Helder Vasconcelos foi Vice-Reitor da Universidade do Porto entre 2018 e 2019. Foi um dos membros da Equipa Reitoral montada por António de Sousa Pereira,  eleito Reitor da Universidade do Porto em 2018. Durante esse período, Helder Vasconcelos teve a U.Porto Inovação a seu cargo.

Apesar de ter estado pouco tempo com a equipa, há um momento que marca a estratégia de Helder Vasconcelos para a U.Porto Inovação. O antigo Vice-Reitor foi o responsável pela mudança de instalações da equipa , desde 2019, saiu do edifício da Reitoria da U.Porto e passou a estar na UPTEC Asprela I. Helder Vasconcelos assume essa mudança como um dos seus principais objetivos alcançados, acreditando que isso “potenciou o aproveitamento de diversas sinergias decorrentes do trabalho conjunto e complementar que ambas as entidades passaram a desenvolver”.

 

1. A que U.Porto Inovação chegou quando tomou posse?

Encontrei uma U.Porto Inovação muito dinâmica e empenhada no apoio à transferência de conhecimento e tecnologia gerados na universidade para o setor empresarial e para a sociedade em geral. Em particular, encontrei uma equipa jovem e muito motivada no desempenho do seu trabalho e consciente da importância da missão da estrutura em que se encontrava integrada.

 

2. Quais eram as suas expectativas para a equipa e para o trabalho a desenvolver?

Ficou para mim muito claro, desde o início do meu mandato, de que aquela equipa era não só distinta, mas também incluía quer as capacidades necessárias quer a motivação adequada para o desempenho das suas funções. 
Neste sentido, a minha principal expectativa era dar continuidade ao bom trabalho que vinha sendo feito no que concerne à promoção da inovação e no aproveitamento do potencial científico e tecnológico da Universidade do Porto para impulsionar o desenvolvimento económico e social. 
 

3. Que objetivos conseguiu alcançar e quais ficaram pelo caminho?

Julgo que o principal objetivo que conseguimos alcançar foi integrar fisicamente a U.Porto Inovação com a UPTEC, o que potenciou o aproveitamento de diversas sinergias decorrentes do trabalho conjunto e complementar que ambas as entidades passaram a desenvolver, designadamente:  (i) sinergias operacionais decorrentes da concentração de ambas as entidades no mesmo espaço físico, criando um ambiente mais coeso e colaborativo para o desenvolvimento de projetos de inovação e promovendo um ecossistema de inovação mais dinâmico; (ii) o acesso a recursos compartilhados; (iii) a facilitação da formação de parcerias estratégicas entre projetos de inovação e as empresas instaladas no parque de ciência e tecnologia, impulsionando, deste modo, a transferência de conhecimento e tecnologia para o mercado; e (iv) a promoção da cultura empreendedora mais forte dentro da comunidade académica, incentivando os investigadores da UPorto a considerarem a comercialização de suas inovações e a criação de startups.

Ficou, seguramente, muito por fazer, mas estou seguro de que a qualidade da equipa, bem assim como da nova liderança da U.Porto Inovação, nos dão a garantia que o caminho de sucesso, que já vinha sendo trilhado aquando da minha chegada, será continuado e mesmo reforçado.

 

4. Que atividades destaca nos anos em que esteve à frente da U.Porto Inovação?

Em 2018 e 2019 a U.Porto Inovação esteve envolvida em diversas atividades relacionadas à promoção da inovação, transferência de tecnologia e empreendedorismo. 

Algumas das atividades que se destacaram nesse período são, a meu ver, a gestão de projetos de I&D realizados por investigadores da U.Porto em colaboração com empresas, a proteção e valorização da propriedade intelectual gerada pelos projetos de investigação na universidade (incluindo a avaliação de potenciais patentes, licenciamento de tecnologias e apoio à criação de spin-offs baseadas em tecnologia), a promoção de parcerias estratégicas com entidades especialmente interessadas em apoiar a inovação (como são os casos do Banco Santander e da Fundação Amadeu Dias), o suporte aos empreendedores na comunidade académica, ajudando-os a transformar ideias inovadoras em projetos empresariais viáveis, e internacionalização das atividades de inovação da universidade (sobretudo no que diz respeito à participação em redes internacionais de inovação). 

 

5. A que necessidades acredita deve responder uma equipa deste género?

Uma unidade deste género deve (continuar a) responder às necessidades de gestão de projetos de investigação, valorização da propriedade intelectual, transferência de tecnologia, apoio ao empreendedorismo e internacionalização das atividades de inovação na Universidade do Porto, promovendo o desenvolvimento económico e social através do conhecimento e da tecnologia gerados na instituição. 

 

6. Na sua opinião, por onde passa o futuro da inovação na Universidade do Porto? O que falta fazer?

A Universidade do Porto tem a vantagem comparativa de concentrar uma parte muito significativa do conhecimento científico gerado nas universidades portuguesas. A universidade tem, por isso, a responsabilidade de desempenhar um papel crucial no avanço da inovação e no desenvolvimento económico e social em Portugal. Neste sentido, eu destacaria quatro direções estratégicas que podem ser seguidas.

Primeiro, estimular a interdisciplinaridade, promovendo a colaboração entre diferentes áreas de conhecimento, faculdades e centros de investigação da universidade.

Segundo, investir de forma clara nas tecnologias emergentes, direcionando recursos para áreas de investigação e desenvolvimento relacionadas com as designadas tecnologias emergentes, como a inteligência artificial e as energias renováveis, entre outras.

Terceiro, expandir os esforços de internacionalização da UPorto, procurando colaborações com instituições de ensino superior e empresas em todo o mundo. Isso pode envolver a participação em projetos de investigação internacionais, a promoção de programas de intercâmbio de estudantes, docentes e investigadores, e a criação de parcerias estratégicas com universidades e empresas globais.

Por último, promover e priorizar a inovação social e sustentável, tendo como objetivo desenvolver soluções que abordem desafios socioambientais importantes. Isso pode incluir o desenvolvimento de tecnologias limpas, a promoção de práticas empresariais responsáveis e a implementação de programas de responsabilidade social corporativa.