À conversa com as empresas: Strongstep
Submetido por U.Porto Inovação em 20/12/23
A Strongstep - Especialistas em melhoria de processos investe na melhoria de processos internos de empresas, para distinguir a qualidade dos seus produtos e serviços.
Oferecem uma combinação de serviços de consultoria para ajudar as empresas a adotar boas práticas nas áreas de engenharia de software, gestão de serviços e segurança da informação. O objetivo é permitir que as organizações forneçam valor sustentável, melhorando os seus processos empresariais, bem como os seus sistemas informáticos.
"A nossa missão é assessorar as organizações para que estas aperfeiçoem e melhorem os seus processos empresariais, de forma a atingirem os seus objetivos de crescimento, consolidação e expansão.", refere Pedro Castro Henriques, CEO e fundador da Strongstep.
A empresa recebeu a chancela spin-off U.Porto em 2017. Vamos conhecê-los melhor?
1. Como é um típico dia de trabalho na Stronstep?
Às 9h da manhã toda a empresa reúne utilizando a nossa plataforma de organização de trabalho. Durante não mais de 3 minutos, cada colaborador apresenta o que fez no dia anterior, explica o que vai fazer naquele dia, e partilha uma oportunidade ou um impedimento. Este é um planeamento baseado numa metodologia americana, combinada com Lean, em que, ao identificar as três a cinco tarefas que vão ser realizadas naquele dia, o foco será a criação de valor para o cliente ou para empresa, no caso de clientes internos.
Após esta partilha, cada um prossegue o seu dia de trabalho, mais concretamente na implementação dessas cinco tarefas, que podem ser a produção de entregáveis, reuniões, formações ou workshops para os projetos que estamos a liderar/implementar.
2. O que fazem, enquanto equipa, quando se sentem menos criativos ou animados?
Na Strongstep promovemos uma política de partilha para que todos saibam como se podem entreajudar. Eu, enquanto CEO e mediante a minha disponibilidade, almoço com os meus colaboradores e ouço o que têm a dizer
O dia de aniversário dos colaboradores, por exemplo, é sempre um dia de descanso e uma vez por ano fazemos atividades de teambuilding lideradas por um coach. No Natal temos um programa de um dia inteiro em que almoçamos todos juntos e trocamos lembranças.
No nosso escritório, os colaboradores têm também acesso a aulas de yoga e boxe.
3. Porquê o nome Strongstep?
Porque significa um passo forte. Um passo sólido. É isso que a Strongstep quer que os seus clientes sintam após trabalharem connosco: que as suas empresas deram um passo em frente no seu desenvolvimento, inovação e competitividade.
4. Quem é a pessoa mais divertida da empresa?
Temos uma cultura descontraída e bem-disposta, com alguns momentos e eventos que nos permitem divertir em conjunto e que promovem que, em cada momento do dia-a-dia, pessoas diferentes se sintam à vontade para provocar o riso na equipa.
5. Se pudessem escolher um só sonho a alcançar com a Strongstep, qual seria?
Sermos uma referência mundial incontornável na melhoria contínua.
Temos trabalhado com muito empenho ao longo destes quinze anos de atividade. Crescemos ao nível da maturidade e também da conquista de grandes clientes. Atualmente, trabalhamos com organizações como o INEM, Universidade de Aveiro, Decathlon, Worten, Symington, KPMG, Aubay, Efacec, Wygroup, Devoteam, LTP, Critical Techworks, Schréder, Accenture, Nova SBE, Ordem Farmacêuticos, Ordem Engenheiros, Ordem Psicólogos, Deco, Bontaz, entre outros. Mas no nosso sonho ainda cabe sermos o fornecedor de confiança de grandes líderes como por exemplo o IKEA ou a BMW.
6. Quais os planos da Strongstep para o futuro mais próximo?
Os planos passam por consolidar o nosso trabalho na segurança de informação (iso27001, tisax, selo cybersegurança), no desenvolvimento software (CMMI e ITMARK) – que praticamos em empresas de tecnologia, retalho, consultoria IT, entidade públicas, serviços financeiros e seguros.
Estamos também a entrar no setor da saúde, auxiliando as empresas de dispositivos médicos que querem entrar na Europa e América, e que precisam de certificação (ISO13485 – medical devices).
7. O que aprenderam, até agora, com esta jornada empreendedora? E com as pessoas com quem trabalham?
Aprendemos que uma mesma expressão num país pode ter um significado, e que essa mesma expressão num outro país pode ter um entendimento completamente diferente. Por exemplo: a expressão em inglês “it sounds good” para um português quer dizer que parece interessante, mas não envolve compromisso. Essa mesma expressão, para um sueco, quer dizer “estou dentro”, “estou comprometido”. Um colaborador da Strongstep, em tempos, respondeu a um sueco “it sounds good” e acabou por ir três meses para a Finlândia trabalhar num projeto na Nokia (sem perceber que se tinha comprometido, ao dizer, no seu entender “parece-me bem”).
8. Quais os vossos sonhos pessoais?
Um dos sonhos que temos é trazer felicidade aos nossos colaboradores e suas famílias. E o mesmo para os nossos clientes.
Com efeito, temos estado a trabalhar com o INEM, a Universidade de Aveiro, a Ordem Psicólogos e Cycloid by Innowave – numa norma que foca na qualidade de vida das empresas, fornecendo um sistema e um caminho para a conciliação da vida pessoal, profissional e familiar.
9. Como é, para vocês, ser membro da família de spin-offs da U.Porto, o The Circle?
É gratificante e uma boa oportunidade para partilhar experiências. Agradeço desde já toda a rede de contactos que me proporcionou, potenciando a concretização de bons negócios.
É uma rede muito forte e ainda com um grande potencial de crescimento.
U.Porto com primeiras patentes concedidas na África do Sul e em Macau
Submetido por U.Porto Inovação em 20/12/23
A invenção “Panels with granulated rubber core and high pressure laminate faces and production method thereof”, liderada na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) por Fernão Magalhães, foi concedida na África do Sul em abril. No mês anterior, a tecnologia do grupo de investigação de Fernanda Borges, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, intitulada “Hydroxybenzoic acid derivatives, methods and uses thereof”, foi alvo de proteção via patente em Macau.
Painéis mais leves, económicos e sustentáveis.
Painéis mais leves, económicos e sustentáveis
“Trata-se de uma solução alternativa para a produção de painéis laminados compactos”, começa por explicar o investigador da FEUP Fernão Magalhães. São painéis que podem ter aplicações diversas, como por exemplo as típicas divisórias de casas de banho dos centros comerciais. A forma como esses painéis são, tradicionalmente, produzidos, faz com que tenham uma excelente resistência mecânica e química, porém o custo é bastante elevado. E é aí que entra a investigação em questão. Além de Fernão Magalhães a tecnologia desenvolvida tem o contributo de Jorge Martins e Luísa Carvalho, do Instituto Politécnico de Viseu, e de Cláudia Costa e Ana Vinhas, da empresa Surforma.
“A solução proposta substitui as folhas impregnadas usadas nas camadas interiores por um granulado de borracha, obtido a partir da reciclagem de pneus. É, depois, aglomerado com uma cola de poliuretano”, explica o investigador da FEUP. Apesar de o método de fabrico – prensagem a alta temperatura - ser muito semelhante ao do produto de referência, o custo de produção dos painéis fica “significativamente mais baixo”, refere. Além disso, a densidade do painel é também menor, tornando-o mais leve e facilitando a sua montagem, e o aproveitamento da borracha dos pneus faz com que seja um produto com valor acrescentado e sustentável. Assim, com todas as vantagens enumeradas, esta é uma solução com boas propriedades mecânicas e adequada para várias aplicações.
O desenvolvimento da tecnologia contou com uma parceria com a empresa Surforma, que detém uma empresa de distribuição e comercialização na África do Sul responsável por todas as vendas no continente africano. Esta concessão de patente naquele território é, por isso, muito relevante para a equipa. Os próximos passos incluem a industrialização da tecnologia de produção dos painéis, para que possam ser lançados no mercado em breve.
O segredo guardado nas células
Comecemos por olhar mais aprofundadamente para as células do nosso corpo, mais especificamente para a mitocôndria, isto é, a parte da célula responsável por produzir a energia da mesma. O problema começa quando, devido ao envelhecimento, a mitocôndria começa a ficar mais vulnerável ao stress oxidativo. Para piorar o cenário, este processo é ainda exacerbado pela exposição à poluição e à radiação UV. Esta questão poderia ser resolvida com recurso a antioxidantes, mas os atualmente usados não são capazes de alcançar a mitocôndria e, por isso, não são efetivos. Uma equipa da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, liderada pela investigadora Fernanda Borges (e da qual fazem parte também Ana Oliveira, Fernando Cagin e José Carlos Teixeira, da U.Porto, e Paulo Oliveira, da Universidade de Coimbra) quis encontrar uma solução para esse problema.
E como funciona a invenção? Podemos dizer que é uma espécie de GPS do antioxidante, explica Fernanda Borges: “Ligámos um antioxidante natural a um grupo químico que funciona como um auxiliar de navegação. Isto permite que os antioxidantes consigam localizar a mitocôndria e ter uma acumulação 5000 vezes maior quando comparados com os antioxidantes tradicionais”. Assim, os antioxidantes desenvolvidos fazem com que as células consigam aumentar as suas defesas antioxidantes.
O trabalho do grupo de investigação tem-se centrado no desenvolvimento e aplicação de moléculas antioxidantes em produtos cosméticos, capazes de retardar os efeitos do envelhecimento da pele. No entanto, essas moléculas têm também “aplicação direta como princípios ativos que poderão dar origem a terapêuticas para várias doenças neurodegenerativas e hepáticas, para as quais de momento não existe qualquer tratamento eficaz”, contam os investigadores.
A invenção, que este ano foi alvo de concessão em Macau – a primeira para a Universidade do Porto - tem patentes concedidas também em Portugal, Estados Unidos, Brasil, e em mais de uma dezena de países europeus. Aguarda uma possível concessão no Canadá, China, Coreia do Sul e Japão. Além disso, o grupo de investigadores decidiu fundar uma empresa, a MitoTAG, que em 2018 recebeu a chancela spin-off U.Porto.
“Ser cientista foi a primeira profissão que imaginei”
Submetido por U.Porto Inovação em 20/12/23
“O que queres ser quando fores grande?” Desde cedo que recebemos esta pergunta de pais, professores, avós. Na maior parte das vezes o sonho de ser bombeiro, polícia, cabeleireira, astronauta, fica pelo caminho. No caso de Paula Jorge, geneticista laboratorial clínica do Centro Hospitalar e Universitário de Santo António - Centro de Genética Médica, docente e investigadora na Universidade do Porto, o sonho concretizou-se: “Ser cientista foi a primeira profissão que imaginei. Sempre gostei de experimentar, discutir, ter ideias e de as testar e de sonhar”, diz. E foi por aí que seguiram os seus estudos.
Paula Jorge é licenciada em Bioquímica pela Universidade do Porto e doutorou-se em 2001, na mesma instituição, em Ciências Biomédicas. A sua especialidade é em genética humana, e foi depois de terminar o doutoramento que intensificou o seu trabalho de investigação, embora não se dedique a ele exclusivamente. O caminho começou, refere, muito graças a “professoras e professores fascinantes que lecionavam expondo os resultados da sua investigação”, com os quais contactou em todo o seu percurso académico.
A investigadora não só soube, desde cedo, que queria enveredar pela ciência, como sabia qual a área a escolher: a genética humana. “Ainda muito jovem solicitava aos meus pais que me levassem a visitar familiares menos chegados para recolher informação para perceber os parentescos e, assim, construir a nossa árvore familiar”, conta. Na sua opinião, a genética é das áreas que mais tem evoluído em termos tecnológicos, sendo também a área que “permite dar respostas concretas”, refere. Assim, a hereditariedade e a genética sempre foram áreas que lhe suscitaram bastante curiosidade e interesse, e isso tem sido o seu dia-a-dia desde então.
Mais recentemente, Paula Jorge tem trabalhos desenvolvidos na área da fertilidade feminina. O seu grupo está a tentar “identificar as causas genéticas e compreender os detalhes mecanísticos das vias envolvias na função/competência do ovário e, assim, contribuir para a compreensão da infertilidade”. Em 2019 o trabalho foi alvo de um pedido de patente em Portugal, concedido em 2022. E é na fertilidade feminina que reside um dos seus grandes sonhos enquanto profissional. A cientista ambiciona que, com esta investigação inovadora, seja possível “identificar um biomarcador de infertilidade que permita um tratamento com real impacto na saúde não só no presente como para as gerações futuras”, diz.
Depois da proteção do trabalho via patente, o objetivo final é a comercialização. Apesar de ainda estar longe de ser possível, a equipa continua a trabalhar, estando neste momento focada em “testar o modelo matemático desenvolvido em amostras de outros grupos e cujos resultados já foram publicados, uma vez que existe sempre a limitação do número de amostras tendo em conta a realidade do nosso país”, explica. O manuscrito que descreve estes resultados já foi submetido e o passo seguinte é trabalhar as amostras, “incorporando outras dimensões metabólicas e genéticas, testando a aplicabilidade clínica”. A par disso, a equipa quer também criar um plano de gestão de dados para maximizar a sua interoperabilidade, o que permitirá, pelas palavras de Paula Jorge, “uma maior utilização da informação gerada por este estudo pela comunidade de investigação em fertilidade feminina”.
U.Porto: um lugar aberto, multidisciplinar e que reconhece o mérito dos investigadores
As “casas” onde é possível trabalhar nestes objetivos de carreira são duas: por um lado o Centro Hospitalar e Universitário de Santo António, onde desenvolve a maior parte do seu trabalho, por outro a Universidade do Porto, mais particularmente o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, onde dá aulas. Paula Jorge vê na interligação destes dois mundos um lugar aberto que permite colaborações internacionais, reconhecendo o mérito dos investigadores: “a internacionalização é fulcral para os nossos estudantes e investigadores”, refere. Além disso, salienta também a possibilidade de se desenvolver investigação multicêntrica e multidisciplinar entre equipas com elementos de diferentes áreas de especialização e com apoio a vários níveis como uma grande mais valia da instituição.
Ser investigadora é ter braços para mais do que uma coisa em simultâneo, mesmo que o tempo não estique e às vezes seja difícil arregaçar as mangas para atingir todos os objetivos. A par do trabalho mais hands-on, digamos assim, Paula Jorge trabalha também em permanência para “melhorar o diagnóstico e promover a reflexão sobre a infertilidade feminina”, diz. Assim, o seu percurso profissional contribui regularmente para dois Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: Objetivo 3 - Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades e o Objetivo 5: Alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e raparigas.
Como refere Paula Jorge, a genética humana tem a grande vantagem de permitir “trabalhar para as pessoas”, não necessariamente, nem apenas, doentes ou amostras. E é esse caminho que tem vindo a trilhar, com os olhos postos num futuro mais inovador, igualitário e consciente.
Quatro empresas da U.Porto premiadas pela Portugal Ventures
Submetido por U.Porto Inovação em 20/12/23
A Didimo, a Addvolt, a Noocity e a fundadora da Corium Biotech, Maria João Maia, estão entre os vencedores da 5.ª edição dos Portugal Ventures Awards, destinados às startups que mais de destacaram no ecossistema empreendedor nacional em 2023.
As distinções atribuídas pela capital de risco às startups ligadas à Universidade do Porto aconteceram durante o evento PV Founders Get Together 2023.
A Didimo, startup incubada na UPTEC e spin-off U.Porto, venceu o prémio de Startup Digital & Tecnologia. A Portugal Ventures reconheceu a startup criada por Verónica Orvalho, professora da Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP), pela apresentação de “índices superiores de execução nas áreas críticas para o seu desenvolvimento, como a penetração em mercados internacionais e o potencial acesso a capital internacional.”
Instalada na UPTEC Mar, a Didimo cria automaticamente um personagem virtual 3D a partir de uma fotografia, gerando um avatar realista em cerca de 2 minutos. Esta tecnologia pode ser usada em videojogos, social media, cinema, realidade aumentada e realidade virtual.
Na categoria de Startup Indústria & Tecnologia, foi distinguida outra empresa já graduada da UPTEC: a Addvolt. Este troféu distinguiu a empresa desta unidade de negócio que, nos últimos anos, apresentou um nível de execução superior nas áreas críticas do seu desenvolvimento.
Fundada em 2014 por quatro alumni da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), a Addvolt criou um sistema Plug-in Elétrico -uma tecnologia já patenteada em vários territórios – que assegura a distribuição de produtos frescos e congelados sem recorrer ao uso de diesel. Além disso, é livre de emissões de CO2 e opera com baixo ruído devido à combinação de veículo a gás com o sistema de refrigeração alimentado em modo elétrico pela Addvolt.
A Addvolt, que repete assim a distinção conquistada em 2022, também é spin-off U.Porto e membro do The Circle.
Na categoria de Sustentabilidade, a Noocity foi galardoada por, em 2023, ter sido a empresa do portefólio da Portugal Ventures que mais contribuiu para a problemática da sustentabilidade.
Instalada na UPTEC Baixa, a Noocity cria hortas comunitárias em espaços públicos ou privados, com a preocupação de promover a transição ecológica. Desenvolve um equipamento técnico inteligente para uma instalação da horta “chave-na-mão”, num conceito que se aplica a empresas, escolas, condomínios, hotéis e muito mais.
Já o prémio de empreendedor foi atribuído à fundadora da Corium Biotech, Maria João Maia, sendo este o reconhecimento conferido à CEO do portefólio de empresas da Portugal Ventures que se destacou em 2023 pela sua capacidade de liderança.
Também incubada na UPTEC, esta A spin-off U.Porto produz couro real em laboratório, isto é, quimicamente igual ao couro que se obtém nos processos tradicionais, mas de forma ecológica, sustentável e sem dano para os animais.
Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP) e doutorada em Interações Celulares e Moleculares pela Université Côte d’Azur (França), Maria João Maia acredita que “as gerações mais novas não vão olhar apenas para o preço, por isso não vão comprar algo que tenha causado sofrimento animal ou impacto negativo no ambiente”.
Portugal Ventures Awards: um reconhecimento às startups
Os Portugal Ventures Awards têm como objetivo distinguir as startups que se destacaram nas diversas categorias durante o ano em questão.
Nesta 5.ª edição, destacou as melhores empresas em 11 categorias. Destas, quatro foram então vencidas por startups incubadas e graduadas da UPTEC.
Para determinar os vencedores, a Portugal Ventures contou com a colaboração de um conjunto de personalidades que trabalham diariamente no ecossistema empreendedor: António Grilo, Agência Nacional de Inovação, Luis Guerreiro, IAPMEI, Pedro Silveira, AICEP, Carlos Abade, Turismo de Portugal, Manuel Caldeira Cabral, Startup Portugal, Conceição Zagalo, GRACE, Cristina Campos, Investidora, Marcelo Lebre, Remote, Isabel Neves, Investidora e Vanda Jesus, iCapital.
Notícia escrita em parceria com Isabel Silva (UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto)
Portugal Bugs traz insetos para a alimentação dos portugueses
Submetido por U.Porto Inovação em 15/12/23
"A nossa missão é oferecer alternativas alimentares saudáveis através da introdução de fontes de proteína alternativas e ecologicamente sustentáveis”. São palavras de Guilherme Pereira e Sara Martins, as mentes por trás de uma extensa gama de inovadores produtos alimentares produzidos à base de insetos.
Com a sua “casa” na Universidade do Porto, Guilherme e Sara decidiram, em 2021, criar a empresa Portugal Bugs – que está, atualmente, incubada na UPTEC, e que recebeu, em 2023, a chancela spin-off U.Porto. Os snacks produzidos pelos empreendedores já começaram a “voar” para a Europa, com exportações para Espanha, e, como se costuma dizer: o céu é o limite.
Tudo começou no final da licenciatura em Ciências de Engenharia (perfil Engenharia Alimentar) pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). Desafiado por um dos seus professores, Guilherme Pereira desenvolveu uma barra energética utilizando farinhas de insetos. “O sucesso do produto foi tanto que nos impulsionou a dedicar tempo à pesquisa e estudo destas proteínas alternativas”, referem. Ao longo deste período, Guilherme e Sara constataram que os insetos já eram indicados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura como uma das soluções para a necessidade crescente de novas fontes de proteína e, por isso, decidiram arriscar: “Começámos a produzir larvas de Tenebrio Molitor na nossa garagem e continuámos a desenvolver novos produtos, de forma a estarmos preparados para a entrada no mercado logo que a legislação o permitisse”, contam.
Entre os produtos criados e comercializados pela Portugal Bugs podemos encontrar barras energéticas, chocolates, bolachas ou farinha de inseto. Além disso, têm ainda disponíveis caixas com insetos desidratados temperados com sal, tomate e orégãos, tomilho e pimenta, entre outras opções. Variedade de produtos foi uma das preocupações de Guilherme e Sara, pois uma das preocupações era conseguir reduzir o “impacto ambiental da população sem exigir uma mudança forçada nos seus hábitos de consumo”. Isso levou-os a criar alimentos que se integram de forma natural no dia a dia do consumidor. Um dos próximos objetivos da Portugal Bugs é tornar este tipo de alimentação mais acessível a toda a população.
Empowering Women in Agrofood: "um reconhecimento árduo do nosso trabalho"
Este ano a Portugal Bugs ficou em primeiro lugar na 4.ª edição da final portuguesa do Empowering Women in Agrifood, o programa do EIT Food, implementado em Portugal com a colaboração UPTEC e da Portuguese Women in Tech (PWIT). Além do prémio monetário, no valor de 10.000 euros, que lhes vai permitir investir mais rapidamente no reconhecimento da marca e no desenvolvimento de novos produtos, os fundadores consideram “extremamente gratificante” ver o seu esforço reconhecido. “Além disso, valorizamos muito o reconhecimento e apoio a projetos liderados por mulheres, pois é um incentivo para que mais mulheres se lancem no mundo do empreendedorismo”, referem.
O apoio da Universidade do Porto na jornada da Portugal Bugs tem sido, nas palavras dos seus fundadores, “crucial como um parceiro de excelência”. A disponibilidade para apoiar o desenvolvimento de projetos inovadores, apoiando o crescimento de negócios é, para a equipa, “fundamental”. Assim, Guilherme e Sara esperam que esta parceria se mantenha, quer para este quer para outros projetos que venham a desenvolver.
O futuro adivinha-se bem-sucedido e Guilherme e Sara arregaçam as mangas todos os dias para que assim seja. A curto prazo, estão concentrados em concluir a primeira ronda de investimento, atualmente em curso, o que permitirá avançar mais rapidamente nos planos que têm para a Portugal Bugs a médio e a longo prazo. “Planeamos reforçar a nossa equipa comercial para expandir rapidamente para o mercado internacional, especialmente na Europa Central, e passar de seguida para o lançamento no continente americano.” Assim, a equipa tem investido bastante em marketing e comunicação, de forma a aumentar o reconhecimento da marca nos mercados-alvo.
Ao mesmo tempo, não deixam de lado a missão de serem impulsionadores no desenvolvimento de produtos alimentares com insetos, uma área que consideram fundamental para um futuro sustentável. Para alcançar esse objetivo pretendem expandir a linha de produtos “incluindo categorias de maior procura como snacks salgados e alternativas à carne”. Guilherme e Sara consideram este passo “crucial para satisfazer as necessidades do mercado e afirmar a presença da empresa no setor”.
Spin-off da U.Porto premiada nos Portugal Digital Awards
Submetido por U.Porto Inovação em 14/12/23
Falamos de um sistema, o IFishCan, que oferece às PMEs do setor alimentar uma oportunidade de testarem temporariamente ferramentas digitais avançadas, reduzindo o desperdício e o impacto ambiental das suas operações de produção. O projeto, cofinanciado pela União Europeia e organizado pelos EIT Digital, EIT Foods e EIT Manufacturing, valeu à Flow – também conhecida como Foodintech – a conquista do prémio de “Best Startup” na 8.ª edição dos Portugal Digital Awards.
“O produto consistiu na implementação de um ecossistema tecnológico integrando IOT (integração de equipamentos; máquinas e sensores); sistema MES – Manufacturing Execution System (software de controlo integral da produção Industrial) e AI (Processamento de dados com base em Inteligência Artificial) que fosse facilmente adaptável, escalável, com um alto grau de personalização para diferentes tipos de indústria e produtos”, explica Miguel Fernandes, diretor geral da empresa spin-off da Universidade do Porto que desenvolveu o projeto.
A solução tem grande adaptabilidade a diferentes ecossistemas industriais e tem ainda a vantagem de oferecer “poder preditivo, através de Inteligência Artificial, no processo de tomada de decisão em questões como otimização da água e uso de energia”. Foi desenvolvida para ser completa, integrando produção, qualidade e logística e, assim, permitir “simplificar a estrutura tecnológica de uma indústria”, detalha Miguel Fernandes. Além disso, foi desenvolvida para ter um custo alinhado com as PMEs.
Para a empresa spin-off U.Porto – atualmente incubada na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto – o prémio de Best Startup nos Portugal Digital Awards é um importante reconhecimento de um projeto no qual têm vindo a trabalhar há mais de dez anos.
“Foi um caminho longo e complexo, cheio de desafios, mas sempre sem perder o foco no valor que levamos às indústrias portuguesas”, refere Miguel Fernandes. A empresa pretende continuar a sua missão de “apoiar a digitalização da indústria via integração de um ecossistema de tecnologias, dentro daquilo que é a Indústria 4.0”, conclui o responsável da Flow.
Sobre os Portugal Digital Awards
Uma iniciativa conjunta da Axians e da IDC, os Portugal Digital Awards têm como objetivo destacar o que de melhor se faz em Portugal na área da transformação digital. Os prémios dividem-se em três categorias: Digital Transformation Awards, Digital Industry Awards e Digital Grand Awards.
A edição de 2023 recebeu 300 candidaturas. Os prémios foram entregues numa cerimónia realizada no passado dia 29 de novembro, no Casino Estoril.
IJUP Empresas premeia seis projetos que ligam a U.Porto ao meio empresarial
Submetido por U.Porto Inovação em 13/11/23
Depois de uma criteriosa avaliação das 16 candidaturas recebidas, já são conhecidos os seis projetos vencedores da edição 2023 do IJUP Empresas, o programa da Universidade do Porto que desafia cientistas, estudantes e empresas nacionais a colaborar em projetos de investigação exploratória com caráter pluridisciplinar.
Entre as empresas parceiras do programa, coube à Galp selecionar três ideias inovadoras, todas elas assinadas por investigadores da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP).
O projeto Captura e recuperação de CO2 diretamente do ar procura responder à necessidade urgente de implementar processos capazes de mitigar os efeitos nefastos que o aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera tem no equilíbrio dos ecossistemas terrestres e, nomeadamente, no aquecimento global. Este foi o ponto de partida para uma equipa liderada pelo investigador Adélio Mendes começar a pensar, e trabalhar, numa solução.
“O principal objetivo é desenvolver uma tecnologia de captura de CO2 diretamente do ar com sustentabilidade económica, social e ambiental”, referem os investigadores. Isso será feito usando uma “solução alcalina de KOH e a recuperação eletroquímica do CO2 dos carbonatos formados”, explica a equipa, da fazem também parte Bernardo Soares, Felipe Afonso e Cátia Azenha, todos da FEUP.
Além das vantagens óbvias da remoção sustentável do dióxido de carbono atmosférico, o projeto garantirá uma “muito mais fácil implementação e de geração de emprego e de riqueza nacionais”.
Esta solução cativou o interesse da Galp, que vai financiar o projeto com 5.000 euros. Esse montante vai permitir a “antecipação da investigação e execução experimental”. A expectativa de colaboração com a Galp é grande, uma vez que “é a empresa de referência em Portugal de combustíveis fósseis”, antecipam os cientistas envolvidos.
Descarbonizar o setor marítimo
Também da FEUP, e também selecionado pela Galp, foi o projeto S.O.S. Hydro Mar – Scale-up of a NaBH4-H2 off-grid system for maritime applications: design and experimental studies, dinamizado pelos investigadores Alexandra Pinto, Héctor Giménez, Sahar Abdolbaghi, Diogo Silva e Hélder Nunes.
O foco deste projeto, à semelhança do anterior, está nos combustíveis fósseis e em criar alternativas mais sustentáveis. Neste caso, mais voltado para o setor marítimo, um dos mais difíceis de eletrificar e descarbonizar: “Num mundo onde existe urgência em substituir o uso excessivo de combustíveis fósseis para a produção de energia, a falta de soluções viáveis no setor marítimo tem atrasado o processo de descarbonização”, referem os investigadores.
Apesar de o hidrogénio ser visto como um vetor energético facilitador neste processo, a sua produção e armazenamento em tanques não é prática. O S.O.S. Hydro Mar pretende desenvolver um sistema de produção e armazenamento simultâneo de hidrogénio, para “fornecimento a células de combustível PEM, uma tecnologia “off-grid” capaz de providenciar energia sustentável em aplicações marítimas”, explicam.
O sistema permite a produção de H2 “off-grid” e “on-board” e de utilização sob demanda imediata de hidrogénio, o que o torna ideal para aplicações marítimas, em particular as embarcações de pesca e recreativas.
Com a ajuda dos 5.000 euros investidos pela Galp, a equipa de investigação espera “fazer o aumento da escala do sistema de produção e armazenamento de hidrogénio, ou seja, aproximar o sistema a um primeiro protótipo e experimentação em escala real”. A equipa acredita que o apoio da empresa é um “passo essencial na transição energética”.
Gerar energia sem fios
A Galp escolheu ainda o projeto “Electrifying the future with wireless technologies: electrodeless enabled by ferroelectrics”, cujo principal objetivo é aproveitar todo o potencial do lítio, nomeadamente para gerar energia sem fios.
Os investigadores, todos da FEUP, explicam que isso será feito “desenvolvendo as propriedades eletrostáticas de eletrólitos ferroeletricos à base the ião Li+, para recolha e armazenamento de energia sem fios ou “wireless”. Ou seja, o projeto visa criar baterias de estado sólido, tendo por base o conceito de baterias “electrodeless”, o que alinha as expectativas da investigação com os das “agendas globais para um futuro descarbonizado”, explicam os cientistas.
Quanto ao valor atribuído – 5.000 euros -,, a equipa espera que daqui surja uma “sinergia que permita continuar com o estudo de novos materiais para o armazenamento de energias verdes”, uma vez que a empresa tem vindo a apostar na descarbonização da sua indústria. Assim, o grupo de cientistas acredita que pode trazer uma linha de investigação verdadeiramente “disruptiva para wireless-harvesting/storage para o futuro do nosso país”, concluem.
Do grupo de cientistas fazem parte Helena Braga, os estudantes Ilídio Costa e António Vale e a investigadora Beatriz Arouca Mais, candidata a doutoramento na FEUP.
João Ribeiro, da Galp, afirma que todos os projetos concorrentes eram “de alta qualidade” e a vê o apoio aos três escolhidos como o “início de uma relação continuada tanto com os jovens investigadores como com os investigadores mais experientes que, generosamente, irão acompanhar os mais novos nestes temas relevantes para a Galp”, conclui.
Inovar a indústria alimentar
O grupo ITAU (Instituto Técnico de Alimentação Humana, S.A), que se aliou pela segunda vez ao IJUP Empresas, escolheu financiar o “Desenvolvimento de refeições de textura modificada, moldadas, para aplicação na indústria alimentar”, um projeto com origem na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da U.Porto (FCNAUP) e cuja equipa integra os investigadores Duarte Torres, Diogo Freitas e Ana Micaela Ferreira, todos da FCNAUP, e Raquel Rodrigues, estudante na Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP).
Nos dias que correm, as refeições moldadas podem desempenhar um papel importante na indústria de serviços alimentares, com o objetivo de “reduzir os elevados níveis de baixa satisfação, o desperdício alimentar e a subnutrição associados às refeições servidas”, explicam os investigadores.
Assim, o objetivo da equipa é “desenvolver receitas de textura modificada (TMR) que, quando combinadas, resultam em refeições de textura modificada (TMM), e estudar o efeito da congelação nas suas propriedades físicas e de textura”. Preferencialmente, e para melhorar o aspeto visual das refeições, serão desenvolvidas receitas com características que possibilitem o seu molde”, contam. Estas refeições também “serão testadas para serem congeladas e regeneradas mantendo as suas qualidades texturais, físicas, sensoriais e nutricionais”, contam os investigadores.
O financiamento atribuído pelo ITAU possibilitará a aquisição de equipamentos, necessários para atingir os objetivos do trabalho. Além disso, a equipa espera ter “acesso às unidades de produção para realização de visitas, identificação de necessidades específicas da empresa e também acompanhamento do projeto”.
“Esperamos que este projeto nos ajude a melhorar o serviço por nós prestado numa área tão sensível como é a das refeições de textura modificada”, refere Carmen Costa, do grupo ITAU.
Esta não é a primeira vez que colaboram com investigadores da FCNAUP e a empresa espera que se “continuem a reforçar laços de um trabalho em equipa que se quer cada vez mais forte entre as empresas e as entidades dos sistemas científico e tecnológico”, acrescenta.
Avançar na alimentação de animais de companhia idosos
Ainda na área da alimentação, desta vez de animais, surge o projeto “Nanotech supplementation natural compounds-based to improve the well-being of elderly pets”, que vai ser apoiado pela SOJA DE PORTUGAL.
Uma vez que os animais de estimação, hoje em dia, vivem mais anos, vão desenvolvendo mais problemas de saúde como por exemplo demência, algo bastante difícil de lidar para os donos, tornando o cuidado aos animais mais desafiante. Assim, a equipa de investigadores composta por Joana Loureiro, Maria do Carmo Pereira, João Pedro Cerqueira Pereira e Ângela Raquel Brandão Ferreira, todos da FEUP, começou a trabalhar em complementar as atuais rações com compostos naturais que contribuam para melhorias cognitivas nos animais de companhia idosos.
“Uma vez que estes compostos apresentam baixa atividade biológica, serão encapsulados em nanopartículas biocompatíveis”. Além da relação com a parte cognitiva do animal, os compostos também podem prevenir outras “doenças relacionadas com a idade, incluindo cancro e hipertensão”, contam os investigadores.
Esta será uma abordagem de “baixo custo, uma vez que o material utilizado na produção das nanopartículas será barato”. Ou seja, uma das principais mais valias do projeto é possibilitar que a maioria dos donos de animais de companhia tenham acesso a este “alimento hi-tech”, referem.
Os cientistas acreditam que a SOJA DE PORTUGAL é o “parceiro ideal para o desenvolvimento desta nova matéria prima”. Já Maria João Mota, representante da empresa, acrescenta que esta será uma parceria recíproca, permitindo que a SOJA DE PORTUGAL “aumente o seu conhecimento no que respeita à aplicação da nanotecnologia ao setor de nutrição de animais de estimação”.
A responsável da empresa nota ainda que esta abordagem permitirá proteger os ingredientes durante o processo de fabrico das dietas e durante o processo digestivo, potenciando os benefícios para os animais”.
Melhorar a alimentação na primeira infância
A MC SONAE também se aliou ao IJUP Empresas 2023 e escolheu o "BABY-SCORE: Inovação Nutricional e Sustentável para Alimentação Infantil", um projeto multidisciplinar que junta os investigadores Zita Martins e Samuel Aguillar Tomaz (FCNAUP) a Susana Casal, Isabel Ferreira, Eulália Mendes, Ana Beatriz Novais, Raquel Santos, Ana Catarina da Rocha Santos, Ana Clara Pacheco Oliveira (FFUP).
A ideia surge com o objetivo de responder a um problema concreto: “ausência de orientações nutricionais adequadas para a primeira infância, particularmente na classificação de alimentos de forma a ser inequivocamente interpretada pelos consumidores”, apresentam os cientistas.
“Os atuais sistemas de pontuação não abordam de forma eficaz as necessidades nutricionais das crianças nessa faixa etária (em constante evolução), nem consideram as porções adequadas”, referem. Assim, o grupo vai apostar em rever as diretrizes nutricionais e criar um sistema de classificação nutricional “inovador e altamente personalizado para produtos de alimentação infantil”.
Este projeto vai abordar as necessidades nutricionais específicas das crianças até 1 ano de idade, tendo em conta as porções adequadas a cada fase como também as orientações pediátricas. A equipa acredita que o BABY SCORE trará benefícios não só para o mercado, mas também para a sociedade, “contribuindo para a promoção de hábitos alimentares mais saudáveis desde a infância e prevenindo problemas de saúde futuros”.
A equipa acrescenta ainda que isto é “especialmente importante num contexto em que a nutrição adequada e a sustentabilidade são desafios crescentes”.
As expectativas em relação à colaboração com a Sonae MC são “claras e específicas”, dizem. O grupo espera contacto próximo entre meio académico e meio empresarial, fornecendo todas as informações necessárias para “a criação e validação do algoritmo”, incluindo aqui dados sobre os seus produtos de alimentação infantil.
Em suma, espera-se que a empresa “valorize e adote o BABY SCORE como uma ferramenta de diferenciação, consolidando a sua imagem como líder e responsabilidade corporativa e atraindo consumidores preocupados com saúde e sustentabilidade”, concluem.
IJUP Empresas: uma iniciativa para continuar
Os vencedores desta edição do IJUP Empresas foram revelados no passado dia 27 de outubro, durante o Encontro de Investigação e Inovação Abertas na U.Porto, organizado pela U.Porto Inovação no âmbito do Skills for a Next Generation U.Porto.
Durante a manhã, os participantes tiveram a oportunidade de assistir à intervenção de Elisa Keating, professora da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP), que foi a primeira e principal responsável pelo IJUP Empresas nos primeiros anos da iniciativa lançada em 2011.
Ao longo das sete edições já realizadas, dezenas de projetos foram apoiados, tendo sido envolvidos centenas de estudantes, de 10 diferentes faculdades da Universidade do Porto e, por isso, diferentes áreas de investigação. “Tudo isto mostra que o IJUP Empresas mexe com a ciência, e é essa a intenção”, referiu Elisa Keating.
“Esta é uma iniciativa emblemática da Universidade do Porto. Estes projetos são, muitas vezes, o primeiro passo da relação da investigação com as empresas, que é um dos nossos objetivos. Por isso, esta é uma iniciativa que queremos continuar a acarinhar”, referiu por sua vez Pedro Rodrigues, Vice-Reitor da Universidade do Porto para a Inovação e Investigação, no momento do anúncio dos vencedores.
As empresas envolvidas nesta edição, à semelhança dos anos anteriores, reconhecem muito valor à iniciativa. “Vemos no IJUP Empresas a possibilidade de podermos “afinar” aquilo que é produzido pelos estudantes e investigadores para o que são as reais necessidades, de momento ou de futuro, das empresas contribuindo assim para que cada vez mais o que é produzido possa gerar valor no mercado”, salienta Carmen Costa, do ITAU, empresa que é parceira do IJUP Empresas pela segunda vez.
Os representantes da Galp são da mesma opinião, referindo-se ao IJUP Empresas como um “excelente programa pois conecta os investigadores em temas relevantes para as empresas, aproximando a academia e a indústria de forma multidisciplinar”, refere João Ribeiro.
“A aposta contínua da SOJA de Portugal em I&D+i inclui participação em programas como o IJUP Empresas, que nos têm permitido investigar temas relevantes para as várias áreas de negócio do grupo e, simultaneamente, reforçar a colaboração com a academia”, acrescenta Maria João Costa, da SOJA de Portugal.
A representante da empresa afirma que iniciativas como esta têm “um papel relevante na formação de jovens talentos, pois proporcionam uma primeira interação com a indústria”. E, com isso, facilita também a “futura integração dos jovens nas empresas”.
O IJUP Empresas aconteceu no âmbito do projeto Skills for a Next Generation U.Porto, que tem como um dos seus objetivos formar uma nova geração de cientistas disponíveis para criar novas formas de diálogo com a sociedade, nomeadamente o tecido económico.
Tecnologias da U.Porto vencem final do EIT Health InnoStars 2023
Submetido por U.Porto Inovação em 10/11/23
OrgaValue é uma tecnologia inovadora para criar órgãos humanos. Já a BEAT Therapeutics promete um composto inovador para tratar cancros agressivos. Os dois projetos, ambos nascidos na Universidade do Porto, conquistaram o primeiro e segundo lugares, respetivamente, da 8.ª edição dos Prémios EIT Health InnoStars, uma iniciativa do EIT Health – European Institute of Innovation and Technology que visa apoiar startups inovadoras na área da Saúde.
Criada por um grupo de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da U.Porto (i3S), a OrgaValue propõe uma tecnologia inovadora para criar fígados humanos. A inovação tem potencial de aplicação tanto em tratamento como em diagnóstico de doenças. As mortes de pacientes, durante o tempo em que esperam por um transplante, são frequentes. Então, a equipa composta por Cristina Ribeiro, João Rocha Gomes e Rodrigo Val d’Oleiros, quis encontrar uma solução. “O problema não é só a falta de órgãos, mas a qualidade dos mesmos: 54% dos pacientes rejeitam o novo órgão”, explicam.
A tecnologia desenvolvida permite reabilitar órgãos humanos e torna-los totalmente transplantáveis. Isso é feito “através de uma solução líquida de limpeza que remove as células, deixando uma matriz não celular com a matriz orgânica apropriada. Então, novas células humanas saudáveis são introduzidas na matriz para bioengenharia de um novo órgão”, contam os cientistas. A equipa espera começar os primeiros ensaios clínicos do projeto em 2025.
Recorde-se que o projeto Orgavalue venceu a 1.ª edição do BIP Acceleration, o programa de aceleração de projetos de valorização de resultados de investigação da Universidade do Porto. Também em 2022, o investigador Rodrigo Val d’Oleiros, rosto principal do projeto, conquistou o Prémio Jovem Empreendedor 2022, atribuído pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).
A BEAT Therapeutics também tem no tratamento de doenças o seu foco, nomeadamente os cancros agressivos do ovário, pâncreas e mama triplo-negativo e próstata resistente à castração. Falamos de um composto – descoberto e testado com sucesso pela equipa – inovador devido tanto às suas origens como aos seus efeitos. Tem vindo a mostrar resultados promissores e pode ser quatro vezes mais eficaz do que a quimioterapia na redução de tumores. Como referem os investigadores, o objetivo é que este seja o “o tratamento de excelência para cancros agressivos”, constituindo por isso uma nova esperança para os mais de 1.7 milhões de pacientes diagnosticados todos os anos com cancros deste tipo.
A equipa por trás do inovador projeto é composta pelas/os investigadoras/es Lucília Saraiva e Ana Catarina Matos (FFUP e REQUIMTE), Ângela Carvalho, Hugo Prazeres e José Luís Costa (i3s), Maria José Umbelino Ferreira (FFUL) e ainda Silva Mulhovo, da Universidade de Pedagógica de Moçambique, numa colaboração frutífera ente várias instituições. O projeto é, assim, uma opção eficaz em casos em que os pacientes não têm nenhuma alternativa terapêutica além da quimioterapia convencional.
O segundo lugar na competição da EIT Health atribuiu à equipa 15.000€. Ângela Carvalho, uma das investigadoras, refere que este é um importante reconhecimento do trabalho que têm vindo a desenvolver: “Nesta competição europeia participaram start-ups que estão a desenvolver projetos excelentes na área da saúde e, por isso, foi com grande entusiasmo que recebemos esta distinção”. Além disso, acrescenta, foi também fundamental para reforçar a confiança da equipa, que agora já é, também, uma empresa.
O ano de 2023 foi repleto de conquistas para a BEAT Therapeutics, ano em que também formaram a empresa. Em abril e maio deste ano, conquistaram o primeiro lugar no iUP25k – concurso de ideias de negócio da Universidade do Porto – e o segundo lugar no BIP Acceleration. Ambas as iniciativas foram organizadas pela U.Porto Inovação no âmbito do projeto UI-CAN – Universidades como Interface para o Empreendedorismo.
Já em junho, além de terem sido selecionados para a final da EIT Health, a equipa venceu o concurso nacional que colocou frente a frente projetos inovadores nascidos nas sete universidades parceiras do UI-CAN (Aveiro, Beira Interior, Coimbra, Évora, Minho, Porto e Trás-os-Montes e Alto Douro).
Mais recentemente, viram o seu trabalho reconhecido na competição espanhola Startup Olé e também pelo Programa Gilead GÉNESE, que atribuiu um financiamento de 15 mil euros à equipa.
Sobre os Prémios InnoStars
Atribuídos pelo IET desde 2016, os Prémios InnoStars destinam-se a empresas em fase de arranque no setor da saúde das regiões central, oriental e meridional da Europa.
A esta oitava edição dos galardões candidataram-se 107 projetos provenientes de 18 países europeus, dos quais foram selecionados 18. Destes, dez tiveram a oportunidade de se apresentarem na grande final, realizada nos dias 8 e 9 de novembro, em Milão.
A OrgaValue foi distinguida com um prémio de 25 mil euros, ao passo que a BEAT Therapeutics conquistou um financiamento de 15 mil euros. O pódio foi preenchido pelo projeto D-Sight S.L., que levou para Espanha um prémio de 10 mil euros.
BIP PROOF volta a investir 60 mil euros em projetos inovadores da U.Porto
Submetido por U.Porto Inovação em 06/11/23
É a sexta vez que o programa BIP PROOF, iniciativa da U.Porto Inovação, disponibiliza verba para financiar projetos inovadores na execução de provas de conceito. Serão, ao todo, seis os projetos financiados nesta edição de 2023/2024, e cada um vai receber até 10 mil euros.
O anúncio dos projetos vencedores (ver descrição abaixo) teve lugar no passado dia 27 de outubro, durante o Encontro de Investigação e Inovação Abertas na U.Porto, realizado na Faculdade de Economia (FEP).
“O BIP PROOF é uma iniciativa que demonstra o que nós, na Universidade do Porto, queremos fazer: trazer a investigação para a sociedade em geral, seja em vacinas, dispositivos médicos ou tintas. Ao longo de todas as edições temos tido um pouco de tudo, e esse é, precisamente, o objetivo”, destaca Pedro Rodrigues Vice-Reitor para a Investigação e Inovação na U.Porto.
Olhando já para edições futuras, o responsável não tem dúvidas que “o BIP PROOF é uma iniciativa a manter, com hipótese de aumentar o número de projetos apoiados numa próxima edição”.
AquaBakillus: combater doenças em peixes de aquacultura
A procura por peixe para alimentação tem vindo a aumentar, o que faz da aquacultura uma atividade essencial. No entanto, a indústria está sujeita a surtos bacterianos nos peixes, o que provoca grandes perdas económicas anuais sendo, por isso, “um grande obstáculo à expansão e desenvolvimento de uma indústria sustentável”, contam os investigadores responsáveis pelo AquaBakillus. E é nesse problema que começa a nascer esta solução.
“O nosso projeto consiste no desenvolvimento de uma estratégia inovadora e sustentável para combater essas doenças nos peixes. Baseamo-nos, para isso, em microrganismos probióticos com elevada capacidade antimicrobiana: os Bacillus spp.”, explica a equipa composta por Aires Oliva Teles, Cláudia Serra, Gabriela Gonçalves, Mariana Reis, Paula Enes e Rafaela Santos, todos eles cientistas da Faculdade de Ciências (FCUP) e do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da U.Porto.
Esses microrganismos sintetizam múltiplas moléculas bioativas capazes de inibir os principais agentes patogénicos de peixes, atualmente responsáveis por 6 biliões de euros em perdas económicas e o AquaBakillus “vai isolar estas moléculas bioativas e testar a sua eficácia em proteger os peixes contra infeções bacterianas em peixes”, referem os cientistas. Esta é uma tecnologia de fácil produção e aplicação, e que pode ser utilizada em diferentes espécies e contra diferentes agentes patogénicos.
Os 10 mil euros conquistados no programa BIP PROOF vão permitir estabelecer a prova de conceito do “uso de moléculas bioativas como moléculas promotoras de saúde animal em aquacultura”. Vai permitir também a aquisição de consumíveis, reagentes e serviços essenciais para o aperfeiçoamento da tecnologia. É, como refere a equipa, um importante “reconhecimento e incentivo para continuar”.
O principal objetivo da equipa é contribuir para o “crescimento sustentável da aquacultura e consequente segurança alimentar”.
ECOlive: tratamento e valorização de águas ruças
As soluções propostas nas últimas décadas para tratar as águas ruças/águas residuais não são economicamente viáveis, o que, em muitos casos “conduz a descargas diretas no ambiente com consequências graves, como a contaminação do solo ou águas naturais”. São palavras dos investigadores Cristina Calheiros (CIIMAR), Verónica Nogueira (CIIMAR e FCUP) e Ruth Pereira (FCUP e Centro de Investigação GreenUPorto/INOV4Agro) ao falarem do seu projeto ECOlive, também ele financiado no âmbito do BIP PROOF.
O ECOlive é, então, uma tecnologia de tratamento e valorização de águas ruças com foco na redução do impacto ambiental numa perspetiva de economia circular, ou seja, para “promover a recuperação do substrato enriquecido para posterior utilização como possível fertilizante de solo em olivais ou outras culturas”, explicam os investigadores.
Apesar do grande investimento em investigação nesta questão nas últimas décadas, a verdade é que as principais abordagens propostas ainda estão longe de serem viáveis de forma realista, principalmente devido à eficácia e a restrições financeiras. Assim, o ECOlive chega carregado de vantagens: “as principais mais valias da utilização de soluções como esta, baseadas na natureza, são a facilidade em implementar, o baixo investimento inicial e também os reduzidos custos operacionais”, explica a equipa.
O ECOlive assume-se como um sistema ecológico com potencial para tratar vários tipos de efluentes, transformando a sua carga orgânica em subprodutos ou nutrientes menos prejudiciais.
A equipa de investigação já conseguiu desenvolver uma fito-ETAR de fluxo vertical em escala laboratorial, com plantas características de zonas húmidas para tratar as águas residuais resultantes da extração de azeite. Os resultados foram muito promissores, revelando um aumento da qualidade do efluente final e redução da toxicidade para organismos aquáticos. Agora, com o financiamento obtido no BIP PROOF, a equipa pretende “fazer a validação da prova de conceito em ambiente relevante, em colaboração com uma empresa do setor do azeite, o que permitirá implementar um sistema Fito-ETAR junto a um lagar”, concluem.
HydroAzeite: valorizar águas residuais dos lagares de azeite
Alinhado com as diretrizes e necessidades emergentes da agenda 2030 da União Europeia, o projeto HydroAzeite nasceu na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP) com o objetivo de valorizar águas residuais (águas ruças) provenientes de lagares de azeite.
“As águas ruças são efluentes poluentes derivados da produção de azeite, compostas maioritariamente por água, polifenóis, ácidos gordos e outros”, explicam os investigadores. E essas espécies, orgânicas e inorgânicas, podem ter impactos ambientais.
As soluções atuais para esta questão não são, na opinião da equipa da FEUP, ideais no que diz respeito a esse impacto. Assim, o que é proposto com o HydroAzeite é a valorização de resíduos através da reformação a vapor das águas ruças. Esta tecnologia permitirá não só remover os componentes altamente poluentes presentes nestas águas residuais, como também permitir a produção simultânea de H2, um biocombustível ambientalmente atrativo por ser renovável e por reduzir as emissões de CO2 para a atmosfera”, referem.
O maior objetivo deste projeto é “otimizar e aplicar um reator híbrido multifuncional que combine a reação de reformação das AR e a remoção simultânea de CO2 (produto da reação) num único dispositivo através de um adsorvente seletivo a CO2”, algo nunca antes feito a nível industrial. Na opinião dos investigadores, utilizar este método trará inúmeras vantagens ás empresas, além de poder ainda gerar uma nova fonte de lucro devido à produção do biocombustível H2.
O valor angariado agora no BIP PROOF vai permitir a “aquisição de equipamentos para modificar uma instalação já existente, tornando-a maior, e também testar efluentes reais por longos períodos”, explicam os investigadores. O objetivo é aproximar cada vez mais a tecnologia ao mercado, uma vez que, como acrescenta a equipa, “as empresas de produção de azeite, já interessadas nesta solução, poderão verificar que este método é adequado”. Assim, com os 10 mil euros do BIP PROOF, os investigadores esperam aumentar a maturidade da tecnologia, aproximando-se da comercialização.
Da equipa, por parte da U.Porto, fazem parte os investigadores Cláudio Rocha, Luís Miguel Madeira, Miguel Angel Soria e Pedro Cerqueira, todos da FEUP. A colaboração é com a Adventech, nas pessoas de Anabela Nogueira e Sérgio Castro-Silva.
NIRWall: uma solução sustentável para edifícios escuros
“A necessidade de soluções eficientes e sustentáveis é cada vez mais urgente” – é uma frase que, ultimamente, nos toca a todos, e não é exceção na equipa que desenvolveu a tecnologia NIRWall. Neste caso, falamos especificamente de revestimentos escuros para edifícios e do seu impacto no consumo energético.
Os revestimentos de cor escura em edifícios, embora sejam esteticamente atraentes, implicam uma elevada absorção da radiação solar, resultando num aumento da temperatura superficial. Isso não só degrada os materiais e reduz a sua vida útil como também se traduz num “aumento do consumo energético necessário para o arrefecimento do interior dos edifícios”, explicam os cientistas responsáveis.
Assim, o NIRWall consiste numa “estratégia de redução da absorção de radiação infravermelha, que assenta na inclusão de um nanocompósito polimérico vocacionado para colorantes escuros (usado na formulação de revestimento de acabamento), sem alterar de forma sensível o aspeto visual da superfície tratada”, referem.
O objetivo principal do NIRWall é redesenhar os sistemas construtivos de fachada, procurando contribuir para um maior conforto térmico e uma menor degradação, ambos derivados da exposição natural. A tecnologia está vocacionada para aplicação em revestimentos do setor da construção, mas também pode ser expandida para outras indústrias. Além disso, a evolução das partículas também permitirá uma expansão do tipo de cores onde é aplicável e do tipo de revestimentos compatíveis com a sua incorporação”, concluem.
Os 10 mil euros conquistados agora no BIP PROOF vão permitir a construção de um protótipo à escapa real para implementar a tecnologia, avaliar o desempenho do mesmo, definir correlações entre os possíveis efeitos da temperatura e o aumento da refletância e também apresentar a tecnologia a potenciais parceiros industriais.
A equipa por trás do NIRWall é composta por Andrea Souza (FEUP), Joana Maia (FEUP), João Ventura (IFIMUP e FCUP), Nuno Ramos (FEUP) e Rita Carvalho Veloso (IFIMUP e FEUP).
SKD: maximizar a indústria mineira (e não só)
Desenvolvido por uma equipa multidisciplinar do INESC TEC, da FCUP e da FEUP, o projeto SKD visa o desenvolvimento de soluções de espectroscopia para identificação de minerais em contexto de exploração. Isso será feito utilizando “uma arquitetura multimodal e o conceito de knowledge distillation para a obtenção de altos desempenhos”, explicam os investigadores.
O objetivo principal do SKD é a maximização da eficiência no desenvolvimento de soluções mais confiáveis para desempenho em ambiente industrial podendo, até, estender-se para aplicações de outras indústrias além da mineira.
O financiamento obtido no BIP PROOF será aplicado na “fase final de desenvolvimento do protótipo” e na “realização de testes de campo, permitindo a validação da tecnologia em ambiente relevante”, referem os cientistas. O objetivo principal é uma aproximação significativa do produto ao mercado.
A equipa por trás do SKD é composta por Alexandre Lima (FCUP), Diana Guimarães (INESC TEC), Nuno Azevedo Silva (INESC TEC), Pedro Jorge (FCUP e INESC TEC) e Tomás Lopes (INESC TEC e FEUP).
SmartInsulation: isolamento térmico dinâmico e inteligente
É fundamental apostar na redução do consumo energético dos edifícios, de forma a melhorar as condições de conforto térmico – um dos principais responsáveis pela fatura energética nos países desenvolvidos. É nesse pressuposto que nasce o projeto SmartInsulation, composto por três investigadores da FEUP: Eva Barreira, Joaquim Gabriel Mendes e Ricardo Almeida.
“Pretendemos desenvolver um sistema de parede dinâmico e inteligente, que será capaz de ajustar o seu desempenho em resposta a diferentes estímulos exteriores”, explicam os investigadores. O sistema vai garantir uma elevada resistência à transferência de calor no inverno e uma elevada capacidade de dissipação de calor no verão e está a ser projetado não só para construção nova, mas também para aplicação no “mercado de reabilitação de edifícios, alargando assim o seu potencial económico e, consequentemente, o impacto no mercado/sociedade”, explicam.
A verba angariada no BIP PROOF será aplicada para desenvolver o algoritmo de funcionamento do sistema, garantindo a sua gestão inteligente sem ser preciso que o utilizador intervenha.
A equipa vai também aplicar parte dos 10 mil euros na construção da prova de conceito, de modo a “comprovar a real eficácia do projeto em condições mais próximas das reais”.
Sobre o BIP PROOF
O programa foi criado pela U. Porto Inovação em 2018 e, nas seis edições já realizadas, distinguiu um total de 38 ideias inovadoras com 440 mil euros.
No arranque, e contando com o apoio do projeto U. Norte Inova, o BIP PROOF financiou seis projetos com 20.000 euros. Foi já nesse ano que a Fundação Amadeu Dias (FAD) se juntou ao BIP PROOF, permitindo financiar mais cinco projetos com 10.000 euros para cada. A ligação da FAD ao programa manteve-se em todas as edições.
Nos ano seguintes repetiu-se a receita de sucesso: em 2019 foram distinguidos quatro projetos, cada um com 10 mil euros. Em 2020 o Santander Universidades juntou-se à iniciativa como patrocinador e foram eleitos seis vencedores, também com 10 mil euros. As edições seguintes (2021 e 2022) distinguiram 10 ideias inovadoras nascidas na U.Porto, contando com o apoio de projetos financiados (Spin-UP em 2021 e UI-TRANSFER em 2022) e também com o patrocínio da J.Pereira da Cruz em ambas as edições. O valor investido nessas duas edições ultrapassa os 100 mil euros.
O principal objetivo do BIP PROOF é criar um sistema de provas de conceito. Essas podem traduzir-se em construção de protótipos de viabilidade técnica, realização de ensaios in vitro/in vivo, estudos de viabilidade ou de mercado, entre outras, para que possam contribuir para a maturação da tecnologia e aproximação ao mercado.
Esta edição contou com o apoio da Fundação Amadeu Dias e do Santander Universidades.
Escolhidos os vencedores do IJUP Empresas 2023!
Submetido por U.Porto Inovação em 30/10/23
Depois de uma criteriosa seleção das 16 candidaturas recebidas e elegíveis, estão finalmente escolhidas as equipas vencedoras do IJUP Empresas, edição 2023.
A avaliação foi levada a cabo por um júri, composto por pessoas da U.Porto e também por representantes das empresas parceiras do programa.
Foram selecionados 3 projetos em resposta a desafios propostos pela GALP um para os desafios do ITAU, um para os da Soja de Portugal e um para os da Sonae MC.
As equipas dos projetos selecionados serão contactadas em breve para formalização dos apoios.
Parabéns!
O IJUP Empresas aconteceu no âmbito do projeto Skills for a Next Generation U.Porto, que tem como um dos seus objetivos formar uma nova geração de cientistas disponíveis para criar novas formas de diálogo com a sociedade, nomeadamente o tecido económico.
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