É inevitável que todos os balanços sobre 2020 salientem o quão atípico foi este ano em que o mundo parou e, ao recomeçar, teve de adaptar-se. Isso não foi diferente para a U.Porto Inovação, mas não significou menos trabalho, resultados aquém das expectativas ou paragem de qualquer tipo. Pelo contrário. A equipa adaptou-se ao “novo normal” e continuou, com sentido de missão, o trabalho de proteger e valorizar o conhecimento produzido na Universidade do Porto. “O melhor ativo que uma organização pode ter são as pessoas. Nós, na U.Porto Inovação, levamos isso muito a sério”, refere André Fernandes, diretor da unidade.

Assim, a missão da U.Porto Inovação manteve-se inalterada com a firme convicção de continuar – e consolidar – o caminho dos últimos anos e deu-se seguimento às atividades de proteção de propriedade industrial, apoio ao empreendedorismo e aproximação da Universidade do Porto à indústria. Para a prossecução dessas atividades, os projetos financiados continuaram a ser um forte auxílio. Foram 28 os projetos ativos em 2020, compreendendo um pouco mais de 800 mil euros para financiar parte do financiamento da unidade.

Proteger e valorizar o conhecimento produzido na U.Porto

No que toca à propriedade intelectual, a Universidade do Porto registou, em 2020, 42 comunicações de invenção, o que representa um aumento significativo em relação ao ano anterior (18). Esta foi a segunda vez, desde a criação da unidade, que se atingiu este número, sendo que a primeira aconteceu em 2012.

Na sequência das comunicações de invenção recebidas neste e nos anos anteriores, foram submetidos 28 pedidos de prioridade nacional junto do Instituto de Propriedade Industrial (INPI), 22 pedidos de extensão internacional (PCT) e 39 pedidos internacionais em territórios como Europa, Estados Unidos, Austrália, Brasil e, pela primeira vez, Israel.

Já no que toca a concessões, foram duas as patentes concedidas em Portugal e 8 internacionais: três em território europeu, duas nos Estados Unidos, uma no Brasil e duas no Japão. No final de 2020, o portfolio de patentes da U.Porto concedidas totalizava 271, sendo 65 nacionais e 104 internacionais.

Tendo em conta todas as novas patentes submetidas, mas também as que foram caindo ao longo do ano, a U.Porto terminou 2020 com 382 patentes ativas no seu portfolio.

Além de proteger, importa valorizar a investigação e fazer o possível para a transferir para o mercado. Em 2020 foram assinados três contratos de exploração comercial de tecnologias com empresas, tendo a U.Porto terminado o ano com 26 licenças ativas.

Apoiar o empreendedorismo e aproximar a investigação das empresas

Apesar da crise pandémica que, inevitavelmente, fez com que muitos projetos empreendedores não saíssem do papel ou até que fossem encerrados muitos dos que já haviam saído, a U.Porto Inovação continuou a sua missão de apoiar quem quer chegar mais longe com a sua ideia. Em 2020 foram 10 as empresas a receber a chancela Spin-off U.Porto e o The Circle, apoiado pelo Santander Universidades e pela Porto Business School, chegou ao final do ano com 98 membros (no total, e desde 2010, a chancela já foi atribuída a 104 empresas. No final de 2020, 98 estavam abertas e em funcionamento).

Juntas, as empresas do The Circle gerem perto de 240 patentes, geram mais de 44 milhões de euros de lucro (dados de final de 2019) e já contribuíram para a criação de mais de 900 postos de trabalho. Informação mais aprofundada sobre o The Circle pode ser encontrada aqui, na brochura anual.

Falar de eventos em 2020 é o ponto mais sensível e o que, sem dúvida, exigiu mais adaptação por parte das equipas em todo o mundo. Multiplicaram-se as conferências, reuniões e palestras à distância e em formato digital, e a U.Porto Inovação também fez a sua parte. Além de ter participado, com algumas spin-offs U.Porto, no Digital Health Porto, a unidade organizou, já no final do ano, mais uma edição do Business Ignition Programme. Nele participaram 12 equipas, orientadas pela U.Porto Inovação e pela BTEN durante 8 semanas.

Já mesmo a terminar o ano, a U.Porto Inovação revolucionou o já conhecido Entreprenow, que desta vez foi preenchido por debates com apenas duas pessoas e um moderador, sem público, filmados e depois transmitidos nas redes sociais da unidade. Os vídeos estão disponíveis para visualização aqui.

No que diz respeito à 3ª missão da Universidade do Porto, organizaram-se duas sessões A2B (Academia to Business) uma com a Sogrape e outra com a Galp. As sessões A2B já se realizam há nove anos e totalizam 47 encontros, com mais de 1450 participantes entre académicos e membros da empresa. O objetivo principal da iniciativa é uma mais eficaz valorização do conhecimento gerado na U.Porto, aproximando o meio académico da indústria.

Novas formas de comunicar e ficar mais perto

Por fim, mas não por último, a U.Porto Inovação manteve a sua aposta numa comunicação forte e próxima do seu público-alvo. Além das mais de 40 notícias geradas e publicadas, de salientar também o aumento de 5% de seguidores no Facebook e 42% no Instagram.

A par disso, a U.Porto Inovação lançou, no final do ano, o seu vídeo, que pretende ser uma apresentação original, apelativa e detalhada da equipa e do trabalho que desenvolve. Ainda na área da multimédia foram desenvolvidos dez vídeos sobre empresas spin-off da Universidade do Porto, que podem ser visualizados aqui.

Foi também criada e publicada a brochura “FAQs sobre patentes”, que funcionará como a porta de entrada para quem tenha dúvidas sobre a proteção de propriedade industrial de uma invenção. Com uma linguagem clara e simples, o objetivo da publicação é esclarecer dúvidas iniciais e facilitar o diálogo entre investigadores/as e a U.Porto Inovação.

Foi mais um ano em que a Universidade do Porto apostou na inovação e no empreendedorismo da sua comunidade e parceiros, apesar dos obstáculos desconhecidos e, por isso, particularmente difíceis. “A U.Porto Inovação mantém-se como um elemento fundamental no nosso ecossistema de inovação e empreendedorismo, desenvolvendo uma vasta fama de atividades que apoiam toda a cadeia de valor”, refere a pró-reitora Joana Resende.

A equipa entrou em 2021 empenhada em enfrentar novos desafios, pronta a consolidar o caminho dos últimos 17 anos: “Temos grandes expectativas no que diz respeito às sementes que o ecossistema da U.Porto tem vindo a espalhar. O retorno do investimento é o mote que queremos seguir”, refere o diretor André Fernandes. Isto numa altura em que, como conclui a pró-reitora Joana Resende, “mais do que nunca ficou claro que a ciência e a inovação são fatores chave para a evolução das sociedades”.

A brochura da U.Porto Inovação em números, referente ao ano de 2020, está disponível para consulta aqui.