A Universidade do Porto conseguiu, pela primeira vez, a concessão de pedidos de patente internacionais na Austrália, Canadá e Rússia. A partir deste ano, a entidade que quiser explorar comercialmente uma tecnologia inovadora na luta contra o cancro, desenvolvida pela professora Anabela Cordeiro (FFUP) – em destaque nesta edição da Newsletter UPIN – terá exclusividade nos primeiros dois países. A invenção pretende proteger a actividade anticancerígena e antiparasitária de compostos chamados BNIPs, que podem ser capazes de tratar alguns tumores e algumas doenças infecciosas (da família da tripanossomíase). A patente também foi concedida nos Estados Unidos, no início de 2013.

 

NAVMETRO

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Paralelamente, uma tecnologia desenvolvida pelo professor Diamantino Freitas (FEUP), destinada a facilitar a vida dos invisuais, passou a estar concedida na Rússia em Fevereiro.  O NAVMETRO® é um sistema de orientação, navegação e informação destinado a pessoas cegas, com o objetivo de tentar melhorar as possibilidades destes cidadãos deficientes na utilização do Metro do Porto. Os invisuais não têm acesso à informação afixada e não podem encontrar facilmente o seu caminho até à zona de embarque. Contornando esta situação, Diamantino Freitas idealizou um sistema de atendimento telefónico automático por voz, ao qual o passageiro pode aceder através de uma chamada pelo seu telemóvel, conseguindo assim escolher o destino e saber os horários do transporte. Depois, quando quiser iniciar a viagem, será conduzido até à plataforma através de sons audíveis na estação.

 Patentes portuguesas

No panorama nacional foram três as concessões alcançadas para a Universidade do Porto, provenientes das Faculdades de Ciências, Engenharia e Farmácia. A primeira, concedida no mês de Maio, tem a assinatura da professora Madalena Pinto (FFUP) e da sua equipa de investigação (Maria Emília Pereira de Sousa, Marta Carvalho Guerra, Franklim Marques e Félix Dias Carvalho). A invenção consiste num composto farmacêutico formado por Xantonas Sulfatadas, que mostraram ter grande actividade anticoagulante.

Ainda no mês de Março, o “Macaco plano para determinação do estado de tensão “insitu””, passou também a estar protegido em território nacional. Trata-se de uma ferramenta que permite avaliar a tensão em algumas construções, nomeadamente a deformabilidade das paredes de alvenaria (tijolo). A solução criada pelo investigador João Paulo Guedes da Faculdade de Engenharia da U.Porto e pelos restantes membros da sua equipa (Aníbal Guimarães da Costa e Luís Filipe Miranda) foi desenvolver um macaco plano tecnologicamente muito mais avançado do que os existentes, capaz de medir e registar essas deformações em tempo útil. Além disso, é possível reusar o equipamento sem perdas de desempenho e sem necessidade de calibrações sistemáticas, utilizando novos materiais mais elásticos e flexíveis.

Já no mês de Abril, a tecnologia Microextração por Difusão Gasosa foi patenteada em Portugal. Explicada de forma simples, esta tecnologia é uma nova forma de extracção de compostos para fins analíticos, com vantagens em termos de tempo, custo e precisão, ou até mesmo a nível ambiental. A extracção consiste na imersão, numa amostra, de uma “sonda” com uma membrana microporosa na ponta que, através de uma combinação de fatores químicos e físicos, consegue extrair uma pequena quantidade do composto que se deseja analisar. As mentes por trás desta invenção são Aquiles Araújo Barros, José Rodrigues, Luís Gonçalves e João Pacheco, todos da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.