“A inovação e o empreendedorismo são há muito reconhecidos como fatores determinantes para o crescimento económico”. São palavras de Helder Vasconcelos, vice-reitor da Universidade do Porto e responsável, desde 2018, pela U.Porto Inovação. Passando o ano em revista, o vice-reitor acredita que o gabinete tem um “papel fundamental em assegurar que os resultados da inovação e empreendedorismo da U.Porto passam para o setor privado”, refere.

E 2018 foi, efetivamente, mais um ano de consolidação da missão da U.Porto de não só proteger mas também valorizar o conhecimento produzido na instituição. As patentes ativas, cujo portfolio é gerido pela U.Porto Inovação, chegaram a 297, tendo sido feitos, só em 2018, 22 novos pedidos de prioridade de patente em território nacional. Este número colocou a Universidade do Porto no topo, fazendo com que, segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, fosse a Universidade nacional com mais pedidos de patente em Portugal: um total de 46 pedidos feitos pelas faculdades da U.Porto e pelos Institutos Associados INESC TEC, i3s e CIIMAR.

Além disso, a Universidade do Porto (no conjunto Faculdades e Institutos Associados) ficou também em primeiro lugar do ranking de pedidos de patente europeia, com um total de 17 pedidos. Os números, que constam do último relatório anual do European Patent Office (EPO), reforçam o estatuto da U.Porto como um dos principais motores de inovação a nível nacional. Englobando outros territórios, foram submetidas, ao todo, 33 pedidos de patente internacional para a Universidade do Porto em 2018.

De ressalvar também são as patentes concedidas durante o ano passado, que totalizam 43 entre nacionais e internacionais. Atualmente, a U.Porto conta já com 26 patentes concedidas nos Estados Unidos, 94 em território Europeu, 4 no Japão, entre outras em diferentes territórios espalhados pelo mundo. No que diz respeito a Portugal, as concessões são 59.

Proteger é fundamental. Mas ajudar a valorizar e a capacitar também. Com isso em mente, a U.Porto Inovação lançou o programa BIP Proof com o apoio da Fundação Amadeu Dias e do projeto U.Norte Inova (um projeto financiado pelo Norte2020, Portugal 2020 e União Europeia). A iniciativa, criada para providenciar fundos monetários para a construção de provas de conceito, apoiou um total de 11 tecnologias com valores entre os 10 e os 20 mil euros para cada.

Apoiar o empreendedorismo e ouvir os parceiros

Além do apoio à proteção das tecnologias desenvolvidas na Universidade, a U.Porto Inovação também se tem dedicado ao apoio do empreendedorismo na comunidade académica. E isso pode acontecer em forma de acompanhamento pessoal e direcionado, na fase de uma simples ideia de negócio, ou do apoio a jovens empresas nascidas na Universidade, com o selo spin-off U.Porto. Durante o ano de 2018, 21 novas empresas receberam a chancela, e o The Circle passou a contar com 76 membros. Este clube, que desde o início é apoiado pelo Santander Universidades, tem agora também a Porto Business School como parceiro. Falando ainda de empreendedorismo, 2018 foi o ano de lançamento do Entreprenow, um evento para apoiar o empreendedorismo e a inovação de base tecnológica colocando inovadores e investigadores debaixo do mesmo teto. Com o apoio do Santander Universidades, a primeira edição contou com oradores como Ken Singer (Sutardja Center for Entrepreneurship and Technology e Josemaria Siota (IESE Business School) e reuniu mais de 100 pessoas.

Ainda nesta missão, a U.Porto Inovação, em conjunto com as Universidades de Aveiro e Minho e com o apoio do projeto NOE- Noroeste Empreendedor (financiado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e União Europeia), ajudou a lançar o Observatório do Empreendedorismo. O objetivo é estudar e discutir a evolução do ecossistema de empreendedorismo na região norte do país, medir o efeito da “Terceira Missão” de cada Universidade e reunir informação que ajude a melhorar as práticas da área no futuro. Foi criado também o Innovation Advisory Board (IAB) da Universidade do Porto, um novo órgão consultivo constituído por profissionais com uma larga experiência nos campos da inovação e empreendedorismo, a par de um forte conhecimento das realidades universitária e empresarial. O IAB é composto por 15 membros e será não só consórcio de aconselhadores para a inovação, mas também um parceiro estratégico, atento à eficácia das ações que venham a ser implementadas. 

Finalmente, mas não por último, é de ressalvar a continuação das sessões A2B, que já são um habitué na atividade da U.Porto Inovação. Em 2018 tiveram lugar três encontros entre academia e indústria, sendo que dois deles foram fora da U.Porto – nas instalações da TMG Automotive e nas do CeNTI – e a outra aconteceu durante a FINDE.UP, a feira de emprego da Universidade do Porto. Esta é uma forma de promover e melhorar a 3ª missão da Universidade, que consiste numa maior aproximação da mesma à indústria, bem como por uma mais eficaz valorização económica e social do conhecimento gerado na Universidade. Ao todo, desde 2011, já passaram pelas sessões A2B mais de 1200 participantes, entre membros da Universidade e de empresas.

Como refere Maria Oliveira, coordenadora do gabinete, é uma verdadeira honra para a equipa “manter a inovação como um dos pilares principais da Universidade do Porto, promovendo o seu conhecimento e competências, mas principalmente a sua talentosa comunidade”. Para o futuro só se pode esperar a continuidade desta missão de “transformar o conhecimento em produtos inovadores, serviços e modelos de negócio com potencial para beneficiar a sociedade”, conclui.

A brochura da U.Porto Inovação em números, referente ao ano de 2018, está disponível para consulta aqui.