Foi um painel diversificado de docentes e investigadores das faculdades da Engenharia, Medicina, Letras, Direito e Ciências da Universidade do Porto e de outras instituições da academia aquele que reuniu, no início de fevereiro, com responsáveis da empresa E-Goi, em mais uma sessão Academia to Business (A2B), organizada pela U.Porto Inovação.
Realizado de forma remota, o encontro com a empresa especializada no desenvolvimento de soluções e produtos na área de Automação de Marketing abriu com a participação de Joana Resende, pró-reitora da Universidade do Porto. Uma intervenção na qual lembrou que “os desafios da digitalização são enormes e requerem a mobilização do conhecimento para podermos de fato utilizar as tecnologias em prol do desenvolvimento societal”.
“A U.Porto pode ser um parceiro chave na produção deste conhecimento”, vincou Joana Resende, recordando que um dos objetivos da Universidade para os próximos anos é “trabalhar a ligação da sociedade com a inovação, cultura e outras componentes para construir sociedades e economias baseadas no conhecimento”.
Em “resposta”, Daniel Alves, Diretor de I&D e inovação da E-Goi, referiu que a empresa destaca-se precisamente por ter um departamento de I&D. “A E-Goi está cada vez mais a apostar em tecnologias, produtos e processos de investigação e desenvolvimento para que seja o drive da inovação e da diferenciação da própria empresa”, vincou o responsável.
Daniel Alves recordou ainda a parceria de vários anos que a E-Goi mantém com a Universidade do Porto, nomeadamente no acolhimento de muitos estudantes de licenciatura e principalmente de mestrado, que vão desenvolver os respetivos projetos de dissertação na empresa.
De olhos postos no futuro
Na sessão foram também debatidas um conjunto de tendências tecnológicas no setor de Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE) com impacto no marketing digital. Ana Madureira, docente do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), apresentou alguns desafios colocado pelo marketing digital, como por exemplo a interação e rentabilização de tecnologias emergentes no suporte a analise de dados, qualidade e disponibilidade de dados, aspetos legais e de privacidade, a realidade virtual e a aumentada, entre outros.
O investigador do INESTEC, Eduardo Oliveira, discorreu por sua vez sobre prioridades nacionais e europeias com impacto no Marketing Digital. Para tal, deu como exemplo um estudo segundo o qual as atividades relacionadas com a economia digital cresceram no contexto da pandemia e em termos de competências digitais. O mesmo estudo mostrou, contudo, que Portugal está ligeiramente abaixo da média europeia.
O investigador apresentou ainda algumas das áreas em que Portugal deve-se especializar, nomeadamente: Natural language processing (NLP), Real Time AI, AI in software development, AI for edge computing. Com isso, concluiu que a década digital 2030 deve focar nas seguintes vertentes: população dotada de competências digitais e profissionais do setor digital altamente qualificados, infraestruturas digitais seguras, eficazes e sustentáveis, transformação digital nas empresas e digitalização dos serviços públicos.
No final da sessão, tanto cientistas como os responsáveis da E-Goi, deixaram as portas abertas para o desenvolvimento de projetos conjuntos.
Notícia escrita por Tiago Reis, do departamento de Comunicação & Imagem da U.Porto.