Renato Natal. Também do CHUSJ estão envolvidos João Afonso e Tiago Ribeiro. Tendo submetido já três pedidos de patente para as três tecnologias acima descritas, neste momento os investigadores estão focados no desenvolvimento progressivo das invenções e na maturação do Technology Readiness Level. Além disso, estão também atentos ao estabelecimento de “parcerias e sinergias catalisadoras do projeto”, concluem, para que as tecnologias possam chegar brevemente ao mercado.    

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