U.Porto Inovação recebe cinco novos UPinTech's
Submetido por U.Porto Inovação em 01/12/24
Alexandre Santos, Beatriz Oliveira, Maria Beatriz Oliveira, Pedro Bessa e Vicente Lora são os novos colaboradores da U.Porto Inovação, uma colaboração em part-time ao abrigo do programa UPinTech. Em novembro passado, a equipa da U.Porto Inovação reuniu-se para dar as boas-vindas aos quatro novos membros da família, que tiveram também oportunidade de receber formação acerca dos trabalhos que passarão a desempenhar.
As áreas de formação anunciadas para esta edição do programa UPinTech – que acontece com o apoio da Caixa Geral de Depósitos – foram Health e Manufacturing.
Começando, então, pela área Health, a coincidência desta edição: duas colaboradoras com o mesmo nome - Beatriz Oliveira - e a mesma licenciatura em Biotecnologia. Beatriz Oliveira frequentou a Universidade de Aveiro e está, neste momento, no segundo ano do Mestrado em Bioengenharia lecionado na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) e no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). Já participou em projetos de investigação nas áreas de medicina regenerativa e disease modeling, estando atualmente a desenvolver a sua tese de mestrado sobre a interação entre cancro e sistema nervoso. Já Maria Beatriz Oliveira licenciou-se na Universidade do Minho. Durante o mestrado focou-se no uso de resíduos da indústria da cortiça e os seus compostos bioativos para tratamento de doenças de pela. Está, atualmente, no primeiro ano do programa doutoral de Ciências Biomédicas no ICBAS, focada no desenvolvimento de um tratamento para o acne através do uso de uma nova matriz natural.
Passando para a área de Manufacturing, Alexandre Santos é licenciado em Engenharia Mecânica pela Universidade de Aveiro estando, agora, a frequentar o Mestrado em Engenharia Mecânica na FEUP com especialização em automação. Os seus interesses passam pelas áreas da robótica e inteligência artificial. Vicente Lora também se licenciou na FEUP, em Engenharia Informática e de Computadores. Assume-se como um fascinado por física, psicologia e pelo universo da computação.
Por fim, mas não por último, Pedro Bessa também se junta à equipa da U.Porto Inovação. É estudante de licenciatura em Matemática Aplicada na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e tem interesse em inteligência artificial, finanças, empreendedorismo e música, procurando aplicar os seus conhecimentos na criação de soluções inovadoras.
Sobre o programa UPinTech
Já lá vão mais de dez anos desde que a U.Porto Inovação lançou o programa UPinTech. Desde então, mais de 70 pessoas colaboraram e receberam hands on training na unidade de transferência de conhecimento e empreendedorismo da U.Porto.
O principal objetivo do programa UPinTech é providenciar à comunidade estudantil e científica da U.Porto um contacto direto com as atividades de proteção e comercialização de tecnologias da U.Porto.
A U.Porto Inovação beneficia do trabalho de uma equipa altamente qualificada em proteção, transferência de tecnologia e empreendedorismo. Para saber mais sobre a oportunidade e as competências necessárias clique aqui.
Esta edição do programa UPinTech conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos.
CREA está a renovar o Estádio Universitário do Porto
Submetido por U.Porto Inovação em 28/11/24
A recuperação da bancada, dos balneários, dos vestiários e a criação de dois novos edifícios são o resultado da reabilitação do Estádio Universitário do Porto, realizada pela CREA, um atelier de arquitetura instalado na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto e spin-off da U.Porto.
71 anos depois da sua inauguração, um “novo” Estádio Universitário é apresentado à cidade, fruto de uma extensa reabilitação desenhada pela CREA, e que permitiu devolver à cidade um dos mais icónicos espaços desportivos da Invicta.
“Importa-nos muito o contexto desta obra, e o significado que aquele espaço em plena quinta do Campo Alegre representa para a cidade e para a comunidade, em particular a da Universidade do Porto. Sentimos naturalmente a responsabilidade e o desafio que nos foi confiado”, afirma André Camelo, fundador da CREA (na foto).
A obra, com um orçamento de 3,4 milhões de euros, teve a duração de cerca de cinco anos, mas “foi apenas uma etapa, naquilo que foi, é e será seguramente uma ainda longa história do Estádio Universitário”, acrescentou, ainda, o empreendedor da UPTEC.
“Este é, com efeito, um novo Estádio Universitário, resultado de um moroso processo de resgate da gestão deste espaço e de um ambicioso plano de renascimento e requalificação de um equipamento histórico que queremos ao serviço da comunidade académica e da cidade, dos cidadãos da área metropolitana e das suas associações desportivas”, destacou o Reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira.
A cerimónia de inauguração contou com a presença de Luís Montenegro, Primeiro-Ministro de Portugal, Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto, e dos Ministros Pedro Duarte e Fernando Alexandre.
A segunda fase de reabilitação, idealizada pela CREA, contemplou a recuperação do edifício da bancada, a reformulação dos balneários e a construção de dois novos edifícios, incluindo a nova sede do CDUP-UP.
Notícia escrita pelo serviço de Comunicação & Imagem da UPTEC.
"Inovação é um termo com futuro, do qual vamos continuar a falar"
Submetido por U.Porto Inovação em 27/11/24
André Fernandes começou a trabalhar na U.Porto Inovação - na altura UPIN - em 2007. Mais de uma década depois, em 2020, assumiu as funções de dirigente intermédio. No ano em que a U.Porto Inovação comemora o seu 20º aniversário, é André Fernandes que está ao leme da equipa, tutelada por Pedro Rodrigues, Vice-Reitor da U.Porto para a Investigação e Inovação.
Aumentar a equipa e melhorar a eficácia dos processos diários são os principais objetivos a curto prazo de André Fernandes. Depois, com os olhos postos no futuro, assume a visibilidade, proximidade e cooperação como as suas principais bandeiras. Sempre, claro, com o termo inovação na ponta da língua: "Diria que inovação é um termo que, felizmente até, tem muito futuro e temos que continuar a falar muito nele", refere.
1. A que U.Porto Inovação chegou quando tomou posse?
A minha comissão de serviço como dirigente intermédio de segundo grau começou em 2020, assumindo novas funções numa equipa que, felizmente, já conhecia. Uma equipa bastante capacitada, diversificada do ponto de vista de qualificações, faixa etária e funções. Por isso, na minha opinião foi um começo confortável porque acabei por dar continuidade à equipa e ao trabalho que estava a ser feito antes.
Havia uma situação que me preocupava que tinha a ver com a precariedade das relações laborais da equipa. A ciência em Portugal e estas atividades de interface entre a ciência e o tecido económico baseiam se muito em projetos financiados que, tipicamente dão recursos às instituições para que estas contratem pessoas. A questão é que esses projetos são limitados no tempo, e sendo as relações laborais muito baseadas nos projetos, quando estes se aproximam do fim ou terminam há sempre esse dilema e essa dificuldade de dar continuidade ao trabalho de algumas pessoas. E era isso que estava a acontecer quando cheguei. Em geral a equipa estava a desempenhar muito bem mas, de facto, tínhamos várias situações em que se estava a aproximar o prazo dos contratos de trabalho dessas pessoas. Isso é uma dificuldade e um problema a que depois demos resposta.
Havia outra novidade quando passei a ser diretor, que era a mudança recente de instalações da U.Porto Inovação. Desde 2004 que desenvolvemos atividade no edifício histórico da Reitoria da Universidade do Porto, e em setembro de 2019 passámos a estar fisicamente no edifício da UPTEC. Essa foi uma decisão da equipa reitoral do ponto de vista estratégico, para nos aproximar da equipa da UPTEC, das spin-offs e para estarmos mais próximos dos laboratórios, dos centros de investigação da U.Porto, etc.
De facto, foi uma altura em que a equipa estava a “bombar” do ponto de vista de atividades, com vários projetos a acontecer, mas por causa da mudança física ainda estávamos um pouco em fase de adaptação.
2. Diria que chegou com expectativas e planos específicos ou focou-se mais na continuidade do trabalho já feito?
Eu já tenho alguma de experiência de trabalho em diferentes organizações, públicas e privadas, e a minha perspetiva foi sempre de perceber que é difícil fazer ruturas do ponto de vista organizacional, sobretudo quando está a ser desenvolvido um trabalho muito meritório e com resultados, como era o caso da U.Porto Inovação quando eu assumi o papel de direção. E, além de tudo, também entrei a meio do mandato da equipa reitoral, que já tinha a sua visão e estratégia.
Diria que do ponto de vista de planos ou de ideias para a minha comissão de serviço, o principal tinha mais a ver não tanto com alteração de atividades, prioridades ou serviços que a nossa equipa oferece, mas mais do ponto de vista da organização e de criar condições, sobretudo de rendimentos e de músculo, para conseguir reter a equipa que estava a trabalhar.
3. Reconhece uma evolução no trabalho da U.Porto Inovação desde que chegou à equipa?
Sem dúvida. Por onde começar?
Do ponto de vista de atividades, na altura em respondi a um processo de recrutamento lançado pela UPIN por ter identificado a necessidade de ter uma pessoa que desempenhasse funções de interface entre a Universidade do Porto e o tecido económico. Esta interface era um pouco a montante na cadeia de inovação da Universidade, e traduzia-se em atrair as empresas para projetos de investigação em parceria. Eu entrei muito com esse espírito e, até aí, as atividades da UPIN tinham estado mais viradas para a proteção da PI e para a comercialização, por um lado, empreendedorismo, por outro, e mais algumas atividades como o apoio de candidaturas a projetos financiados, dinamização da investigação interdisciplinar, etc.
Desde então, e até agora, nós temos desenvolvido as nossas atividades muito à volta dessas três áreas que na altura estavam em formação: PI e transferência de tecnologia, promoção do empreendedorismo e interface universidade-empresa.
Assim, eu diria que a grande evolução foi na equipa. Em todos estes anos tivemos, felizmente, a possibilidade de aproveitar oportunidades para capacitar as pessoas, profissionaliza-las. E, neste momento, temos pessoas seniores em todas as nossas atividades – do ponto de vista de experiência e conhecimento, não de idade.
4. A que necessidades acredita deve responder uma equipa deste género? Que planos tem a curto, médio ou longo prazo?
Penso que é importante começar por enquadrar o nosso trabalho. Nós estamos num ecossistema que é o maior produtor de ciência do país. A Universidade do Porto é responsável por 25% da produção científica nacional, se medirmos do ponto de vista de publicações. Isto, de facto, é reconfortante no sentido que estas dinâmicas criam resultados de várias formas. Do ponto de vista comercial pode até ser mais fácil porque temos massa crítica a montante; por outro lado acaba por ser um desafio porque trabalhamos com um grande volume de solicitações. Não havendo a perspetiva de uma diminuição da ciência que se faz na U.Porto, uma das necessidades que temos, se queremos aproveitar melhor essa massa critica, é aumentar a nossa capacidade de resposta.
Isto faz se de duas formas e eu destaco duas. Primeiro, aumentar a equipa. Isso está sempre em cima da mesa. Por outro, otimizar os nossos processos e torná-los mais eficientes, para que a equipa possa concentrar as atenções nas atividades que mais valor podem trazer à Universidade e também para termos mais capacidade de resposta. Já consolidámos a equipa e neste momento somos 9 pessoas, com funções complementares. Umas transversais, umas mais viradas para determinadas áreas científicas e tecnológicas.
Falando a curto prazo, são estas as minhas prioridades: crescimento da equipa e otimização dos processos, aumentando a sua eficiência.
A longo prazo, destacaria três áreas de intervenção, sem nenhuma ordem. Primeiro, a importância de dar corpo à subida de estatuto da U.Porto Inovação, que passou de Unidade para Serviço. Isso foi muito relevante para a nossa equipa, porque representa reconhecimento do trabalho desenvolvido. E como damos corpo? Com uma equipa maior, capaz de mostrar mais resultados.
Depois, realço a visão que o Vice-Reitor Pedro Rodrigues tem para a nossa equipa: dar mais visibilidade à U.Porto Inovação e ao trabalho que desenvolve, ao mesmo tempo que nos aproximamos mais da comunidade científica. A Universidade tem investido na criação de estruturas locais de apoio à investigação e inovação, e devemos aproximar-nos mais delas e potenciar o trabalho conjunto.
Por fim, mas não por último, adaptar e coordenar a nossa atividade com a dinâmica que se cria dentro da própria Universidade e também no ecossistema. Falo, por exemplo, dos institutos de investigação participados pela U.Porto, da UPTEC, ou das empresas startup e spin-off. Acredito que estaremos a contribuir para a missão da Universidade se encontrarmos formas de coordenar todos estes agentes, aumentando o nosso impacto na sociedade, que é o grande desígnio que todas estas pessoas têm em comum.
5. Acha que o termo inovação precisa de um rebranding? Que está “batido”?
É compreensível que a nos, que usamos este jargão e este vocabulário diariamente, nos pareça que este tipo de conceitos, definições, que acaba por ser metas e referencias, estejam mais gastos. Prefiro dizer que estão mais maduros.
Mas mais do que pensar que é um termo gasto, eu diria que é um termo que, felizmente até, tem muito futuro e temos que continuar a falar muito nele. Ao longo dos anos da nossa atividade até nos vamos posicionando razoavelmente bem nos rankings mas, de facto, ainda é muito difícil entrar no tecido económico porque as empresas ainda não estão preparadas para assimilar novos processos, novas ideias, e depois para fazer dessas ideias novos negócios de uma forma estruturada e, diria, sustentável. Portanto, olhando o cenário e a nossa envolvente, ainda vamos ter que martelar muito na inovação.
6. Como vê o futuro da inovação na Universidade do Porto?
Há uma grande relevância das atividades de inovação no plano estratégico da U.Porto para 2030, o que nos dá uma grande sensação de responsabilidade em responder a esta missão. Trabalhamos com muitas solicitações, um volume quase diário, e isso demonstra que as atividades do nosso Serviço são vistas como úteis e importantes para a comunidade com quem trabalhamos.
Trabalhar a inovação na Universidade do Porto implica, como já foi referido, melhorar a nossa visibilidade e proximidade junto da comunidade científica, percebendo as suas dinâmicas, indo aos laboratórios e junto dos cientistas com quem não nos cruzamos todos os dias. E devemos desenvolver essa estratégia em conjunto com as equipas de apoio à inovação que se vão formando na U.Porto.
Depois, é importante realçar que, felizmente, não estamos sozinhos nesta missão. Em última análise esse papel não é só das instituições científicas e de ensino superior. Nós temos o nosso papel, mas não é só nosso e felizmente estamos bem acompanhados. Refiro-me a associações empresariais que têm sempre este foco na inovação, organismos públicos como por exemplo a da Agência Nacional de Inovação (ANI) que também tem desenvolvido o seu trabalho com muito mérito. O nosso sistema nacional de inovação é robusto, perene e tem estrutura. Agora o que precisamos é continuar. Claro que, para isso, é preciso investimento, o investimento implica risco, e o risco traz muitas incertezas. Vamos ter insucessos, sim, mas também temos os nossos sucessos e é importante aprendermos com ambos e continuarmos o nosso trabalho.
De envolvente interna basta olhar para o plano estratégico da Universidade Porto para 2030 para perceber que, pelo menos até esse ano, ainda vamos ter muito que falar do ponto de vista de inovação e da importância que a Universidade dá a essa área. E isso é uma muito boa notícia para estruturas como a nossa e para novas estruturas que têm surgido nas unidades orgânicas, faculdades e centros de inovação.
Por isso eu iria que inovação é um termo com futuro, não está esgotado, e atendendo aqui ao nosso lema que é 20 anos de U.Porto Inovação / 20 anos de inovação na U.Porto, eu diria que pelo menos até 2030 vamos ter a inovação na cabeça das pessoas na nossa Universidade.
CEO de spin-off U.Porto premiada pelo European Innovation Council
Submetido por U.Porto Inovação em 26/11/24
“Mais do que um prémio, é uma validação do nosso trabalho, o que fortalece a nossa convicção no caminho que estamos a seguir”. São palavras de Ângela Carvalho, CEO da BEAT Therapeutics, em reação ao prémio de 75.000 euros conquistado no âmbito da primeira edição do WomenTechEU. A investigadora é uma das duas portuguesas distinguidas nesta iniciativa do Prémio Europeu para Mulheres Empreendedoras, promovido pelo European Innovation Council (EIC) e pela SME Executive Agency (EISMEA).
Na origem desta distinção está a empresa BEAT Therapeutics, uma spin-off da Universidade do Porto atualmente incubada na UPTEC – Parque da Ciência e Tecnologia da U.Porto. Trata-se de uma startup de biotecnologia focada na descoberta e desenvolvimento de terapias inovadoras para tratamento de cancros agressivos, fruto da colaboração entre investigadores da Faculdade de Farmácia (FFUP), do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), do REQUIMTE e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL). Ângela Carvalho, Lucília Saraiva, Maria José Ferreira, Hugo Prazeres, Lúcio Lara Santos são os cofundadores.
Focada em agentes anticancerígenos que atuam na reparação do ADN, a empresa visa impulsionar avanços significativos na investigação oncológica e oferecer terapias de elevada eficácia e segurança, capazes de melhorar de forma significativa a qualidade de vida dos doentes.
O principal candidato a fármaco, atualmente em fase de desenvolvimento pré-clínico, é uma molécula inovadora, concebida para inibir a reparação do ADN em células cancerígenas ao interromper uma via central na recombinação homóloga.
O reconhecimento internacional na iniciativa WomenTechEU é de grande importância para a equipa. “Numa área onde o acesso a financiamento pode ser desafiante para projetos liderados por mulheres, iniciativas como o Women TechEU ajudam a criar pontes, facilitando o acesso a uma rede internacional de contactos e recursos estratégicos, que são ferramentas valiosas para impulsionar o nosso crescimento no exigente mercado da biotecnologia em saúde”, destaca Ângela Carvalho.
Nesse sentido, a BEAT vai aproveitar os serviços especializados promovidos pela WomenTechEU para reforçar a vertente estratégica do projeto, ao mesmo tempo que continuará a intensificar os esforços em investigação e desenvolvimento da tecnologia.
“O desenvolvimento de terapêuticos é um caminho longo, complexo, e com elevadas necessidades de financiamento”, acrescenta a CEO. E isso faz com que seja fundamental que a equipa aproveite estes apoios não só para refinar o modelo de negócio, mas também para expandir a rede de parceiros internacionais.
Da investigação ao empreendedorismo
Ângela Carvalho já havia tomado a decisão de “despir a bata do laboratório” (era investigadora do i3S) e passar para a área da transferência de tecnologia quando começou a trabalhar num programa de aceleração em saúde, dando apoio a startups: “Pouco tempo depois de começar a trabalhar em transferência de tecnologia percebi que era nesta área que podia dar um contributo para criar valor”, diz.
E é nesse contexto que se junta à BEAT Therapeutics e ao lançamento do projeto empreendedor. Na opinião de Ângela, o empreendedorismo em saúde é um “espaço híbrido, onde a investigação científica e a visão empresarial andam lado a lado”, explica. Por isso, considera que tanto a sua experiência como investigadora como a no empreendedorismo foram essenciais para trilhar o caminho até chegar aqui.
É, então, neste papel, que a investigadora encontra o seu propósito: “Agora o meu trabalho e a minha visão sobre a aplicação da ciência no mundo real unem-se e, na nossa equipa, trabalhamos com o foco principal de dar resposta ás necessidades dos doentes”, refere.
A jornada, que começou nos laboratórios e levou à constituição de uma empresa, já valeu várias conquistas à BEAT Therapeutics. Entre elas incluem-se a vitória na 9.ª edição do iUP25k – Concurso de Ideias de Negócio da U.Porto, o Prémio Inovação Bluepharma 2023, o Prémio Jovem Empreendedor 2023, o primeiro lugar na EIT Health InnoStars 2023, a distinção no Programa Gilead Génese ou o prémio no programa de aceleração espanhol “Startup Olé”.
Ângela Carvalho confessa que é difícil destacar algum momento mais especial no tempo de vida da startup, que considera curto. “Cada parceria, apoio e reconhecimento alcançado têm sido peças fundamentais no nosso crescimento”, diz.
Sobre o WomenTechEU
O objetivo do WomenTechEU é reconhecer mulheres líderes em ciência, tecnologia e empreendedorismo que estão a impulsionar inovações disruptivas na Europa. Com três categorias a concurso, a iniciativa destaca o papel crucial da diversidade de género na inovação, inspirando as próximas gerações de mulheres a assumir a liderança no setor.
Para além de uma subvenção individual de 75.000 euros, para apoiar as etapas iniciais do processo de inovação e o crescimento da empresa, o prémio inclui ainda aconselhamento e orientação prestados pelos Serviços de Aceleração Empresarial (BAS) do European Innovation Council (EIC), bem como a possibilidade de participar em atividades organizadas pelo InvestEU e pela Enterprise Europe Network.
Para a BEAT Therapeutics, esta distinção trata-se de mais um “capítulo importante” que fortalece a capacidade de a empresa responder ao que verdadeiramente a move, seja na vertente da investigação ou do empreendedorismo: desenvolver terapias inovadoras que respondam às necessidades dos doentes com cancro.
Em Portugal, este prémio é acompanhado pela Agência Nacional de Inovação (ANI), encarregue de promover a participação nacional em programas europeus de apoio à ciência e tecnologia.
Projeto apoiado pelo BIP PROOF mostra resultados inovadores
Submetido por U.Porto Inovação em 26/11/24
Desenvolvida por uma equipa multidisciplinar de investigadores do INESC TEC e da Universidade do Porto, a tecnologia SpecTOM permite reconstruir a informação química e bioquímica dos tecidos analisados. O seu caráter inovador, bem como alguns desenvolvimentos recentes, levaram a que o grupo integrasse o projeto Phenobots, onde a tecnologia está neste momento “a ser melhorada”, contam os investigadores. A equipa afirma que o financiamento de 10 mil euros obtido no BIP PROOF foi “essencial” para o avançar do projeto, uma vez que permitiu a construção de equipamento específico para recolha de dados.
Explicado de forma mais detalhada, o SpecTOM é uma plataforma tecnológica de “tomografia metabólica não invasiva, para análise molecular baseada em espectroscopia”, explicam os investigadores do projeto. Tem como objetivo principal efetuar diagnóstico “precoce e de alto débito, 'in-situ' e 'in-vivo', utilizando uma plataforma robotizada (Metbots) e um instrumento de espectroscopia de última geração da “inteligência das coisas”, referem, acrescentando que a tecnologia poderá ter um impacto disruptivo para o desenvolvimento de sistemas avançados de Agricultura de Precisão, atualmente muito baseada em relações estatísticas.
Em 2020, a equipa concorreu ao BIP PROOF, iniciativa da U.Porto Inovação que, desde 2018, financia ideias inovadoras, e acabou por ser uma das equipas vencedoras dessa edição Na altura, os investigadores referiram que o montante recebido tinha como destino a montagem de um microscópio ótico com resolução hiper-espectral e histoquímica. Esse objetivo foi alcançado e, com o equipamento, o grupo é agora capaz de “desenvolver modelos tridimensionais dos tecidos e da sua composiçãocontam. Essa informação é depois utilizada para simular e diagnosticar o processo fotossintético (em conjunto com outros dados obtidos em campo e em laboratório) para “reconstruir modelos de gémeos digitais que possam simular condições de produção”.
Os espectros recolhidos neste microscópio são, assim, dados importantes para, depois, baixar o limite de deteção do SpecTOM, “permitindo o suporte de reconstrução de imagens metabólicas de elevado detalhe”, contam.
Graças ao microscópio, tornado possível também graças ao apoio financeiro do BIP PROOF, a equipa está a desenvolver ainda mais a tecnologia SpecTOM no sistema Phenobot. Um dos objetivos atuais é que possa ser “integrada funcionalmente no Phenobot, um sistema de modelação, inteligência artificial e diagnóstico para uma nova geração de agricultura de precisão baseada na fisiologia da planta”, refere Rui Martins, um dos cientistas por trás do SpecTOM.
A entrada no projeto aconteceu com o objetivo de reconstruir a morfologia e a bioquímica das folhas de videira. O grupo de investigadores acredita tratar-se de uma tecnologia essencial para o desenvolvimento de gémeos digitais das folhas das plantas “permitindo simular e diagnosticar numericamente o estado metabólico e a fisiologia da planta, especialmente no que diz respeito ao metabolismo central e à capacidade de geração de energia e captura de carbono”, explicam. Conhecer a capacidade fotossintética e a plasticidade fenotípica de uma folha, e da canópia da planta, reflete a sua resposta às condições ambientais.
“As plantas são incrivelmente resistentes, demonstrando mecanismos de plasticidade que maximizam o aproveitamento das condições favoráveis de luz, temperatura, água e nutrientes – não desperdiçando uma oportunidade de estar à frente e preparadas para as adversidades”, contam os investigadores. Isso faz com que as plantas rapidamente avancem para estados metabólicos com maior disponibilidade de energia, o que capacita o metabolismo secundário a responder a ameaças causadas por stress biótico ou abiótico.
E, tendo em conta o contexto de mudanças climáticas que enfrentemos, o grupo é perentório em afirmar o quão crítico é “otimizar a fotossíntese de todas as plantas, tornando-as mais produtivas, robustas e resilientes” a diferentes adversidades. Por esse motivo, o grupo está empenhado em levar cada vez mais longe a tecnologia SpecTOM.
Sobre o BIP PROOF
Foi em 2018 que a U.Porto Inovação arrancou com a iniciativa BIP PROOF e desde então já foram financiados 44 projetos, num total de meio milhão de euros.
O principal objetivo da iniciativa é criar um sistema de provas de conceito. Essas podem traduzir-se em construção de protótipos de viabilidade técnica, realização de ensaios in vitro/in vivo, estudos de viabilidade ou de mercado, entre outras, para que possam contribuir para a maturação da tecnologia e aproximação ao mercado. O BIP PROOF é, e tem sido, uma das maneiras de a U.Porto Inovação apoiar, e procurar valorizar, o que de melhor se faz na investigação da Universidade do Porto.
A edição que financiou o SpecTOM (2020/2021) contou com o apoio da Fundação Amadeu Dias e do Santander Universidades.
Spin-off da U.Porto vence concurso de startups da Web Summit 2024
Submetido por U.Porto Inovação em 18/11/24
A Intuitivo, uma empresa spin-off da Universidade do Porto e atualmente incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, foi a grande vencedora da Startup Competition da Web Summit 2024, uma competição que contou com a participação de mais de 100 startups.
Escolhida pelo público e pelos especialistas do júri, a Intuitivo é uma EdTech que tem como missão apoiar as instituições de ensino na sua transformação digital, aumentar a produtividade dos professores e melhorar a experiência dos alunos.
Fundada por três antigos estudantes da U.Porto – João Guimarães, da Faculdade de Economia da U.Porto (FEP), Duarte Oliveira e Diogo Silva, da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) – em plena pandemia COVID-19, a Intuitivo é já a responsável pela digitalização das provas de aferição em Portugal. O objetivo da empresa é que os professores passem mais tempo a ensinar e menos tempo a avaliar, através da utilização de uma plataforma de avaliação digital focada em melhorar o processo de avaliação nas escolas.
João Guimarães, CEO e fundador da empresa, afirma que o prémio conquistado na Web Summit 2024 é “um grande reconhecimento”. Contudo, “não muda grande coisa, é continuar o nosso trabalho para continuar a crescer e seguir o nosso caminho”, adianta.
O júri do principal concurso de negócios da Web Summit destacou a Intuitivo por “quererem ser o melhor amigo dos professores”. Além da startup da UPTEC, foram ainda distinguidas a Scoutz e a GovGPT, de um total de 105 empresas avaliadas nesta 16.ª edição do maior evento tecnológico do mundo.
A Intuitivo é o segundo projeto da UPTEC a vencer a Startup Competition da Web Summit. Em 2021, a competição foi conquistada pela Smartex, também spin-off da U.Porto.
Notícia escrita em parceria com a UPTEC.
"Foi um motivo de enorme orgulho estar à frente da U.Porto Inovação."
Submetido por U.Porto Inovação em 04/11/24
Joana Resende foi responsável pela U.Porto Inovação entre 2020 e 2022, durante o seu mandato de Pró-Reitora da Universidade do Porto para o Planeamento, Empreendedorismo e Transferência de Conhecimento.
O período em causa, em que uma pandemia se abateu sobre o mundo, foi desafiante para todos. Joana Resende destaca esse facto, referindo que um dos maiores objetivos do seu mandato, na altura, foi “criar as condições necessárias para continuar a dinamizar a inovação na U.Porto” em contexto de afastamento, sem contacto presencial.
“Em termos globais, foi um mandato muito marcado pelas restrições da pandemia, e por isso muito desafiante. Obviamente permanecem muitos desafios em aberto, mas creio que fomos dando, em conjunto, importantes passos para avançar na resposta a esses desafios.”, refere.
1. A que U.Porto Inovação chegou quando tomou posse?
Em 2020, quando cheguei à U.Porto Inovação, encontrei uma unidade com uma missão bem definida, cujo valor era já muito reconhecido na comunidade académica. Na altura a U.Porto Inovação já se destacava pelo alargado portfolio de atividades de apoio a toda a cadeia de valor da inovação na nossa Universidade.
Em particular, estavam já bem definidos os seus grandes eixos de atuação: proteção da propriedade intelectual, empreendedorismo e apoio à colaboração academia-indústria. A U.Porto Inovação era já amplamente reconhecida como um catalisador de inovação, sendo já muito visíveis os resultados de um longo caminho da Unidade na sensibilização da comunidade para a importância da proteção da propriedade intelectual, no desenvolvimento de programas de capacitação para a inovação e empreendedorismo (e.g. BIP, BIP PROOF), na animação à comunidade inovadora da U.Porto (e.g. iUP25k, IJUP Empresas) e na dinamização da comunidade empreendedora (e.g. The Circle, Enterprenow).
Foi por isso um motivo de enorme orgulho poder estar à frente desta Unidade tão revelante e ter a oportunidade de trabalhar com pessoas altamente qualificadas e que nos inspiram com o trabalho que desenvolvem.
2. Quais eram as suas expectativas para a equipa e para o trabalho a desenvolver?
Foi com grande expectativa que cheguei à U.Porto Inovação. No contexto dos trabalhos de planeamento estratégico, era já clara para mim a relevância que a inovação tem na construção de uma universidade capaz de assumir um papel de centralidade na construção de uma sociedade (e de uma economia) baseada no conhecimento. Como tal, considerei que a passagem por esta Unidade, seria uma excelente oportunidade para conhecer em primeira mão o nosso ecossistema de inovação e desenvolver ações que contribuam para a sua consolidação.
A possibilidade de trabalhar com uma equipa dinâmica e proativa como esta foi sem dúvida um fator de motivação adicional. Por tudo isto, cheguei com a expectativa de que iria aprender muito, o que realmente veio a verificar-se.
3. Que objetivos conseguiu alcançar e quais ficaram pelo caminho?
Um dos grandes objetivos da passagem pela U.Porto Inovação prendia-se com a valorização económica das nossas tecnologias. Nas últimas décadas, fruto do trabalho de muitas gerações de profissionais que foram passando pela U.Porto Inovação (alguns dos quais ainda lá estão), a Unidade conseguiu um notável desempenho na constituição de um portfólio de patentes sólido, não só no contexto nacional mas sobretudo no contexto internacional. Esse facto, é hoje reconhecido de forma generalizada e deve deixar-nos a todos muito orgulhosos. Contudo, ainda temos muitos passos a dar para monetizar o valor económico subjacente a estas tecnologias.
Naturalmente, não é expectável que todas as tecnologias possam ter sucesso comercial, mas o excelente trabalho desenvolvido, quer pela comunidade de inovação, quer pela equipa da U.Porto Inovação, justificaria que pudéssemos ter ido mais longe nestas matérias. Infelizmente durante o período que acompanhei a U.Porto Inovação não foi possível ir tão longe quanto eu teria gostado nesta matéria, mas deram-se passos relevantes, com a identificação de formas mais ágeis de gestão dos atos administrativos relacionados com as patentes, o apoio ao programa BIP PROOF (Programa de Provas de Conceito), com o objetivo de apoiar as tecnologias na subida dos seus TRLs e diversos projetos e programas de capacitação (quer de natureza transversal, quer em verticais especializados, como a saúde ou os oceanos).
Infelizmente durante o período que passei na U.Porto Inovação, não foi possível fechar nenhum “negócio milionário” mas mesmo assim creio que o caminho foi sendo construído e que num futuro mais ou menos longínquo ainda terei oportunidade de ver esses negócios a concretizarem-se.
Adicionalmente, gostava ainda de destacar alguns objetivos de natureza mais específica mas que, de alguma forma marcaram a minha passagem pela U.Porto Inovação. Ao nível da atividade da Unidade, é importante referir que acabei por acompanhar a Unidade durante o período da pandemia e, como tal, um dos grandes objetivos definidos (em articulação com todas as estruturas da U.Porto) visava criar as condições necessárias para continuar a dinamizar a inovação na U.Porto.
Desse ponto de vista, organizamos múltiplas atividades online (e.g. Sessões A2B) ou híbridas (e.g. Entreprenow), continuamos a executar todos os atos administrativos para garantir a proteção de patentes e submetemos múltiplas candidaturas a projetos com alinhamento com a nossa atividade. Um dos objetivos deste período foi também o de consciencializar os decisores políticos e institucionais sobre o financiamento às atividades de inovação em Portugal, tendo a U.Porto Inovação participado numa plataforma nacional, criada com esse mesmo objetivo e com representação das principais congéneres das diversas IES nacionais.
Em termos globais, foi um mandato muito marcado pelas restrições da pandemia, e por isso muito desafiante. Obviamente permanecem muitos desafios em aberto, mas creio que fomos dando, em conjunto, importantes passos para avançar na resposta a esses desafios.
4. Que atividades destaca nos anos em que esteve à frente da U.Porto Inovação?
Muitas das atividades realizadas ao longo destes anos, podem considerar-se parte do quotidiano da U.Porto Inovação. Não obstante tratarem-se de atividades que “sobrevivem” às sucessivas lideranças da Unidade, considero que foi um privilégio poder acompanhá-las, tendo-me permitido compreender a complexidade (e o fascínio) de todos os processos de inovação.
Um dos elementos que porventura marcou a minha passagem pela U.Porto Inovação foi o de sensibilizar a comunidade para a relevância de avaliarmos o impacto das novas inovações, não só o económico, mas também o social, ambiental, etc. Desse ponto de vista, desenvolvemos nesse período, um estudo pioneiro que procurou identificar o contributo das tecnologias e spin-offs U.Porto para os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030. Foi muito interessante perceber, uma vez mais, a diversidade de tecnologias que temos e o seu enorme potencial para resolver problemas concretos das sociedades atuais.
Em 2020, quando cheguei à U.Porto Inovação, esta tinha-se deslocado há poucos meses para as instalações da UPTEC e, nas atividades desenvolvidas, procurou-se promover uma maior colaboração entre estas duas estruturas da maior relevância para dar uma maior centralidade à U.Porto na promoção do progresso socioeconómico da nossa região (e do país) e da sua projeção internacional.
Por fim, destacar, que o mandato foi intensivo na angariação e execução de projetos financiados, que ocuparam também uma parte significativa das nossas agendas.
5. A que necessidades acredita deve responder uma equipa deste género?
No meu entender, a missão do acompanhamento da cadeia de valor da inovação continua a assumir uma grande relevância na U.Porto e deve constituir o centro nevrálgico da atividade da U.Porto Inovação. Com a nossa comunidade crescentemente consciencializada para a importância da proteção da PI, é fundamental que a U.Porto disponha de uma unidade que permita às equipas envolvidas avaliar o seu grau de inovação, escolher os instrumentos mais adequados para a proteger e desenvolver uma estratégia de aproximação ao mercado.
Neste sentido, a U.Porto Inovação deve continuar a apoiar as equipas de I&D+I nos processos de gestão de tecnologias, continuar a investir em programas de prova de conceitos e apostar no desenvolvimento de parcerias estratégicas (e.g. com a UPTEC, com parceiros corporativos) para animar a comunidade a desenvolver mais tecnologias, a aumentar os seus TRLs e a levar, com sucesso as tecnologias para o mercado.
6. Na sua opinião, por onde passa o futuro da inovação na Universidade do Porto? O que falta fazer?
O futuro da inovação na nossa Universidade passa, sobretudo, pelas pessoas e equipas que diariamente trabalham em prol da inovação made in U.Porto.
Em particular, é crucial que, por um lado, as equipas de I&D+I continuem motivadas para transformar os resultados dos seus projetos de I&D em inovações. Por outro lado, é fundamental que essas equipas de I&D+I continuem a beneficiar do apoio de estruturas como a U.Porto Inovação, dotando-as dos recursos e capacidades necessárias para apoiar de forma ágil e eficaz todas as fases do processo de inovação e para facilitar o avanço das mesmas.
Por fim, parece-me que um ingrediente essencial para desenhar o futuro da inovação na U.Porto é apostar na colaboração com empresas, decisores públicos e sociedade civil, no sentido de acompanhar de perto as suas necessidades e, em conjunto, identificar formas inovadoras e sustentáveis de garantir que as inovações made in U.Porto conseguem transformar-se em soluções, produtos e serviços capazes de melhorar a vida das pessoas.
Por tudo isto, creio que a grande aposta para potenciar a inovação na U.Porto nos próximos anos reside na atração e pleno desenvolvimento dos talentos de todos aqueles que contribuem para o avanço do nosso ecossistema de inovação.
Relativamente à questão sobre o que falta para o futuro, parece-me que o mais importante será a U.Porto Inovação continuar a dar o apoio que as equipas de I&D+I necessitam, seja em termos técnico-administrativos, seja na identificação de oportunidades de financiamento, na abertura a redes nacionais e internacionais e a outros ecossistemas de inovação e na articulação da inovação com percursos de empreendedorismo bem sucedidos. Penso que este será o fator mais determinante para garantir que o nosso ecossistema de inovação tem bases sólidas para crescer.
Não obstante, confesso que gostaria muito que fosse possível à U.Porto aumentar o valor económico do seu portfólio de patentes e creio que seria muito merecido virmos a realizar não uma – mas várias – transações economicamente relevantes com as patentes da U.Porto (seja pela qualidade e relevância das tecnologias, seja por todo o empenho e dedicação da U.Porto Inovação ao longo destes vinte anos).
IJUP Empresas vai voltar a financiar projetos da U.Porto
Submetido por U.Porto Inovação em 28/10/24
O Grupo ITAU e a Soja de Portugal voltam a associar-se ao IJUP Empresas e, ao longo do próximo ano, vão financiar 4 ideias inovadoras criadas por docentes, investigadores ou estudantes da Universidade do Porto. Cada projeto vai receber até cinco mil euros, nesta iniciativa que desafia cientistas, estudantes e empresas a colaborar em projetos de investigação exploratória com caráter pluridisciplinar.
Qualquer investigador/a com afiliação à Universidade do Porto pode participar no IJUP Empresas, desde que constitua equipa com, pelo menos, um estudante do 1.º ou 2.º ciclo de estudos (licenciaturas, mestrados integrados e mestrados).
As candidaturas estão abertas até ao dia 18 de novembro, às 18h (hora Portugal continental), através do preenchimento do formulário que pode ser encontrado na página do programa. Aí, os interessados em participar poderão encontrar também o regulamento da iniciativa.
Nas últimas semanas a U.Porto Inovação, responsável pelo IJUP Empresas, organizou duas sessões A2B entre o Grupo ITAU e a Soja de Portugal e alguns investigadores da U.Porto, onde as empresas já puderam levantar um pouco o véu sobre os desafios propostos nesta edição. Essas áreas de interesse, para as quais os candidatos da U.Porto poderão tentar encontrar soluções e, assim, candidatar-se ao IJUP Empresas 2024, podem ser consultadas aqui.
Sobre o IJUP Empresas
O IJUP Empresas nasceu em 2011 para estimular nos estudantes o gosto pelas atividades e processos relacionados com a criação e valorização de conhecimento e para aproximar a comunidade académica do meio empresarial. Está integrado no programa de Iniciação à Investigação da U.Porto (IJUP Projetos Pluridisciplinares) e conta com o apoio de importantes empresas portuguesas, que veem nesta iniciativa uma oportunidade de colaborar com jovens investigadores da U.Porto em projetos relacionados com as suas áreas de atuação.
Ao longo das sete edições já realizadas, dezenas de projetos foram apoiados, tendo sido envolvidos centenas de estudantes de diferentes faculdades da Universidade do Porto e, por isso, de diferentes áreas de investigação. “Tudo isso mostra que o IJUP Empresas mexe com a ciência, e é essa a intenção”, referiu Elisa Keating, professora da Faculdade de Medicina da U.Porto, que foi a primeira responsável pela iniciativa.
A última edição aconteceu em 2023, ano em que o IJUP Empresas passou a ser gerido pela U.Porto Inovação. Seis projetos “made in” U.Porto receberam financiamento das empresas Galp, Grupo ITAU, MC Sonae e Soja de Portugal. As indústrias parceiras do IJUP Empresas reconhecem muito valor ao programa como referiu, na altura, Carmen Costa, do Grupo ITAU: “Vemos no IJUP Empresas a possibilidade de podermos “afinar” aquilo que é produzido pelos estudantes e investigadores para o que são as reais necessidades, de momento ou de futuro, das empresas contribuindo assim para que cada vez mais o que é produzido possa gerar valor no mercado”. Já Maria João Costa, representante da Soja de Portugal, afirma que programas como este têm “um papel relevante na formação de jovens talentos, pois proporcionam uma primeira interação com a indústria”. E, com isso, facilita também a “futura integração dos jovens nas empresas”.
As candidaturas para esta edição do IJUP Empresas estão abertas entre 28 de outubro e 18 de novembro. Toda a informação está disponível no website da iniciativa e eventuais dúvidas podem ser enviadas para o email ijup.empresas@reit.up.pt
O IJUP Empresas 2024 tem o apoio da Caixa Geral de Depósitos.
Caixa Geral de Depósitos é a nova parceira do The Circle
Submetido por U.Porto Inovação em 26/10/24
Uma dezena spin-offs da Universidade do Porto participaram no último encontro do The Circle, o clube exclusivo para estas empresas. A sessão aconteceu nas instalações da UPTEC no passado dia 24 de outubro, enquadrada no evento BIN@.
Um dos momentos altos da reunião foi o anúncio do novo parceiro do The Circle, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), cuja intervenção abordou o tema “Como é que a banca de retalho universal continuará a ser relevante para os seus clientes?”. A apresentação foi conduzida por Victor Ferreira, Digital Transformation Bank Manager da CGD, que trouxe uma visão relevante e atual sobre a transformação digital no setor bancário.
A CGD junta-se assim aos outros parceiros do The Circle – Câmara Municipal do Porto, Porto Business School e UPTEC -, que também marcarem presença no encontro.
Foi dado também “palco” à spin-off EZ4U, na pessoa do seu CEO Vasco Vinhas. A empresa anunciou recentemente a sua aquisição pela LINK Mobility e veio partilhar a experiência com os participantes no encontro, colocando-se à disposição para esclarecer dúvidas.
Depois, e como não podia deixar de ser, houve tempo para convívio e networking entre os empreendedores.
Sobre o The Circle
O The Circle é um clube de empresas que emergiram no ecossistema de empreendedorismo e inovação da Universidade do Porto. É uma iniciativa única que reúne as spin-offs da U.Porto em fóruns onde se debatem os principais desafios colocados às empresas que se inserem nas mais dinâmicas cadeias de valor a nível global. Desde a sua fundação, em 2016, o The Circle já reuniu nove vezes em diferentes locais emblemáticos tanto da Universidade do Porto como da cidade.
Mais informações sobre o The Circle podem ser encontradas aqui.
BIP Acceleration 2024 premeia tecnologia para tratar a leucemia
Submetido por U.Porto Inovação em 25/10/24
Atualmente, a decisão sobre o tratamento para doentes com cancro no sangue, ou leucemia, é baseada principalmente em alterações genéticas. Contudo, essa abordagem nem sempre é eficaz, principalmente para doentes com doença recidivante ou refratária. É nesse contexto que surge, pelas mãos de investigadores do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, o projeto «MYLeukaemia Therapy Guidance Chipset», o vencedor da edição 2024 do BIP Acceleration, iniciativa da U.Porto Inovação, dirigida a equipas da Universidade que queiram testar e validar o modelo de negócio da sua ideia.
Explicada de forma simples, a MYLeukaemia é uma plataforma que recria, em laboratório, um “avatar” da medula óssea humana, usando tecnologia de ponta chamada “Organ-on-Chip”.
Este avatar permite testar, de forma ex vivo (fora do corpo), como as células cancerígenas de cada doente reagem a diferentes medicamentos. Desta forma, será possível prever qual o tratamento mais adequado para cada paciente, com base numa análise personalizada. O projeto já provou que os avatares de medula óssea humana recriam fielmente muitas das alterações patológicas observadas nos doentes com leucemia.
Assim, a inovadora plataforma “promete transformar a forma como os médicos tratam doentes com cancros no sangue, ao permitir uma abordagem personalizada na escolha das terapias mais eficazes”, referem os investigadores. Diferencia-se por integrar tanto as alterações genéticas das células tumorais como o “microambiente da medula óssea, que é muitas vezes o refúgio das células cancerígenas contra os tratamentos”, acrescenta a equipa formada por Hugo Caires (i3s), Sílvia Bidarra (i3s), Mariana Magalhães (i3S/FEUP), Hugo Prazeres (i3s) e Cristina Barrias (i3S/ICBAS).
A MYLeukaemia pode trazer uma nova luz para a estratificação do risco dos pacientes e a seleção de terapias mais direcionadas, sobretudo para aqueles doentes que, até agora, têm uma resposta incerta perante os tratamentos atuais. “Ainda que a cura total não seja o objetivo imediato, esta tecnologia pode ajudar a melhorar significativamente a gestão da doença e, a longo prazo, abrir caminho para novas terapias”, projeta a equipa.
Conquistar o primeiro lugar no BIP Acceleration é, para o grupo, “extremamente significativo”. O prémio, no valor de 5.000 euros, além de demonstrar reconhecimento pelo caráter transformador da plataforma, permitirá um avanço nos ensaios pré-clínicos ex vivo. A equipa já havia garantido um financiamento de 49 mil euros através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Os próximos passos serão validar a plataforma com amostras tumorais de doentes reais, num estudo piloto.
Alargar o acesso a energia acessível e uma goma contra a obesidade
No segundo e terceiro lugares do BIP Acceleration 2024 ficaram, respetivamente, os projetos UPWIND e OCEAN-SLIM-G.
UPWIND é uma tecnologia que proporcionará energia elétrica de forma limpa, com portabilidade, baixo custo operacional e sem necessidade de reabastecimento de combustível. “Um gerador portátil e de rápida e fácil instalação para produção de eletricidade com base em energia renovável”, diz Fernando Fontes, investigador da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) e líder do projeto.
Da equipa fazem parte também: Luís Tiago Paiva, Manuel Fernandes, Sérgio Vinha, Rui da Costa, Conrado Costa e Gabriel Fernandes, todos da FEUP; Dalila Fontes, da Faculdade de Economia da U.Porto (FEP); e Luís Roque, do Instituto Superior de Engenharia do Porto – ISEP.
Segundo os investigadores, “as necessidades de energia elétrica atuais não estão adequadamente satisfeitas em muitos locais onde a rede elétrica não está disponível ou é insuficiente”. Falamos, por exemplo, de comunidades remotas ou sítios com necessidades temporárias de eletricidade como construções, minas, ou locais de eventos. Os geradores a combustível que, por norma, são utilizados nestas situações, além de muito poluentes têm elevados custos de operação.
E foi esta a motivação principal para a criação do UPWIND, que já tem protótipos a funcionar “em ambiente controlado” e cujos próximos passos são “desenvolver ainda mais a ideia para chegarem a um mínimo produto viável que terá de ser validado e certificado”, avança a equipa.
Recorde-se que o projeto UPWIND conquistou o 3.º lugar na edição 2024 do iUP25k, e também foi um dos selecionados na última de edição do BIP PROOF, um programa de financiamento para ideias inovadoras.
Já o projeto OCEAN-SLIM-G (Oceanic Cyanobacteria Unlocking Appetite and Nutrition Solutions with a Gummy) propõe uma goma eficaz e segura, inspirada no oceano, para reduzir o apetite e combater o excesso de peso. Foi desenvolvido nos laboratórios do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da U.Porto (CIIMAR) por Ana Catarina Fonseca, Ana Rita Vieira, Filipe Henriques, Mariane Bittencourt Fagundes e Ralph Urbatzk.
A criação desta goma inovadora teve como motivação a crise global da obesidade, associada a grandes riscos para a saúde como diabetes, doenças cardiovasculares, cancro ou declínio cognitivo.
Os medicamentos utilizados atualmente para combater a obesidade são dispendiosos e, muitas vezes, têm efeitos colaterais. Assim, o OCEAN-SLIM-G visa oferecer uma solução sustentável, utilizando um extrato de algas otimizado para criar uma goma acessível e eficaz no controlo do apetite.
"É muito importante levar o conhecimento que geramos para o serviço da sociedade"
Foram as palavras proferidas por Pedro Rodrigues, Vice-Reitor da U.Porto para a Investigação e Inovação, no momento que antecedeu o anúncio dos vencedores do BIP Acceleration 2024.
“Os projetos foram muitos, e muito bons, vindos de diversas áreas. Enquanto Vice-Reitor na área da Investigação e Inovação fico muito satisfeito em ver tantos projetos que podem chegar ao mercado”, referiu Pedro Rodrigues, que aproveitou ainda para agradecer o trabalho de todos os participantes, bem como ao júri constituído por Raquel Gaião Silva (Faber), Raphael Stanzani (UPTEC) e Rodrigo de Alvarenga (Porto Business School).
Para esta terceira edição do BIP Acceleration foram selecionadas nove equipas que, ao longo de quatro sessões, receberam formação e mentoria para ajudar a alavancar os seus projetos, todos eles com génese na investigação da Universidade do Porto.
A grande final do programa decorreu no passado dia 22 de outubro, nas instalações da Porto Business School, parceira desta edição.
O BIP Acceleration 2024 teve o apoio da Caixa de Geral de Depósitos e a parceria da Porto Business School e da UPTEC.
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