Em 2018, Portugal submeteu um número recorde de 220 pedidos de patente europeia e, desses, pelo menos 17 têm o selo da Universidade do Porto. Os números, que constam do último relatório anual do European Patent Office (EPO), reforçam o estatuto da U.Porto – incluindo faculdades e Institutos Associados – como um dos principais motores de inovação a nível nacional.
Das 17 patentes submetidas pela Universidade, seis foram geridas pela U.Porto Inovação – o gabinete de transferência de conhecimento da Universidade do Porto – e referem-se a tecnologias inovadoras desenvolvidas por investigadores das faculdades da U.Porto.
Repartidas pelas faculdades de Ciências (FCUP), Engenharia (FEUP) e Farmácia (FFUP), estas inovações incluem um dispositivo agrícola – o CROPEO – que permite manter cereais e sementes armazenados em silos livres de fungos e insetos; uma turbina triboelétrica que gera energia elétrica em locais remotos e que pode ser incorporada em redes de água ou canalizações; ou um termal switch que possibilita o aquecimento ou arrefecimento de uma zona três vezes mais depressa do que outros sistemas.
Da lista consta ainda um dispositivo para medir força e energia musculares e um método inovador para aproveitar o bagaço de azeitona, com potencial para ser utilizado na indústria dos cosméticos naturais, em suplementos alimentares e em estufas.
No que toca aos pedidos de patente realizados pelos institutos associados da U.Porto, o destaque vai para o INESC TEC, com nove, abarcando as áreas das telecomunicações, tecnologia médica e tecnologia audiovisual. O INESC TEC é, de resto, a instituição portuguesa que mais pedidos de novas patentes submeteu ao EPO em 2018.
As outras duas patentes “made in U.Porto” foram submetidas pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e incluem um composto para uso na prevenção e tratamento de infeções por pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e uma metodologia para a produção de moléculas alvo utilizando cianobactérias.
O melhor ano de sempre para Portugal
Segundo os dados agora divulgados pelo EPO, em 2018, Portugal submeteu mais 71 pedidos de patente (subida de 46,7%) do que no ano anterior, cotando-se como o terceiro país com a maior taxa de crescimento face a 2017. “É com muito agrado que vejo o número de pedidos de patentes crescer de forma tão vigorosa no meu país”, destaca António Campinos, o luso-francês que dirige o EPO e que já presidiu o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
No ranking de instituições portuguesas mais inovadoras, a liderança cabe então ao INESC TEC (9 patentes), seguido pela Novadelta (7), pelas universidades do Porto (apenas unidades orgânicas) e de Évora e pelas empresas Miranda & Irmão e OLI – Sistemas Sanitários, todas com seis pedidos. Dados que levam Campinos a afirmar que “o contributo das instituições de investigação e universidades portuguesas no aumento dos pedidos de patentes é particularmente encorajador”.
Alargando a análise aos países que apresentaram mais pedidos de patente na Europa, Portugal ocupa o 35.º lugar numa lista liderada, de forma destacada, pelo Estados Unidos (25% dos pedidos). Seguem-se a Alemanha (15%), o Japão (13%), a França (6%), a China e a Suiça. (5%). Já entre as empresas mais inovadoras, a alemã Siemens surge no topo com 2493 pedidos, seguida da chinesa Huawei, das sul-coreanas Samsung e LG e da norte-americana United Technologies.
U.Porto lidera na inovação
O Relatório Anual do Instituto Europeu de Patentes 2018 reflete aquele que foi mais um ano de crescimento para a propriedade intelectual na Universidade do Porto. Só à U.Porto Inovação chegaram mais de 30 comunicações de invenção, provenientes das faculdades de Ciências, Ciências da Nutrição, Engenharia, Farmácia, Medicina, Medicina Dentária e ICBAS. No total, foram apoiados mais de uma centena de inventores (de instituições da U.Porto e não só).
A juntar a estes números importa dizer que a Universidade do Porto submeteu mais de 40 pedidos de extensão de patente internacional em territórios como Europa, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Em paralelo, alcançaram-se três concessões em Portugal, duas nos Estados Unidos, 15 em território europeu e uma no Japão.
Notícia escrita em parceria com o departamento de Comunicação & Imagem da U.Porto - TIago Reis.
Fotografia: Egídio Santos (U.Porto)