Dos 329 pedidos de patente europeia que saíram de Portugal o ano passado, pelo menos 29 tiveram origem na Universidade do Porto ou nos seus Institutos Associados. Os dados foram publicados no último relatório anual do European Patent Office, publicado esta semana pela organização, e voltam a colocar a U.Porto no pódio, tendo sido a universidade que mais pedidos de patente submeteu neste território em 2023. Repetem-se, assim, os feitos de 2021, 2020, 2019 e 2018.

Os pedidos de patente europeia com origem na Universidade do Porto – e geridos pela U.Porto Inovação –  surgiram a partir de invenções criadas por cientistas das faculdades de Ciências (FCUP), Engenharia (FEUP) e Farmácia (FFUP) e também do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). São, ao todo, 14, e contemplam tecnologias de áreas científicas diversas, destacando-se a Saúde e a Energia. Falamos de compostos farmacêuticos, processos de armazenamento de energia, dispositivos médicos, tecnologias usadas em agricultura de precisão, entre outros.

De destacar ainda que a U.Porto alcançou quatro concessões de patente na Europa no período considerado pelo EPO. Falamos de um medidor portátil para analisar o teor de sal nos alimentos, um composto que garante uma melhoria acentuada da qualidade dos espermatozoides durante e depois da preservação, um “auxiliar de navegação” para melhorar as propriedades antioxidantes das células e também uma tecnologia usada na composição de alimentos.

No que diz respeito aos Institutos Associados da U.Porto, o INESC TEC submeteu seis pedidos de patente ao EPO em 2023. Falamos de invenções relacionadas com energia, software (navegação), tecnologia médica, cibersegurança, instrumentação e robótica. Além disso, o Instituto também conseguiu alcançar 4 concessões de patente na Europa no ano passado.

O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) e o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) também entram nas contas: cinco pedidos para o i3s; dois para o INEGI, nas áreas da energia e processos de fabrico e desenvolvimento de produto; e outros dois para o CIIMAR. No caso deste último, há ainda a acrescentar a concessão de uma patente europeia em 2023.

Uma nota também para o Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (CeNTI) , entidade com a qual a U.Porto mantém uma colaboração próxima e que, para além de ter submetido três pedidos de patente, viu ainda ser-lhe concedida uma patente europeia no último ano.

Portugal triplica pedidos de patente em 10 anos

A nível nacional, a prestação de Portugal também se destaca. Foram 329 os novos pedidos de patente europeia em 2023 (pedidos feitos por empresas, universidades e laboratórios públicos), número esse que contribuiu para que o país triplicasse, na última década, o número de pedidos de patente neste território – há 10 anos, tinham sido 113 pedidos.

Ao contrário dos outros países que figuram no ranking do EPO, em Portugal ,os pedidos de patentes europeias nascem principalmente na academia – universidades, laboratórios e institutos associados – e em instituições ligadas ao estado.

No que diz respeito às empresas, regista-se igualmente um crescimento nacional. A NOS Inovação destaca-se no primeiro lugar, com 28 pedidos em 2023. Logo depois, surgem as startups Sword Health e Fravizel, com 13 e 12 pedidos, respetivamente.