Conhecer, debater, pensar o percurso dos empreendedores em Portugal e no ecossistema portuense. Foi esta a premissa para a segunda edição do Entreprenow, que levou dezenas de pessoas à Casa da Música no passado dia 20 de novembro.
Organizado pela U.Porto Inovação (com o apoio do Santaner Universidades e do ScaleUp Porto), o evento pretende ser uma referência no empreendedorismo português, onde empresas, investigadores, estudantes e público em geral podem conhecer melhor o que constitui, nos dias de hoje, um projeto de sucesso.
Entre os protagonistas do Entreprenow 2019 destacou-se Mariana Barbosa, jornalista do ECO online que tem dedicado grande parte da sua carreira a ouvir a ouvir histórias de empreendedores na primeira pessoa (compiladas no seu “Livro dos Fazedores”). “Como me disseram uma vez: o segredo não é a alma do negócio, a alma é que é o segredo do negócio”, destacou a keynote do Entreprenow, numa intervenção em que falou também da importância da curiosidade, coragem e paixão pelo que se faz.
Na opinião da jornalista, existem muitos fatores que podem levar um negocio a falhar, não sendo justo colocar sempre a culpa do lado dos empreendedores. Apesar de Portugal “ser favorável à ebulição de novos projetos empreendedores”, Mariana Barbosa acredita que ainda há “muito trabalho a fazer”. Não deixa, no entanto, de ser otimista, acreditando que ainda teremos mais unicórnios portugueses.
A importância de "dizer que não"
Ao todo, as quatro mesas redondas do Entreprenow 2019 reuniram intervenientes de 13 startups – incluindo seis spin-offs da U.Porto – e tiveram como temas as quatro fases do percurso empreendedor. Houve, porém, uma conclusão unânime: apesar da romantização da palavra “empreendedorismo”, este é um caminho por vezes “difícil”.
Na verdade, e apesar de ter sido referido muitas vezes que o ecossistema do Porto é, atualmente, um dos melhores e mais fervilhantes, problemas como procura de investimento, captação de talentos, alterações do modelo de negócio e gestão eficaz do crescimento rápido são factos com que as empresas têm de lidar diariamente.
E como se resolvem essas questões? Também aqui as respostas foram todas no mesmo sentido: “É muito importante saber o que não queremos fazer e tomar decisões críticas, o que por vezes implica dizer que não a pedidos de clientes por não irem ao encontro do que, para nós, faz sentido”, referiu Tiago Craveiro, da HUUB.
Do lado de quem investe, Stephan Morais, da Indico Capital Partners referiu o quão importante são a “sustentabilidade e humildade para ouvir feedback” das empresas em quem as entidades de capital de risco investem, uma vez que investidores são uma espécie de “sócios da empresa” e, por isso, muito interventivos”.
O fator humano
A importância das pessoas, tanto do lado de “cá”, nas equipas, como do lado de “lá”, nos clientes, foi também referida por praticamente todos os empreendedores que compuseram os debates do Entreprenow. Pedro Esmeriz, da ShopAI, salientou que a captação de talento pode ser um problema, mas que é com “boas equipas e formação que se conseguem ter mais clientes e dar o salto”.
Já Rui Cainé, da Defined Crowd, salientou a equipa com o que faz andar a máquina: “Damos muito atenção às pessoas porque são o nosso motor”, referiu.
“Existem muitos problemas para resolver, mas estou certo de que é com as mentes brilhantes do Porto que o vamos fazer”, referiu por sua vez Filipe Araújo, vereador para a Inovação da Câmara Municipal do Porto.
Fotografias do evento disponíveis aqui.