“A participação neste programa é especialmente relevante para a Cell4Food, pois permite a integração numa ampla rede de networking no setor agroalimentar, potenciando o acesso a novas parcerias e colaborações estratégicas”, referem dos representantes da Cell4Food.

Com duração de dois a três meses, o EIT FAN oferece não só apoio para validar tecnologias, desenvolver modelos de negócio e preparação para a fase de comercialização, como também acesso a financiamento de até 50 mil euros.

“Embora o financiamento não seja o nosso objetivo principal, durante o programa cada startup terá a oportunidade de apresentar o seu pitch num Tech Validation Pitch Event, para concorrer aos montantes disponíveis”, explicam os membros da Cell4Food.

No final, o painel de avaliadores vai selecionar três empresas, que receberão prémios no valor de 50, 30 ou 20 mil euros, “um recurso importante que permitirá investir em atividades de I&D, permitindo acelerar o desenvolvimento dos projetos e fortalecer a posição no mercado”, referem.

A Cell4Food vai embarcar nesta aventura no hub de Paris, dedicado a Novos Ingredientes e Bioprocessamento. A equipa considera que um dos maiores benefícios é a integração na EIT Food, a maior comunidade europeia de inovação alimentar, composta por líderes da indústria, centros de investigação e investidores o que, acreditam, “irá proporcionar oportunidades para colaboração e parcerias estratégicas”.

Com o acesso às sessões de mentoria disponibilizadas pelo EIT FAN, a Cell4Food espera também aprimorar o modelo de negócio e a estratégia de entrada no mercado. “A nossa visibilidade e reconhecimento na indústria também serão significativamente reforçados”, acrescentam os responsáveis da empresa.

Sobre a Cell4Food

Foi criada em 2022 com o propósito de “responder aos desafios de sustentabilidade e segurança alimentar no setor marinho”. A empresa recebeu a chancela U.Porto Spin-off em 2025, passando a pertencer ao The Circle.

“A motivação para criar a empresa surgiu da necessidade de encontrar alternativas éticas e ambientalmente responsáveis à produção tradicional de pescado, começando pelo polvo que é uma espécie com elevada procura comercial, mas cuja pesca levanta sérias preocupações ecológicas e de bem-estar animal”, contam os membros da equipa.

Assim sendo, a Cell4Food tem-se posicionado, acreditam os seus representantes, como uma “referência emergente no ecossistema europeu de biotecnologia alimentar, sendo a única, a nível mundial, a desenvolver tecnologias para a produção de alimentos à base de células de polvo”.

Com laboratórios especializados no Terinov em Angra do Heroísmo, no IB-S da Universidade do Minho, em Braga e no Taguspark em Oeiras, a Cell4Food tenciona levar a sua bandeira da sustentabilidade o mais além possível. Atualmente, estão focados no desenvolvimento de tecnologias de agricultura celular para a produção de alimentos à base de células de polvo.

A empresa tem vindo expandir esta mesma abordagem para outras espécies marinhas, como peixes e crustáceos. E foi nesse contexto que desenvolveram uma plataforma tecnológica, chamada BlueCell, que integra três componentes: “o desenvolvimento de linhas celulares, a formulação de meios de cultura personalizados e a utilização de biorreatores para a produção eficiente de biomassa celular destinada à alimentação”, explicam. Esta plataforma termina com o desenvolvimento de produtos finais que incorporam as células animais.

Os planos para um futuro mais próximo passam, então, por otimizar a BlueCell mas também por “alargar o leque de espécies marinhas em estudo, incluindo novas variedades de peixes, crustáceos e outros moluscos, reforçando assim a versatilidade da tecnologia”, concluem os responsáveis da Cell4Food.