BIP Acceleration premeia tecnologia para regenerar músculos

Perto de um terço dos cavalos de corrida termina a sua jornada com uma lesão grave que, na maior parte dos casos, nem a cirurgia consegue resolver. Um problema que pode ter os dias contados graças ao projeto REGENERA, o grande vencedor da 2.ª edição do BIP Acceleration, o programa de aceleração de projetos de valorização de resultados de investigação da Universidade Porto. Fruto de trabalho de um grupo de investigação do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) em terapias celulares, o projeto premiado partiu de uma colaboração conjunta com o CECA-ICETA, no quadro do Laboratório Associado AL4AnimaLs. A equipa multidisciplinar, a que se juntariam posteriormente investigadores e professores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, começava, então, a testar o uso de células estaminais e terapias celulares para promover a regeneração dos tecidos danificados, de modo a possibilitar uma cura mais rápida e eficiente, permitindo que o cavalo voltasse a correr. “Pretendemos devolver novas terapias com elevado potencial regenerativo para patologias graves do aparelho locomotor em cavalos e cães, numa perspetiva de uma Só Saúde e com potencial translacional para a Saúde Humana. Sejam cavalos ou atletas de alta performance cuja vida útil termina muito cedo com lesões ortopédicas irreversíveis; sejam cães, companheiros, terapeutas e cães de trabalho que desenvolvem lesões osteoarticulares crónicas e extremamente dolorosas”, refere Ana Colette Maurício, é Professora Catedrática do Departamento de Clínicas Veterinária do ICBAS. A terapêutica já foi testada em cavalos mas também em cães com resultados muito promissores quer na regeneração de tendões e ligamentos quer no alívio da dor dos animais. No caso dos cavalos de corrida, por exemplo, conseguiram que um animal lesionado pudesse voltar a competir passados apenas 30 dias. “A formulação combinada com um potencial regenerativo superior validado in vitro e em modelos animais em ensaios pré-clínicos foi alvo de um pedido de patente internacional em 2019. Realizámos ensaios in vivo em casos clínicos reais de cavalos com lesões ortopédicas, como tratamento compassivo e também em cães com lesões ortopédicas como tratamento compassivo. Tanto para os cavalos como para os cães os resultados foram excelentes, com total regeneração do tecido, quer em termos funcionais quer estruturalmente”, diz Ana Colette Maurício. O Regenera ambiciona, assim, marcar a diferença na medicina veterinária, mas o objetivo final é que possa ser utilizado também em humanos: “Tentaremos que o REGENERA possa ser replicado a outras espécies incluindo o Homem, e a outras patologias como o cancro”, conclui a docente e investigadora do ICBAS Já este ano, a equipa constituída por Ana Colette Maurício, Ana Rita Santos e Inês Reis (ICBAS) e Miguel Santos (CECA/ICETA) concorreu ao iUP25k, tendo ficado em 3.º lugar. Com o prémio agora conquistado no BIP Acceleration 2023 , no valor de 5 mil euros, a equipa de investigação pretende “dinamizar a divulgação desta tecnologia disruptiva e conseguir arrancar com uma startup com carimbo U.Porto e ICBAS”.   Tratar cancros agressivos e melhorar a vida de pacientes com Alzheimer No segundo e terceiro lugares da competição ficaram, respetivamente, os projetos BEAT Therapeutics e NEVADA. BEAT Therapeutics é um composto promissor para o tratamento de cancros agressivos como o da mama, ovário e pâncreas, principalmente em casos em que os pacientes não têm nenhuma alternativa terapêutica além da quimioterapia convencional. Resultado de uma investigação conjunta da Faculdade de Farmácia da U.Porto (FFUP), REQUIMTE, Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, este composto inovador pretende, como referem os investigadores, ser o “tratamento de excelência para cancros agressivos”. O composto – descoberto e testado pela equipa – mostra já resultados promissores e pode ser quatro vezes mais eficaz do que a quimioterapia na redução de tumores. Já o projeto NEVADA, da autoria das investigadoras da Débora Nunes, Joana Loureiro, Maria do Carmo Pereira, Maria João Ramalho e Stéphanie Andrade, da Faculdade de Engenharia (FEUP), consiste numa abordagem que aproveita os benefícios de um conhecido medicamento para a doença de Alzheimer. Este é complementado com a ideia inovadora de usar um dispositivo biocompatível e biodegradável para libertar o medicamento ao longo do tempo. Como referiram as investigadoras durante o seu pitch, “curar a doença ainda está longe de ser uma realidade para todos os pacientes”. Como tal, o projeto NEVADA promete, “pelo menos melhorar a qualidade de vida” dos mesmos. "Temos este princípio de valorizar a investigação feita na U.Porto"   Foram as palavras proferidas por Pedro Rodrigues, Vice-Reitor da U.Porto para a Investigação e Inovação, no momento que antecedeu o anúncio dos vencedores do BIP Acceleration 2023. Um momento aproveitado para agradecer o trabalho de todos os participantes, bem como ao júri constituído por José Vasconcelos (BTEN), Raquel Gaião Silva (Faber) e Susana Pinheiro (UPTEC) Esta foi a segunda edição do BIP Acceleration, iniciativa organizada pela U.Porto Inovação para equipas que queiram testar e validar o modelo de negócio da sua ideia. Para esta edição do programa foram selecionadas nove equipas que, ao longo de quatro sessões, receberam formação e mentoria para ajudar a alavancar os seus projetos, todos eles com génese na investigação da Universidade do Porto. O evento Pitch Final da competição decorreu no passado dia 25 de maio, nas instalações da UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto.   O BIP Acceleration é organizado no âmbito do UI-CAN - Universidades como Interface para o Empreendedorismo, um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, União Europeia. Esta edição conta também com o apoio da BTEN, Fundação Santander, Faber e UPTEC como parceiros.  

U.Porto lidera ranking internacional de patenteamento de invenções

  É o segundo ano consecutivo em que a Universidade do Porto se destaca no primeiro lugar do Indicador Gastão Cunha Ferreira (IGCF) no que diz respeito a patentes internacionais com origem em Portugal. Entre 2017 e 2021, a U.Porto só não liderou a lista em 2020. No cômputo geral destes cinco anos, no entanto, a posição de relevo da U.Porto mantém-se, consolidando-se este ano, mais uma vez, no topo da lista. O IGCF destaca tanto as empresas como as universidades portuguesas mais inovadoras, com o objetivo de lhes dar visibilidade e reconhecimento ao trabalho de Investigação & Desenvolvimento que fazem. Mais diretamente, o ranking refere-se a patenteamento internacional de invenções com origem em Portugal.  Em 2022, o ranking identifica 57 pedidos internacionais de invenção da Universidade do Porto com origem em Portugal. A maior parte destes pedidos provêm de invenções das Faculdades de Ciências (FCUP), Engenharia (FEUP) e Farmácia (FFUP) e incluem territórios como Europa, Estados Unidos, China e Índia. “A posição da Universidade do Porto no indicador Gastão Cunha Ferreira é reflexo da liderança da Universidade na produção científica portuguesa, assim como no investimento na proteção e internacionalização do nosso conhecimento científico e tecnológico” refere André Fernandes, Diretor da U.Porto Inovação (Unidade da U.Porto responsável por gerir o portfolio de patentes da universidade). Os segundos e terceiros lugares do ranking foram ocupados, respetivamente, pelas Universidades do Minho e Coimbra. Já no que diz respeito às empresas, a Novadelta liderou a tabela em 2022, tendo ocupado o lugar da Bosch que já há alguns anos figurava em primeiro lugar. Em terceiro lugar aparece a Hovione e e quarto a Bial. Sobre o indicador Gastão Cunha Ferreira Criado em homenagem ao empresário Gastão Cunha Feireira que, em 1938, concretizou o objetivo de criar o seu próprio gabinete de consultoria em propriedade industrial, o IGCF foi publicado pela primeira vez em 2014. “Este indicador surgiu numa época de crise como uma estatística motivadora sobre a inovação criada em Portugal protegida por patenteamento internacional (logo com enorme potencial económico e gerador de riqueza), mas hoje é um contributo de relevo para se conhecer as empresas e universidades mais inovadoras em Portugal e que protegem a inovação além fronteiras, espalhando um pouco da nossa criatividade pelo mundo”, diz a Gastão Cunha Ferreira. O estudo analisa a inovação gerada em empresas e universidades nacionais, que é considerada fundamental para potenciar o desenvolvimento científico-tecnológico e económico do país.

Centro de Genética Médica recebe comitiva da U.Porto Inovação

  A equipa da U.Porto Inovação visitou, no início do mês de maio, o Centro de Genética Médica Jacinto de Magalhães do Centro Hospitalar de Santo António (CGM). A jornada partiu da iniciativa da U.Porto Inovação e da investigadora Paula Jorge, que além de docente no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) faz parte também do Centro de Genética. Estiveram presentes investigadores de várias unidades dedicadas à saúde na U.Porto, como a Faculdade de Medicina (FMUP), i3S e Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica do ICBAS (UMIB). Além da exposição dos serviços que a U.Porto Inovação pode disponibilizar, houve também lugar para uma breve apresentação de todos os participantes e das diversas áreas de investigação a que se têm vindo a dedicar. O CGM tem como missão não só o diagnóstico e a investigação no âmbito das doenças raras de causa genética como também o ensino. Disponibiliza várias valências laboratoriais nas áreas da citogenética, genética molecular e também bioquímica genética. Tem sido um centro de referência no tema, principalmente no contributo que fornece para a melhoria da saúde a nível nacional e para a prevenção da deficiência. O CGM tem projeção nacional e internacional e é reconhecido pela sua qualidade científica e técnica. O objetivo da junção dos intervenientes foi, principalmente, saber como pode a U.Porto Inovação ajudar não só na proteção como na valorização do conhecimento gerado no Centro de Genética Médica. Assim, espera-se que desta jornada de trabalho, que incluiu uma criteriosa visita aos vários laboratórios do Centro, resulte em colaborações futuras, frutíferas para ambos os lados.   Esta visita foi organizada no âmbito do UI-Transfer, um projeto cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) do Portugal 2020. 

Universidade do Porto em visita ao Fundão

  Uma comitiva de empreendedores, acompanhada pela equipa da U.Porto Inovação, visitou a zona do Fundão no mês de maio. A jornada contou com o apoio do projeto UI-CAN – Universidades como Interface para o Empreendedorismo. A parte da manhã foi preenchida com visitas aos Campos Experimentais do Seminário do Fundão e à Quinta Ciência Viva. Seguiu-se o período de almoço e depois duas outras visitas, desta vez ao Centro de Negócios e Serviços e ao Espaço Empresa do Fundão, bem como à incubadora “A Praça” e ao Fab Lab Aldeias do Xisto. Este laboratório está sob a responsabilidade da Câmara Municipal do Fundão e foi o primeiro a nascer na região, apostando numa estratégia de inovação e empreendedorismo. Os seus serviços incluem prototipagem, fabricação digital, circuitos impressos, impressão 3D, entre outros. Tendo em conta o empreendedorismo como pano de fundo para esta deslocação, cinco projetos com o selo da Universidade do Porto quiseram marcar presença. Assim, OncoMets, Nevada, Recorridos, Senses4Food e Simbiose acompanharam os representantes da U.Porto Inovação ao Fundão para conhecer o que de melhor se faz na zona.  OncoMets é uma inovadora ferramenta de diagnóstico oncológico metastático in vitro (IVD) para prever o risco e o local de metástases em pacientes com cancro. Foi representado pelas empreendedoras Ana Ribeiro e Rita Carvalho, do i3S. Nevada consiste numa abordagem que aproveita os benefícios de um conhecido medicamento para a doença de Alzheimer. Este é complementado com a ideia inovadora de usar um dispositivo biocompatível e biodegradável para libertar o medicamento ao longo do tempo. Joana Loureiro, da Faculdade de Engenharia da U.Porto, apresentou o seu projeto nesta visita ao Fundão. Já Senses4Food, representado por Júlio Machado, do REQUIMTE, é uma ferramenta de inteligência artificial de análise preditiva para as características sensoriais dos alimentos. Adiciona a receita (ingredientes e processo) e obtém uma previsão do perfil de sabores. Estes três projetos estão, atualmente, a participar no programa BIP Acceleration, cujos vencedores serão conhecidos no próximo dia 25 de maio. Já projeto Recorridos, representado pela empreendedora Sandra Hernandez (estudante da Faculdade de Desporto da U.Porto), procura criar uma empresa com foco em turismo que tenha três pontos de trabalho: em primeiro lugar, percursos em áreas naturais para empresas, escolas ou grupos que queiram trazer valor às suas equipas. Depois, uma escola outdoor para desporto de aventura. E, em terceiro lugar, “criar um turismo consciente para todo tipo de público onde se gerem experiências e reflexões diferentes sobre o lugar que se visita”, refere a empreendedora. Por fim, mas não por último, o projeto Simbiose tem como intuito educar a população e levar a cabo ações que promovam um modo de vida mais sustentável e amigo do ambiente. Maria Marques, responsável pelo Simbiose, é estudante da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. A comitiva regressou ao Porto no final do dia, depois de uma enriquecedora troca de experiências.   Esta visita foi organizada no âmbito do UI-CAN - Universidades como Interface para o Empreendedorismo, um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, União Europeia.  

ITAU está de volta às sessões A2B

  No seguimento da colaboração já antiga entre a Universidade do Porto e o Instituto Técnico de Alimentação Humana (ITAU), a empresa recebeu, no passado dia 5 de maio, uma comitiva da U.Porto nas suas instalações, na Maia. O objetivo da sessão A2B – Academia to Business/Oficina de Inovação foi partilhar os mais recentes desafios de I&D do ITAU, na esperança que dessa partilha possam surgir sinergias que deem origem a colaborações entre as duas instituições. Além da equipa da U.Porto Inovação, responsável por organizar as sessões A2B na Universidade, participaram ainda seis investigadores de diferentes unidades orgânicas. Duarte Torres, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP), Rebeca Cruz, do REQUIMTE, Regina Lencastre, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Rui Garganta, da Faculdade de Desporto, Susana Soares do REQUIMTE e Faculdade de Ciências, e Viviana Marcial, também do REQUIMTE. Os presentes tiveram oportunidade de apresentar um pouco das suas áreas de investigação, na expectativa de que elas possam, de alguma forma, ir ao encontro dos desafios propostos pelo ITAU em diferentes áreas. O evento terminou com a apresentação do programa IJUP-Empresas e uma breve discussão sobre o mesmo. “Nesta iniciativa conjunta lançamos aos investigadores seniores da Universidade do Porto o desafio de virem aprofundar conhecimentos naqueles que são os desafios e necessidades do ITAU e partilhar aquilo que são os seus principais projetos de investigação, desenvolvimento e inovação para que, no futuro, melhor pudessem propor desenvolvimentos ajustados à nossa área de atividade e à nossa realidade atual.”, referiram os representantes do ITAU. Mais informações sobre a nova edição do IJUP Empresas serão anunciadas em breve. “A inovação e o desenvolvimento são o que nos distinguem enquanto empresa pioneira que somos!”, foram as palavras da empresa no final da sessão. A Universidade do Porto partilha da mesma visão, sendo agora altura de colocar mãos à obra para que a sessão A2B dê frutos proveitosos tanto para a empresa como para os investigadores da Universidade.   Esta Oficina de Inovação realiza-se no âmbito do projeto Skills for a Next Generation U.Porto, que tem como um dos seus objetivos formar uma nova geração de cientistas disponíveis para criar novas formas de diálogo com a sociedade, nomeadamente o tecido económico.   

“Refletindo sobre PI, Sustentabilidade e o Futuro do Planeta

De: 
10/05/2023
Até: 
30/05/2023

 

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em colaboração com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o Instituto Europeu de Patentes (EPO) e o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO), organiza, nos dias 29 e 30 de maio de 2023, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), a Conferência Internacional “Thinking about Industrial Property, Sustainability and the Future of the Planet”. 
 
Poderão consultar o programa completo aqui
 
A sessão de abertura estará a cargo do Primeiro-Ministro, António Costa (a confirmar), e da Vice-Secretária-Geral das Nações Unidas, Amina J. Mohammed, seguidos do Diretor-Geral da OMPI, Daren Tang, do Diretor Executivo do EUIPO, Christian Archambeau, do Presidente do EPO, António Campinos e da Ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, encerrará os trabalhos.
 
Neste evento estará em discussão a importância do Sistema de Propriedade Industrial (PI) como veículo para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. 
 
Marcarão presença participantes nacionais e internacionais, nomeadamente os responsáveis dos Institutos de PI dos Estados Membros da Organização Europeia de Patentes (OEP), da União Europeia (UE), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e do Programa Ibero-Americano de Propriedade Industrial, bem como membros do Governo, do setor privado e da Academia. 
 
As inscrições já estão abertas e podem ser feitas a partir deste link.
 

 

Estão escolhidos os finalistas do BIP Acceleration 2023

Já estão escolhidos os 9 projetos que vão participar no programa BIP Acceleration. Parabéns às equipas: Beat-Therapeutics BiOM Dentina Dopa2StopMJD Nevada OncoMets: an in Vitro Diagnostic tool to predict breast cancer metastatic risk Peptides Ionic Liquids for Skin regeneration (PEPIL) Regenera Senses4Food   O BIP Acceleration desenrolar-se-á ao longo de 7 seminários imersivos de 4 horas e muito trabalho de equipa, para acelerar a iteração e o desenvolvimento dos negócios com base em conhecimento científico e tecnológico da Universidade do Porto.   PARCEIROS   COFINANCIAMENTO            

iUP25k premeia tecnologia promissora para tratar cancros agressivos

São mais de 1.5 milhões de pacientes a sofrer de cancros agressivos como o do ovário, pâncreas e mama que não têm outra opção terapêutica além da quimioterapia convencional. Na Universidade do Porto, numa investigação conjunta da Faculdade de Farmácia (FFUP), REQUIMTE e do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), nasceu uma tecnologia inovadora que pode trazer uma nova esperança para estes doentes. A mesma que acaba de conquistar a 9.ª edição do iUP25k – Concurso de ideias da Universidade do Porto, cuja final decorreu no passado dia 14 de abril, na Casa Comum (à Reitoria) da U.Porto. Como referiu a investigadora Ângela Carvalho (i3S), no pitch de apresentação do projeto BBIT-Therapeutics, este será “o tratamento de excelência para cancros agressivos”. O composto descoberto, e testado, por este grupo de investigadores, é promissor devido tanto às suas origens como aos seus efeitos, e pode ser quatro vezes mais eficaz do que a quimioterapia na redução de tumores. O prémio atribuído pelo júri do iUP25k inclui um valor monetário de 5 mil euros, um período de pré incubação na UPTEC, consultoria de empreendedorismo e participação no evento final UI-CAN, em representação da U.Porto. Além da constituição da start-up BEAT-Therapeutics, a equipa vai usar parte do prémio “em estudos que permitirão definir as doses de referência para os primeiros ensaios clínicos”, refere Ângela Carvalho, em nome da equipa da qual fazem também parte as/os investigadoras/es Ana Catarina Matos e Lucília Saraiva, ambas da FFUP/ LAQV/REQUIMTE, Hugo Prazeres, do i3S, e Lúcio Lara Santos, do IPO-Porto. Melhorar a qualidade de vida de pacientes com Alzheimer e regenerar músculos No segundo e terceiro lugares da competição ficaram, respetivamente, os projetos NEVADA e Regenera. O projeto NEVADA, da autoria das investigadoras da Débora Nunes, Maria do Carmo Pereira, Maria João Ramalho, Stéphanie Andrade, da Faculdade de Engenharia e Joana Loureiro (FEUP), consiste numa abordagem que aproveita os benefícios de um conhecido medicamento para a doença de Alzheimer. Este é complementado com a ideia inovadora de usar um dispositivo biocompatível para libertar o medicamento ao longo do tempo. Como referiram as investigadoras durante o seu pitch, “curar a doença ainda está longe de ser uma realidade para todos os pacientes”. Como tal, o projeto NEVADA promete, “pelo menos melhorar a qualidade de vida” dos mesmos. Já o projeto Regenera pretende desenvolver biofármacos inovadores, tendo como princípios ativos dois tipos diferentes de células estaminais, mesenquimatosas, e/ou seus fatores parácrinos, que de forma sinergística promovem a regeneração dos tecidos musculoesqueléticos. O projeto ambiciona marcar a diferença na medicina veterinária, mas está a ser desenvolvido para poder ser utilizado, também, em humanos. A equipa é composta por Ana Colette Maurício, Ana Rita Santos e Inês Reis, investigadoras do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e também por Miguel Santos, do Centro de Estudos de Ciência Animal (CECA /ICETA). O Regenera tem vindo a ser testado em cães e cavalos. No caso dos cavalos de corrida, por exemplo, conseguiram que um animal lesionado pudesse voltar a competir passados apenas 30 dias. Ambos os projetos vão receber um período de pré incubação na UPTEC e consultoria de empreendedorismo. Do Porto para Dublin Além do 1.º, 2.º e 3.º lugares, esta edição do iUP25k distinguiu mais dois projetos que terão como prémio uma viagem a Dublin, na Irlanda, para conhecer o ecossistema de empreendedorismo da cidade e participar na Dublin Tech Summit. Os três primeiros vencedores também participarão desta jornada, acompanhados por elementos da U.Porto Inovação. Assim, o júri decidiu premiar os projetos BiOM, de três investigadoras da Faculdade de Medicina Dentária da U.Porto (FMDUP), e ReCup, que nasceu na FEUP. BiOM é um elixir inovador e eficaz no tratamento da mucosite oral provocada por tratamentos oncológicos. Esta é uma patologia bastante dolorosa, que afeta cerca de 80% dos pacientes oncológicos e que pode, inclusivamente, levar à interrupção do tratamento do cancro em questão. Assim, as investigadoras Benedita Maia, Leonor Furtado e Maria Azevedo decidiram criar um elixir mucoso, sem necessidade de receita médica, ecológico e acessível, na medida em que o objetivo é colocá-lo à venda em farmácias, parafarmácias e ervanárias. Por fim, mas não por último, o júri distinguiu o projeto ReCup, um sistema circular automatizado de copos e embalagens de utilização única. “Por um mundo sem descartáveis” é o mote de Diogo Polónia e João Carlos Matos, ambos estudantes da FEUP. O objetivo da ideia é transformar o descartável em reutilizável, e os seus criadores já estão a implementar a ideia nos copos de café de máquinas de vending. "Um projeto que continuará a ser acarinhado" Esta foi a nona edição do concurso de ideias de negócio da U.Porto, já visto como um dos mais emblemáticos eventos de promoção do empreendedorismo na instituição. O evento contou com o apoio do projeto UI-CAN e também da BTEN, UPTEC e Santander Universidades. O júri desta edição foi constituído por José Rui Soares (BTEN), Raphael Stanzani (UPTEC) e Teresa Marcos (chefe da divisão municipal de empreendedorismo da Câmara Municipal do Porto). “É sempre um gosto receber, aqui na Universidade, o que de melhor se faz na nossa instituição”, referiu Pedro Rodrigues, Vice-Reitor da U.Porto para a Investigação e Inovação, no momento em que anunciou os vencedores. “Este é um projeto que vai continuar a ser acarinhado pois entendemos que, tendo em conta a investigação tão diversa que se faz na nossa Universidade, temos cada vez mais que passar esse conhecimento para a formação de empresas e para a criação de valor”, concluiu. Organizado pela U.Porto Inovação, o iUP25k tem como grande objetivo o de promover o surgimento de novas iniciativas empreendedoras na U.Porto e assegurar vantagens àqueles que querem valorizar o conhecimento gerado na instituição.   O iUP25k é organizado no âmbito do UI-CAN - Universidades como Interface para o Empreendedorismo, um projeto financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, União Europeia. Esta edição conta também com o apoio da BTEN, Santander Universidades e UPTEC como parceiros.  

Universidade do Porto em força na TECH4INNOV

Tecnologia, universidades, talento, comunicação, discussão, demonstrações, debates. Foram estes os motes lançados pela Agência Nacional de Inovação (ANI) no passado dia 29 de março, durante a mostra tecnológica TECH4INNOV. Como não podia deixar de ser, e enquanto um dos principais atores no ecossistema de inovação nacional, a Universidade do Porto marcou presença no evento realizado no Europarque, em Santa Maria da Feira. O stand “ocupado” pela U.Porto Inovação esteve concorrido durante o evento. Além de uma representação da U.Porto no seu todo, também estiveram presentes inventores de três tecnologias das faculdades de Ciências (FCUP), Engenharia (FEUP), Farmácia (FFUP) e Medicina (FMUP). Rolando Martins, investigador da FCUP, apresentou a Iris, uma tecnologia já patenteada em Portugal e que tem como objetivo melhorar as comunicações em ambientes com uma grande densidade de pessoas, como eventos desportivos ou concertos. O investigador marcou presença na feira também em representação do C3P – Centro de Cibersegurança e Privacidade da Universidade do Porto. Já Joana Lobo, Diana Melo e Rita Alves, da FFUP, levaram ao Europarque o protótipo do Sprelive, um inovador método para obtenção de extratos funcionais de bagaço de azeitona e desenvolvimento de novos produtos. Os investigadores Miguel Pais Clemente (FMUP) e Joaquim Gabriel Mendes (FEUP fizeram-se acompanhar da sua inovadora máscara para a disfagia, que esteve instalada num manequim médico durante o evento, motivando a curiosidade dos participantes. Esta máscara destina-se sobretudo a doentes com disfagia, idosos institucionalizados em lares e a doentes internados em regime hospitalar. Utilizando-a durante as refeições, haverá uma barreira adicional de proteção que permite que o paciente coma sem ter que retirar a máscara. Institutos associados também marcam presença Além das faculdades, também o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) e o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) representaram a U.Porto na TECH4INNOV. No espaço do INESC TEC, estiveram em exibição alguns desenvolvimentos inovadores dos seus centros de investigação. É o caso do MARES, um veículo submarino autónomo com o objetivo de recolher informação sobre o mar costeiro. Com capacidade de percorrer cerca de 100km à profundidade máxima de 200m, pode ser usado para medir a qualidade da água ou estudar fundos marinhos. O painel Power & Energy, por sua vez, conjuga um ponto de carregamento com capacidade de comunicação bidirecional com veículos elétricos, e um conversor híbrido para sistemas de produção fotovoltaica com baterias, para instalações residenciais, com capacidades de controlo avançadas. Já o robô quadrúpede, equipado com sensores, circulou por toda a mostra tecnológica.  Este robô tem funções de vigilância e monitorização, mas pode também ser utilizado na manipulação de objetos, através da integração de um braço robótico, projeto que o INESC TEC está a desenvolver. Sobre a TECH4INNOV Organizada pela Agência Nacional da Inovação (ANI), a TECH4INNOV apresenta-se como uma “mostra tecnológica” de resultados de Investigação & Desenvolvimento (I&D) e Inovação das entidades Sistema Nacional de Inovação. Além da exposição, onde estiveram presentes Centros de Tecnologia e Inovação, CoLAB – Laboratórios Colaborativos, Gabinetes de Transferência de Tecnologia, Digital Innovation Hubs, entre outros, houve também um extenso painel de debates e conversas sobre novas perspetivas e soluções disruptivas, onde convidados nacionais e internacionais puderam conversar sobre o futuro da inovação.   A participação da Universidade do Porto na TECH4INNOV contou com o apoio do UI-Transfer, um projeto cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, enquadrado no Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) do Portugal 2020.     

Como acelerar a transição energética de forma inovadora?

Foi no passado dia 23 de março que representantes de várias áreas da Galp voltaram a visitar a Universidade do Porto em busca de oportunidades de colaboração com os cientistas das várias faculdades presentes. Desta vez o palco escolhido para a sessão Academia to Business/Oficina de Inovação foi a UPTEC e estiveram presentes mais de 20 pessoas. Depois do habitual momento de networking à chegada, as boas-vindas foram dadas por André Fernandes, Diretor da U.Porto Inovação. Cada um dos presentes teve oportunidade de se apresentar de forma breve, e rapidamente se passou a palavra a João Ribeiro, responsável do departmento de inovação aberta da Galp, para que se pusessem “mãos à obra”. Da parte da Galp marcaram empresa também Jorge Correia Ribeiro - P&O Innovation Project Manager - e Jorge Veludo - Renewables & Energy Management Innovation Center Lead. “Queremos fazer uma transição energética de forma ambiciosa”, revelou João Ribeiro enquanto apresentava a empresa quer numa perspetiva genérica quer do ponto de vista dos seus desafios de inovação atuais. E, para avançar nessa transição rumo a uma cada vez maior sustentabilidade, João Ribeiro não tem dúvidas: “é preciso tecnologia que ou ainda não está desenvolvida ou, se está, é de forma embrionária”. E foi esse um dos motivos que levou à criação do departamento de inovação da Galp, transversal a toda a empresa”. “Se isto da transição energética correr muito bem, nós desaparecemos”, brinca João Ribeiro, uma vez que, apesar de tudo, o negócio principal da Galp (ainda) é são os combustíveis fósseis. No entanto, tendo consciência das necessidades ambientais atuais, a empresa está a apostar cada vez mais em soluções verdes e sustentáveis e, para isso, têm apostado em “tornar a colaboração com as universidades mais estruturada par garantir que estes esforços estão, de facto, a convergir para acelerar a transição energética”. Soluções da U.Porto podem ajudar em diferentes áreas Após uma breve pausa para café e networking foi a vez das apresentações dos cientistas da Universidade do Porto. As soluções vão das Ciências às Engenharias e demonstram o forte compromisso e vontade, também da parte da academia, em contribuir para formas mais sustentáveis de consumo energético, bem como para uma evolução nos processos. Da parte da Faculdade de Engenharia da U.Porto foram apresentadas propostas de Alexandra Rodrigues Pinto, Cláudio Rocha, Fernando Gomes Martins, Maria João Regufe e Tiago Lagarteira. Da Faculdade de Ciências foi ouvida a apresentação de João Ventura e João Horta Belo, afiliados também ao Instituto de Física dos Materiais da Universidade do Porto. O evento terminou com a apresentação do programa IJUP-Empresas e uma breve discussão sobre o mesmo, incluindo sugestões de alguns participantes de edições anteriores. Mais informações sobre a nova edição do IJUP Empresas serão anunciadas em breve.   Esta Oficina de Inovação realiza-se no âmbito do projeto Skills for a Next Generation U.Porto, que tem como um dos seus objetivos formar uma nova geração de cientistas disponíveis para criar novas formas de diálogo com a sociedade, nomeadamente o tecido económico. 

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